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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA - ITEC


FACULDADE DE ENGENHARIA SANITARIA E AMBIENTAL – FAESA

HIDRÁULICA GERAL II

PROF. MSc. RODRIGO RODRIGUES


MONITORA: FABÍOLA SOUZA DA SILVA - 201407740036

1
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3
1. ESCOAMNETO EM CONDUTOS ................................................................................... 4
2. REGIME DE ESCOAMENTO ........................................................................................... 5
3. PERDA DE CARGA ........................................................................................................... 7
4. FORMULAS PRATICAS PARA O CALCULO DA PERDA DE CARGA (hf) ............. 9
5. PERDA DE CARGA LOCALIZADA ............................................................................... 11
INSTALAÇÕES DE RECALQUE ........................................................................................... 22
1. CLASSIFICAÇÃO DAS BOMBAS ................................................................................. 23
2. CONCEITOS GERAIS: .................................................................................................... 29
3. ALTURAS ESTÁTICAS ................................................................................................... 30
4. ALTURA GEOMÉTRICA (Hg): ....................................................................................... 31
5. ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO (Hms) ........................................................... 31
6. ALTURA MANOMÉTRICA DE RECALQUE (Hmr) ....................................................... 31
7. ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL OU ALTURA MANOMÉTRICA (Hman).............. 32
8. POTÊNCIA DOS CONJUNTOS ELEVATÓRIOS ....................................................... 32
9. POTÊNCIA INSTALADA ................................................................................................. 32
10. RENDIMENTO DAS MAQUINAS .............................................................................. 33
11. DIMENSIONAMENTO ECONÔMICO DA TUBULAÇÃO ....................................... 33
12. PONTO DE FUNCIONAMENTO................................................................................ 34
13. ALTERAÇÃO NAS CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO ................................... 36
14. CAVITAÇÃO EM BOMBAS ........................................................................................ 37
15. ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS...................................................................................... 42

2
INTRODUÇÃO

O significado etimológico da palavra Hidráulica é “condução de água”


(do grego hydor, água e aulos, tubo, condução). Atualmente, empresta-se ao
termo Hidráulica um significado mais amplo, ou seja, o estudo do
comportamento da água e de outros líquidos, quer em repouso, quer em
movimento.
A partir do conceito, observa-se uma importante divisão para a hidráulica
Teórica:

Hidráulica

Aplicada ou
Geral ou Teórica
Hidrotécnica

Hidrostática Hidrodinâmica

A hidrostática investiga os esforços a que são submetidos os líquidos em


equilíbrio, ao passo que a hidrodinâmica tem por objetivo o estudo dos líquidos
em movimento.

Hidráulica
Aplicada

Instalações
Hidraulica Rural Hidráulica Técnicas
Hidráulica Urbana Hidráulica fluvial Hidráulicas
ou Agrícola Marítima Hidrelétrica
Industriais

Sistema de
abasteciemnto de Irrigação Rios Portos
água

Drenagem
Esgotos sanitários Canais Obras matítimas
agrícola

Galerias de águas
pluviais

Drenagem urbana

3
1. ESCOAMNETO EM CONDUTOS

Tendo em vista a pressão de funcionamento, os condutos hidráulicos podem se


classificar em:
a) Condutos forçados: nos quais a pressão interna é diferente da pressão
atmosférica. Nesse tipo de conduto, as seções transversais são sempre
fechadas e o fluido circulante as enche completamente. O movimento pode
se efetuar em qualquer sentido do conduto, exemplo de condutos forçados
são as adutoras de água (Figura 1).

Figura 1: Pequena Central


Hidrelétrica de São Domingos

Fonte: Grupo Marcon

b) Condutos livres: nestes, o líquido escoante apresenta superfície livre, na


qual atua a pressão atmosférica. A seção não necessariamente apresenta
perímetro fechado e quando isto ocorre, para satisfazer a condição de
superfície livre, a seção transversal funciona parcialmente cheia. O
movimento se faz no sentido decrescente das cotas topográficas, um
exemplo de condutos livres são os canais e rios (Figura 2).

4
Figura 2: Macrodrenagem em Bairro de Belém

Fonte: Agência Belém

O liquido ao escoar em um conduto é submetido a forças resistentes


exercidas pelas paredes da tubulação e por uma região do próprio liquido.
Nesta região denominada camada limite há um elevado gradiente de
velocidade e o efeito da velocidade é significante. A consequência disso é o
surgimento de forças cisalhantes que reduzem a capacidade de fluidez do
liquido. O conceito de camada limite foi desenvolvido em 1904 por Ludwing
Prandtl.
Assim, o líquido ao escoar dissipa parte de sua energia, principalmente
em forma de calor. Essa energia não é mais recuperada como energia
cinética e ou enregia potencial , por isso, denomina-se perda de carga.
Para efeito de estudo, a perda de carda, detonada por ∆h é classificada em
perda de carga continua ou distribuída ao longo do trecho em estudo e
perda de carga localizada devido a presença de conexões, aparelhos,
singularidades em pontos particulares do conduto.

2. REGIME DE ESCOAMENTO

O estabelecimento do regime de escoamento depende do valor de uma


expressão sem dimensões, denominada número de Reynolds, dada por:

𝑉∗𝐷
𝑅𝑒 =
𝑣
Onde;
V = velocidade do fluido (m/s)
D = Diâmetro da canalização (m)
v = Viscosidade cinemática (m2/s)

𝑅𝑒 > 4000 - Regime turbulento – movimento desordenado das partículas


2000 ≤ 𝑅𝑒 ≤ 4000 Entre esses dois valores encontra-se a denominada zona
crítica.

5
Figura 3 : Experimento de Reynolds

Fonte: EBAH

REGIME LAMINAR
Caracterizado por Re < 2000 onde as partículas fluidas apresentam
trajetórias bem definidas e não se cruzam. Neste o fluido escoa em forma de
blocos ou laminas e tem perfil parabólico (Figura 4).
Figura 4: Perfil de velocidade

Fonte: Infoescola

REGIME TURBULENTO
Ocorre quando as partículas de um fluido não movem-se ao longo de
trajetórias bem definidas, ou seja as partículas descrevem trajetórias
irregulares, com movimento aleatório, produzindo uma transferência de
quantidade de movimento entre regiões de massa líquida. É determinado pelo
numero de Reynolds quanto maior que 4000 e perfil de velocidade achatada,
caracterizam-se por um escoamento caótico, desordenado e irracional das
partículas fluidas nas direções x, y e z do escoamento. O número de Reynolds
(abreviado como Re) é um número adimensional usado em mecânica dos
fluídos para o cálculo do regime de escoamento de determinado fluido dentro
de um tubo ou sobre uma superfície.
ESCOAMENTO TURBULENTO LISO
Nesta categoria, o efeito da rugosidade ou das asperezas das paredes é
encoberto pela existência de um filme viscoso que lubrifica a região de contato.
O movimento das partículas é caótico, porem a velocidade media é orientada
na direção do eixo do escoamento. Neste regime os atritos são
predominantemente viscosos.
ESCOAMENTO TURBULENTO RUGOSO

6
É caracterizado pela ação das asperezas das paredes, que geram vórtices
(movimentos rotacionais) que incrementam a perda de energia. Neste regime
os atritos são gerados pela rugosidade.

3. PERDA DE CARGA
É um termo genérico designativo do consumo de energia desprendido
por um fluido para vencer as resistências do escoamento. Essa energia se
perde sob a forma de calor. Na figura 5 quando o liquido flui de 1 para 2, parte
da energia se dissipa sob a forma de calor, a soma das três cargas em 2 não é
igual a carga total em 1. A essa diferença, indicada por ∆H, dá-se o nome de
perda de carga.
Conceito e Natureza
Alguns conceitos relativos a perda de carga são:
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 (𝐻) =
𝑃𝑒𝑠𝑜
(Unidades – m, cm, pes,...)

𝑝 𝑣2
Carga total numa secção (Bernoulli): 𝐻 = 𝑧 + + 𝛼
𝛾 2𝑔

Onde:
H: carga total;
Z: carga potencial ou de posição;
𝑝
: carga piezométrica ou de pressão;
𝛾

𝛼 : coeficiente de Coriolis (aproximadamente 1);

𝑣2
: carga cinética ou termo cinético.
2𝑔

7
Figura 5: Perda de Carga

Fonte: EBAH

Na prática as tubulações não são constituídas apenas por tubos


retilíneos e de mesmo diâmetro. Há também as pecas especiais como: curvas,
joelhos ou cotovelos, registros, válvulas, reduções, ampliações etc,
responsáveis por novas perdas.
As perdas se classificam em:

a) Perda de carga distribuída (hf): ocasionada pela resistência oferecida


ao escoamento do fluido ao longo da tubulação. A razão entre a
perda de carga distribuída ∆h e o comprimento do condutor L,
representa o gradiente ou a inclinação da linha de cargace é
denominada perda de carga unitária j.

∆ℎ
𝐽 =
𝐿
O abaixamento da linha piezométrica representa a perda de carga
continua como pode ser demonstrado aplicando a equação de Bernoulli entre
as secções 1 e 2 da figura 5.

v12
p1 p2 v22
z1 + + = z2 + + =+ hcte
 2g  2g 1-2
a)
𝑃2 𝑃1
∆ℎ1−2 = 𝑍2 + – (𝑧1 + )
𝛾 𝛾
Onde V1 = V2

A análise dimensional pode ser utilizada para obter uma relação entre a
perda de carga continua, parâmetros geométricos do escoamento no conduto e
propriamente relevantes do fluido, resultando na fórmula universal de perda de
carga.

8
𝐿𝑉 2 8𝑓𝑄 2
∆ℎ = 𝑓 𝐽 =
𝐷2𝑔 𝜋 2 𝑔𝐷5

Onde:
J = Perda de carga unitária em m/m
V = Velocidade média do escoamento em m/s
D = Diâmetro do conduto em m
L = Comprimento do conduto em m
g = aceleração da gravidade = 9,8 m/s²
f = coeficiente de perda de carga (adimensional)

b) Perda de carga localizada (ha): Ocorre devido a descontinuidade do


conduto, chamada singularidade, que gera turbulência adicional e
maior dissipação de energia.
Exemplos de singularidades: cotovelo, curva, tê, alargamento,
redução, registros, etc.

4. FORMULAS PRATICAS PARA O CALCULO DA PERDA DE CARGA


(hf)

Fórmula de Darcy-Weisbach

A fórmula universal como também é conhecida a fórmula de Darcy-


Weisbach depende do fator de atrito, diâmetro, comprimento do tubo e da
velocidade. A expressão para o calculo da perda de carga pode ser vista na
forma:
𝐿𝑉 2 𝑓𝑉 2
∆ℎ = 𝑓 𝑜𝑢 𝐽 =
𝐷2𝑔 𝐷2𝑔
Onde:
J = Perda de carga unitária em m/m
V = Velocidade média do escoamento em m/s
D = Diâmetro do conduto em m
L = Comprimento do conduto em m
g = aceleração da gravidade = 9,8 m/s²
f = coeficiente de perda de carga (adimensional)

O fator de atrito depende da rugosidade e do numero de Reynolds. A


rugosidade absoluta das paredes da tubulação (ε, к), é tabelada em função da
natureza das paredes da tubulação e encontra-se na tabela em anexo no
material. O fator de atrito pode ser obtido por formulações como as
apresentadas abaixo de acordo com as características do escoamento ou
através do diagrama em anexo.
64
𝑓 =𝑅 Laminar
𝑒

9
1 2,51 𝜀
= −2 log ( + ) Turbulento
√𝑓 𝑅𝑒 √𝑓 3,71𝐷

1 2,51
= −2 log ( ) Turbulento liso
√𝑓 𝑅𝑒 √𝑓

1 𝜀
= −2 log (3,71𝐷) Turbulento rugoso
√𝑓

Fórmula de Hazen-Williams
A fórmula de Hazen-Willians possui o coeficiente C tabelado e tem
restrição a alguns materiais e fluidos, entretanto dá bons resultados
comparados a formula universal.

10,643𝑄1,85
ℎ𝑓 = 𝐿
𝐶 1,85 𝐷4,87

𝐽 = 10,643𝑄1,85 𝐶 −1,85 𝐷4,87


Onde:
C = coeficiente adimensional que depende da natureza das paredes da
tubulação;
Q = vazão do escoamento (m³/s)

A fórmula de Hazen-Willians pode ser expressa também nas formas:

𝑄 = 0,279𝐶𝐷2,63 𝐽0,54 𝑉 = 0,355𝐶𝐷0,63 𝐽0,54

Fórmula de Flamant
Formulação bastante limitada, encontrada na NBR 5626/98 de
instalações de água fria em forma de ábaco para o cálculo da perda de carga.
𝐷𝐽 4
= 𝑏 √(𝑉 7 /𝐷) ou 𝐽 = 4𝑏𝑉 1,75 𝐷−1,25
4

Obs: Verificar NBR 5626/98 que emprega esta formulação (ábaco) para o
cálculo da perda de carga.
Onde;
b = 0,00023 – Canos de ferro ou aço usados
b = 0,000185 – Canos de ferro e aço novos
b = 0,000140 – Canos de chumbo
b = 0,000130 – Canos de cobre
b = 0,000120 – Canos de plástico (pvc, etc)

Obs: Esta formulação é aplicável para diâmetros de 10 a 100 mm.


A norma da ABNT de instalações de água fria (NBR 5626/98) emprega
esta formulação nos cálculos da perda de carga na forma de ábacos.

Fórmula de Fair-Whipple-Hsiao
Em projetos de instalações de água fria ou quente, em que se
caracterizam por trechos curtos de tubulações, variação de diâmetros (em geral
menosres que 4’’) e presença de grande número de conexões, é usual a

10
utilização de uma fórmula empírica, na forma abaixo (esta fórmula é
recomendada pela ABNT para instalações de água fria):

Material: aço galvanizado novo conduzindo água fria

𝑄1,88
𝐽 = 0,002021 4,88
𝐷

Material: PVC rígido conduzindo água fria

𝑄1,75
𝐽 = 0,0008695
𝐷4,75
Onde:
Q – vazão em m³/s
D – diâmetro em m
J – perda de carga unitária m/m

5. PERDA DE CARGA LOCALIZADA


As perdas de cargas que ocorrem dentro das tubulações sob pressão
tem duas causas distintas: a 1ª é a parede dos tubos de trechos retos, que
causa uma perda de pressão distribuída ao longo do comprimento do tubo,
fazendo com que a pressão total vá diminuindo gradativamente ao longo do
comprimento e por isso é denominada de perda de carga distribuída; a 2ª
causa de perda de carga distribuída é constituída pelos acessórios que estão
ligados aos tubos e que tem diversas funções como na montagem dos tubos,
derivações e controle de fluxo do escoamento. Estes acessórios provocam
variações bruscas da velocidade, intensificando a perda de energia nos pontos
onde estão localizadas, sendo por isso chamada de perdas de carga
localizadas, singulares ou acidentais.

A expressão geral da perda de carga localizada é dada pela equação:

ℎ𝐿 = 𝐾𝐿 (𝑉 2 /2𝑔)

Onde, KL é o coeficiente de perda (tabela 1) em função da carga cinética.

Ressalta-se que o acessório tem sua perda de carga, em m.c.a,


calculada através de um coeficiente multiplicado pela carga cinética V²/2g.
Neste caso cada acessório tem um coeficiente de perda indicado pela letra KL
(tabela 1). A perda de carga total do sistema será dada pela somatória das
perdas dos acessórios mais a perda do tubo e é expressa como:

ℎ𝑇 = ℎ𝑓 + ℎ𝐿

Onde:

hT – perda de carga total

11
hf – perda de carga distribuída

Reescrevendo esta expressão, teremos a perda de carga total do


sistema em função da carga cinética, valida para um único diâmetro:

𝐿
ℎ𝑇 = (𝑓 + Σ𝐾𝐿 ) (𝑉 2 /2𝑔)
𝐷
Calcular a perda de carga localizada através da carga cinética em um
sistema é mais usual do que o método do comprimento equivalente, visto que,
KL não depende do tubo.

Tabela 1: Valores aproximados de K (perdas localizadas)

Fonte: Escola da Vida Engenharia

12
Figura 6: Válvula Borboleta; Registro de Gaveta; Comporta

Fonte: Autores.

O Método do Comprimento Equivalente

O método é definido como um comprimento de tubulação, le, que causa a


mesma perda de carga que o acessório. Então, os comprimentos equivalentes
dos acessórios presentes na tubulação são adicionados ao comprimento físico
da tubulação fornecendo um comprimento equivalente Le. Este comprimento
equivalente permite tratar o sistema de transporte de liquido como se fosse um
único conduto retilíneo. Nesta condição a perda de carga total só sistema pode
ser avaliada pela equação universal da perda de carga (Darcy-Weisbach),
substituindo-se em L o comprimento equivalente Le. Pode também ser
expresso pela relação, obtida igualando-se as perdas de carga distribuídas e
localizadas:

𝐿𝑒 𝐾
=
𝐷 𝑓

A tabela 2 a seguir mostra os comprimentos equivalentes para diversos


acessórios empregados nas canalizações expressos em metros (m).

13
Tabela 2: Comprimento equivalente expresso em metros.

Fonte: Escola da Vida Engenharia

14
ANEXOS

15
Fonte: Wikibooks

16
Fonte: Escola da vida

17
18
19
20
21
INSTALAÇÕES DE RECALQUE

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1. CLASSIFICAÇÃO DAS BOMBAS
As normas e especificações do Hydraulic Institute estabelecem quatro
classe de bombas.

a) Bombas Centrífugas
A energia fornecida ao fluido, nesse caso, é do tipo cinético, que é
convertida em energia potencial (de pressão). Essa energia pode ter origem
puramente centrífuga ou de arrasto, ou até mesmo uma combinação destas.
A movimentação do fluido ocorre pela ação de forças que se desenvolvem
na massa fluídica, em consequência do movimento rotacional de um eixo no
qual é acoplado um rotor (impulsor, impelidor). O rotor recebe o fluido pelo
centro e o expulsa para a periferia – com o auxílio de pás (palhetas, hélices) de
direcionamento. A entrada do líquido é chamada de sucção (Figura 6), onde a
pressão pode ser inferior à atmosfera (vácuo) ou superior a saída do liquido é
conhecida como recalque. A diferença de pressão na sucção e no recalque da
bomba é conhecida como altura manométrica total (Hman) que determina a
capacidade da bomba em transferir liquido, em função das pressões que
devera vencer, expressa em energia de pressão.

Figura 7: Bomba Centrífuga

Fonte: EBAH

b) Bombas Rotativas
Toda bomba que após uma rotação de seu eixo, desloca um volume um
volume fixo de produto, independente das condições de pressão na saída, o
que não é conseguido nas bombas centrifugas. Entretanto, no bombeamento
de líquidos pouco viscosos e a pressões elevadas, mesmo nas bombas de
deslocamento positivo, observa-se uma pequena redução na vazão por rotação

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do eixo, de aproximadamente 10%, São bombas que não admitem recirculação
interna, ou seja, sempre deslocam fluido da entrada para a saída. Estas
bombas caracterizam por trabalhar com baixas vazões e altas pressões e
podem ser utilizadas com fluidos mais espessos (maior viscosidade). Bombas
de deslocamento positivo se dividem em dois grupos: bombas alternativas e
bombas rotativas.

Figura 8: Bomba de engrenagens

Fonte: RZR Bombas Positivas

c) Êmbolo (ou pistão): São bombas estáticas-volumétricas ou de


deslocamento positivo e possui uma câmara em cujo interior o
movimento de um órgão propulsor comunica energia de pressão ao
liquido, provocando o seu deslocamento. Proporciona, então, condições
para que se realize o escoamento na tubulação de aspiração até a
bomba, e na tubulação de recalque até o ponto de utilização. A vazão é
proporcional à geometria da mesma e à sua velocidade.

Figura 9: Bomba de Êmbolo

Fonte: Centro de Informatica


Engenharia Eletrica - USP

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d) Poço fundo (tipo turbina)
A escolha do melhor sistema de bombeamento de um poço artesiano
depende da analise de vários fatores, onde se incluem: o diâmetro e a
profundidade do poço, a profundidade do nível de água e seu
rebaixamento, a capacidade e duração do bombeamento, a qualidade
da água, os custos iniciais e de manutenção, e a potência requerida.

Figura 10: Bombeamento de água em um poço com bomba tipo turbina.

Fonte: Todo Estudo

Classificação das bombas centrífugas

As bombas centrífugas são fabricadas nos mais variados modelos, podendo


a sua classificação ser feita segundo vários critérios.

1. Movimento do liquido
a) Sucção simples (rotor simples);
b) Dupla sucção (rotor de dupla admissão)

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c) Figura 11: Sucção simples e dupla sucção

Fonte: Apostila de bombas industriais - EBAH

2. Admissão do liquido
a) Radias (tipos volutas e turbina)
b) Diagonas (tipo Francis)
c) Helicoidal
Figura 12: Trajetória do fluxo dentro da bomba

Fonte: Escola da Vida

3. Numero de Rotores (ou de estágios)


a) Um estágio (um rotor)
b) Estágios múltiplos (dois ou mais rotores)

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Figura 13: Bombas de
múltiplos estágios

Fonte: Thebe

Figura 14: Corte de bombas


de múltiplos estágios

Fonte: Autores

4. Tipo de rotor
a) Rotor fechado
b) Rotor semi-fechado
c) Rotor aberto
d) Rotor a prova de entupimento (“non elog”)

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Figura 15: Rotor fechado, rotor semi-fechado e rotor aberto

Fonte: Ruite Pump

Figura 16: Modelo de Rotores

Fonte: Autores

Obs: Para as bombas com rotores fechados e semi-fechados são indicados os


líquidos sem substâncias em suspensão. As bombas As bombas com rotores

28
abertos são indicados os líquidos contendo pasta, areia, esgoto sanitário,
lamas.

5. Posição do eixo
A posição do eixo da bomba pode ser de três foormas: vertical, horizontal e
inclinado, para atender as mais diversas situações de sucção do líquido.

Figura 17: Bomba com eixo vertical; bomba com eixo horizontal.

Fonte: Excell
6. Pressão
Podem ser de:
a) Baixa pressão (Hman ≤ m);
b) Média pressão (Hman de 15m a 50m);
c) Alta pressão (Hman ≥ m).

2. CONCEITOS GERAIS:
Na seleção de bombas, torna-se necessário a definição de alguns conceitos
auxiliares:
a) Sucção: Toda a parte da instalação compreendida entre o ponto de
tomada do líquido e o ponto de entrada da bomba. Com isto teremos:
poço de sucção, tubulação de sucção, acidentes de sucção (curvas, tês,
registros, etc..).
b) Descarga ou recalque: toda a parte da instalação compreendida entre a
saída da bomba e o ponto de chegada do liquido. Com isto teremos:
poço de descarga tubulação de recalque, acidentes de recalque (curvas,
tês, registros, etc..).
c) Vazão: é o objetivo principal para a aplicação de uma bomba,
significando sempre a necessidade do usuário. Ao se definir vazão de

29
operação deve-se sempre indicar as variações que podem, seja para
mais ou seja menos; ambas devem ser analisadas durante a seleção da
bomba.
d) Perda de carga na tubulação: Perda de cargas nas tubulações: Perda de
carga é a altura equivalente, expressa em altura de liquido bombeado,
necessária para vencer as perdas de energia causadas pelo
escoamento do líquido através da tubulação.
A perda de carga (como já visto anteriormente) varia com:
- aproximadamente o quadrado da vazão;
- o tamanho, tipo e condições da tubulação;
- as características do liquido bombeado.

Figura 18: Esquema de uma instalação de recalque

Fonte: Bombas Centrifugas- EBAH

e) Altura manométrica total: Será sempre a altura estática total acrescida


de todas as perdas de carga (de tubulação e localizadas) existentes na
tubulação.
𝐻𝑚 = 𝐻𝑔 + 𝛴∆ℎ
Em outras palavras a altura manométrica ou altura de elevação é a
carga que a bomba deve fornecer para que o liquido seja transportado de R1
para R2.

3. ALTURAS ESTÁTICAS
a) Altura estática de sucção (Hs): é a distância vertical do nível do líquido
no poço de sucção (NAs) à linha do centro da bomba. Ela pode ser
positiva ou negativa, conforme o nível do liquido esteja acima ou abaixo
da linha central da bomba.
b) Altura estática de recalque (Hr): é a distância vertical da linha de
descarga, ou nível mais alto no tanque de descarga quando a
alimentação destes tanque é feito pelo fundo.

30
Figura 19: Esquema de tipos de sucção (positiva e negativa)

Fonte: Brantis (2016)

4. ALTURA GEOMÉTRICA (Hg): é a soma entre as alturas estáticas de


sucção e recalque.
- Sucção positiva: Hg = HR – HS
- Sucção negativa: Hg = HR + HS

5. ALTURA MANOMÉTRICA DE SUCÇÃO (Hms)


Hms = HS – ∆HS
Onde:
Hms = altura manométrica de sucção;
HS = altura estática de sucção;
∆HS = perdas localizadas e da tubulação existente na instalação de sucção.

Nota-se que Hs será negativo quando a bomba estiver acima da


superfície livre do liquido na sucção e será positivo quando a bomba estiver
abaixo.

6. ALTURA MANOMÉTRICA DE RECALQUE (Hmr)


Hmr = Hr – ∆Hr
Onde:
Hmr = altura manométrica de recalque;
Hr = altura estática de recalque;
∆Hr = perdas localizadas e da tubulação existente na instalação de recalque.

31
7. ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL OU ALTURA MANOMÉTRICA
(Hman)
Hman = Hman = Hg + ∆Hs + ∆Hr

Hman = Hg + ∑∆H
Onde:
Hman = altura manométrica total;
Hg = altura geométrica;
∑∆H = perdas de cargas totais existentes na instalação.

A altura manométrica total será sempre a altura estática total (altura


geométrica) acrescida de todas as perdas de carga (da tubulação e localizada)
existentes na instalação.

8. POTÊNCIA DOS CONJUNTOS ELEVATÓRIOS

O conjunto elevatório (bomba-motor) deverá vencer a diferença de nível


entre os dois pontos mais as perdas de carga em todo o percurso (perda por
atrito ao longo da canalização e perdas localizadas devido às peças especiais).

𝛾 ∗ 𝑄 ∗ 𝐻𝑚𝑎𝑛
𝑃 =
75𝑛
P = potência em HP ou CV
Y = peso especifico do liquido a ser elevado (água ou esgoto: 1000 kgf/m³)
Q = vazão ou descarga em m³/s
n = rendimento global do conjunto elevatório;
n = nmotor nbomba

9. POTÊNCIA INSTALADA
Calculo do rendimento do conjunto, acrescenta-se à potência encontrada
uma folga para o motor elétrico.

50% Para bombas até 2HP


30% Para bombas de 2 a 5 HP
20% Para bombas de 5 a 10 HP
25% Para bombas de 10 a 20 HP
10% Para bombas de 20 HP
Os motores elétricos brasileiros são normalmente fabricados com as
seguintes potências: HP 1/4, 1/3, 1/2, 3/4, 1, 1¹/², 2, 3, 5, 6, 7¹/², 10, 12, 15, 20,
25, 30, 35, 40, 45, 50, 60, 80, 100, 125,150, 200 e 250.
Para potências maiores os motores são fabricados sob encomenda.

32
10. RENDIMENTO DAS MAQUINAS
O rendimento das máquinas até certo ponto pode virar com a potência,
por motivos construtivos, sendo mais elevado para as grandes máquinas. Os
motores elétricos empregados por determinado fabricante de bombas, por
exemplo, acusaram em média os seguintes rendimentos.

Rendimento de motores elétricos


HP 1/2 3/4 1 11/2 2 3 5 10 20 30 50 100
ƞm(%) 64 67 72 73 75 77 81 84 86 87 88 90
Rendimento das bombas centrífugas

Q 5 7,5 10 15 20 25 30 40 50 100 200 (l/s)

ƞb(%) 52 61 66 68 71 75 80 84 85 87 88

11. DIMENSIONAMENTO ECONÔMICO DA TUBULAÇÃO


Empregam-se duas fórmulas para o dimensionamento do diâmetro da
tubulação de recalque que pode ser mediante a fórmula de Bresse e de
Forchheimer.

No caso de funcionamento continuo da bomba, ou seja, para


bombeamento de 24 horas, a fórmula de Bresse é a mais empregada e é
expressa por:

𝐷 = 𝑘√𝑄

Onde:

K – depende do custo do material, mão de obra, operação e manutenção do


sistema, local, tempo, etc. e seus valores estão entre 0,9 a 1,3 (valores
adotados para pré-dimensionamento).

D – é o diâmetro da linha de recalque em m

Q – vazão em m³/s

Mas, nem sempre há necessidades do sistema funcionar de forma


continua, para tanto recalca-se o volume necessário de reservação, para
consumo diário, em uma fração do dia. É o caso do abastecimento de um
prédio de apartamentos, em que o naporte de água para consumo é feito
durante certo número de horas por dia. Para estes casos, o dimensionamento

33
da tubulação de recalque é feita pela fórmula de Forchheimer e é representada
como:

𝐷 = 1,3∜𝑋√𝑄

Onde:

D – é o diâmetro da linha de recalque em m

Q – vazão em m³/s

X é a relação entre o número de horas de funcionamento diário do conjunto


elevatório em 24 horas.

O dimensionamento da linha de sucção é obtido a partir do diâmetro


comercial imediatamente superior ao da linha de recalque.

12. PONTO DE FUNCIONAMENTO


Curvatura Característica de uma Bomba

É a representação gráfica das funções que relacionam os diversos


parâmetros envolvidos em funcionamento de uma bomba. Esta curva é obtida
através de ensaios. Nos catálogos fornecidos pelos fabricantes de bombas, são
apresentados, em geral, três parâmetros em função da vazão: altura
manométrica, H = f(Q); potência necessária, Pot = f(Q) e rendimento ƞ = f(Q).
um exemplo de curva característica de bomba pode ser vista a seguir.

Figura 20: Curva característica de uma bomba

Fonte: César
Curva característica de uma instalação

Em uma instalação de elevação de água a perda de carga total entre os


extremos da tubulação pode ser escrito como:

34
∆ℎ = 𝛼𝑄²

Onde o coeficiente α substitui os parâmetros da tubulação e é uma constante


para aquela instalação. A soma de perda na tubulação com o desnível
geométrico a ser vencido fornece a pressão total a ser promovida para o
transporte da vazão pretendida. Essa pressão é denominada de pressão
manométrica e é representada na equação abaixo. Essa equação é
denominada de curva característica da canalização e indica a diferença de
pressão entre as extremidades da canalização em função da vazão.

𝐻𝑚𝑎𝑛 = 𝐻𝑔 + 𝛼𝑄²

Onde:

Hg é o desnível topográfico (altura geométrica) entre os reservatórios e


𝛼𝑄² englobam todas as perdas de carga, localizadas e distribuídas, nas
canalizações de sucção e recalque.

8𝑓𝐿𝑄 2
𝛴∆ℎ = 2 5 = 𝛼𝑄 2
𝜋 𝑔𝐷

Onde L = Ltubo + Lequiv

Figura 21: curva característica da tubulação

Fonte: Slide Player

A curva característica da tubulação permite determinar a vazão de


equilíbrio para uma determinada pressão motora.

Ponto de funcionamento

35
Normalmente a solução é obtida por via gráfica sobrepondo-se a curva
característica de instalação à curva característica da bomba. O ponto de
cruzamento é chamado de ponto de operação ou ponto de funcionamento.

Figura 22: Ponto de funcionamento de uma bomba

Fonte: Slide Player

13. ALTERAÇÃO NAS CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO


Azevedo Neto (1982) diz que os efeitos de alteração introduzidas nas
condições de funcionamento de uma bomba não devem ser avaliados
exclusivamente com base na expressão que permite determinar a sua
potência. É indispensavelmente o exame das curvas características que
indicam a variação do rendimento. As alterações na altura manométrica real de
uma bomba centrífuga trazem as seguintes consequências:

a) Aumentando-se a altura manométrica, a capacidade Q (vazão) e a


potência absorvida diminuem;
b) Reduzindo a altura manométrica, a descarga Q e a potência absorvida
elevam-se.

Desta forma, ao fechar o registro de saída de uma bomba centrífuga,


reduz-se a potência necessária para o seu funcionamento (aumento da perda
de carga e da altura manométrica). Por isso, recomenda-se o fechamento do
registro da canalização de recalque ao se dar partida a uma bomba centrífuga.

O aumento ou redução da velocidade (rpm – rotação por minuto) tem os


seguintes efeitos:

Q1/Q2 = rpm1/rpm 2

H1/H2 = (rpm1/rpm 2)²


36
Pot1/Pot2 = (rpm1/rpm 2)³

Efeitos sobre alteração em conjuntos elevatórios


O que acontece
Tipo de O que ocorre quando se reduz quando a altura
Bomba a altura manométrica manométrica é
aumentada
Consumo de
Vazão Consumo de Força Vazão
Força
Depende da
Depende da
Centrífuga Aumenta reduz velocidade
velocidade (rpm)
(rpm)
De êmbolo ou
nada Reduz nada aumenta
Diafragma

14. CAVITAÇÃO EM BOMBAS


O fenômeno
Quando um líquido em escoamentos, em uma determinada temperatura,
passa por uma região de baixa pressão, chegando a atingir o nível
correspondente à sua pressão de vapor, formam-se bolhas que provocam a
diminuição da massa específica do líquido. Esta brusca variação de pressão
provoca o colapso das bolhas por um processo de implosão. Este processo de
criação e colapso das bolhas é chamado de cavitação. O desaparecimento
destas bolhas ocorrendo junto à parede das tubulações ou rotores, provoca um
processo destrutivo de erosão do material. A cavitação, uma vez estabelecida
em uma instalação de recalque, acarreta queda, acarreta queda de rendimento
da bomba, ruídos, vibrações e erosão, o que pode levar até o colapso do
equipamento.
Figura 23: rotor danificado

Fonte: Process

NPHS (“Net Positive Suction Head”) disponível (NPHSd)

(Carga líquida na sucção em termpo de pressão absoluta)

37
É uma característica da instalação, definida como a energia que o
líquido possui em um ponto imediatamente antes do flange de sucção da
bomba, acima da sua pressão de vapor. É a disponibilidade de energia que faz
com que o líquido consiga alcançar as pás do rotor. O NPHSd pode ser
expresso pela seguinte equação:

𝑃𝑎 𝑃𝑣
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = − − 𝐻𝑠 − ∆ℎ𝑠
𝛾 𝛾

Onde:
𝑃𝑎 𝑃𝑎 760−0,081∗ℎ
– Pressão atmosférica local em m.c.a; ou = 13,6. ( )
𝛾 𝛾 1000

𝑃𝑣
- Pressão de vapor do líquido em m.c.a;
𝛾

𝐻𝑠 – altura estática de sucção;

∆ℎ𝑠 – somatório de toas as perdas de carda até a entrada da bomba.

Figura 24: altura estática (Z)

Fonte: Slide Player

Se a bomba estiver afogada, ou seja, se seu eixo estiver abaixo do nível


d’água do reservatório inferior, a expressão de NPSH disponível fica:

𝑃𝑎 𝑃𝑣
𝑁𝑃𝑆𝐻𝑑 = − + 𝐻𝑠 − ∆ℎ𝑠
𝛾 𝛾

38
Figura 25: Sucção negativa e sucção positiva (Hs)

Fonte: Slide Player

É uma característica da bomba, fornecida pelo fabricante, definida como


a energia requerida pelo liquido para chegar, a partir do flange de sucção e
vencendo as perdas de carga de dentro da bomba, ao ponto onde ganhará
energia e será recalcado. O NPSH requerido depende dos elementos de
projeto da bomba, diâmetro do rotor, rotação especifica, sendo em geral
fornecido pelo fabricante através de uma curva em função da vazão. Tal curva
pode ser visualizada na figura a seguir.

Figura 26: NPSH requerido (curva características)

Fonte: Slide Player

Condições de não cavitação

Para que não ocorra cavitação em bombas, a seguinte condição deve


ser satisfeita:

NPSHdisp > NPSHreq

39
Determinação da máxima altura estática de sucção

Impondo no caso limite que NPSHdisp = NPSHreq tem-se:

𝑃𝑎 𝑃𝑣
𝐻𝑚á𝑥 = − − 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑟𝑒𝑞 − ∆ℎ𝑠
𝛾 𝛾

Tabela 1
DADOS DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA PARA DETERMINAR ALTITUDES
LOCAIS
Altitude em
relação ao
0 150 300 450 600 750 1000 1250 1500 2000
mar
(metros)
Pressão
atmosférica 10,33 10,16 9,98 9,79 9,58 9,35 9,12 9,83 8,64 8,08
(mca)

Tabela 2
PRESSÃO DE VAPOR DA ÁGUA PARA DETERMINAR TEMPERATURAS
Temperatura
0 4 10 20 30 40 50 60 80 100
da água (°C)
Pressão de
Vapor da 0,062 0,083 0,125 0,239 0,433 0,753 1,258 2,31 4,831 10,33
água (mca)

Seleção de Bombas

Em geral a escolha é feita utilizando-se os catálogos dos fabricantes.


Para os principais tipos de bomba, fixada uma determinada rotação, os
catálogos apresentam os mosaicos de utilização, que são gráficos de altura
manométrica contra vazão, em uma determinada unidade (m³/h, l/s, m³/s), em
que é mostrada a faixa de utilização (H e Q) de cada tipo de bomba.

Cada bomba da série é referenciada no mosaico por um código com


dois números. O primeiro representa o diâmetro nominal do flange de recalque
(mm) e o segundo, o diâmetro nominal do rotor (mm).

40
Figura 27: Diagrama de escamas (mosaico, colinas)

Fonte: Escola da Vida

Figura 28: Curvas características para diversos diâmetros de rotor.

Fonte: Tec Concursos

41
Em geral, os fabricantes apresentam, para cada bomba da série, curvas
características para diversos diâmetros de rotor (na mesma carcaça da bomba
podem ser instalar rotores de diversos tamanhos).

Uma vez conhecida a vazão necessária e a altura manométrica, e


escolhida a velocidade de rotação, o mosaico permite a pré-seleção da bomba
pelo código. A escolha definitiva, com a determinação do diâmetro do rotor,
rendimento no ponto de funcionamento, potência necessária e outros dados de
interesse, é feita pela consulta, no catalogo, ao diagrama em colina relativo à
bomba pré-escolhida.

15. ASSOCIAÇÃO DE BOMBAS


As bombas podem ser associadas em paralelo e em serie.

Duas ou mais bombas em paralelo tem suas vazões somadas, para uma
mesma altura manométrica e duas ou mais em série tem as suas alturas
manométricas somadas para a mesma vazão. As associações em paralelo são
muito comuns quando se pretende ampliar uma estação elevatória ao longo do
tempo, acrescentando bombas.

A associação em serie é feita nos casos de altura manométrica muito


grande. Existe no mercado bombas com mais de um rotor dispostos em serie.
São as bombas de múltiplo estagio. Nas figuras a seguir apresentam-se alguns
exemplos de associação de bombas.

Figura 29: Três bombas de igual curva


características em paralelo.

Fonte: Grupo de Hidráulica

42
Figura 30: Duas bombas em
paralelo, curvas características diferentes.

Fonte: Slide Player

Figura 31: Duas bombas em


serie com igual curva características.

Fonte: Slide Player

43
REFERÊNCIAS
FIGURAS:
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http://agenciabelem.com.br/Noticia/164889/prefeitura-detalha-ao-tcm-
investimentos-feitos-em-acoes-de-macrodrenagem. Acesso: Ago/2018.
▪ BRANTIS, A.A.. site:
https://www.slideshare.net/AlexandreBrantis/palestra-brantis-solucoes-
sobre-bombas-industriais-seleo-e-aplicao. AcessoAgo/2018.
▪ Centro de Informática de Engenharia Elétrica USP. Site:
https://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5817712/LOQ4015/Bomba
s_ver2_4.pdf. Acesso: Ago/2018.
▪ César. Site: http://www.cesarnatal.com.br/bombas/npsh-e-
cavitacao.html. Acesso: ago/2018.
▪ EBAH. Site: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAg5dYAG/bac0-olds-
bac014-4o-relatorio-exp-reynolds-19-20-outubro-2015. Acesso:
Ago/2018.
▪ EBAH. Site: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAUwcAK/perda-
carga#. Acesso: Ago/2018.
▪ EBAH. Site: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe5uUAD/bomba-
centrifuga-alternada. Acesso: Ago/2018.
▪ EBAH. Site: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgjaUAD/apostila-
bombas-industriais?part=2. Acesso: Ago/2018.
▪ EBAH. Site: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfYdsAH/bombas-
centrifugas. Acesso: Ago/2018.
▪ Escola da Vida Engenharia. Site:
http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/aulasfei/cci.htm. Acesso:
Set/2018.
▪ Escola da Vida Engenharia. Site:
http://www.escoladavida.eng.br/mecflubasica/aula4_unidade6.htm.
Acesso: Set/2018.
▪ Escola da Vida Engenharia. Site:
http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/bomba_hidraulica.htm.
Acesso: Set/2018.
▪ Escola da Vida Engenharia. Site:
http://www.escoladavida.eng.br/mecfluquimica/aulasfei/escolha_da_bom
ba.htm. Acesso: Set/2018.
▪ Excell. Site: http://excellbombas.com.br/blog/bombas-centrifugas-imbil/.
Acesso: Ago/2018.
▪ Grupo Marcon. Site: http://www.grupomarcon.com/projetos-realizados/.
Acesso: Ago/2018.
▪ Grupo de Hidráulica. Site:
http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM120/APOSTILA_MH/2006-H1-
TEOR-21-MAQ-HIDRAULICAS-2-R0_CURVAS.pdf. Acesso: Ago/2018.

44
▪ Infoescola. Site: https://www.infoescola.com/mecanica-de-fluidos/tipos-
de-fluxos-e-escoamentos/. Acesso: Ago/2018.
▪ Process. Site:
https://www.process.vogel.de/index.cfm?pid=7513&pk=100446&fk=9415
7&type=article. Acesso: Ago/2018.
▪ Ruite Pump. Site: http://www.ruitepump.com/post/Slurry-Pump-Impeller-
Classification-and-Material. Acesso: Set/2018.
▪ RZR Bombas Positivas. Site: http://www.rzrbombas.com.br/bombas-de-
engrenagem/bomba-de-engrenagem-grw-2½/. Acesso: Ago/2018.
▪ Slide Player. Site: https://slideplayer.com.br/slide/361663/. Acesso:
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▪ Tec Concursos. Site:
https://www.tecconcursos.com.br/conteudo/questoes/269656. Acesso:
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▪ Thebe. Site: http://m.thebe.com.br/produtos/detalhes/-multi-estagio/p-1.
Acesso: Set/2018.
▪ Todo Estudo. Site: https://www.todoestudo.com.br/geografia/poco-
artesiano. Acesso: Ago/2018.
▪ Wikibooks. Site:
https://pt.wikibooks.org/wiki/Mec%C3%A2nica_dos_fluidos/C%C3%A1lc
ulo_da_perda_de_carga_em_tubula%C3%A7%C3%B5es. Acesso:
Ago/2018.

BÁSICAS:
▪ PORTO, R.M. Hidráulica Basica. São Carlos, S.P. ed., EESC-USP,
Projeto REENGE, 1999, 540p.
▪ NETTO, J.M.A. E ALVAREZ G.A., Manual de Hidráulica. São Paulo: Ed.
Edgar Blucher Ltda., 8ª ed., 1998.
▪ STREETER, V.L. & WYLIE, E.B., Mecânica dos Fluidos, São Paulo, 7ª
ed. McGraw-Hill do Brasil, 1980, 585 p.
▪ PIMENTA, C.F. Curso de Hidráulica Geral. Rio de Janeiro: Ed.
Guanabara Dois, 4ª ed., 1981.

COMPLEMENTAR
▪ GILES, R.V. Mecânica dos Fluidos e Hidráulica. Rio de Janeiro:
McGraw-Hill, s.d.
▪ NEVES, E.T. Curso de Hidráulica Porto Alegre: Ed. Globo, 7ª ed., 1982.

45
▪ MUNSON, B.R., YOUNG, D.F., OKIISHI, Fundamentos de Mecânica dos
fluidos, São Paulo; 2ª ed., Edgar Blucher Ltda, Vol. 2, 1997.
▪ KRIVCHENKO, G., Hydraulic Machines: Turbines and Pumps, Londor:
2ª ed. Lewis Publishers, 1994.

46

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