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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO


Departamento de Engenharia Civil

Profª Micaella Moura


RECIFE, 2014
ESCOAMENTO NOS ENCANAMENTOS E CONDUTOS
1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Os movimentos dos líquidos em geral e da água em particular classificam-se, de
acordo com as condições de contorno, em duas grandes categorias:

a) Condutos Livres:
Os condutos livres apresentam, em qualquer ponto da superfície livre, pressão
igual à atmosférica. Funcionam sempre por Gravidade. Executados com
declividades pré-estabelecidas, exigindo nivelamento cuidadoso.
Exemplos:
-Jatos provindos de orifícios, bocais e vertedores;
-Canais ou cursos de água naturais
-Calhas, canaletas e galerias.
-Sistemas de esgoto*
- Aquedutos
b) Condutos Forçados:
Considera –se forçado o conduto no qual o líquido escoa sob pressão diferente
da atmosfera. A canalização funciona, sempre, totalmente cheia e o conduto é
sempre fechado. Em geral de seção circular constante.

Exemplos:
Encamentos=~ Canalizações sob pressão
Canalizações de recalque e sucção
Sifões verdadeiros e invertidos
Colunas ou shafts
Canalizações de distribuição de água das cidades*
AQUEDUTO DA CARIOCA

* Projetado inicialmente com


o objetivo de trazer as águas
do Rio Carioca para a cidade.

* um meio de transportar a água da


fonte para o tratamento, tal como
canalização subterrânea, aquedutos
e/ou túneis, geralmente denominada
de adutora;
2. EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS: MOVIMENTOS
LAMINAR E TURBULENTO

1890- Osborne Reynolds procurou observar o comportamento dos líquidos em


escoamento. Para isso, empregou um dispositivo semelhante ao da Figura.
Reynolds concluiu após vários estudos que o melhor critério para
se determinar o Tipo de movimento em uma canalização não se
prende exclusivamente ao valor da velocidade, mas ao valor de
uma Expressão Sem Dimensões na qual se considera também a
viscosidade do líquido.
Fluxo em
regime
laminar

Fluxo em
regime
turbulento
Número de Reynolds
O número de Reynolds é um parâmetro que leva em conta a velocidade entre o
fluído que escoa e o material que o envolve, uma dimensão linear típica (diâmetro,
profundidade, etc), e a viscosidade cinemática do fluído.

Baseado em suas experiências Reynolds classificou o movimento em três classes da


seguinte forma:

- Re < 2000 movimento laminar (Geral óleo viscoso)


- 2000 ≤ Re ≤ 4000 movimento transição
- Re > 4000 movimento turbulento (Geral água)
Número de Reynolds
3 PERDAS DE CARGA: CONCEITO E NATUREZA
Nos fluidos em movimento, não se pode prescindir da viscosidade e seus efeitos. Parte da
energia é dissipada sob a forma de calor quando um líquido flui de um ponto para outro
em uma canalização. A soma das 3 cargas em 2 (Bernoulli) não se iguala à carga total em
1. A diferença hf= perda de carga.

•Resistência ao escoamento laminar: Viscosidade (inteiramente)


•Resistência ao escoamento turbulento: efeito combinado das forças devidas à
viscosidade e à inércia; depende das condições das paredes dos tubos.
3 PERDAS DE CARGA: CONCEITO E NATUREZA

I) Perda de carga ao longo das canalizações


São as ocasionadas pelo movimento da água na própria tubulação. Admite-se
que esta seja uniforme em qualquer trecho de uma canalização de dimensões
constantes, independente da posição da canalização.

II) Perdas localizadas, locais ou acidentais


São as perdas ocasionadas pelas peças especiais e demais singularidades de uma
instalação. Ex: curvas, registros, válvulas, cotovelos, etc. Estas perdas são
importantes nas canalizações curtas com peças especiais. Nas canalizações
longas, o seu valor é frequentemente desprezível.
Perda de carga unitária (J)

Por definição, perda de carga unitária é a razão entre a perda de carga


contínua ou total (hp) e o comprimento do conduto (L).

onde: hp é a perda de carga entre os pontos (1) e (2)


L é o comprimento do conduto entre (1) e (2)
4 FÓRMULAS MAIS USADAS PARA DETERMINAR A
PERDA DE CARGA AO LONGO DAS CANALIZAÇÕES

•Para o regime laminar (Re ≤ 2000)

Perda Independente do Material de que


é feita a canalização!
•Para o regime Turbulento
a) Fórmula de Hazen–Williams (mais usada no Brasil)
b) Fórmulas de Fair-Whipple-Hsiao (Recomendada para ≤ 50mm)
c) Fórmula de Darcy–Neisbach – Apresentação americana ou
Fórmula Universal.
Obs: As irregularidades na parede interna de um conduto provocam a sua
aspereza. Seja “e” a altura média dessas irregularidades.

Fórmula Geral para o Cálculo do ¨f¨


Recentemente, Swamee (1992) apresentou uma equação geral para o cálculo do fator de
atritoválida para os escoamentos; laminar, turbulento liso, de transição e turbulento
rugoso na forma:
d) Fórmula de Manning (1890)
Muito empregado nos Estados Unidos para cálculo de canais e condutos livres.
Exercício
01. Necessita-se transportar uma vazão de 10 l/s de uma captação
em um açude até uma lavoura de arroz irrigado por inundação, de
forma ininterrupta. Sabendo que estes dois pontos estão separados
por 150 m de distância (comprimento da canalização) e 30 m de
desnível e que para a condução da água será utilizada canalização
de p.v.c., cujo coeficiente de rugosidade C = 140, pergunta-se: Qual
o diâmetro dos tubos para transportar a vazão desejada? Utilize a
fórmula de Hazen-Williams. (R= 60 mm)

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