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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA 1
PROF. : PAULO ROBERTO PARAÍSO

EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS

ALUNOS:
BRIZA CARDOSO LOPES
FÁBIO SOUZA TONIOLO
PAULO HENRIQUE S. ALMEIDA
SANDRO EUGÊNIO DA SILVA

Turma 04

MARINGÁ, 14 DE AGOSTO DE 2003


SUMÁRIO:

RESUMO: ______________________________________________________________ 3
SUMÁRIO: _____________________________________________________________ 2
1. INTRODUÇÃO: _______________________________________________________ 4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: _________________________________________ 4
3. MATERIAIS E MÉTODOS: ______________________________________________ 6
3.1. Materiais utilizados: ________________________________________________________ 6
3.2. Procedimento Experimental: __________________________________________________ 7
4. RESULTADOS: ________________________________________________________ 7
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:_______________________________________ 10
6. CONCLUSÃO: ________________________________________________________ 10
7. SUGESTÕES: __________________________________ Erro! Indicador não definido.
8. BIBLIOGRAFIA: _____________________________________________________ 10

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RESUMO:

O objetivo deste experimento é visualizar o tipo de escoamento de um fluido por


um tubo, e através do número de Reynolds determinar o tipo de escoamento por meio da
vazão do fluido.
Com o experimento, as medidas de vazão foram realizadas através de um
sistema de tubos, e assim possibilitando o cálculo do número de Reynolds, confirmando
a visualização do tipo de escoamento, sendo este laminar ou turbulento.
No tubo sem deformação foi observado um escoamento laminar para pequenas
vazões e um escoamento turbulento para vazões maiores. No tubo com deformação, a
uma vazão baixa, foi observado um escoamento laminar antes do estrangulamento, e um
turbulento após o estrangulamento.

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1. OBJETIVO:

O experimento tem como objetivo observar a diferença entre um escoamento


laminar e turbulento, bem como determinar o número de Reynolds para o fluxo de água
em cada tipo de escoamento.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
A experiência de Reynolds demonstrou a existência de dois tipos de escoamento
que são classificados como regime laminar e regime turbulento. No regime laminar, a
estrutura de escoamento é caracterizada pelo movimento em lâminas ou camadas. As
camadas de fluidos deslizam umas sobre as outras sem que ocorra uma mistura
macroscópica e a velocidade, escoamento macroscópico, em regime estacionário, é
constante em qualquer ponto.[1]
A estrutura de escoamento no regime turbulenta é caracterizada pelo movimento
tridimensional aleatório das partículas do fluido, sobreposto ao movimento da corrente;
ou seja, irá ocorrer mistura das camadas dos fluidos que são ocasionadas pelos
turbilhões, e mesmo em regime estacionário a velocidade em um ponto oscila ao redor
de um valor médio. Quando a velocidade de um fluido que escoa em um tubo excede
certo valor crítico, o regime de escoamento passa de laminar para turbulento, exceto em
uma camada extremamente fina junto à parede do tubo, chamada camada limite, onde o
escoamento permanece laminar. Além da camada limite, onde o escoamento é
turbulento, o movimento do fluido é altamente irregular, caracterizado por vórtices
locais e um grande aumento na resistência ao escoamento. O regime de escoamento, se
laminar ou turbulento, é determinado pela seguinte quantidade adimensional, chamada
número de Reynolds, que pode ser considerado como um quociente entre as forças de
inércia e as forças de viscosidade, dada pela equação (1);

DV
Re = (1)

onde  é a densidade do fluido,  , seu coeficiente de viscosidade, [v], o módulo da sua
velocidade média de escoamento para frente e D, o diâmetro do tubo. Esta velocidade
média é definida como a velocidade uniforme em toda a seção reta do tubo que
Q
produziria a mesma vazão. A velocidade de um fluido em um tubo é v  , onde Q é a
A
vazão volumétrica do fluido e A é a área perpendicular ao escoamento. Entretanto,
Qm  Q. e assim a equação(2) fica:

Qm .D
Re  (2)
A.
onde Qm é a vazão mássica do fluido.

.D 2
2
m  D
Sendo Qm  e A  .   , obtêm-se a equação (3);
t 2 4

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4.m
Re 
 .t.D. (3)

Assim, através da massa m de um fluido, cuja viscosidade é , que escoa por um


tubo de diâmetro D em um intervalo de tempo t, pode-se chegar ao número de Reynolds
para o escoamento em questão.
O número de Reynolds é utilizado como parâmetro primário na determinação do
regime (laminar ou turbulento) de escoamentos internos como tubos, dutos, difusores,
contrações, válvulas e junções; Reynolds observou que a transição de escoamento
laminar para turbulento ocorre entre os números de Reynolds de 2000 a 3000. Embora
com grande cuidado se possa manter os escoamentos laminar, em um tubo, para Re até
100.000 , escoamentos de interesse para a engenharia possuem uma transição em torno
de Re~ 2300 e abaixo de deste pode existir apenas escoamento laminar , daí em diante
ocorre a transição e turbulência completa . Esse número de Reynolds (2300) é então
denominado número de Reynolds crítico.
Com a Lei de Stokes, vimos que a força resistiva sobre uma esfera que se move
em um fluido viscoso com uma velocidade não muito grande é proporcional ao módulo
desta velocidade. Por outro lado, a força resistiva sobre qualquer objeto sólido que se
move em um fluido viscoso com velocidades maiores é aproximadamente proporcional
ao módulo da velocidade ao quadrado. Reynolds, estudando a causa destas duas
diferentes leis de atrito nos fluidos, descobriu que a mudança da lei de primeira potência
para a de segunda potência não era gradual, mas sim, brusca, e ocorria, para qualquer
fluido dado e qualquer aparato de medida, sempre na mesma velocidade crítica.
Reynolds mostrou experimentalmente que esta mudança acontecia simultaneamente
com a mudança no regime do escoamento do fluido no aparato de medida, de laminar
para turbulento.[2]
O experimento (ver Fig.01), consistia em introduzir um fio de líquido colorido
no centro de um tubo através do qual o mesmo líquido, sem corante, escoava com uma
velocidade controlada. A baixas velocidades de escoamento, o fio de líquido colorido
permanecia reto e contínuo pelo comprimento do tubo e quando certa velocidade crítica
era atingida, a linha colorida era violentamente agitada e sua continuidade destruída por
curvas e vórtices, revelando assim fluxo turbulento. Exatamente nesta velocidade crítica
é que a lei de atrito no fluido passava de uma lei de primeira potência para uma de
segunda potência.

Fig. 01:-Experiência de Reynolds

É importante o conhecimento do regime de escoamento, pois como veremos no


decorrer do curso, as equações que descrevem o escoamento são completamente
diferentes para os dois tipos de escoamento.

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A quantidade de turbulência influi diretamente no dimensionamento de
tubulações, sendo usado no cálculo de perda de carga, ângulo de curva dos tubos,
escolha do tipo de válvulas e conexões, estimativas de rompimento e potência de
bombas. Medidores de escoamentos internos com redução de seção também incorporam
o número de Reynolds para aumentar a precisão.
Embora escoamentos internos de interesse para a Engenharia sejam turbulentos,
o escoamento laminar pode ser importante em certas aplicações, tais como lubrificação
ou processos químicos de escoamento.
Enquanto no escoamento laminar o desenvolvimento das equações é baseado em
métodos matemáticos exatos (tais como soluções analíticas de equações diferenciais),
para o caso do regime turbulento faz-se uso normalmente de métodos empíricos (tal
como a análise dimensional acoplada a dados experimentais), por ser um escoamento de
difícil descrição matemática (pela sua natureza aleatória).[3]

3. MATERIAIS E MÉTODOS:

3.1. Materiais:

 Tanque de vazão constante;


 Tubo transparente sem deformação;
 Tubo transparente com deformação;
 Seringa para injetar o traçador (corante);
 Bomba centrífuga;
 Reservatório;
 Válvula controladora de vazão;
 Tubos auxiliares;
 Derivação da controladora da bomba;

Na prática experimental utilizou-se dois tubos: um sem estrangulamento com


diâmetro interno aproximado de 6,0 mm e outro com diâmetro interno também de
aproximadamente 6 mm e com um estrangulamento de diâmetro interno aproximado de
3,0 mm.

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O sistema é constituído por uma bomba centrífuga responsável pelo
bombeamento de água para um reservatório. A bomba se liga ao reservatório por um
tubo que possui uma válvula para controlar a vazão na entrada do reservatório. O
reservatório possui uma divisão interna que serve para manter o nível de água no
reservatório constante, devolvendo assim o excedente de água para a bomba. O
reservatório ainda está conectado a mais dois tubos (o tubo sem deformação e o tubo
com deformação) pelos quais se observa o tipo de escoamento e calcula-se a vazão
líquida na saída. Utilizou-se uma seringa para injetar o corante, que auxiliou na
diferenciação do tipo de escoamento (laminar ou turbulento).

3.2. Procedimento Experimental:

3.2.1 Tubo sem estrangulamento:


Antes de tudo, verificou-se se as válvulas de saída estavam fechadas e a válvula
da bomba totalmente aberta, então colocou-se a unidade em operação. Em seguida
ajustou-se-se a válvula que se encontra na extremidade da tubulação para obter-se uma
baixa vazão (escoamento laminar). Com uma seringa injetou-se tinta na tubulação e
observou-se o comportamento da tinta ao longo do tubo. Coletou-se uma certa
quantidade de líquido na saída e cronometrou-se o tempo de coleta. Repetiu-se esta
operação para a mesma vazão. Repetiu-se o procedimento alterando a vazão para uma
vazão média (escoamento de transição) e para uma vazão alta (escoamento turbulento).

3.2.2 Tubo com estrangulamento:


Da mesma forma como o procedimento anterior, verificou-se se as válvulas de
saída estavam fechadas e a válvula da bomba totalmente aberta, então colocou-se a
unidade em operação. Em seguida repetiu-se o procedimento anterior mas apenas para
uma vazão baixa.

4. RESULTADOS:

Equações:
m
 Volume real: V  ; onde m é a massa de água coletada e  é a densidade

do fluido a 23ºC.

V
 Vazão volumétrica: Q  ; onde t é tempo em que mediu-se a vazão.
t
D 2
 Área: A  ; onde D é o diâmetro do tubo.
4
Q
 Velocidade de escoamento: v 
A

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vD
 Número de Reynolds: Re 

Dados:
D (diâmetro do tubo)= 6,00 mm = 6,0x10-3 m
d (diâmetro do tubo no estrangulamento)= 3,00mm = 3,0x10-3 m
T (temperatura) = 23ºC
H2O (densidade à 23ºC)= 997,538 kg/m³ = 0,997538 g/cm3
 H2O (viscosidade à 23ºC)= 0,9384x10-3 N.s/m2
A ( área do tubo sem estrangulamento) = 2,826x10-5 m2
A ( área do tubo com estrangulamento) = 7,065x10-6 m2

4.1 Tubo sem estrangulamento

A partir dos dados obtidos e calculados montou-se a tabela abaixo:

Tabela 1 – Dados para o tubo sem estrangulamento

Vazão Tipo de
Volume Tempo Vazão média Velocidade
volumétrica escoamento
(m3) (s) (m3/s) média (m/s)
(m3/s) observado
0,000157 20,50 7,659x10-6 Laminar
7,650x10-6 0,271
0,000161 21,07 7,641x10-6 Laminar

0,000162 15,93 1,017x10-5 Transição


1,0165x10-5 0,360
0,000159 15,65 1,016x10-5 Transição

0,000162 11,07 1,463x10-5 Turbulento


1,4645x10-5 0,518
0,000161 10,98 1,466x10-5 Turbulento

Demonstração dos dados calculados:

- Vazão volumétrica:
Q = Volume/tempo
Ex: Q = 0,000157/20,50 = 7,659x10-6 m3/s

- Vazão média:
Qmedia = (Q1 +Q2)/2
Ex: Qmedia = (7,659x10-6 +7,641x10-6)/2 = 7,650x10-6 m3/s

- Velocidade média:
v = Qmedia/A
Ex: v = 7,650x10-6/2,826x10-5 = 0,271 m/s

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Dessa forma, calculou-se o número de Reynolds

Tabela 1 - Número de Reynolds para escoamento em tubulação com


estrangulamento.

Massa de Volume real Tempo Vazão Velocidade Re Tipo de


água (m3) (s) volumétrica média de Escoamento
coletada (m3/s) escamento
(kg) (m/s)
-4 -6
0,03427 0,34354x10 20 1,7177x10 0,54676 1162,4 Laminar

0,12457 1,24870x10-4 20 6,2435x10-6 1,98736 4225,2 Turbulento


(transição)
0,22746 2,78140x10-4 10 27,814x10-6 8,85347 18822,8 Turbulento

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5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS:

Os dados obtidos no experimento pelas tabelas 1, 2 estão bons, pois os


resultados estão de acordo com as determinações do número de Reynolds na literatura.

Pela tabela 1, o valor para Reynolds no escoamento laminar foi menor que 2300,
que é o previsto para escoamento laminar. Para a vazão média, encontrou-se um valor
para Reynolds pouco acima de 2300, ou seja, um escoamento em transição entre laminar
e turbulento. Para a alta vazão encontrou-se Reynolds bem acima de 2300, o que é
coerente, pois notou-se experimentalmente um escoamento bem turbulento.

Analogamente pela tabela 2 tem-se um valor menor que 2300 para escoamento
laminar, um valor acima de 2300 para um escoamento em transição entre laminar e
turbulento e um valor bem acima de 2300 para escoamento turbulento.

No entanto, há várias fontes de erros como determinação do diâmetro, utilização


do cronômetro e propagação de erros.

6. CONCLUSÃO:

Através do experimento observou-se a diferença entre escoamento laminar e


turbulento em um tubo contínuo com e sem estrangulamento. Notou-se que no
estrangulamento um fluxo laminar passa para turbulento, pois, com a redução do
diâmetro houve um aumento da velocidade do fluido.

Também foi determinado o número de Reynolds para cada tipo de escoamento.


Os resultados obtidos estão condizentes com os valores encontrados na literatura.
Com isso, os objetivos do experimento foram alcançados.

8. BIBLIOGRAFIA:

 SISSON, L. E.; PITTS, D. R., Fenômenos de Transporte,Editora Guanabara Dois.

 BENETT, C. O.& MYERS, J. E., Fenômenos de Transporte – Quantidade de


Movimento, Calor e Massa; Editora Mc Graw-Hill do Barsil,São Paulo,1978.

 PERRY, R. H. & GREEN, D. W., Perry’s Chemical Engineers’Handbook, 7ª


Edition, McGraw-Hill International editions, 1998.

 STREETER, V. L. & WYLIE, E. B., Mecânica dos Fluidos, McGraw-Hill, 7ª ed.

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