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HIDRÁULICA E HIDROMETRIA

PROFº. MSC. ROBERTO MUNHOZ BUENO


CALENDÁRIO
Data Prazos Temas

20/08/21 Aula Introdução e Reynolds


27/08/21 Aula Reynolds e perda de carga
03/09/21 Aula Perda de carga e Tubulações
06/09/21 Entrega de notas dos trabalhos
10/09/21 Aula Tubulações Equivalentes
17/09/21 Aula Reservatórios
24/09/21 Aula Bombas e Motorbomba
27/09/21 Avaliação Oficial
01/10/21 Aula Escoamento em Superfícies Livres
08/10/21 Aula
15/10/21 Aula
22/10/21 Aula
29/10/21 Aula
05/11/21 Aula
08/11/21 Entrega de notas dos trabalhos
12/11/21 Aula
19/11/21 Aula
26/11/21 Semana da tecnologia
29/11/21 Avaliação Oficial
03/12/21 2 Chamada de exames
HIDRÁULICA E HIDROMETRIA

1. Escoamento em tubulações
• Regimes de escoamento
• Número de Reynolds e perda de carga
• Perdas de carga e cálculo de tubulações

2. Sistemas hidráulicos de tubulações e hidráulica de sistema de recalque


• Condutos equivalentes e tubulações em série em paralelo
• Bombas e reservatórios
• Sistemas de tubulações

3. Regimes de escoamento em canais


• Elementos geométricos dos canais
• Cálculo de canais em regime uniforme
• Perímetro molhado

4. Hidrometria
• Processos de medição de vazões
• Medidores
• Hidrometria aplicada
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Início do 2º Bimestre
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Escoamento em Superfícies Livres


Os condutos livres ou canais, a característica principal é a presença da pressão atmosférica atuando sobre a
superfície do líquido, em uma seção aberta, como nos canais de irrigação e drenagem, ou fechada, como nos
condutos de esgoto e galerias de água pluviais. Neste caso, o escoamento se processa necessariamente por
gravidade.

Os canais podem ser classificados como naturais, que são os cursos de água existentes na Natureza, como as
pequenas correntes, córregos, rios, estuários e etc., ou artificiais, de seção aberta ou fechada, construídos pelo
homem, como canais de irrigação, de navegação, aquedutos, galerias e etc.
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Escoamento em Superfícies Livres


Os canais podem ser ditos prismáticos se possuírem ao longo do comprimento seção reta e declividade de
fundo constantes; caso contrario, são ditos não prismáticos.

Os conceitos relativos às linhas de energia e piezométrica são utilizados nos canais de forma análoga aos
condutos forçados, observando que, devido à presença da pressão atmosférica, a linha piezométrica geralmente,
mas nem sempre, coincide com a linha de água. Nas aplicações mais comuns em que a linha de água coincide
𝑷
com a linha piezométrica, a carga de pressão do conduto forçado será substituído pela altura de água y na
𝜸

seção considerada.
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Escoamento em Superfícies Livres


Apesar da similaridade no tratamento analítico dos dois tipos de escoamento, cabe observar que existe muito
mais dificuldade de tratar os condutos livres do que os condutos forçados.

Primeiramente, considerando o aspecto relativo à rugosidade das paredes, para as tubulações usuais em
condutos forçados, se têm rugosidade bem caracterizadas, já que os tubos decorrem de produção industrial, e a
gama de variação deste material é pequena (ferro fundido, aço, concreto, PVC e etc).

O mesmo não ocorre com a rugosidade dos canais, em que, além dos tipos de materiais usados serem em maior
numero, é mais difícil a especificação do valor numérico da rugosidade em revestimentos sem controle de
qualidade industrial ou, mais difícil ainda, o caso dos canais naturais.
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Escoamento em Superfícies Livres


No que concerne ao estabelecimento dos parâmetros geométricos da seção (área, perímetro, altura de água), é
visível a maior dificuldade para os canais, pois enquanto os condutos forçados têm, basicamente, seções
circulares, os canais se apresentam nas mais variadas formas geométricas, além do que esses parâmetros
geométricos podem ainda variar no espaço e no tempo.

Do ponto de vista da responsabilidade técnica, os projetos em canais são mais preocupantes já que, se um erro
de 0,30 m no plano piezométrico de uma rede de distribuição de água não traz maiores consequências, uma
diferença de 0,30 m no nível de água em um projeto de sistema de esgoto ou galeria de águas pluviais pode ser
desastroso.
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Elementos Geométricos dos Canais


Tanto os canais prismáticos como nos não prismáticos, uma série de parâmetros é necessária para descrever
geometricamente a seção e as declividades de interesse.

Fonte: adaptada de Porto (2006, p. 222).


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Elementos Geométricos dos Canais


Os principais elementos geométricos são:

a. Área molhada (A) é a área da seção reta do escoamento, normal à direção do fluxo.

b. Perímetro molhado (P) é o comprimento da parte da fronteira sólida da seção do canal (fundo e paredes) em contato
com o liquido; a superfícies livre não faz parte do perímetro molhado.

c. Raio hidráulico (𝑹𝒉 ) é a relação entre a área molhada e o perímetro molhado.

d. Altura da água ou tirante de água (y) é a distância vertical do ponto mais baixo da seção do canal até a superfície
livre.

e. Altura de escoamento da seção (h) é a altura do escoamento medida perpendicularmente ao fundo do canal

f. Largura de topo (B) é a largura da seção do canal na superfície livre, função da forma geométrica da seção e da
altura de água.
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Elementos Geométricos dos Canais


Os principais elementos geométricos são:

g. Altura hidráulica ou altura média (𝑯𝒎 ) é a relação entre a área molhada e a largura da seção na superfície livre. É a altura
de um retângulo de área equivalente à área molhada.

𝑨
𝑯𝒎 =
𝑩

h. Declividade de fundo (𝑰𝟎 ) é a declividade longitudinal do canal. Em geral, as declividades dos canais são baixas, podendo ser
expressas por 𝐼0 = 𝑇𝑔 𝛼 ≅ 𝑠𝑒𝑛 𝛼.

i. Declividade piezométrica ou declividade da linha de água (𝑰𝒂 ).

j. Declividade da linha de energia (𝑰𝒇 ) é a variação da energia da corrente no sentido do escoamento.


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Tipos de escoamento
Os escoamentos nos canais podem ter por parâmetros de variabilidade o espaço e o tempo, isto é,
características hidráulicas como altura de água, área molhada, raio hidráulico podem variar no
espaço, de seção para seção, e no tempo.

• Como comparativo o tempo, os escoamentos podem ser permanentes e não permanentes ou


variáveis.

• Tomando como critério comparativo o espaço, os escoamentos podem ser uniformes e não
uniformes ou variados. O escoamento ou regime é uniforme desde que as velocidades locais
sejam paralelas entre si e constantes ao longo de uma mesma trajetória.

• As trajetórias são retilíneas e paralelas, a linha de água é paralela ao fundo, portanto a altura de
água é constante 𝑰𝟎 = 𝑰𝒂 = 𝑰𝒇
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Tipos de escoamento

O escoamento variado, por sua vez, é subdividido em gradualmente variado e rapidamente


variado.

• Gradualmente variado, os elementos característicos da corrente variam de forma lenta e gradual,


de seção para a seção.

• Rapidamente variado, ocorre uma variação brusca de altura de água e demais parâmetros.
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Tipos de escoamento

E.P.B.V.= escoamento permanente bruscamente variado


Fonte: adaptada de Porto (2006, p. 224).
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Tipos de escoamento
Ainda com base nas possíveis classificações do escoamento, assim como nos condutos forçados, há
a classificação do regime em laminar ou turbulento. O parâmetro utilizado continua sendo o número
de Reynolds, no entanto, com algumas alterações na fórmula e nos valores limites.

O diâmetro utilizado para esse cálculo em escoamentos


forçados é substituído pelo raio hidráulico, que será
apresentado ainda nesta seção. Os valores limites da
𝝆 .𝝂 .𝑫 𝝆 . 𝝂 . 𝑹𝒉 classificação para canais são os seguintes:
𝑹𝒆 = =
𝝁 𝝁
- Regime laminar: Re < 500.
- Regime de transição: 500 < Re < 2000.
- Regime turbulento: Re > 2000.
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Tipos de escoamento
Para escoamento livre, há outro número adimensional utilizado para classificá-los: o número de
Froude.

O número de Froude relaciona as forças inerciais com forças


gravitacionais, podendo ser tratado de forma análoga ao número de
𝝂 Reynolds:
𝑭𝒓 =
𝒈 . 𝑯𝒎
- Escoamento subcrítico ou fluvial: Fr < 1 (regime laminar).
- Escoamento crítico: Fr = 1 (regime de transição).
- Escoamento supercrítico ou torrencial: Fr > 1 (regime turbulento).
Em que:

v = velocidade média.
g = gravidade.
Hm = altura hidráulica.
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Distribuição de Velocidade
Apesar de tratar-se analiticamente da velocidade média do escoamento, deve-se ater ao fator que,
diferentemente dos condutos forçados, os canais não têm distribuição linear da velocidade na seção.
Isso ocorre pelo fato de ser um escoamento que tem contato direto com a atmosfera, sofrendo
influência das condições climáticas e atrito com o ar.

Outro ponto que contribui com isso são as irregularidades do canal, no caso de canais naturais.
Assim, considera-se que a velocidade aumenta desde a superfície até determinada profundidade, no
entanto, a partir desse ponto, há a redução dessa profundidade. Isso proporciona uma frente vertical
com tendência parabólica.
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Distribuição de Velocidade
Os cálculos são consideravelmente simplificados com a adoção do modelo Unidimensional, no qual
v(x), isto é, a velocidade pontual, só depende de uma coordenada geométrica ao longo do canal, e a
velocidade média na seção reta é a velocidade única e representativa.

Se o escoamento for bidimensional como em um canal retangular largo (B > 10y), no qual A= B . Y
e, portanto, dA = B . Dy, em que y é a distância do fundo do canal ao ponto de velocidade v.
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Distribuição de Velocidade

Distribuição da velocidade de determinada seção


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Distribuição de Velocidade

Distribuição da velocidade de determinada seção 1 𝑦


V= 0
𝜐 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦
𝑦

𝑉 3 𝑑𝐴
𝐴
𝛼=
𝑉3

𝑉 2 𝑑𝐴
𝐴
𝛽=
2
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Escoamento permanente e uniforme

Sabendo de todas as diferenças entre o escoamento forçado e o livre, pode-se imaginar que o
dimensionamento do conduto segue caminhos distintos.
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Escoamento permanente e uniforme

A fórmula de Chézy em que C é coeficiente de resistência ou coeficiente de rugosidade de


Chézy. Esta equação é indicada para os escoamentos turbulentos rugosos em canais.

𝝂=𝑪 𝑹 𝑯 . 𝑰𝟎

Está é a equação fundamental do escoamento permanente uniforme em canais, utilizando-se a


equação da continuidade, a fórmula de Chézy torna-se:

𝑸 = 𝝊 .𝑨 𝑸 = 𝑪 . 𝑨 . 𝑹 𝑯 . 𝑰𝟎
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Fórmula de Manning

Diferentes fórmulas de origem empíricas são propostas para o calculo do coeficiente C de


Chézy, ligando-o ao raio hidráulico de uma seção. Uma relação simples e atualmente a mais
empregada, foi proposta por Manning em 1889, através da análise de resultados experimentais
obtidos por ele e outros pesquisadores..

𝟏
𝟔 𝟐 𝟏
𝑹𝒉 𝟏
𝑪= 𝝊= 𝑹 𝒉 . 𝑰𝟎 𝟐
𝟑
𝒏 𝒏
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Fórmula de Manning

A junção destas duas fórmulas, vazão por Chézy e equação de Manning, resultou na equação
genérica para dimensionamento de canais

Q = vazão.
𝑛 .𝑄 2
3 Io = inclinação de fundo.
= 𝐴 . 𝑅ℎ A = área molhada.
𝐼0 Rh = raio hidráulico.

Em que: n = coeficiente relacionado ao revestimento do canal


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Escoamento permanente e uniforme

Após determinada a forma dos canais, a equação geral tomará forma específica
Para canais de seção trapezoidal, triangular, retangular ou quadrada, as formulas utilizadas são
as seguintes:
𝒃
𝑅𝑎𝑧ã𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑠𝑝𝑒𝑐𝑡𝑜 → 𝒎 =
𝒚

𝒙𝑯
𝐼𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑇𝑎𝑙𝑢𝑑𝑒 → 𝒁 = 𝒄𝒐𝒕𝒈 𝜶 =
𝒙𝑽

Em que xH é a medida proporcional na horizontal e xV é a medida proporcional na


vertical.
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Escoamento permanente e uniforme

Após determinada a forma dos canais, a equação geral tomará forma específica
Para canais de seção trapezoidal, triangular, retangular ou quadrada, as formulas utilizadas são
as seguintes:
𝑴
𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑀𝑎𝑛𝑛𝑖𝑛𝑔 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑐𝑡𝑎 → 𝒚 =
𝑲

Em que y e a altura do escoamento, M e o coeficiente dinâmico, K é o coeficiente de


forma.
𝒏.𝑸 𝟑
M=( ) 𝟖
𝑰𝟎
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Tabelas
Coeficientes n referentes ao revestimento do conduto
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Tabelas
Coeficientes n referentes ao revestimento do conduto
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Tabelas
Coeficientes K referentes a forma do conduto
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Tabelas
Coeficientes K referentes a forma do conduto
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Tabelas
Coeficientes K referentes a forma do conduto
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Tabelas
Coeficientes 𝐾1 referentes a forma do conduto circular
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Fórmulas de forma
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Fórmulas de Forma
𝑦
𝐴𝑛𝑔 𝜃 = 2 arccos (1 − 2 )
𝐷

(𝜃 − 𝑠𝑒𝑛 𝜃)
2
𝜃
𝐴=𝐷 𝐵 = 𝐷 . 𝑠𝑒𝑛 ( )
8 2

𝜃 𝑠𝑒𝑛 𝜃
(1 − cos( ) 𝐷 . (1 − )
𝑦=𝐷 2 𝑅ℎ = 𝜃
2 4

𝜃𝐷
𝑃𝑚 =
2
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Exercício 1

Determinado canal trapezoidal com taludes 2H:1V, declividade de fundo 𝐼0 = 0,001 m/m, revestimento dos
taludes e fundo em alvenaria de pedra argamassada em condições regulares (n = 0,025) conduz a vazão Q =
6 m³/s. Utilize uma razão de aspecto m = b/y = 4. Calcule a velocidade média.

𝑥𝐻 2
𝑍= = =2 Utiliza-se as tabelas; para Z=2 e m=4 o valor do coeficiente de forma (K) e 1,796.
𝑥𝑉 1

𝑛.𝑄 3 0,025 . 6 3
M=( ) 8 M=( ) 8 = 1,79
𝐼0 0,001

𝑀 1,79
𝑦= = = 0,996𝑚
𝐾 1,796
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Exercício 1

Determinado canal trapezoidal com taludes 2H:1V, declividade de fundo 𝐼0 = 0,001 m/m, revestimento dos
taludes e fundo em alvenaria de pedra argamassada em condições regulares (n = 0,025) conduz a vazão Q =
6 m³/s. Utilize uma razão de aspecto m = b/y = 4. Calcule a velocidade média.

𝑏
𝑚= = 4 ∴ 𝑏 = 0,996 𝑥 4 = 3,98 𝑚 𝑄 = 𝜐 .𝐴
𝑦

𝑄 6
𝐵 𝑜𝑢 𝑇 = 𝑏 + 2 . 𝑍 . 𝑦 → 2 . 2 . 0,996 + 3,98 = 7,96 𝑚 𝜐= → = 𝟏, 𝟎𝟐 𝒎/𝒔
𝐴 5,91

(𝐵 + 𝑏) (7,96 + 3,98)
𝐴= .𝑦 → . 0,996 = 5,95 𝑚²
2 2
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Exercício 2

Determinada galeria de águas pluviais é constituída de concreto (n=0,013), tem diâmetro de 90 cm e


declividade de fundo Io = 0,0035m/m. Sabendo que a galeria conduz a vazão de 850 L/s em regime
permanente e uniforme, pode-se determinar a altura da lâmina d’água.

𝑛.𝑄 3 0,013 . 0,865 3


M=( ) 8 M=( ) 8 = 0,5365
𝐼0 0,0035

𝑀 𝑀 0,5365
𝐷= ∴ 𝐾1 = = = 0,596 Utilizando as tabelas, para K1 = 0,596, altura relativa (y/D) é 0,68.
𝐾1 𝐷 0,9

𝑦
0,68 = ∴ 𝑦 = 0,68 . 0,9 = 𝟎, 𝟔𝟏 m
𝐷
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Exercício 3
As redes coletoras de esgoto e as galerias de águas pluviais também são escoamentos livres. O motivo é sua interligação
com a atmosfera, tendo, assim, a mesma pressão interna que nosso ambiente. Essas unidades, em geral, têm como força
motriz do escoamento a gravidade. A galeria de águas pluviais de determinada cidade é constituída de concreto (n = 0,013),
diâmetro de 80 cm e declividade de fundo 𝐼0 = 0,004 m/m. Sabendo que essa galeria conduz a vazão de 900 L/s em regime
permanente e uniforme, determine a altura da lâmina d’água.

𝑛.𝑄 3 0,013 . 0,9 3 0,01170 3 3


M=( ) 8 →( ) 8 →( ) 8 → 0,18499 8 → 0,531
𝐼0 0,004 0,0632

𝑀 𝑀 0,531 Utilizando as tabelas, para K1 = 0,664, altura relativa (y/D) é 0,99.


𝐷= ∴ 𝐾1 = = = 0,664
𝐾1 𝐷 0,8

𝑦
0,99 = ∴ 𝑦 = 0,99 . 0,8 = 𝟎, 𝟕𝟗 m
𝐷
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Exercício 4
Um canal de drenagem, em terra com vegetação rasteira nos taludes e fundo, com taludes 2,5H:1V, declividade de fundo I0
= 30 cm/km foi dimensionado para uma determinada vazão de projeto 𝑄0 , tendo-se chegado a uma seção com largura de
fundo b = 1,75 m e altura de água 𝑦0 = 1,40 m.

a) Qual a vazão de projeto?


b) Se o projeto deve ser refeito para uma vazão 𝑄1 = 6,0 m³/s e a seção é retangular, em concreto, qual será a altura de água
para uma largura de fundo igual ao dobro da anterior?.
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Exercício 4
Um canal de drenagem, em terra com vegetação rasteira nos taludes e fundo, com taludes 2,5H:1V, declividade de fundo I0
= 30 cm/km foi dimensionado para uma determinada vazão de projeto 𝑄0 , tendo-se chegado a uma seção com largura de
fundo b = 1,75 m e altura de água 𝑦0 = 1,40 m. a) Qual a vazão de projeto?

𝑏 1,75 𝑥𝐻 2,5
𝑚= → = 1,25 𝑍= = = 2,5 Utilizando as tabelas, para K = 1,423 altura relativa (y/D) é 1,25.
𝑦 1,40 𝑥𝑉 1

𝑛.𝑄 3
M=( ) 8 → 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑀 = 𝑦0 . 𝑘 ⟺ 𝑀 = 1,40 𝑥 1,423 = 1,9922
𝐼0

𝑛.𝑄 3 0,025 . 𝑄 3 3 3
M=( ) 8 → 1,9922 = ( ) 8 → 1,9922 = (1,4433 . 𝑄) 8 → 1,9922 = 1,1475 . 𝑄 8
𝐼0 0,0003

3 1,9922 3
8
𝑄 8 = →𝑄= 1,736 → 𝑸 = 𝟒, 𝟑𝟓 𝒎 𝟑 /𝒔
1,1475
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Exercício 4 – entrega 05/11


Um canal de drenagem, em terra com vegetação rasteira nos taludes e fundo, com taludes 2,5H:1V, declividade de fundo I0
= 30 cm/km foi dimensionado para uma determinada vazão de projeto 𝑄0 , tendo-se chegado a uma seção com largura de
fundo b = 1,75 m e altura de água 𝑦0 = 1,40 m. b) Se o projeto deve ser refeito para uma vazão 𝑸 𝟏 = 6,0 m³/s e a seção é
retangular, em concreto, qual será a altura de água para uma largura de fundo igual ao dobro da anterior?
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Exercício 5 – entrega 05/11


Em um projeto de um sistema de drenagem de águas pluviais, determinou-se que, para escoar uma vazão de 12 m³/s, era
necessária uma galeria retangular em concreto, rugosidade n = 0,018, declividade de fundo I0 = 0,0022 m/m, com 3,0 m de
largura, conforme a figura. Por imposição do cálculo estrutural, foi necessário dividir a seção em duas células de 1,5 m de
largura com um septo no meio. Verifique se esta nova concepção estrutural tem condições hidráulicas de escoar a vazão de
projeto, em condições de escoamento livre.
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Obrigado

E-mail: roberto.m.bueno@kroton.com.br

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