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UNIVERSIDADE SAVE

INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA CIVIL

HIDRÁULICA II
AULA 04

CONDUTOS LIVRES OU CANAIS (Movimento Uniforme)

ENG. EDSON COMAR


edsoncomar100@gmail.com
CONTACTO: 84/873663271
CONDUTOS LIVRES

São considerados Canais todos os condutos que


conduzem àguas com uma superficie livre, com
secção aberta ou fechada.
Os cursos de aguas naturais constituem o melhor
exemplo de condutos livres, além dos rios e
canais, funcionam como condutos livres os
colectores de esgotos, as galeiras de águas
pluviais, etc.
Os condutos livres estão sujeitos a pressão
atmosféria pelo menos em um ponto da sua
seccão de escoamento. Eles são denominados
canais e normalmente apresentam uma
superfície livre de água em contacto com a
atmosféra.
Casos Típicos de condutos livres

Tubulações de esgoto
Canais naturais Canais artificiais
e drenagem pluvial
Características dos Condutos Livres

Canais Naturais
A superfície livre pode variar no espaço e no
tempo, conseqüentemente os parâmetros
hidráulicos (profundidade, largura, declividade, etc.)
também podem variar;
Apresentam grande variabilidade na forma e
rugosidade das paredes.
Canais Artificiais

Canal prismático: a seção do conduto é constante


ao longo de toda a sua extensão.
Canais prismáticos reto: Escoamento permanente e
uniforme: características Hidráulicas constantes
ao longo do espaço e do tempo.
Parâmetros Geométricos da Secção
Transversal
Os parâmetros geométricos e hidráulicos, utilizados nos
cálculos hidráulicos, são dimensões características da
seção geométrica por onde flui o líquido.
Seção ou área molhada (A): seção
transversal perpendicular à direção de
escoamento que é ocupada pelo líquido.
Perímetro molhado (P): comprimento da
linha de contorno relativo ao contato do
líquido com o conduto.
Largura superficial (B): Largura da
superfície líquida em contato com a
atmosfera.
Profundidade (y): É a distância do ponto
mais profundo da seção do canal e a linha
da superfície livre.
Raio Hidráulico (Rh): É a razão entre a
área molhada e o perímetro molhado.
Profundidade hidráulica (yh): Razão
entre a área molhada (A) e a largura
superficial (B).
Parâmetros Característicos de Seções Usuais
Algumas seções transversais de canais artificiais
são geralmente utilizadas.
Exercicio 01

Sabendo que o z=4,0,


Secções retangulares e trapezoidais

Comuns em canais abertos


Os canais trapezoidais, sao preferidas algumas vezes por não
necessitar de estruturas rígidas para estabilizar taludes.

Podem precisar de mais espaço


nas laterais
Secção trapezoidal
Secção retangular

Secção circular
Secções triangulares

Canais de pequenas dimensões - sarjetas rodoviárias


e urbanas
Secções triangulares

Canais de pequenas dimensões - sarjetas rodoviárias


e urbanas
Seções com geometrias irregulares
Pode-se supor um conjunto de trapézios, triângulos ou
retângulos pequenos ou considerar como canais onde a largura
é muito maior que a profundidade.
Em canais fluviais naturais, trabalha-se com as chamadas
secçoes rectangulares largas que sao utilizadas para cursos de
agua de grandes larguras e pequenas profundidades, e supoe-
se que a profundidade e´despresivel em ralaçao a largura do
curso de agua.

Seções retangulares largas; Pode-se mostrar que:


A ≈ By P≈B e R≈y
Variação da Pressão na Seção Transversal

• Diferentemente dos condutos forçados, em que a pressão é


considerada constante na seção transversal do conduto, no
caso de escoamentos livres há grande variação da pressão
com a variação de profundidade.
• Considera-se que a distribuição de pressão na seção
obedece a Lei de Stevin (isto é pressão hidrostática).
Variação da Pressão na Seção Transversal

Na realidade a hipótese da distribuiçao hidrostatica de pressoes


ocorre apenas quando existem de aceleraçao no sentido
longitudinal, ou seja quando observam-se linhas de corrente
rectilineas, caracterizando o chamado escoamento paralelo.

Este fluxo a rigor ocorre apenas em situaçoes de escoamento


uniforme.
Para objectos praticos, pode se considerar tambem os
escoamentos gradualmente variados como sendo paralelos, ou
seja, assume se para eles uma distribuiçao hidrostatica de
pressoes.
Variação da Pressão na Seção Transversal
Nos escoamentos bruscamente variados, quando a curva das
linhas de corrente no sentido vertical é significativa, caracteriza-se
o escoamento Curvelineo, observando-se uma alteração na
distribuição hidrostatica de pressões.
Os escoamentos curvos, convergentes ou divergentes, observem-
se a presença de forças inercias, que correspondem as
acelerações tangeciais e normais que altera a distribuição de
pressões.
Variação da Pressão na Seção Transversal
Neste caso em perfis convexos existe uma redução de pressão
hidrostática. E nos perfis concavos um aumento ou sobepressão
adicional, por tando deve se introduzir correções nos valores da
pressão hidrostática.
Variação da Pressão na Seção Transversal
Neste caso em perfis convexos existe uma redução de pressão
hidrostática. E nos perfis concavos um aumento ou sobepressão
adicional, por tando deve se introduzir correções nos valores da
pressão hidrostática.

Um outro aspecto de deve ser considerado é o efeito da


declividade na distribuição de pressões. Com efeito para canais
com declividade, a distribuição de pressões afasta-se da hidrost
ática.
Esta presão é denominada pseudo-hidrostática e difere-se da
hidrostatica pelo factor
Variação da Pressão na Seção Transversal
Com o aumento da declividade o factor cresce, tornando a
diferença mais significativa.
Em canais com declividades inferiores a 0,1m/m a diferença seria
menor que 1%. Tornando portanto realista desrezar-se essa
correção no desenvolvimento de calculos praticos em hidraulica.
Variação da Pressão na Seção Transversal

a) Para I < 10% canais com b) Para I > 10% canais de


declividade reduzida grandes declividades
Considera-se pressão aproximadamente Deve-se levar em consideração o
igual a hidrostática ângulo de inclinação (pressão pseudo-
hidrostática)

PB   .h PB   .h. cos2 
Variação da Pressão na Seção Transversal
A figura a seguir, representa a distribuição de pressões em um
vertedor, evidenviando zonas de subpressão (crista),
sobrepressão (pé) e a distribuição da pseudo-hirostatica ao longo
da calha.
A subpressão que se observa na crista pode levar os valores de
pressão inferiores a pressão atmosferica conduzindo a problemas
de cavitação e consequentemente desgaste da estrutura. Da
mesma forma, valores elevados de sobrepressão.
Variação da Pressão na Seção Transversal
Variação de Velocidade
Variação de Velocidade
• A distribuição de velocidades não é uniforme na seção
transversal de condutos livres devido ao atrito do líquido com o
ar e com as paredes do conduto.
• As velocidades aumentam da margem para o centro e do
fundo para a superfície.
Linhas de Iguais Velocidades
Tipos de Movimento Uniforme
Classificação dos escoamentos livres
• O escoamento permanente gradualmente variado é designado
por regolfo e o seu perfil superficial por curva regolfo.
Equações básicas do escoamento livre

São caracterizados utilizando-se os mesmos princípios básicos


dos escoamentos em condutos:

-Eq. da Continuidade
-Eq. da Quantidade de movimento
-Eq. da Energia
Representação da linha de energia em canais
Exercicio 02
Energia de Controle Hidráulico
Energia de Controle Hidráulico
A energia correspondente a uma seção transversal (H) de um canal é dada
pela soma de três cargas: Cinética, Altimétrica e Piezométrica.
Energia Total

U2
H  Z  y 
2g

α - Coeficiente de Coriolis ~ 1.
1,0 < α < 1,1 – Esc. Turbulentos
1,03 < α < 1,36 – Esc. Livres
Energia Específica
• A energia específica (E) representa a energia medida a partir do fundo do
canal para uma dada vazão (Q).
Energia Específica

Q2
Logo : E  y 
2 gA2

Energia Potencial

Energia
Cinética
Energia de Controle Hidráulico
Considerando a área como uma função da profundidade, pode se
constatar que a energia especifica é uma funçao apenas de Y para uma
dada vazão.

Fixando-se uma vazão, pode se dizer que a energia espeficica é a


distancia vertical entre o fundo do canal e a linha de energia
correspondendo portanto a soma de duas parcelas, ambas funções de
y.
Energia de Controle Hidráulico

Constata-se que a energia epecifica não é uma função monotona


crescente com y.
Existe um valor minimo de energia que corresponde a uma certa
profundidade denominada profundidade critica, e a energia
correspondente denomina-se energia critica.
Para um dado valor de energia superior a energia critica existem dois
valores de profundidade yt e yf chamadas alternadas e os regimes sao
reciprocos.
Escoamento correspondente a yf denomina-se fluvial, superior,
tranquilo ou subcritico;
Escoamento correspondente a yt denomina-se inferior, rapido,
torrencial ou supercritico.
Diagrama de Energia Especifica
• Sendo sempre positiva e tendo duas assimptotas.
• A curva tem um mínimo, que corresponde à menor energia
específica com que o caudal Qo se pode escoar na secção
considerada.
• O regime do escoamento nestas condições diz-se crítico,
recebendo a mesma designação as grandezas características
neste regime: Altura crítica hc, velocidade crítica vc, energia
específica crítica Ec.
• Consoante a altura do escoamento é superior ou inferior à
altura crítica, e o escoamento diz-se lento ou rápido.
• Empregam-se ainda as designações equivalentes “fluvial e
torrencial” respectivamente. A energia específica cresce com
a altura líquida no regime lento e diminui no regime rápido.
Secção rectangular
Caso geral: Outras secções
Número de Froude
Exercicios
Exercicio 03

Uma galeria da avenida do trabalho, situada na


regiao da marginal, na cidade de Inhambane, foi
implantada em concreto moldado in situ, de forma
rectangular com largura da base de 4.50 m.
Sabendo-se que ela deverá funcionar com uma
profundidade de fluxo de 1.60 m e que a velocidade
média de escoamento prevista é de 3.20 m/s, pede-
se calcular a vazão transportada.
Exercicio 04

Calcular os parâmetros hidráulicos caracteristicos de


um canal trapezoidal de largura da base de 3.00 m,
taludes laterais com Z = 1.50 e profundidade de 2.60
m.
Calcular também a velocidade média de
escoamento, supondo que ele transporta uma vasão
de 60 m3/s nas condições do projeto.
Exercicio 05

A adutora do Sistema Rio Zambeze, implantada para


abastecimento de água da cidade de Tete, possui
um trecho em canal, com seção circular em concreto
liso, com diâmetro interno de 2.40 m, assentado com
declividade de 1%.
Determine a velocidade de escoamento para a
condição de funcionamento correspondente á meia
seção e vazão de 6 m3/s.
CONT……….
FÓRMULA DE CHÉZY
• A formula de Chézy, utilizando o coeficiente de
Manning é a mais utilizada, por ter sido
experimentada desde os canais de dimensões
pequenas até os grandes, com resultados
coerentes entre o projeto e a obra.

• São três os problemas hidraulicamente


determinados que para qualquer tipo de canal ,
ficam resolvidos com Chézy + Manning, sendo:
1. Dados n, A, RH e I, calcular Q;
2. Dados n, A, RH e Q, calcular I;
3. Dados Q e I calcular A e RH.
Secções fechadas
Para o escoamento uniforme num canal de
secção circular verifica-se que:
• O caudal máximo ocorre para h/D = 0.94
• O caudal escoado para h/D = 0.82 iguala o
caudal para secção cheia (h/D = 1.0)
• No dimensionamento de um canal de secção
circular aceita-se como máximo da relação h/D o
valor de 0.80
Secções fechadas
Para o escoamento uniforme num canal de
secção circular verifica-se que:
• O caudal máximo ocorre para h/D = 0.94
• O caudal escoado para h/D = 0.82 iguala o
caudal para secção cheia (h/D = 1.0)
• No dimensionamento de um canal de secção
circular aceita-se como máximo da relação h/D o
valor de 0.80
Energia de controle Hidraulico
Para o escoamento uniforme num canal de secção circular
verifica-se que:

• O caudal máximo ocorre para h/D = 0.94

• O caudal escoado para h/D = 0.82 iguala o caudal para


secção cheia (h/D = 1.0)

• No dimensionamento de um canal de secção circular aceita-


se como máximo da relação h/D o valor de 0.80

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