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Roteiro da 2ª aula prática – Transição horizontal, calhas medidoras de vazão, ressalto hidráulico e
remanso
Grupo de 5 pessoas. Data do envio: 13/06/2022 até às 23h59 Valor: 2,0 pontos
Nomes:
(b)
(a)
Figura 1. Variação das curvas de energia com a redução da largura do canal.
Se a largura da seção 2 for reduzida ainda mais, aumentando a vazão unitária, até que a reta (E1)
tangencie a curva da energia específica desenhada para a vazão (qc2), a altura d’água nesta seção será a altura
crítica, independente do tipo de escoamento na seção 1 ser fluvial (A – C), ou torrencial (A* – C). Trata-se,
portanto, de uma situação limite na qual a energia disponível em 1 ainda é suficiente para veicular a vazão.
1
Reduzindo-se ainda mais a largura em 2, conforme a Figura 1a, a reta (E1) não cortará a curva da energia
desenhada para q2 > qc2, portanto não há solução matemática para o problema físico, nas condições iniciais de
montante. Supondo que o escoamento em 1 seja fluvial, as perturbações originadas pela transição propagar-se-
ão para montante e a altura d’água deverá ajustar-se por si mesma, até que condições críticas sejam
produzidas na seção 2, seção de controle. Em outras palavras, haverá alterações nas condições de montante
pelo aparecimento de uma curva de remanso com a altura d’água na seção 1 aumentado para o valor (y1+),
ponto A+, até atingir uma energia, necessária para veicular a vazão unitária q2 > qc2 condizente com a largura
da seção 2, b+ < bc. Nesta situação, o escoamento passará de fluvial a montante da transição para crítico na
transição e, na sequência, para torrencial, retornando ao escoamento fluvial através de um ressalto hidráulico
se, a jusante, o canal for de fraca declividade. Desta forma, a condição limite de largura na seção 2, para que o
escoamento se processe sem que sejam alteradas as condições de montante, é que o escoamento na seção 2
seja crítico e não haja elevação da linha de energia a montante.
Se o escoamento na seção 1 for torrencial e a largura em 2 for menor que a largura limite. Haverá a
formação de um ressalto hidráulico a montante da transição e perda de energia que ocorre no ressalto torna
impossível analisar o problema usando somente a curva de energia específica (y x E).
Como a redução de largura em um canal retangular pode produzir uma seção na qual o escoamento é
crítico, seção de controle, desde que a largura contraída seja menor ou igual à largura limite, este fato é
utilizado para implantar em canais medidores de vazão genericamente chamados de medidores de regime
crítico. Entre estes medidores destacam a calha Parshall, utilizada em medições de vazão em estações de
tratamento de água e esgoto, e a calha Venturi, utilizada em sistemas de irrigação. Algumas calhas serão
discutidas a seguir.
1.2. Calha Venturi
Tais estruturas de medição têm convencionalmente uma entrada suavemente afunilada, uma seção
contraída (garganta) de paredes paralelas, um trecho divergente e em geral fundo plano, conforme Figura 2. A
contração lateral produz uma variação da velocidade e da profundidade ao longo da calha que podem ser
relacionadas para a determinação da vazão.
Nas calhas Venturi, as condições são tais que o escoamento permanece fluvial em toda a calha, sem
atingir a altura crítica, Figura 3.
"#(%! &%" )
𝑄 = 𝐶! 𝑦" 𝑏" & # $ Equação (1)
(&) " " *
#! $!
Se o escoamento é fluvial em toda a calha, se diz que ela está operando afogada e muitas vezes esta
situação é inevitável, por condicionamento de jusante ou vazão alta. Esta condição de funcionamento
necessita, para cálculo da vazão, de duas medidas de alturas d’água (y1) e (y2), de valores próximos, e com o
inconveniente que a superfície d’água na garganta tende a ser instável.
1.3. Calha de onda estacionária
Para que a calha se constitua em uma estrutura de medição conveniente e mais eficaz, é necessário
estabelecer uma seção de controle, isto é, uma relação direta entre a vazão e uma única altura d’água. Isto é
possível se o grau de contração na largura e a condições do escoamento são tais que a superfície livre passe
pela altura crítica, na garganta, conforme a Figura 4. Neste caso, após a seção crítica, o escoamento é
torrencial, com a formação de um ressalto hidráulico na saída da garganta, retornando ao regime fluvial a
jusante da transição. Esta é a forma de funcionamento para a qual normalmente se projeta uma calha
medidora, e o modo de operação é dito calha de onda estacionária. A relação entre a vazão veiculada e a altura
d’água no regime fluvial (y1), que se pode medir com boa precisão, é determinada, pela aplicação da equação
da energia. Se a velocidade de aproximação é baixa, a carga cinética pode ser desprezível, assim, (E1) é igual a
(y1).
1.4. Experimento
Objetivo
Determinar o tipo da calha medidora de vazão e observar o comportamento da água ao se ter uma
transição horizontal no canal.
Materiais utilizados
- Medidor de profundidade; - Calha medidora de vazão; - Rotâmetro.
Procedimento
Para determinada vazão lida no rotâmetro, obter a profundidade inicial no canal retangular. Em
seguida, para a mesma vazão, promover uma transição horizontal em uma seção do canal instalando uma
calha medidora de vazão. Medir as profundidades a montante, a jusante e na garganta.
3
I (m/m) y (mm) b1 (mm) b2 (mm) Q (L/min)
Inicial:
Montante:
53,75 27,40
Garganta:
Jusante:
Resultados
a) Para cada profundidade e sua respectiva largura do canal, complete a tabela abaixo.
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2.2. Descrição do ressalto
A Figura 5 mostra o aspecto habitual de um ressalto. Há uma diminuição da velocidade média do
escoamento, na direção do escoamento, com a presença de uma acentuada turbulência. Se a elevação da linha
d’água é pronunciada, observa-se sobre a superfície criada na parte ascensional do ressalto a formação de
rolos d’água de forma mais ou menos regular e posição relativamente estável. A agitação da massa d’água
favorece a penetração de ar no escoamento com o aparecimento de bolhas de ar. A turbulência criada no
interior do ressalto e o movimento dos rolos d’água produzem uma importante dissipação de energia.
O ressalto estacionário fica confinado entre duas seções, uma a montante, onde o escoamento é
torrencial, e outra a jusante, ode o escoamento é fluvial, nas quais a distribuição de pressão é hidrostática. As
alturas d’água destas seções, (y1) e (y2), são as alturas ou profundidades conjugadas do ressalto. A diferença,
y2 – y1 chama-se altura do ressalto e é um parâmetro importante na caracterização do ressalto como dissipador
de energia. A diferença de cotas na linha de energia ΔE chama-se perda de carga no ressalto.
Deve-se observar que o aspecto físico do ressalto varia de acordo com a velocidade na seção de
montante ou, mais precisamente, com o número de Froude nesta seção. Distinguem-se as diferentes formas de
um ressalto dependendo da elevação mais ou menos importante da superfície da água. A Figura 6 estabelece
uma classificação do tipo de ressalto em função do número de Froude na seção de montante.
Para canais retangulares, se a altura e a velocidade média de escoamento forem conhecidas em um dos
lados do ressalto, os correspondentes valores do outro lado podem ser determinados usando-se a Equação 3 ou
4.
Caso se conheça as condições de montante, seção 1, tem-se a Equação 3.
%" (
%!
= " ,-1 + 8𝐹𝑟(" − 13 Equação (3)
Se a perda de carga no ressalto por ser calculada a partir de uma expressão deduzida analiticamente, o
mesmo não se dá com o comprimento do ressalto, distância entre as seções em que ocorrem as alturas
conjugadas. A experiência tem mostrado que, para canais retangulares, o comprimento (Lr) de um ressalto
estacionário é bem definido e se situa normalmente entre 5 e 7 vezes o valor de sua altura (y2 – y1), como
apresentado na Equação 6, ou, segundo certos autores, o comprimento é da ordem de 6y2.
𝐿. = 6,9(𝑦" − 𝑦( ) Equação (6)
A Figura 7 apresenta o gráfico adimensional do comprimento do ressalto, em canais retangulares, em
função do número de Froude na entrada do ressalto.
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2.4. Experimento: Estudo de um ressalto hidráulico causado por uma comporta.
Objetivo
Observar o fenômeno do ressalto hidráulico em um canal retangular, classificar esse ressalto,
determinar as alturas conjugadas e a perda de carga no ressalto.
Materiais utilizados
- Medidor de profundidade; - Comporta; - Calha medidora de vazão;
- Rotâmetro.
Procedimento
Para determinada vazão ajustada pelo registro da bomba centrífuga e lida no rotâmetro, efetuar
medida para a profundidade (y1) da altura d’água na região de escoamento torrencial.
Resultados
a) Complete a tabela abaixo, determinando o tipo de ressalto, a altura conjugada, a altura do ressalto, as
energias específicas a montante e a jusante do ressalto e a perda de carga.
Altura do
q (m3/s.m) Fr1 Classificação y2 (m) E (m) ΔE (m)
ressalto (m)
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Seja TB uma barragem acima da qual as águas se sobre-elevam até N, vertendo para jusante.
Conhecendo-se a vazão das águas e aplicando-se a fórmula dos vertedores, pode-se determinar a altura BN,
isto é a posição de N (Figura 8).
y z0
Sendo: 𝑧4 = 𝑇𝐵 + 𝑁𝐵 − 𝑦
A experiência tem mostrado que, para os cursos de água de pequena declividade, a sobre-elevação das
águas a montante (remanso) deixa de ser apreciável acima de um ponto F, situado na mesma horizontal que
passa pelo ponto E, calculado pela Equação 9.
"1&
𝐸𝐹 = 2
Equação (9)
Procedimento
Para determinada vazão ajustada pelo registro da bomba centrífuga e lida no rotâmetro, efetuar
medidas para determinação da curva de remanso.
53,75 25,00
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Resultados
a) Efeitos do remanso
b) Curva do remanso. Faça um gráfico representando os dados da tabela acima. Use valores de L
variando de 0 a 30 m.
z (m) L (m)