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Escola de Engenharia

Departamento de Recursos Hídricos


GRS 142 – Condutos Livres e Estruturas Hidráulicas
Estruturas Hidráulicas: Condução de Água

Prof. Luiz Fernando Coutinho de Oliveira


Objetivos e tipos de estruturas hidráulicas de condução em escoamento livre

 Canais: condução de água, navegação, escada de peixes, etc.

Pontes: transposição de recursos hídricos por obras viárias

Borda livre
Obtenção da vazão de pico

Borda livre = cota da cheia – cota da viga da ponte


Rio não navegável
Rio navegável

Borda livre = cota da cheia + altura das embarcações – cota da viga da ponte
Perda de carga na contração e expansão promovida pela construção da ponte
 Sifão invertido: usado na transposição de obstáculos como córregos, rios,
galerias de águas pluviais, adutoras, linhas de metrô, galerias de cabos elétricos ou
de comunicação, etc.
Dimensionamento
 Escoamento por gravidade em conduto forçado;
 Mínimo duas tubulações;
 Garantir uma condição de autolimpeza, pelo menos 1 vez ao dia;
 Vmínima = 0,6 m/s para Qmédia ou Vmínima = 0,9 m/s para Qmáxima;
 Vmáxima = 3 a 4 m/s;
 Diâmetro mínimo = 150 mm;
 Ventilação: tubulação Dsifão/10 até Dsifão/2.
 Bueiros: obras destinadas a permitir a passagem livre das águas que acorrem as
vias públicas, ferrovias, pistas de aviação, etc. (transposicão de talvegue).
Partes constituintes aletas
laterais

corpo boca

Objetivos das aletas: promover a transição entre o curso d´água e o bueiro, proteger o
aterro nas imediações do bueiro contra possíveis erosões, reduzir a perda de carga.
 Facilitar o emboque e o desague das águas;
 Evitar erosão e proteger a saia do aterro;
 Reduzir as perdas de carga no emboque e desague do bueiro.
Muros de entrada e saída

Grades de proteção

Espaçamentos entre barras = D/3


Classificação dos bueiros
Circular Celulares(retangular, quadrado) Ovóide

Bueiros: número de linhas

Bueiros: materiais
Concreto simples e armado PEAD Metálico
Terminologia
 BSTC - bueiro simples tubular de concreto;
 BDTC - bueiro duplo tubular de concreto;
 BTTC - bueiro triplo tubular de concreto;
 BSCC - bueiro simples celular de concreto;
 BDCC - bueiro duplo celular de concreto;
 BTCC - bueiro triplo celular de concreto;
 BSTM - bueiro simples tubular metálico;
 BDTM - bueiro duplo tubular metálico;
 BTTM - bueiro triplo tubular metálico.
Bueiros: encosidade
Normais: quando o eixo do bueiro coincidir com a normal ao eixo do aterro
Bueiros: encosidade
Esconsos: quando o eixo longitudinal do bueiro fizer um ângulo diferente de zero com a
normal ao eixo da rodovia.
Considerações sobre o projeto de bueiros
1) Vazão de projeto é, normalmente, aquela esperada para um determinado período de
retorno, sem causar afogamento na entrada.
Deve-se verificar se o bueiro é capaz de dar escoamento a vazões maiores (maiores
períodos de retorno), mas com afogamento da entrada.
2) Para a declividade da linha de energia com o bueiro trabalhando a seção plena
(declividade neutra), a altura d’água dentro do bueiro coincide com a geratriz superior
do bueiro). Portanto se:
 a declividade calculada pela equação de Manning for maior que a declividade neutra,
o bueiro funciona como conduto livre;
 caso contrário, o bueiro funcionará como conduto forçado.

3) Para obras novas, usualmente emprega-se a hipótese de funcionamento como canal


(sem carga hidráulica de montante ou, em casos especiais, com carga limitada a 20% da
dimensão vertical da obra).
4) Para obras já existentes:

 A carga a montante poderá ser superior o diâmetro do bueiro, desde que atenda à
altura máxima não supere a altura do aterro;
 Na prática: limitação de carga hidráulica correspondente a 2Dbueiro.

Altura do
Carga hidráulica aterro
de montante

5) Declividade tubulares: 1,5 a 2,0% e Celulares: 0,5 a 1,0%

6) Diâmetros mínimos para bueiros em greide e aterro: 600 mm e em talvegue: 800 mm


6) Velocidades permissível de escoamento

 Concreto: máximo de 4,5 m/s;


 Metálicos: máximo de 6,0 m/s;
 Verificar sempre a compatibilidade da velocidade com o terreno a jusante, prevendo, se
necessário, obras para dissipação de energia (dissipadores com blocos, de impacto ou
enrocamento).
Quando a capacidade do bueiro ou o nível de
água na saída são preponderantes no
escoamento da vazão;

O escoamento no bueiro é supercrítico (i > ic);


Controle de entrada

 No caso de não afogamento à jusante, tem-se


dentro da galeria um escoamento gradualmente
variado (casos 1 e 3);

 Pode ocorrer afogamento à jusante, o que


não interfere na vazão admita pelo bueiro, com a
formação de ressalto hidráulico dento da galeria
(casos 2 e 4);

 Nos casos 1 e 2, os bueiros funcionam como


condutos livres (Equação de Manning);

 Nos casos 3 e 4, os bueiros funcionam como


orifícios (Equação dos orifícios).
Capacidade do bueiro é maior que a vazão de
entrada;

O escoamento no bueiro é subcrítico (i < ic);

 No caso da vazão de entrada for inferior à


capacidade do bueiro, não ocorrerá afogamento
à jusante, tem-se dentro da galeria um
escoamento gradualmente variado (caso 5);

 Pode ocorrer afogamento à jusante, quando a


vazão de entrada exceder a capacidade do
bueiro e o escoamento se dará com seção plena
(casos 6 e 7);

 No caso 5, o bueiros funciona como conduto


livre (Equação de Manning);

 Nos casos 6 e 7, os bueiros funcionam como


condutos forçados (Equações de Darcy, Hazen-
Williams, etc).
Hidráulica de bueiros
Bueiros funcionando como canal

HJ > yc HJ < yc

Condições de não submergência: Qafluente≤ Qadmissível; Hm < 1,2D

Se i < Ic: subcrítico com controle de jusante.


Se i ≥ Ic: supercrítico com controle de montante.

Bueiros tubulares: Bueiros celulares:


Profundidade do escoamento: Y/D = 0,8 (tubulares) ou Y/H = 0,8 (celulares)

Bueiros tubulares:

Bueiros celulares:

A situação de escoamento subcrítico em que HJ > yc, o escoamento ao longo do bueiro


poderá sofrer influências do nível de jusante (Escoamento Gradualmente Variado)
No dimensionamento de bueiros em regime supercrítico, a vazão admissível deve ser
limitada pela vazão do regime crítico.

Bueiros tubulares:

Bueiros celulares:

Bueiros funcionando como orifícios

 A vazão afluente supera a vazão admissível para funcionamento como canal;


 Há acúmulo de água na entrada do bueiro;
 NA de montante aumenta até que a carga possibilite o transporte da vazão

Para entrada afogada, deve-se determinar a altura de carga correspondente à vazão


afluente para uma certa dimensão do bueiro.
h = profundidade de montante (Hm)

A = seção transversal do bueiro

Cd = 0,77 e 0,55 (geralmente adotado 0,63 para tubulares e celulares)


Para o caso em que a saída do bueiro não está afogada mas o mesmo trabalha com seção
plena, o bueiros funciona como um conduto forçado, em que H = D.

Bueiros funcionando como condutos forçados

Quando os NA’s de montante e jusante superam o diâmetro ou altura do bueiro, o mesmo


encontra-se afogado.
Teorema de Bernoulli

Devido à submersão, as cargas cinéticas podem ser desprezadas.

ks = 0,3 a 1,0 (usualmente adota-se 1,0)

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