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DISCIPLINA: HIDROLOGIA APLICADA

BACIA HIDROGRÁFICA

SUYMARA TOLEDO MIRANDA


CONCEITO – BACIA HIDROGRÁFICA

“É uma área de captação natural da


água da precipitação que faz
convergir os escoamentos para um
único ponto de saída, seu exutório”
(Tucci,2009).
CONCEITO – BACIA HIDROGRÁFICA
DIVISORES - INDIVIDUALIZAÇÃO DA BACIA DE DRENAGEM

 A bacia é delimitada por dois tipos de divisores de água: topográfico ou


superficial e freático ou subterrâneo
DIVISORES - INDIVIDUALIZAÇÃO DA BACIA DE DRENAGEM

 O divisor topográfico, condicionado pela topografia, fixa a área da


qual provém o deflúvio superficial da bacia.

 O divisor freático estabelece os limites dos reservatórios de


água subterrânea de onde é derivado o deflúvio básico da bacia.
DIVISORES - INDIVIDUALIZAÇÃO DA BACIA DE DRENAGEM

http://professoralexeinowatzki.webnode.com.br/hidrologia/bacias-hidrograficas/
DIVISORES - INDIVIDUALIZAÇÃO DA BACIA DE DRENAGEM

Figura - Limite do município de Barbacena


Fonte: https://periodicos.unb.br/index.php/espacoegeografia/article/view/40268/31312
DIVISORES - INDIVIDUALIZAÇÃO DA BACIA DE DRENAGEM
REGIÕES HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS

 Conselho
Nacional de
Recursos
hídricos –
CNRH - Res. nº
32 –15/10/2003

http://www.ceivap.org.br/ligislacao/Resolucoes-CNRH/Resolucao-CNRH%2032.pdf
BACIAS HIDROGRÁFICAS

Figura - Município de Barbacena está localizado em duas grandes bacias hidrográficas, a do Rio Grande e a do Rio
Paraíba do Sul

Fonte: https://periodicos.unb.br/index.php/espacoegeografia/article/view/40268/31312
BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS

http://comites.igam.mg.gov.br/comites-estaduais-mg/gd2-cbh-vertentes-do-rio-grande
CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA

 Em relação à constância do escoamento:

 PERENES;

 INTERMITENTES;

 EFÊMEROS.
CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D’ÁGUA

 PERENE: Estes cursos d'água contém água durante todo o


tempo, o lençol subterrâneo mantém uma alimentação contínua
e não desce nunca abaixo do leito do curso d'água, mesmo
durante as secas mais severas.
 INTERMITENTE: Estes cursos d'água, em geral, escoam durante
as estações de chuvas e secam nas de estiagem. Durante as
estações chuvosas, transportam todos os tipos de deflúvio, pois
o lençol d'água subterrâneo conserva-se acima do leito fluvial.
 EFÊMERO: Estes cursos d'água existem apenas durante ou
imediatamente após os períodos de precipitação e só
transportam escoamento superficial.
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA BACIA
HIDROGRÁFICA

 Dados fisiográficos de uma bacia hidrográfica são todos aqueles


dados que podem ser extraídos de mapas, fotografias aéreas e
imagens de satélites.
 Área de drenagem
 Forma da Bacia
 Sistema de drenagem
 Características do Relevo
 Características Geológicas
 Características Agro-Climáticas da Bacia
ÁREA DE DRENAGEM

 É a área plana (projeção horizontal) inclusa entre os divisores


topográficos (km² );
 Determinação da área: a) planimetragem direta de mapas; b)
cálculos matemáticos de mapas arquivados eletronicamente
através do SIG.
 Potencialidade hídrica da bacia;
V=A x h
 V = volume captado;
 h = altura da precipitação;
 A = área de drenagem
FORMA DA BACIA

 Tempo de Concentração: tempo que leva a água para


percorrer a distância entre o ponto mais remoto da área e o
ponto de deságue.
FORMA DA BACIA

 Tempo de Concentração: tempo que leva a água para


percorrer a distância entre o ponto mais remoto da área e o
ponto de deságue.

https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522116355/pageid/187
FORMA DA BACIA

 Coeficiente de compacidade - é a relação entre o


perímetro de uma bacia hidrográfica e a circunferência de
círculo de área igual à da bacia

P
Kc = 0,28×
A

 Duas bacias de mesma área:


 Kc = 1 (bacia circular), maior tendência para enchentes
 Kc > 1 (bacia irregular), menor tendência para enchentes
FORMA DA BACIA

 Fator de Forma (Kf)- é a relação entre a área da bacia e o


quadrado de seu comprimento axial.

A = área da bacia (Km²)


L = comprimento axial

 Duas bacias de mesma área:


 Kf alto: maior tendência para enchentes
 Kf baixo: menor tendência para enchentes
EXERCÍCIOS
 Analise as duas situações abaixo:
 Bacia A
 Área = 11200 há
 Perímetro = 70 km
 Comprimento do curso mais longo= 20 km

 Bacia B
 Área = 11200 há
 Perímetro = 50 km
 Comprimento do curso mais longo= 11 km

 Em qual bacia teremos maior probabilidade de ocorrência de picos de enchentes?


SISTEMA DE DRENAGEM

 Ordem dos Cursos d’água


 Reflete o grau de ramificação da rede de drenagem de uma
bacia.
 pode ser utilizada para descrever a linha de drenagem e dividir
a rede de drenagem em partes que podem ser quantificadas e
comparadas

 Critérios mais utilizados:


 Horton(1945)
 Strahler(1957)
 Shreve (1966; 1967)
SISTEMA DE DRENAGEM

 Strahler

 Canais de 1ª ordem: todos os canais que não possuem tributários;

 Canais de 2ª ordem: se originam da confluência de dois canais de


1ª ordem, podendo ter afluentes de 1ª ordem;

 Canais de 3ª ordem são formadas pela junção de 2 canais de 2ª


ordem e assim sucessivamente.
SISTEMA DE DRENAGEM

 Strahler

http://www.dpi.inpe.br/cursos/tutoriais/modelagem/cap2_modelos_hidrologicos.pdf
SISTEMA DE DRENAGEM

 Shreve
 As magnitudes são somadas todas as vezes que há a junção de
duas linhas de drenagem;
 Exemplo - quando 2 linhas de 2ª ordem se unem, o trecho a
jusante recebe a designação de 4ª ordem.
SISTEMA DE DRENAGEM

 Shreve

http://www.dpi.inpe.br/cursos/tutoriais/modelagem/cap2_modelos_hidrologicos.pdf
SISTEMA DE DRENAGEM

 Horton

 Canais de 1ª ordem: não possuem tributários.


 Canais de 2ª ordem: têm apenas afluentes de 1ª ordem.
 Canais de 3ª ordem: recebem afluência de canais de 2ª ordem e podem
também receber diretamente canais de 1ª ordem.
 Canal de ordem u pode ter tributários de ordem u-1 até1.
 A maior ordem é atribuída ao Rio Principal, valendo esta designação em
todo o seu comprimento, desde o exutório da bacia até sua nascente
SISTEMA DE DRENAGEM

 Horton
DENSIDADE DE DRENAGEM (Dd)

 É relação entre o comprimento total dos cursos d´água e a área de


drenagem (km/ km²).

 Bacias com drenagem pobre → Dd < 0,5 km/km2


 Bacias com drenagem regular → 0,5 ≤ Dd < 1,5 km/km2
 Bacias com drenagem boa → 1,5 ≤ Dd < 2,5 km/km2
 Bacias com drenagem muito boa → 2,5 ≤ Dd < 3,5 km/km2
 Bacias excepcionalmente bem drenadas → Dd ≥ 3,5 km/km2
CARACTERÍSTICAS DO RELEVO DA BACIA

 Declividade da bacia

 Afeta a velocidade do escoamento superficial;


 Magnitude dos picos de enchentes;
 Susceptibilidade para erosão.
CARACTERÍSTICAS DO RELEVO DA BACIA

 Declividade da bacia
Figura - Mapa de Declividade do município de Barbacena-MG
DECLIVIDADE DO CURSO D’ÁGUA PRINCIPAL

 Declividade entre extremos


 Declividade por equivalência de áreas
 Declividade equivalente constante
DECLIVIDADE DO CURSO D’ÁGUA PRINCIPAL

 Declividade entre extremos:


 entre dois pontos, dividindo-se a diferença total de elevação do
leito pela extensão horizontal do curso d’água entre os dois
pontos.

𝑐𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒−𝑐𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑧


S1=
𝐿

S1=declividade (m/m)
L= comprimento (início/fim canal)
DECLIVIDADE DO CURSO D’ÁGUA PRINCIPAL

 Declividade pelo método de compensação de área (S2):

 Traça-se no gráfico do perfil longitudinal, uma linha reta, tal que, a


área compreendida entre ela e o eixo das abcissas (extensão
horizontal) seja igual à compreendida entre a curva do perfil e a
abcissa.
DECLIVIDADE DO CURSO D’ÁGUA PRINCIPAL

 DECLIVIDADE EQUIVALENTE CONSTANTE


 Leva em consideração o tempo de percurso da água ao longo da
extensão do perfil longitudinal, considerando se este perfil tivesse
uma declividade constante igual à uma declividade equivalente.

 L é a extensão horizontal do perfil, que é dividido em n trechos,


sendo Li e Di, respectivamente, a extensão horizontal e a
declividade média em cada trecho.
EXERCÍCIO

 São apresentados no quadro a seguir os dados referentes às cotas


do perfil longitudinal do curso d’água principal de determinada bacia
e as respectivas distâncias entre os diferentes pontos.
EXERCÍCIO

Cotas(m Distância
Distância (L) Declividade L/√D
) São apresentados
(L) (m) no quadro
(km) a seguir
(D)(km) os dados √D
referentes às cotas
do perfil longitudinal do curso d’água principal de determinada bacia
510 ----------- -------------------
----------
e as respectivas distâncias entre os diferentes----------
pontos. ------------------
520 2500
530 750
540 1100
550 900
560 750
570 500
580 400
590 250
600 200
EXERCÍCIO

 A) A declividade do álveo deste rio (S1)


 A declividade (S2), sabendo-se que a área compreendida entre o
perfil longitudinal do curso d’água e a abcissa do gráfico cotas (m)x
distância (km) é de 0,568 km².
 A declividade S3.
 Quais dos três valores é o mais representativo da declividade do
perfil longitudinal do curso d’água
Cobertura Vegetal

 Bacias naturais:

 Floresta: > interceptação de água


Cobertura Vegetal

 Bacias rurais:
 extensas áreas de cultivo ou pastagens;
 solo exposto aumenta as perdas por evaporação
direta, gerando perda excessiva de umidade dos solos;
 Escoamento superficial;
 > erosão.
Cobertura Vegetal
 Bacias urbanas:
 >impermeabilização >escoamento superficial

Fonte:http://www.planejamento.mppr.mp.br/arquivos/File/bacias_hidrografica
s/planejamento_manejo_e_gestao_unidade_1.pdf
Área urbanizada X área rurais
Cobertura Vegetal

 Solos permeáveis Amortecem as cheias

 Solos impermeáveis Rápidas enchentes


Uso e ocupação do solo

 Substituição de florestas por lavoura/pastagens


 Agricultura;
 Precipitação (escoamento em calhas de telhados);
 Pavimentação;
 Modificação do caminho da água.
Tipos de solos

 Solos arenosos = menos escoamento superficial

 Solos argilosos = mais escoamento superficial


Geologia

 Rochas porosas tem a propriedade de armazenar


grandes quantidades de água (rochas
sedimentares – arenito).

 Bacias com depósitos calcários tem grandes


cavidades no subsolo onde a água é armazenada.

 Rochas magmáticas tem pouca porosidade e


armazenam pouca água, exceto quando são muito
fraturadas.

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