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AÇO E CONCRETO
UNIDADE I
ESTRUTURAS MISTAS
Elaboração
Laoana Tuíra Gonçalves Mendes
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE I
ESTRUTURAS MISTAS........................................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................................. 5
CAPÍTULO 2
CONECTORES DE CISALHAMENTO...................................................................................................................................... 10
CAPÍTULO 3
LIGAÇÕES MISTAS...................................................................................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................18
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ESTRUTURAS MISTAS UNIDADE I
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
O uso de estruturas mistas está presente na construção civil há cerca de 150 anos, mas
foi só por volta da década de 60 que esse tipo de construção se tornou mais conhecido
trazendo novas opções de projeto e aprimorando os métodos de construção.
1.1. Conceito
Uma estrutura mista de aço e concreto (Figura 1) é formada por um perfil metálico e
pelo concreto armado proporcionando, assim, um comportamento conjunto.
Os tipos de elementos mistos mais utilizados são as ligações mistas, vigas mistas, lajes
mistas e pilares mistos.
5
UNIDADE I | Estruturas Mistas
Peso próprio e volume menores. Menos materiais para proteção contra incêndio.
1.3.1. Aço
Segundo a NBR 8800 (2008), o valor máximo da tensão de escoamento (fy,a) para os
aços estruturais é de 450 Mpa. Além disso, a razão entre tensão de ruptura e a tensão
de escoamento não deve ser inferior a 1,18.
Para fins de dimensionamento, a NBR 8800 (2008) considera que o valor do módulo
de elasticidade do aço dos perfis (Ea) é de 200 GPa.
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Estruturas Mistas | UNIDADE I
I H L L
Abas Iguais Abas Desiguais
U Caixão Tubular
U Complexo S Z
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UNIDADE I | Estruturas Mistas
Os perfis metálicos laminados ou soldados (geralmente perfil I) são utilizados nas vigas
e pilares mistos e os perfis de chapa dobrada são aplicados em lajes mistas.
A NBR 6118 (2014) institui que, nos projetos de estruturas em concreto armado, devem
ser utilizados os aços dispostos na NBR 7480 (2007), com resistências características
de escoamento nas seguintes categorias: CA-25, CA-50 e CA-60.
O prefixo CA é a abreviação de aços para Concreto Armado e o valor que vem após esse
prefixo identifica o valor da resistência de escoamento característica (fyk) em kgf/mm².
Para obter o valor da resistência de escoamento de dimensionamento, fyk deve ser dividido
pelo coeficiente de minoração do aço (γs) no valor de 1,15, como apresentado na Tabela 1.
1.3.4. Concreto
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Estruturas Mistas | UNIDADE I
1,5
ñ
Ec ,leve = 40,5. c fck
100
Em que,
Onde,
9
Capítulo 2
CONECTORES DE CISALHAMENTO
A Figura 5 mostra uma viga mista biapoiada, formada por uma laje de concreto acima
e um perfil metálico abaixo
Deslizamento
Tensão de
Cisalhamento
(a) (b)
Dessa maneira, seriam formadas duas linhas neutras (LN) distintas, uma no centro de
gravidade (CG) do perfil metálico e outra no CG da laje, como mostrado na Figura 6
(a). O momento total resistente seria, então, a soma do momento resistente da laje e o
momento resistente da viga.
10
Estruturas Mistas | UNIDADE I
Figura 6. Interação entre os elementos de um sistema misto. (a) Interação Nula; (b) Interação
parcial; (c) Interação total.
Escorregamento Escorregamento
LN da laje
LN da laje
LN da seção
LN do perfil mista
LN do perfil
Por outro lado, ao interligar as duas peças com o uso de conectores com resistência e
rigidez infinitas, a peça terá comportamento único. Esses conectores promovem forças
horizontais que farão a parte inferior da laje sofrer encurtamento enquanto a parte
superior da viga alonga. Assim, não haverá escorregamento entre o aço e o concreto.
Assumindo estado plano de deformações haverá apenas uma LN, conforme a Figura 6
(c). Este comportamento é chamado de iteração completa ou interação total.
(a) (b)
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UNIDADE I | Estruturas Mistas
O conector mais utilizado é o pino com cabeça com diâmetro de 19mm e comprimento
maior ou igual a quatro vezes o diâmetro (L > 76mm).
Segundo a NBR 8800 (2008), o aço dos conectores de pino é do tipo ASTM A-108 1020,
com resistência mínima à tração de 415 Mpa e resistência de escoamento limite de 345
Mpa.
Segundo Queiroz et al. (2012), a força resistente de dimensionamento (QRd) do pino com
cabeça na ligação laje-viga é dada pelo menor entre os seguintes valores:
1 Acs fck Ec Rg Rp Acs fucs
=QRd ≤
2 ãcs ãcs
Em que,
› 0,85: dois conectores soldados na fôrma metálica com nervura transversal ao perfil
metálico ou um conector soldado na fôrma metálica com nervura longitudinal
ao perfil metálico com bF/hF < 1,5;
› 0,70: três conectores ou mais soldados na fôrma metálica com nervura transversal
ao perfil metálico.
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Estruturas Mistas | UNIDADE I
emh emh Fh
hF
hF/2
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Capítulo 3
LIGAÇÕES MISTAS
As ligações mistas têm a função de fazer dar continuidade a duas vigas mistas sem
transmitir momento ao elemento que as suporta, seja um pilar ou uma outra viga. Essa
ligação é feita, em geral, utilizando a alma ou a mesa no caso em que o elemento portante
seja um pilar ou apenas com o uso da alma no caso de viga.
MR
Ki
u
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Estruturas Mistas | UNIDADE I
Rígida
Semi-Rígida
Flexível
(a) (b)
(c) (d)
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UNIDADE I | Estruturas Mistas
De acordo com a NBR 8800 (2008), o valor dessas larguras é dado pelo menor entre
os seguintes valores:
› Vigas biapoiadas: Lc = L.
A rigidez inicial das ligações mistas é uma propriedade necessária para análises elásticas
de vigas semicontínuas e verificação dos estados limites de serviço (ELS).
Para calcular a rigidez inicial é preciso considerar a relação linear (C) dependente das
rigidezes dos elementos de ligação:
(d + y )
2
C=
1 1 1
+ +
ks kcs k i
Em que,
d é a altura do perfil metálico;
y é a distância do topo do perfil metálico até o centro da armadura;
ks é a rigidez inicial da armadura;
kcs é a rigidez inicial dos conectores de cisalhamento;
ki é a rigidez inicial da ligação inferior.
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Estruturas Mistas | UNIDADE I
−
fys Asl ( d + y )
MRd =
1,15
Onde,
θu = us
(d + y )
Em que,
O posicionamento da linha neutra plástica (LNP) de uma ligação mista depende dos
deslocamentos máximos de cada componente e seu valor, em relação à face inferior da
viga, é dado por:
y LNP =
( d + y ) ∆ul
∆us + s ( ) + ∆ul
B
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REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7480: Aço destinado a armaduras para
estruturas de concreto armado - Especificação. Rio de Janeiro, 2007.
GOMES, L. C. Estudo do sistema de lajes mistas com fôrma de aço incorporada empregando
concreto estrutural leve. 165f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal de
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2001.
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Referências
MALITE, M. Sobre o cálculo de vigas mistas aço-concreto: ênfase em edifícios. 144f. Dissertação
(Mestrado em Estrutura). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1990.
OLIVEIRA, L.; SILVA, T. S. O uso de estruturas mistas na cidade de Caratinga-MG. 58f. Monografia
(Bacharelado em Engenharia Civil) – Faculdade Doctum, Minas Gerais, 2015.
PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de aço: dimensionamento prático de acordo com a NBR 8800:2008.
8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
QUEIROZ, G.; PIMENTA, R. J.; MARTINS, A. G. Manual de construção em aço: Estruturas Mistas.
Vol. 1. 2 ed. Rio de Janeiro: CBCA, 2012.
QUEIROZ, G.; PIMENTA, R. J.; MARTINS, A. G. Manual de construção em aço: Estruturas Mistas.
Vol. 2. 2 ed. Rio de Janeiro: CBCA, 2012.
QUEIROZ, G.; PIMENTA, R. J.; DA MATA, L. A. C. Elementos das estruturas mistas aço-concreto.
Belo Horizonte: O Lutador, 2001.
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