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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

5º Período de Engenharia Civil


HIDRÁULICA - Prof. Clívia Dias Coelho

Roteiro da 3ª aula prática – Vertedores

Grupo de 5 pessoas. Data do envio até 17/11/2023 às 23h59 Valor: 2,0 pts
Nomes:

1. Vertedores
Toda a teoria a seguir tem como referência o livro: Hidráulica Básica do Rodrigo de Melo Porto.
1.1. Introdução
Vertedor ou descarregador é o dispositivo utilizado para medir e/ou controlar a vazão em escoamento
por um canal. Trata-se, basicamente, de um orifício de grandes dimensões no qual foi suprimida a aresta do
topo, portanto a parte superior da veia líquida, na passagem pela estrutura, se faz em contato com a pressão
atmosférica. A presença do vertedor, que é essencialmente uma parede com abertura de determinada forma
geométrica, colocada, na maioria dos casos, perpendicularmente à corrente, eleva o nível d’água a sua
montante até que este nível atinja uma cota suficiente para produzir uma lâmina sobre o obstáculo, compatível
com a vazão descarregada. A lâmina líquida descarrega, adquirindo velocidade, provoca um processo de
convergência vertical dos filetes, situando-se, portanto, abaixo da superfície livre da região não perturbada de
montante.
Os vertedores são estruturas de grande importância prática devido a sua utilização em numerosas
construções hidráulicas, como sistemas de irrigação, estações de tratamento de água e esgotos, barragens,
medição de vazão em córregos, etc.
1.2. Vertedor retangular, parede delgada, descarga livre, sem contrações
Trata-se de uma placa delgada, com soleira horizontal e biselada, instalada perpendicularmente ao
escoamento, ocupando toa a largura do canal, portanto sem contrações laterais e com o espaço sob a lâmina
vertente ocupado com ar à pressão atmosférica. Um vertedor com estas características, em geral utilizado para
medidas de vazão com boa precisão, é denominado descarregador de Bazin.
Sendo L a largura da soleira, a vazão total descarrega é dada na Equação 1.

!
𝑄 = " #2𝑔𝐶# 𝐿𝐻"/! (1)

A determinação experimental do coeficiente de vazão (CD) e sua relação com a geometria e condições
do escoamento, como carga (H), altura da soleira (P) e largura do canal (B), faixa de vazão, velocidade de
aproximação, etc., foi objeto de estudo de vários pesquisadores.
1.3. Vertedor retangular, parede espessa, descarga livre, sem contrações

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O vertedor retangular de parede espessa é uma elevação no fundo do canal de uma altura (P), largura
(L) e certo comprimento (e), suficiente para produzir a elevação do nível d’água a sua montante. No
comportamento da veia líquida, observa-se uma depressão da veia nas proximidades do bordo de montante e,
em continuação, um escoamento praticamente paralelo à crista.
A vazão é escoada é dada pela Equação 2.

𝑄 = 1,704𝐶# 𝐿𝐻"/! (2)

O coeficiente de vazão (CD) é função das relações H/P e H/e e também da rugosidade da crista e do
fato de a aresta do bordo de ataque ser em ângulo vivo ou arredondado.
Sempre que a crista for suficientemente longa (e > 3H), as linhas de corrente serão, na maior parte de
seu comprimento, aproximadamente paralelas à superfície da crista, a distribuição de pressão será hidrostática
e, nas proximidades do bordo de jusante a altura d’água será crítica. Se, por outro lado, a carga for
relativamente grande (0,4e < H < 1,5e), o vertedor é estreito e o padrão do escoamento será
predominantemente curvilíneo, não atingindo a profundidade crítica.
1.4. Calibração de vertedor
A relação de descarga para os vertedores segue a Equação 3.

𝑄 = 𝐾𝐿𝐻% (3)

Sendo “K” e “N” coeficientes que devem ser calibrados para cada estrutura. No caso retangular, “N”
pode ser assumido como 3/2. Assim, K é o único coeficiente a ser encontrado, o qual, dentre outras
metodologias, pode ser encontrado calculando-se a raiz do erro médio quadrático (RMSE), dada na Equação
4.

∑((!"#! )($%& )'


𝑅𝑀𝑆𝐸 = 3 +
(4)

Onde “n” é o número de observações. O melhor valor para “K” é aquele para o qual RMSE é igual à
zero.
1.5. Experimento
Objetivo
Calibrar um vertedor retangular, parede delgada, sem contração lateral e descarga livre. Calibrar os
vertedores retangulares, parede espessa, sem contração lateral e descarga livre.
Materiais utilizados
- Medidor de profundidade; - Rotâmetro; - Vertedor de parede delgada (P = 50 mm); - Vertedor de
parede espessa de aresta de bordo (P = 25 mm); - Canal retangular de largura (53,75 mm).

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Procedimento
Para cada vazão ajustada pelo registro da bomba centrífuga e lida no rotâmetro, efetuar medidas para a
profundidade (y) da altura d’água. Em seguida, calibrar a equação do vertedor e encontrar o valor do
coeficiente de descarga (CD). O valor da carga hidráulica (H) é o valor de “y” menos a altura da soleira (P) do
vertedor.

a) Vertedor de parede delgada

H (m) Qrot. (L/min)

b) Vertedor de parede espessa aresta de bordo

H (m) Qrot. (L/min)

Resultados

Vertedor K CD

Delgado

Aresta de bordo

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