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Universidade Federal do Acre

Engenharia Civil

Tratamento de Água

Profª Heloisa Pimpão Chaves


Sistema de Abastecimento de Água
Estação de
tratamento de
água

Reservatório
Captação
ETA
Adutora Adutora
de água de água
bruta tratada
Manancial Rede de
distribuição
2
TRATAMENTO DA ÁGUA PARA ABASTECIMENTO

Finalidades:
• Obtenção de água que apresente segurança para a saúde
humana.

• Obtenção de água de aspecto agradável ao consumidor.

• Obtenção de água que satisfaça a um critério econômico.


Portaria Ministério da Saúde Nº 2914, de 12/12/2011

“Dispõe sobre os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da


água para consumo humano e seu padrão de potabilidade”

Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA n° 357 de 17 de maio de


2005

“Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais


para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes, e dá outras providências”
Projeto Estação de Tratamento de Água
• Escolha do manancial
• Qualidade da água bruta
• Volume para atender a demanda (20 anos)
• Proximidade dos centros urbanos

• Localização da ETA
• Facilidade de acesso
• Disponibilidade para ampliações
• Topografia favorável (adução)
• Custo terreno e vizinhança
Norma ABNT
Na aplicação desta Norma é necessário
consultar:

NBR 12211 - Estudo de concepção de


sistemas públicos de abastecimento de
água – Procedimento

NBR 12213 - Projeto de sistemas de


captação de água de superfície para
abastecimento público - Procedimento
DESENVOLVIMENTO PROJETO ETA

Elementos necessários
• Capacidade Nominal (vazão condições normais)
• Localização e definição da área necessária
• Definição das etapas de construção
• Levantamento planialtimétrico e cadastral
• Sondagem do subsolo
• Manancial e características da água
• Sistema de captação e adução
• Corpos receptores e descarga da ETA
DESENVOLVIMENTO PROJETO ETA

Atividades necessárias
a) definição dos processos de tratamento;
b) disposição e dimensionamento das unidades dos processos de tratamento e dos sistemas de conexões entre
elas;
c) disposição e dimensionamento dos sistemas de armazenamento, preparo e dosagem de produtos químicos;
d) elaboração dos projetos de arquitetura, urbanização e paisagismo;
e) elaboração dos projetos de fundações e superestrutura;
f) elaboração dos projetos de instalações elétricas, hidráulico-sanitárias, drenagem pluvial, drenagens,
esgotamento geral da ETA, com indicação da disposição final e projetos complementares;
g) elaboração das especificações dos materiais e equipamentos relacionados aos processos e às suas
instalações complementares, bem como dos materiais e equipamentos de laboratório e de segurança;
h) elaboração do memorial descritivo e justificativo;
i) elaboração das listas de materiais e equipamentos;
j) elaboração do orçamento;
l) elaboração do manual de operação e manutenção.
Etapas e características dos projetos
TIPOS DE PROJETO:

 Básico x Executivo;
Reforma de ETA; Projeto dos resíduos gerados nas ETAs.
Reforma e ampliação de ETA;
Modernização/otimização de ETA;
ETA nova.

Orçamento
Conflito entre Projeto Básico x Projeto executivo (tempo entre os projetos;
alteração de equipamentos, alteração da concepção etc.);

 licença prévia e licença de instalação da obra vinculada ao tratamento dos


resíduos das ETAs (agência reguladoras, ANA, Cetesb, etc);
Etapas e características dos projetos
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PROJETO

 Garantia de produção de água potável em qualquer época do ano;


 Horizonte de projeto de pelo menos 20 anos;
 Etapalização da ETA;
 Flexibilidade/facilidades operacionais;
 Minimização de custos de implantação, operação e manutenção;
 Possibilidade de automação;
 Compatibilização do projeto com as peculiaridades locais;
 Tratamento dos resíduos em conformidade com a ETA.
Etapas e características dos projetos
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PROJETO: Tratamento integrado
TRATAMENTO DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO

Processos e Operações Unitárias

Técnicas de Tratamento de Água


Principais processos e operações unitárias de
tratamento de água:
Micropeneiramento Filtração em meio granular
Oxidação/aeração Filtração em membranas
Adsorção Desinfecção
Troca iônica Abrandamento
Coagulação Fluoretação
Floculação Estabilização química
Decantação
Flotação Seminários!
Técnicas de
tratamento de
água

Fonte: Di Bernardo, 2005


Esquema simplificado de uma ETA convencional

Água
Bruta

Água
Tratada

Coagulação Floculação Decantação Filtração Desinfecção

Clarificação
Processos de Clarificação

Coagulação - Mistura rápida

Coagulação: alteração nas características da água e das impurezas presentes nesta


(partículas coloidais, substâncias húmicas e organismos em geral) utilizando
coagulantes tais como sulfato de alumínio, cloreto férrico, sulfato ferroso clorado,
sulfato férrico e o hidróxicloreto de alumínio (HCA ou PAC).
Sulfato de alumínio

Sólido
Líquido

Fonte: PHA-Poli Usp


Processos de Clarificação

Coagulação - Mistura rápida

• O coagulante reduz as forças que tendem a manter separadas as partículas em


suspensão. Esta reação é muito rápida, processa-se dentro de poucos segundos após a
aplicação do coagulante e constitui o agente que move as partículas coloidais por meio
de forças químicas.
• Ocorrem trocas físico-químicas entre o coagulante e a alcalinidade. Nesta etapa do
processo promove-se a neutralização das cargas negativas das partículas (resultando na
atração entre as mesmas), iniciando-se assim a formação de pequenos flocos devido à
colisão das impurezas com o coagulante.
Processos de Clarificação

Coagulação - Mistura rápida

Constituem dispositivos de mistura (ABNT NBR 12216/1992):


a) qualquer trecho ou seção de canal ou de canalização que produza perda de carga
compatível com as condições desejadas, em termos de gradiente de velocidade e
tempo de mistura;
b) difusores que produzam jatos da solução de coagulante, aplicados no interior da
água a ser tratada;
c) agitadores mecanizados;
d) entrada de bombas centrífugas.
ETA Campos do Jordão

Calha Parshall
ETA Caraguatatuba Fonte: Usp
Calha Parshall
Dimensionamento
Hidraulicamente a maneira mais eficiente de se conseguir uma
distribuição rápida e homogênea de uma substância em uma massa de
água é através de uma mistura turbulenta adequada às condições do
reservatório. E uma das maneiras de se calcular a eficiência desta
mistura é através da determinação do gradiente de velocidade.

O conceito de gradiente de velocidade é considerado em várias etapas


do tratamento: na unidade de mistura rápida; nos floculadores; nas
comportas de acesso aos decantadores; no canal de água floculada;
nas cortinas de distribuição no interior das unidades de decantação.
Gradiente de velocidade
O “grau de agitação” ou intensidade da mistura é avaliado pelo parâmetro gradiente de velocidade.

γ𝐸𝑛
𝐺=
µ𝑇𝑚𝑟
Onde:
• G = gradiente de velocidade (s-1).
• P = potência aplicada à água (kgf.m.s-1 ou W = N.m.s-1).
• μ = coeficiente de viscosidade (kgf.s.m-2 ou Pa.s = N.s.m-2)
• V = volume da câmara de mistura (m3).
• γ = peso específico (kg/m3)
• Q = vazão nominal (m³/s)
• En = energia dissipada (m)
• Tmr = tempo médio de mistura no ressalto (s) dado por 𝑉
𝑇𝑚𝑟 =
𝑄
Gradiente de velocidade

As condições ideais em termos de gradiente de velocidade, tempo de mistura e


concentração da solução de coagulante devem ser determinadas
preferencialmente através de ensaios de laboratório. (NBR)

Quando estes ensaios não podem ser realizados, deve ser observada a seguinte
orientação:
a) a dispersão de coagulantes metálicos hidrolisáveis deve ser feita a gradientes
de velocidade compreendidos entre 700 s-1 e 1100 s-1, em um tempo de
mistura não superior a 5 s;
b) a dispersão de polieletrólitos, como coagulantes primários ou auxiliares de
coagulação, deve ser feita obedecendo às recomendações do fabricante.
Ressalto hidráulico
Mudança no regime de escoamento supercrítico para subcrítico.
Seção 0 – seção de medição
Seção 1 – antes de ressalto
Seção 2 – Ressalto
Seção 3 – Saída
Ressalto hidráulico
• Classificação do ressalto em função do número de Froude
Ressalto hidráulico - Características

1. Perda de energia
2. Comprimento do ressalto
3. Profundidade crítica
4. Tempo de mistura
Dimensões do medidor Parshall (cm)
Esquema simplificado de uma ETA convencional

Água
Bruta

Água
Tratada

Coagulação Floculação Decantação Filtração Desinfecção

Clarificação
Processos de Clarificação

Floculação - Mistura lenta

• As reações químicas que se iniciam na unidade de mistura rápida possibilitam


que as impurezas presentes na água possam se aglomerar.
• Há a necessidade de agitação relativamente lenta, para que ocorram choques
entre as impurezas, que se aglomeram formando partículas maiores,
denominadas flocos.
• Nesta unidade não ocorre remoção de impurezas, a finalidade é apenas
acondicionar a água que será encaminhada aos decantadores (ou flotadores) ou
aos filtros da ETA, aumentando o tamanho das partículas.
Processos de Clarificação

Floculação - Mistura lenta

• Fatores intervenientes:
• Gradiente de velocidade;
• Tempo de detenção (ou tempo de floculação);
• Densidade;
• Tamanho dos flocos;
• Turbidez;
• Cor aparente.

http://www.saecil.com.br/novo/index.php/institucional1/estacaoes/eta
Floculadores
NBR 12216/1993:
• São unidades utilizadas para promover a agregação das partículas
formadas na mistura rápida.
• O período de detenção no tanque de floculação e os gradientes de
velocidade a serem aplicados devem ser determinados por meio de
ensaios realizados com a água a ser tratada.
• Dependendo do porte da estação e a critério do órgão contratante, não
sendo possível proceder aos ensaios destinados a determinar o período de
detenção adequado, podem ser adotados valores entre 20 min e 30 min,
para floculadores hidráulicos, e entre 30 min e 40 min, para os
mecanizados.
Floculadores
NBR 12216/1993:
• Não sendo realizados ensaios, deve ser previsto gradiente de velocidade
máximo, no primeiro compartimento, de 70 s-1 e mínimo, no último, de 10s-1.
Na prática tem se observado que o valor do gradiente de velocidade médio
ótimo diminui a medida que aumenta o tempo de floculação.
• A agitação da água pode ser promovida por meios hidráulicos ou mecânicos.
Fluxo horizontal
Chicanas
Fluxo vertical

“Cox”
Hidráulicos Ação de jato
Alabama

Meio poroso
Tipos de
Floculadores Eixo vertical

Paletas Eixo horizontal

Paleta única (de eixo vertical)


Mecânicos
Turbinas
Fluxo axial
Hélices
Floculadores hidráulicos de chicanas - Horizontais
No floculador de chicanas horizontais, a agitação é assegurada pela
passagem da água em tratamento por sucessivas mudanças horizontais de
direção.

Velocidade : 10 a 30 cm/s
Espaçamento mínimo entre chicanas: 0,60 m
Floculadores hidráulicos de chicanas - Horizontais
Para que essa condição seja atendida, de forma que os canais de
floculação não resultem muito estreitos, costuma-se construir
floculadores de chicanas horizontais somente para o tratamento de vazões
mais elevadas. Assim sendo, no caso de vazões menores, é preferível
utilizar floculadores de chicanas verticais.

Chicana de Fluxo Horizontal - Planta


Floculadores hidráulicos de chicanas - Horizontais

ETA DUARTINA (SABESP)


FLOCULADOR DE FLUXO HORIZONTAL

ETA SANTA ISABEL


FLOCULADOR DE FLUXO HORIZONTAL
Floculadores Hidráulicos de Chicanas - Verticais
A água percorre o floculador em movimentos sucessivamente
ascendentes e descendentes.

Velocidade : 10 a 30 cm/s
Espaçamento mínimo entre chicanas: 0,60 m
Floculadores Hidráulicos de Chicanas - Verticais
Os floculadores de chicanas verticais têm muitas câmaras de floculação.

ETA RIBEIRÃO DA ESTIVA


O espaçamento entre a extremidade da chicana
e a parede do canal, ou seja a passagem livre
entre 2 chicanas consecutivas, deve ser igual a
1,5 vezes o espaçamento entre as chicanas. Isto
vale analogamente para os dois tipos de
chicanas.
Floculadores Mecânicos
Paletas com Eixo vertical

fonte:L\MANUAIS ATUAIS\MANUAL – MT-32/OPERAÇÃO DE ESTAÇÃO DE TRAT. DE ÁGUA)


Floculadores Mecânicos
Turbinas
Diretrizes para o projeto - hidráulico
• Tempo de detenção mínimo: 20 minutos
• Velocidade nos canais de escoamento: 0,1 a 0,4 m/s
• Velocidade nas curvas: 2/3 da velocidade nos canais
• Distância mínima entre chicanas: 0,6 m
• Gradientes de velocidade situados entre 80 s-1 e 20 s-1
• Gradientes de velocidade escalonados e decrescentes de montante
para jusante.
• 3 a 5 câmaras de floculação
NBR 12216/1992
Dimensionamento
• Volume (Vol)
• Área superficial (As)
• Largura (B)
• Número de espaçamentos entre chicanas em cada câmara de
floculação (Ne )
• θh : Tempo de detenção hidráulico (min): entre 20 min e 30 min
• Gradiente de velocidade máximo, no primeiro compartimento, de 70 s-1
e mínimo, no último, de 10s-1
Decantador Decantador

Canal de água coagulada


ARRANJOS TÍPICOS
Decantador Decantador

Floculadores CASA DE
QUÍMICA

Decantadores

CASA DE
QUÍMICA

Canal de água coagulada


ARRANJOS TÍPICOS

Floculadores Floculadores

Decantadores Decantadores

Canal de água coagulada

CASA DE
QUÍMICA
Critérios de seleção das unidades de floculação

A seleção do sistema de floculação é influenciada por uma série de


fatores, entre eles:
a) Tamanho da instalação;
b) Regularidade na vazão e período de operação;
c) Segurança operacional;
d) Capacidade operativa e de manutenção local;
e) Características construtivas;
f) Custo; e
g) Disponibilidade de energia.
Processos de Clarificação

Ensaio de Jarros ou “JarTest”

Ensaio que simula as fases de coagulação e floculação obtendo informações como:


• Dosagem ótima de coagulante e outros reagentes;
• Intensidade e tempo de floculação;
• Sequência de aplicação de reagentes.

 Características da água bruta como cor, turbidez, alcalinidade


(se a alcalinidade natural da água é suficiente), pH (se o pH está
dentro da faixa ótima de floculação); temperatura.
 Parâmetros hidráulicos da estação de tratamento, tais como:
vazão; tempo de detenção no floculador; velocidade de
sedimentação no decantador.
 Características do tipo de coagulante empregado.
Processos de Clarificação

https://sarat212.wordpress.com
Ensaio de Jarros ou “JarTest”
Esquema simplificado de uma ETA convencional

Água
Bruta

Água
Tratada

Coagulação Floculação Decantação Filtração Desinfecção

Clarificação
Processos de Clarificação

Decantação

• A decantação é uma das técnicas mais antigas e simples de clarificação da água e


resulta da ação da força de gravidade sobre as impurezas, facilitando a
sedimentação delas no fundo da unidade, e resultando na clarificação do
sobrenadante.
• As unidades de decantação são projetadas com base na taxa de aplicação
superficial (TAS), que está diretamente relacionada com a velocidade de
sedimentação das partículas suspensas na água, e é calculada dividindo-se a
vazão afluente ao decantador pela sua área em planta.
• A ocorrência da sedimentação das partículas suspensas propicia clarificação do
meio líquido, ou seja, separação das fases líquida e sólida.
Processos de Clarificação

Decantação - Teoria da sedimentação

• Partículas discretas: são partículas que não mudam de


tamanho, forma ou densidade durante o processo.

• Partículas floculentas: podem apresentar-se aglomeradas e


não mantém constantes suas características físicas.
Sedimentação
Processo de separação sólido-líquido que tem como força propulsora a
ação da gravidade.

Força de arraste Empuxo


𝐹𝑒 = ρ𝑔𝑉
𝐶𝑑 ρ𝐴𝑝 𝑉𝑠2
𝐹𝑎 = Peso
2
Onde:
Onde:
Cd: coeficiente de arraste
ρp: massa específica da partícula (kg/m³)
Ap: área da partícula 𝐹𝑔 = ρ𝑝 𝑔𝑉 g: aceleração da gravidade (m/s²)
Vs: velocidade de sedimentação (m/s)
V: volume da partícula (m³)
Processos de Clarificação

Decantação

Os decantadores são unidades destinadas à remoção de partículas


presentes na água, pela ação da gravidade.

• Convencionais, ou de baixa taxa,

• Elementos tubulares, ou de alta taxa.


Processos de Clarificação

Decantação

Decantador convencional
Processos de Clarificação

Decantação

Decantador de fluxo laminar


Dimensionamento – Decantador convencional
NBR 12216/1992:
Não sendo possível determinar a velocidade de sedimentação através
de ensaios de laboratório, a velocidade longitudinal em decantadores
convencionais deve ser:
• ETA com capacidade até 10.000 m³/dia, 0,50 cm/s;
• ETA com capacidade superior a 10.000 m³/dia, em que é possível
garantir bom controle operacional, 0,75 cm/s e, havendo ainda
remoção contínua de lodo por sistemas mecânicos ou hidráulicos,
1,00 cm/s.
Parâmetros de projeto
Número de decantadores da ETA

• Capacidade inferior a 1.000 m³/dia, em operação contínua


Uma unidade
• Capacidade de até 10.000 m³/dia, funcionamento 18h/dia

• Capacidade superior a 10.000 m³/dia


• Funcionamento superior a 18 h/dia No mínimo duas unidades
Parâmetros de projeto
Taxa de aplicação superficial: determinada em função da velocidade de
sedimentação das partículas que devem ser removidas pela relação:

𝑄
𝑇𝐴𝑆 = 𝑉𝑠 =
Onde: 𝐴
• TAS = taxa de aplicação superficial (m³/m²dia)
• Vs = velocidade de sedimentação (m/s)
• Q = vazão que passa pela unidade (m³/s)
• A = área superficial da zona de decantação (m²)
Parâmetros de projeto
Taxa de aplicação superficial
Parâmetros de projeto
Período de detenção: relacionado à Taxa de aplicação superficial e às
condições de projeto e operação da estação.

Taxa de aplicação Período de detenção


superficial (m³/m²/d) (h)
15 a 20 3,5 a 4,5
20 A 30 3,0 a 4,0
30 A 40 2,5 a 3,5
40 a 50 2,0 a 3,0
50 a 60 1,5 a 2,5
Remoção do lodo
Produção de lodo é função de:
• Natureza físico-química da água
bruta
• Eficiência hidráulica das unidades de
processo
• Tipo e dose de coagulante aplicado
Remoção do lodo
Dispositivos de remoção do lodo:
• Manual (para situações com
pequena produtividade de lodo ou
pequenas instalações)
• Mecanizada (para grande geração
de lodo ou formado por matéria
facilmente putrescível)
Lavagem do Decantador
Esquema simplificado de uma ETA convencional

Água
Bruta

Água
Tratada

Coagulação Floculação Decantação Filtração Desinfecção

Clarificação
Processos de Clarificação

Filtração
• A grande maioria das partículas ficam retidas no decantador, porém,
uma parte ainda persiste em suspensão. Desta forma, o liquido é feito
passar através de uma camada filtrante, constituída por um leito
arenoso, de granulometria especificada, suportada por uma camada
de cascalho.

• A água filtrada, numa operação bem conduzida, é límpida. A remoção


das bactérias neste estágio já é, no mínimo, igual a 90%. Fator
influente na velocidade de filtração, é a granulometria da areia, de
acordo com essa granulometria, a filtração pode ser lenta ou rápida.
Classificação dos processos de filtração

1. Com relação ao tipo de filtração


2. Com relação ao tratamento na ETA
3. Com relação ao sentido de escoamento
4. Com relação ao meio filtrante
5. Com relação ao seu controle hidráulico
CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO DE FILTRAÇÃO

Tipo de filtração

• Lenta (baixa taxa de filtração)


• Rápida (alta taxa de filtração)
CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO DE FILTRAÇÃO

Tratamento na
ETA
CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO DE FILTRAÇÃO

Sentido de escoamento

Filtração descendente Filtração ascendente


CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO DE FILTRAÇÃO

Com relação ao meio filtrante

Antracito

Areia Antracito
ou Antracito
Areia
Areia Granada

Camada simples Dupla camada Tripla camada


CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO DE FILTRAÇÃO

Instalação de válvula na saída de água


Nível filtrada, acionada por um dispositivo
flutuador ou e detector de nível (instalado
na superfície do filtro)

Controle hidráulico
Entrada do filtro: vertedores ou orifícios
para entrada da água;
Vazão
Na saída do filtro:
1. Aparelho regulador de vazão, do tipo
Venturi: vazão constante;
2. Orifícios nas canalizações: vazão
declinante
Processos de Clarificação

Filtros - Definição NBR 12216/92

São unidades destinadas a remover partículas em suspensão, em caso


de a água a tratar ser submetida a processo de coagulação, seguido ou
não de decantação, ou quando comprovado que as partículas capazes
de provocar turbidez indesejada possam ser removidas pelo filtro, sem
necessidade de coagulação.
Processos de Clarificação

Número de filtros
O número do filtro depende:
• Do tamanho da ETA e das taxas de filtração;
• Do número de etapas;
• De fatores econômicos;
• Do arranjo geral e disposição das unidades;
• Das condições para lavagem (disponibilidade e destino da água de lavagem)

Tradiconalmente sugere-se um mínimo de três unidades para vazões de até 50


litros/s, 4 para 250, 6 para 500, 8 para 1000, 10 para 1500 como exemplos.
Quando os filtros forem lavados diretamente com a água por eles produzida o
número mínimo é quatro.
Processos de Clarificação

Dimensões dos filtros


Devem considerar
• As demais unidades da ETA;
• Tubulações e comportas;
• Condições econômicas
• Lavagem;

Filtros simples: até 70 m²


Filtros duplos: 40 m²
Partes constituintes
Carreira de filtração
Tempo em que o filtro passa trabalhando entre uma lavagem e outra
consecutivas.

Duração mínima de 20 horas

• Filtração lenta: meses


• Filtração rápida: 20 a 50h ou menos

Dependendo das características da água que chega ao filtro e das


condições de operação.
Lavagem dos Filtros
• Os filtros rápidos são lavados contracorrente com velocidade e vazão
suficientes para criar turbulência suficiente para causar o
desprendimento das impurezas retidas e naturalmente grudadas nos
grãos do leito filtrante. Neste processo ocorre a expansão do leito
filtrante e o transporte da sujeira antes retida pela água de lavagem.

• Velocidade da água 0,60 a 1,00 m/minuto Deve promover a expansão


do leito filtrante de 20% a 30%.

• Utiliza-se água tratada preferencialmente com o mesmo pH.


Processos de Clarificação

Filtração

Lavagem dos Filtros


Processos de Clarificação

Filtração
Esquema simplificado de uma ETA convencional

Água
Bruta

Água
Tratada

Coagulação Floculação Decantação Filtração Desinfecção

Clarificação
Processos de desinfecção
Desinfecção é a destruição das bactérias patogênicas e de outros
microorganismos capazes de infectar o homem através do consumo de água
contaminada.

• Cloração: Cloro ou de seus compostos.

• Ozonização: Ozônio (O3) produzido em instalações apropriadas.

• Radiação Ultravioleta, produzida em lâmpadas especiais, que exercem uma


ação esterilizante.
Processos de desinfecção
Tem caráter corretivo e preventivo.

• Corretivo: eliminação dos organismos patogênicos que possam estar presentes na água,
incluindo bactérias, protozoários e vírus.

• Preventivo: mantido residual de desinfetante na água a ser distribuída, para atuar


preventivamente caso ocorra alguma contaminação na rede distribuição, e indicar a
qualidade da água distribuída.

• A desinfecção não destrói todas as formas vivas, o que se objetiva é a eliminação dos
organismos patogênicos. A destruição completa das formas vivas é denominada
esterelização.
Processos de desinfecção

PORTARIA 2914/2011:
De acordo com a Portaria vigente do Ministério da Saúde após a
desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual
livre de 0,5 mg/l, sendo obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2
mg/l em qualquer ponto da rede de distribuição.
Cloração
• Cloro gasoso (Líquido – Gás)
• Hipoclorito de sódio (Solução líquida)
• Hipoclorito de cálcio (Sólido)
Processos de desinfecção
Cloração
• A aplicação do Cloro na água, quando é feita na saída dos filtros, denomina-se pós-
cloração.

• A pré-cloração (cloração antes dos filtros) destina-se a reduzir a carga bacteriana


sobre os filtros, garantindo assim melhor qualidade para a água filtrada, além de
reduzir a dosagem de coagulante em consequência da matéria orgânica oxidada pelo
Cloro.

• A super-cloração, caracterizada pela dosagem elevada de Cloro, é feita antes ou


depois dos filtros. Em certos casos, é utilizada na água bruta altamente contaminada.
Em outros, para reduzir odores e sabores da água.
Esquema simplificado de uma ETA convencional

Água
Bruta

Água
Tratada

Coagulação Floculação Decantação Filtração Desinfecção

Clarificação
Visita Técnica à ETA – data a ser definida
Junho/2018
1. Funcionamento;
2. Vazão tratada;
3. Tipo de coagulante utilizado;
4. Unidade de mistura rápida;
5. Floculadores (tipo, quantidade, etc);
6. Decantadores (tipo, quantidade, lavagem, etc);
7. Filtros (camada filtrante, quantidade, lavagem, etc);
8. Desinfecção (produto, onde é realizada, etc)
9. Controle de qualidade da água;
10. Outras informações que julgar importante.
Seminário – Tratamento de Água (2,0 da N1)

1. Tratamento e reutilização de lodo de estações de tratamento de


água
2. Oxidação e adsorção
3. Flotação
4. Filtração em membrana
5. Abrandamento e estabilização química
6. Técnicas de tratamento utilizadas em países desenvolvidos

 Apresentação em forma de Slides (todos os integrantes devem apresentar);


 Duração: 10 a 15 minutos;
 Dia: 01º de junho de 2018
Referências
• DI BERNARDO, L. Métodos e técnicas de tratamento de água - 2 V.
ABES, 1566 p. 2 Ed, 2005.
• HELLER, L. e PÁDUA, V. L (org.). Abastecimento de água para consumo
humano. Vol I e I. 2 ª Ed. Belo Horizonte: Ed UFMG, 2010.
• OLIVEIRA, R. A. Material da disciplina Sistemas de Água II -
Coagulação e mistura rápida. Departamento de Engenharia Ambiental
- Fundação Universidade Federal de Rondônia, 2014.
• TSUTIYA, M. T. Abastecimento de água. 2ª ed: Departamento de
Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, 2006.

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