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Revisão da NBR 12.

209 – Elaboração de Projetos Hidráulico-Sanitários


de Estações de Tratamento de Esgotos Sanitários
Texto Base - Agosto/ 2006

O presente Texto Base de revisão da Norma NBR 12.209 foi elaborado com a
participação dos seguintes engenheiros:

- Eduardo Pacheco Jordão, Universidade Federal do Rio de Janeiro


- Pedro Além Sobrinho, Universidade de São Paulo
- Adrianus C.van Haandel, Universidade Federal de Campina Grande
- Carlos Augusto de Lemos Chernicharo, Universidade Federal de Minas Gerais
- Décio Jürgensen, Companhia de Saneamento do Paraná, SANEPAR
- José Roberto Campos, Universidade de São Paulo
- Marcelo Pinto Teixeira, Companhia de Água e Esgotos de Brasília, CAESB
- Marco Antonio Penalva Realli, Universidade de São Paulo
- Ricardo Franci Gonçalves, Universidade Federal do Espírito Santo

A elaboração do presente Texto Base foi possível graças ao apoio da FINEP


Revisão da NBR 12.209 – Elaboração de Projetos Hidráulico-Sanitários
de Estações de Tratamento de Esgotos Sanitários
Texto Base - Agosto/ 2006

SUMÁRIO

1. Objetivo

2. Documentos complementares

3. Definições

4. Condições gerais

5. Critérios e disposições

6. Tratamento da fase líquida

6.1. Remoção de Sólidos Grosseiros

6.2. Remoção de Areia

6.3. Decantação Primária

6.4. Tratamento Anaeróbio com Reator tipo UASB

6.5. Processos Biológicos com Biofilme

6.5.1. Filtros Biológicos Percoladores


6.5.2. Biodiscos ou Reatores Biológicos por Contacto
6.5.3. Filtros Aerados Submersos e Biofiltros Aerados Submersos

6.6. Processos Biológicos com Biomassa Suspensa – Lodos Ativados

6.7. Remoção de Fósforo por Processos Físico-Químicos

6.8. Flotação por Ar Dissolvido

7. Tratamento de lodos (fase sólida)

7.1. Elevatórias de Lodo

7.2. Adensamento

7.2.1. Adensamento por Gravidade


7.2.2. Adensamento por Flotação com Ar Dissolvido
7.2.3. Adensamento por Adensadores com Esteiras
7.2.4. Adensamento por Centrifugação

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7.3. Digestão

7.3.1. Digestão Aeróbia


7.3.2. Digestão Anaeróbia

7.4. Estabilização Química

7.5. Desidratação ou Desaguamento


7.5.1. Leitos de Secagem
7.5.2. Filtros de Esteira
7.5.3. Filtros Prensa
7.5.4. Centrifugação
7.5.5. Secagem complementar natural

8. Desinfecção

8.4. Cloração
8.5. Radiação Ultravioleta
8.6. Ozonização
8.7. Outras formas de desinfecção

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1. OBJETIVO

1.1. Esta Norma fixa as condições recomendadas para a elaboração de projeto


hidráulico e de processo de Estações de Tratamento de Esgoto Sanitário (ETE),
observada a regulamentação específica das entidades responsáveis pelo
planejamento e desenvolvimento do sistema de esgoto sanitário.

1.2. Esta Norma se aplica aos seguintes processos de tratamento:


a) Separação de sólidos por meios físicos;

b) Processos físico-químicos;

c) Processos biológicos;

d) Tratamento de lodo;

e) Desinfecção de efluentes tratados;

f) Tratamento de odores.

1.3. Lagoas de estabilização, lagoas aeradas, tanques sépticos e disposição final de


subprodutos do tratamento, bem como ETEs compactas (vazão < 10 L/s) (pré-
fabricada) não estão contempladas na presente, constituindo norma à parte.

2. DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

a) NBR-9648 - Estudo de concepção de sistema de esgoto sanitário-


Procedimento

b) NBR-9679 - Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário- Procedimento

c) NBR-12207 - Projeto de interceptores de esgoto sanitário- Procedimento

d) NBR-12208 - Projeto de estações elevatórias de esgoto sanitário-


Procedimento

e) Norma NBR-6118/2003

3. DEFINIÇÕES (REVER, COMPLETAR)

1.4. Acessório (válvulas, comportas, medidores)

Dispositivo mecânico de regulagem, distribuição, interrupção ou medição do


fluxo.

1.5. Captura de sólidos

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Ou recuperação de sólidos, razão entre a massa de sólidos removida nas
operações de separação de sólidos, e a massa de sólidos afluente, medida em
percentagem.

1.6. Carga Orgânica Volumétrica

Razão entre a carga orgânica (DBO ou DQO) aplicada por dia e o volume útil
do reator.

1.7. Eficiência do tratamento

Redução percentual dos parâmetros de carga poluidora promovida pelo


tratamento.

1.8. Estação de tratamento de esgoto sanitário (ETE)

Conjunto de unidades de tratamento, equipamentos, órgãos auxiliares,


acessórios e sistemas de utilidades cuja finalidade é a redução das cargas
poluidoras do esgoto sanitário e condicionamento da matéria residual resultante
do tratamento.

1.9. Fator de carga

Relação entre a massa de demanda bioquímica de oxigênio (DBO 5), fornecida


por dia ao processo e a massa de sólidos em suspensão (SS), contida em
determinada unidade de tratamento.

1.10.Idade do lodo ou detenção celular

Tempo médio, em dias, de permanência da biomassa no processo biológico;


numericamente igual à relação entre a massa de sólidos em suspensão voláteis
(SSV) ou SS, contida no reator biológico, e a massa de SSV (ou SS),
descartada por dia (por remoção de lodo em excesso, e perdas involuntárias
com o efluente).

1.11.Lodo

Suspensão aquosa de substâncias minerais e orgânicas separadas no


processo de tratamento.

1.12.Lodo biológico

Ou lodo secundário, lodo produzido em um processo de tratamento biológico.

1.13.Lodo estabilizado

Lodo não sujeito à putrefação, sem maus odores, e que não atrai vetores.

1.14.Lodo em excesso (Excesso de lodo)

Massa de sólidos removidos do sistema em processos biológicos.

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1.15.Lodo misto

Mistura de lodo primário e lodo biológico

1.16.Lodo primário

Ou lodo cru, ou lodo bruto: lodo resultante da remoção de sólidos em


suspensão do esgoto afluente à ETE.

1.17.Lodo desidratado ou desaguado

Lodo resultante de uma operação de desidratação ou desaguamento.

1.18.Operação unitária

Procedimento de que resulta transformação física do esgoto ou da matéria


residual do tratamento.

1.19.Processo unitário

Procedimento de que resulta transformação química ou biológica do esgoto ou


da matéria residual resultante do tratamento.

1.20.Processo de tratamento

Conjunto de técnicas aplicadas em uma ETE, compreendendo operações


unitárias e processos unitários.

1.21.Profundidade mínima de água

Altura da lâmina de líquido contido em uma unidade de tratamento, medida a


partir da superfície livre até o final do paramento vertical das paredes laterais,
quando a unidade opera com sua vazão de dimensionamento.

1.22.Relação alimento x microrganismos

Relação entre a massa de DBO5, fornecida por dia ao processo biológico e a


massa de SSV, contida no reator biológico.

1.23.Relação de recirculação

Relação entre a vazão de recirculação e a vazão média afluente à ETE.

1.24.Sistema de utilidade (água potável, combate a incêndio, distribuição de energia,


drenagem pluvial, automação e controle)

Instalação permanente que supre necessidade acessória indispensável à


operação da ETE.

1.25.Taxa de aplicação hidráulica ou superficial

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Relação entre a vazão afluente a uma unidade de tratamento e a área
horizontal sobre a qual é distribuída.

1.26.Taxa de aplicação orgânica superficial

Relação entre a carga de DBO ou DQO introduzida por unidade de tempo numa
unidade de tratamento e a área superficial do material suporte de biomassa.

1.27.Taxa de aplicação de sólidos

Relação entre a massa de sólidos em suspensão introduzida numa unidade de


tratamento e a área sobre a qual é aplicada, por unidade de tempo.

1.28.Taxa de escoamento superficial

Relação entre a vazão do efluente líquido de uma unidade de tratamento e a


área horizontal sobre a qual é distribuída.

1.29.Tempo de detenção hidráulica

Relação entre o volume útil de uma unidade de tratamento e a vazão afluente.

1.30.Unidade de tratamento

Qualquer das partes de uma ETE cuja função seja a realização de operação
unitária ou processo unitário.

1.31.Vazão máxima afluente à ETE

Vazão final de esgoto sanitário encaminhada à ETE, avaliada conforme critérios


da NB-567 e NB-568. (Ver numeração nova da Norma)

1.32.Vazão média afluente à ETE

Vazão final de esgoto sanitário encaminhada à ETE, avaliada conforme critérios


da NB-568, desprezada a variabilidade do fluxo (k 1 e k2). (Ver numeração nova
da Norma)

1.33.Vazão de recirculação

Vazão que retorna de jusante para montante, de qualquer unidade de


tratamento.

1.34.Vazão máxima de projeto da ETE

Vazão máxima para a qual a ETE é projetada; vazões afluentes superiores a


esta vazão deverão ser desviadas por meio de extravasor na entrada da ETE,
ou acumuladas em um reservatório de acumulação. Este conceito é
particularmente importante no caso de redes coletoras recebendo contribuição
de águas pluviais.

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1.35.Coeficiente de pico de vazão

Coeficiente de variação k igual ao resultado da divisão da vazão máxima


horária afluente à ETE, registrada no período de 1 (um) ano, pela vazão média
anual afluente à ETE, refletindo o amortecimento de cheias que se dá na rede
coletora e nos interceptores; na ausência de determinações locais, e quando a
contribuição de águas pluviais não é diretamente afluente à rede coletora, pode-
se adotar, para estações de porte médio a grande, um valor entre 1,6 e 1,8.

1.36.Coeficiente de pico de massa

Coeficiente de variação km igual ao resultado da divisão da massa máxima


afluente à ETE, registrada em um período horário, diário, ou mensal, pela
massa média afluente à ETE, registrada no mesmo período (massa de DBO,
DQO, ou SST); na ausência de determinações locais, pode-se adotar, para
estações de porte médio a grande, valores de até 1,30 e 1,15, respectivamente
para as massas máximas diária e mensal.

1.37.Tratamento de lodo

1.38.Inserir Desidratação, Desaguamento, Biofiltro Aerado Submerso, Filtro Aerado


Submerso, Razão de Recirculação

4. CONDIÇÕES GERAIS

1.39.Requisitos

Relatório do estudo de concepção do sistema de esgoto sanitário, elaborado


conforme NBR-9648.

1.39.1. População atendida e atendível pela ETE nas diversas etapas do plano.

1.39.2. Vazões e demais características de esgotos sanitários afluentes à ETE nas


diversas etapas do plano de acordo com as NBR-9679, NBR-12207 e NBR-
12208.

1.39.3. Exigências ambientais e legais a serem atendidas.

1.39.4. Características requeridas para o efluente tratado nas diversas etapas do


plano.

1.39.5. Forma de disposição final do efluente líquido: ponto de lançamento, corpo


receptor, reuso previsto, como definidos na concepção básica.

1.39.6. Forma de disposição final dos subprodutos sólidos: local de disposição e


eventuais usos na agricultura, na recuperação de áreas degradadas etc.

1.39.7. Área selecionada para construção da ETE com levantamento


planialtimétrico em escala mínima de 1:1000.

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1.39.8. Sondagens preliminares de reconhecimento do subsolo na área
selecionada.

1.39.9. Cota máxima de enchente na área selecionada.

1.39.10. Avaliação de lançamento de efluentes não domésticos na rede coletora,


para fins de tratamento.

1.40.Atividades

A elaboração do projeto hidráulico-sanitário, e a complementação da concepção


da ETE quando necessário, compreendem, no mínimo, as seguintes atividades:

a) Seleção e interpretação das informações disponíveis para projeto;

b) Avaliação das opções de processo para a fase líquida e para a fase sólida;

c) Seleção dos parâmetros de dimensionamento e fixação de seus valores;

d) Dimensionamento das unidades de tratamento;

e) Elaboração dos arranjos em planta das diversas opções definidas;

f) Avaliação de custo de implantação e operação das diversas opções;

g) Comparação técnico-econômica e ambiental e escolha da solução;

h) Dimensionamento dos órgãos auxiliares e sistemas de utilidades;

i) Seleção dos equipamentos e acessórios;

j) Locação definitiva das unidades, considerando a circulação de pessoas e


veículos e o tratamento arquitetônico-paisagístico;

k) Elaboração do perfil hidráulico em função do arranjo definitivo;

l) Elaboração de relatório do projeto hidráulico-sanitário, justificando as


eventuais divergências em relação ao estudo de concepção;

m) Elaboração das diretrizes de operação, de processo e de manutenção;

n) Previsão de projetos de supervisão e controle, arquitetônico, paisagístico,


funcional de laboratório e manutenção, em função da necessidade e do
porte da ETE;

o) Previsão de vias de acesso no entorno da ETE;

p) Avaliação de emissão de odores, ruídos e aerossóis que possam causar


incômodo à vizinhança e indicação de ações mitigadoras.

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5. CRITÉRIOS E DISPOSIÇÕES

1.41.Para o dimensionamento das unidades de tratamento e órgãos auxiliares, os


parâmetros básicos seguintes mínimos do afluente devem ser considerados
para as diversas etapas do plano:

a) Vazões afluentes máxima, mínima e média;

b) Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e demanda química de oxigênio


(DQO);

c) Sólidos em suspensão totais e voláteis (SST e SSV);

d) Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK);

e) Fósforo total (P);

f) Coliformes Termotolerantes (CTer), e outros indicadores biológicos quando


for pertinente;

g) Temperatura.

1.42.Todos os valores dos parâmetros acima devem ser determinados através de


investigação local de validade reconhecida. Na ausência ou impossibilidade
dessa determinação, podem ser usados valores na faixa de 45 a 60g
DBO5/hab.d, 90 a 120g DQO/hab.d, 45 a 70g SS/hab.d, 8 a 12g N/hab.d, e 1,0
a 1,6g P/hab.d. Os valores adotados devem ser justificados. Obs.:
Concessionárias vão verificar as faixas.

1.43.Os critérios gerais de dimensionamento das unidades e órgãos auxiliares,


excetuados os casos explicitados adiante, devem ser os seguintes:

a) Dimensionados para a vazão máxima horária:

- Estações elevatórias de esgoto bruto;

- Canalizações, inclusive by-passes e extravazores;

- Medidores;

- Dispositivos de entrada e saída;

b) Dimensionados para a vazão média:

- Todas as unidades e canalizações precedidas de tanques de acumulação


com descarga em regime de vazão constante.

1.44.Recomenda-se que as unidades de tratamento da ETE disponham de sistema


de by-pass e de esgotamento.

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1.45.Deve ser previsto pelo menos o dispositivo de medição da vazão afluente à
ETE.

1.45.1. No caso da existência da elevatória de entrada, esta medição pode ser


feita a montante ou jusante da mesma. Para elevatórias que recebem
retornos a medição deve ser feita a montante da mesma.

1.45.2. ETEs com vazões médias acima de 100 L/s, devem ter totalizador de
volume afluente.

1.46.As canalizações devem ser dimensionadas de modo a evitar deposição de


sólidos, em função das características do líquido transportado.

1.47.Todos os dispositivos e equipamentos instalados em ambientes agressivos ou


submersos nas unidades de tratamento têm que ser constituídos de materiais
resistentes à corrosão, tais como ligas de aço inox 304 ou superior e resinas
plásticas. Os dispositivos em contato com o esgoto bruto devem ser resistentes
também à abrasão.

1.48.O acesso às unidades deve ser fácil e adequado às condições de segurança e


comodidade da operação. Escadas tipo “marinheiro” devem ser evitadas.

1.49.Devem ser previstas condições ou dispositivos de segurança de modo a evitar


concentração de gases que possam causar explosão, intoxicação ou
desconforto, de acordo com as normas de segurança vigentes.

1.50.O projeto hidráulico-sanitário deve incluir o tratamento do lodo, dos demais


resíduos sólidos, e das emissões gasosas, considerando o destino final definido
no estudo de concepção ou definindo-o caso não tenho sido considerado
anteriormente.

1.51.O relatório do projeto hidráulico-sanitário da ETE deve incluir:

a) Memorial descritivo e justificativo contendo informações a respeito do


destino a ser dado aos materiais residuais retirados da ETE, explicitando os
meios que devem ser adotados para o seu transporte e disposição,
projetando-os quando for o caso;

b) Balanço de massa;

c) Memória de cálculo de processo e hidráulico;

d) Planta de situação da ETE em relação à área de projeto e ao corpo


receptor;

e) Planta de locação das unidades;

f) Fluxograma do processo e arranjo em planta com identificação das


unidades de tratamento e dos órgãos auxiliares;

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g) Perfis hidráulicos das fases líquida e sólida nas diversas etapas, elaborados
para a vazão máxima;

h) Plantas, cortes e detalhes;

i) Plantas e perfis de escavações e aterros;

j) Especificações de materiais e serviços;

k) Especificações de equipamentos e acessórios, incluindo as definições


mínimas de materiais e os modelos dos equipamentos selecionados para a
elaboração do projeto;

l) Estimativa orçamentária global da ETE;

m) Diretrizes de operação e manutenção da ETE, contendo no mínimo o


seguinte:

i. Descrição simplificada da ETE;

ii. Parâmetros utilizados no projeto;

iii. Fluxograma e arranjo em planta da ETE com identificação das unidades


e órgãos auxiliares e informações sobre seu funcionamento;

iv. Procedimentos de operação e manutenção preventiva, com descrição de


cada rotina e sua frequência;

v. Identificação dos problemas operacionais mais freqüentes e


procedimentos a adotar em cada caso;

vi. Procedimentos de controle operacional, identificação de pontos de


amostragem, indicadores de desempenho, monitoramento laboratorial;

vii. Descrição dos procedimentos de segurança do trabalho;

viii. Modelos de relatórios de operação e controle a serem elaborados pelo


operador;

ix. Descritivo operacional visando o projeto do sistema de supervisão e


controle da ETE;

x. Definição da equipe de operação e manutenção, e requisitos mínimos de


qualificação.

1.52.Atenção especial deve ser dada ao atendimento às medidas mitigadoras


constantes e recomendadas nos estudos ambientais prévios.

6. TRATAMENTO DA FASE LÍQUIDA

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1.53.Remoção de Sólidos Grosseiros

Além das indicações seguintes, deve ser observado o que preceitua a Norma
NBR 12208 – Projeto de Elevatória de Esgotos.

1.53.1. A remoção de sólidos grosseiros pode ser feita através de grades de barras
e de peneiras.

1.53.2. A vazão de dimensionamento das grades e peneiras deve ser a vazão


máxima afluente à unidade.

1.53.3. As grades de barras devem ter espaçamento entre as barras de 10 a 100


mm, sendo classificadas, de acordo com tal espaçamento como:

a) grade grossa: espaçamento de 40 a 100 mm

b) grade média: espaçamento de 20 a 40 mm

c) grade fina: espaçamento de 10 a 20 mm

1.53.4. As grades de barras podem ser de limpeza manual ou mecanizada; exceto


para as grades grossas, devem ser de limpeza mecanizada quando a vazão
máxima afluente final for igual ou superior a 100 L/s ou quando o volume de
material a ser retido justificar o uso deste equipamento, levando-se em conta
também as dificuldades de operação relativas à localização e/ou
profundidade do canal afluente.

1.53.5. Quando a limpeza for mecanizada recomenda-se a instalação de pelo


menos duas unidades, neste caso, cada uma com capacidade para a vazão
afluente total, podendo uma delas ser de limpeza manual, utilizada como
reserva, quando a vazão afluente for inferior a 100 L/s. Quando houver risco
de danos ao equipamento de limpeza mecanizada, deve ser instalada uma
grade grossa de limpeza manual à montante.

1.53.6. As grades de barras podem ter o sistema de limpeza mecanizada acionado


por:

a) No caso de barras retas: correntes, cremalheira, catenária, ou outro


equivalente;

b) No caso de barras curvas: 1 ou 2 braços rotativos com rastelo integrado, ou


outro equivalente.

1.53.7. No dimensionamento das grades de barras devem ser observados ainda os


seguintes critérios:

a) a velocidade máxima através da grade para a vazão final é de 1,20 m/s;

b) a inclinação das barras em relação à horizontal deve ser:

- grades de limpeza manual: de 450 a 600

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- grades de limpeza mecanizada: de 600 a 900

c) perda de carga mínima a ser considerada no cálculo para estudo das


condições de escoamento de montante:

- grades de limpeza manual = 0,15 m

- grades de limpeza mecanizada = 0,10 m

d) no caso de grade de limpeza manual, a perda de carga deve ser calculada


para 50% de obstrução.

1.53.8. São consideradas peneiras os equipamentos de remoção de sólidos


grosseiros com aberturas de 0,25 mm a 10,0 mm, podendo ser:

a) Peneira estática;

b) Peneira móvel de fluxo frontal (ou tipo escalar ou escada);

c) Peneira móvel de fluxo tangencial ou externo (com tambor rotativo);

d) Peneira móvel de fluxo axial ou interno (com tambor rotativo).

1.53.9. A peneira deve ser precedida de grade.

1.53.10. Os canais afluente e efluente dos dispositivos de remoção de sólidos


grosseiros devem garantir, pelo menos uma vez ao dia, desde o início da
operação, uma velocidade igual ou superior a 0,40 m/s.

1.53.11. No caso de uso de grades de barras de limpeza mecanizada ou de peneiras,


o equipamento utilizado deve propiciar o depósito dos sólidos removidos em
caçambas, carrinhos, diretamente ou através de esteiras ou roscas
transportadoras para sua retirada. Nestes casos deve ser prevista área
suficiente para circulação dos carrinhos ou veículos de retirada das
caçambas, conforme o caso.

1.53.12. No caso de uso de grades de barras e peneiras de limpeza mecanizada


deve-se dispor de dispositivo de acionamento automático do sistema de
limpeza.

1.53.13. As grades de barras, exceto as grossas, peneiras e respectivos dispositivos


de limpeza e remoção dos sólidos retidos tem que ser constituídos de
materiais resistentes à corrosão e abrasão tais como ligas de aço inox 304
ou superior e resinas plásticas. Obs.: aguardando manifestação das
concessionárias

1.54.Remoção de Areia

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1.54.1. O desarenador deve ser projetado para remoção mínima de 95% em massa
das partículas com diâmetro equivalente igual ou superior a 0,2 mm e
densidade de 2,65.

1.54.2. A vazão de dimensionamento do desarenador deve ser a vazão máxima


afluente à unidade.

1.54.3. O desarenador poderá ser de limpeza manual ou mecanizada; deve ter


limpeza mecanizada quando a vazão de dimensionamento for igual ou
superior a 100 L/s.

1.54.4. O desarenador de limpeza manual deverá ser de fluxo horizontal e seção


retangular (tipo canal de velocidade constante), devendo existir sempre uma
unidade reserva, que operará durante a remoção manual de areia em outra
unidade.

1.54.5. Os seguintes tipos de desarenador mecanizado são considerados:

a) de fluxo horizontal e seção retangular (tipo canal de velocidade constante),


com remoção da areia retida por meio de bomba aspiradora, parafuso
helicoidal, corrente e caçamba, ou “clamshell”;

b) de fluxo horizontal e seção quadrada, com remoção da areia retida por meio
de braços raspadores e lavador de areia;

c) de fluxo em espiral, aerado, com remoção da areia retida por meio de


bomba aspiradora, parafuso helicoidal, corrente e caçamba, ou “clamshell”;

d) de fluxo em vórtice, com remoção da areia retida por meio de bomba


aspiradora, ou “air-lift”.

1.54.6. No caso de desarenador de limpeza mecanizada, devem ser previstas pelo


menos duas unidades instaladas; se uma delas for reserva, poderá ser
unidade não mecanizada.

1.54.7. No caso de desarenador de fluxo horizontal e seção retangular (tipo canal)


deve ser observado o seguinte:

a) A seção transversal deve ser tal que a velocidade de escoamento esteja na


faixa de 0,25 0,20 a 0,40 m/s;

b) No fundo e ao longo do canal deve ser previsto, espaço para a acumulação


do material sedimentado, com seção transversal mínima de 0,20 m de
profundidade mínima de 0,20 m de largura; no caso de limpeza manual a
largura mínima deve ser de 0,30 m.

c) Uma seção de controle deverá ser prevista a jusante do desarenador, com o


objetivo de manter o mais possível constante a velocidade do escoamento.

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1.54.8. No caso de desarenador com fluxo em espiral, aerado, deve ser observado
o seguinte:

a) A seção transversal deve ser tal que a velocidade de escoamento


longitudinal seja inferior a 0,25 m/s para a vazão máxima;

b) A quantidade de ar injetada deve ser regulável, entre 0,25 e 0,75 m 3/min.m.


O valor ótimo deve ser verificado ao longo da operação;

c) O tempo de detenção hidráulica para a vazão máxima deve ser igual ou


superior a 120 s para a condição critica de operação 3 minutos.

1.54.9. No caso de desarenador com fluxo em vórtice, deve ser observado o


seguinte:

a) a velocidade de entrada deve ser 0,6 a 1,0 m/s, e de saída no máximo de


0,4 m/s;

b) o tempo de detenção hidráulica para a vazão máxima deve ser igual ou


superior a 20 s. Obs.: Baréa verificará informações complementares.
Célia vai providenciar manual de cálculo.

1.54.10. Para todos os tipos de desarenador, exceto desarenador aerado, No caso


de desarenador de fluxo horizontal e seção retangular ou quadrada, a taxa
de escoamento superficial deve estar compreendida entre 600 a 1300
m3/m2.d; na ausência de decantadores primários, recomenda-se o limite
superior de 1000 m3/m2.d.

1.54.11. Os desarenadores mecanizados deverão ser dotados de um classificador e


lavador da areia removida, podendo ser do tipo:

a) parafuso helicoidal inclinado;

b) rampa inclinada dotada de raspador de laminas paralelas;

c) hidrociclone.

1.55.Decantação primária

1.55.1. A vazão de dimensionamento do decantador primário deve ser a vazão


máxima horária afluente à unidade, exceto no caso da alínea c) de 6.5.1.9.

1.55.2. A taxa de escoamento superficial deve ser compatível com a eficiência de


remoção desejada, e ainda igual ou inferior a:

a) 60 m3/m2.d quando precede processo de filtração biológica;

b) 90 m3/m2.d quando precede processo de lodos ativados;

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c) 90 m3/m2.d quando o processo for de decantação primária quimicamente
assistida (processo “CEPT”).

1.55.3. ETE com vazão de dimensionamento superior a 250 L/s deve ter mais de
um decantador primário.

1.55.4. O tempo de detenção hidráulica para a vazão média deve ser inferior a 3 h
e, para a vazão máxima, superior a 1 h.

1.55.5. A taxa de escoamento para a vazão máxima através do vertedor de saída


não deve exceder a 500 m³/m.d de vertedor.

1.55.6. A tubulação de remoção de lodo deve ter diâmetro mínimo de 150 mm; a
tubulação de transporte de lodo no escoamento por condutos livres
gravidade deve ter declividade mínima de 3%; a remoção de lodo do fundo
deve, preferencialmente, ser feita de modo a permitir a observação e
controle do lodo removido.

1.55.7. O poço de acumulação de lodo no fundo do decantador deve ter paredes


com inclinação igual ou superior a 1,5 na vertical para 1,0 na horizontal,
terminando em base inferior com dimensão horizontal mínima de 0,60 m.

1.55.8. No caso de decantador primário com remoção mecanizada de lodo, deve


ser observado o seguinte:

a) A alimentação do esgoto ao decantador deve obedecer a uma repartição


criteriosa do fluxo afluente, de forma a se garantir uma distribuição
homogênea de vazão, e evitar a formação de caminhos preferenciais;

b) No caso de decantador retangular, esta distribuição homogênea pode ser


obtida através de múltiplas entradas e anteparo; no caso de decantador
circular o esgoto afluente deve adentrar a unidade através de defletor
central, concêntrico ao decantador com submergência mínima de 0,80m;

c) O dispositivo de remoção do lodo, no caso de decantador retangular, pode


ser constituído por ponte rolante ou por sistema de correntes e lâminas
raspadoras; no caso de decantador circular, por braços raspadores
acionados por tração central ou periférica;

d) Os dispositivos de remoção do lodo devem ser constituídos de materiais


resistentes à corrosão e abrasão, com qualidade igual ou superior ao aço
carbono ASTM A-36 com revestimento adequado;

e) O dispositivo de remoção do lodo deve ter velocidade igual ou inferior a 20


mm/s no caso de decantador retangular, e velocidade periférica igual ou
inferior a 40 mm/s no caso de decantador circular;

f) A profundidade mínima de água no decantador deve ser igual ou superior a


3,5 m. Valores inferiores têm que ser justificados;

17
g) Define-se o volume útil como o produto da área de decantação pela
profundidade mínima de água;

h) Para decantador retangular a relação comprimento/profundidade mínima de


água deve ser igual ou superior a 4:1; a relação largura/ profundidade
mínima de água deve ser igual ou superior a 2:1; a relação comprimento/
largura deve ser igual ou superior a 2:1, e preferencialmente a 4:1;

i) Para decantador circular a declividade do fundo do tanque deve ser igual ou


superior a 1:12;

j) Para decantador retangular, a velocidade de escoamento horizontal deve


ser igual ou inferior a 50 mm/s; quando recebe excesso de lodo ativado, a
velocidade deve ser igual ou inferior a 20 mm/s;

k) O dispositivo de arraste da escuma, no caso de decantador retangular, pode


ser constituído pelo próprio mecanismo de remoção do lodo, sendo a
escuma retida em defletor ou escumadeira apropriados na superfície; no
caso de decantador circular, os próprios braços rotativos de remoção do
lodo arrastam a escuma na superfície para uma bandeja coletora.

1.55.9. No caso de decantador primário, sem remoção mecanizada de lodo, deve


ser observado o seguinte:

a) A profundidade de água na parede lateral deve ser igual ou superior a 0,50


m para decantadores circulares ou quadrados em planta;

b) Permite-se que o decantador seja circular ou quadrado em planta, com poço


de lodo único cônico ou piramidal de base quadrada, descarga de lodo por
gravidade, inclinação de paredes igual ou superior a 1,5 na vertical por 1,0
na horizontal e diâmetro ou diagonal não superior a 7,0 m;

c) Permite-se que o decantador seja retangular em planta com alimentação


pelo lado menor, desde que a parte inferior seja totalmente constituída de
poços tronco piramidais de bases quadradas, e lado não superior a 5,0 m,
com descargas individuais de lodo; nesse caso a velocidade de escoamento
horizontal deve ser no máximo 50 mm/s;

d) No caso alínea (b), define-se o volume útil como sendo o volume de líquido
contido no terço superior da altura do poço, até o nível de água; no caso da
alínea (c), define-se o volume útil como sendo o produto da área de
decantação pela profundidade mínima de água;

e) Carga hidráulica mínima para a remoção do lodo igual a cinco vezes a


perda de carga hidráulica calculada para água e não inferior a 1,0m.

1.55.10. No caso de decantação primária quimicamente assistida, deve ser


observado o seguinte:

a) O decantador deve ser obrigatoriamente de remoção mecanizada do lodo;

18
b) A adição do coagulante deve ser realizada em local de agitação elevada,
com gradiente de velocidade igual ou superior a 1000 s -1;

c) A adição da solução de polímero (diluído na faixa de 0,1 a 0,5%) após a


coagulação deve dar-se em locais com agitação adequada para uma boa
dispersão;

d) A floculação deverá dar-se em condições adequadas de baixo gradiente de


velocidade, entre 100 e 50 s-1; o transporte do esgoto floculado e sua
entrada no decantador deve garantir a manutenção dos flocos formados;

e) É recomendável a realização de ensaio de bancada para determinação das


dosagens a aplicar.

1.55.11. Recomenda-se a instalação de dispositivo para a medição da vazão do lodo


removido do decantador primário.

1.55.12. O projeto hidráulico e de processo deve incluir considerar o seguinte:

a) O volume, a massa de sólidos em suspensão e o teor de sólidos do lodo


removido;

b) As características relativas à estabilidade do lodo removido; frequência de


remoção do lodo;

c) O dispositivo utilizado na remoção do lodo.

1.55.13. Para efeitos práticos, consideram-se equivalentes, nesta Norma, os teores


de sólidos totais e de sólidos em suspensão no lodo.

1.56.Tratamento anaeróbio com reator tipo UASB

1.56.1. O tratamento biológico anaeróbio deve ser precedido de remoção de sólidos


grosseiros e areia, sendo imprescindível a utilização de dispositivo de
remoção de sólidos com aberturas iguais ou inferiores a 12 mm para vazão
máxima até 100 L/s e a 6 mm para vazão máxima acima de 100 L/s.

1.56.2. No caso de alimentação por elevatória, a vazão máxima de bombeamento não


poderá exceder a mais que 25% da vazão máxima de esgoto afluente.
Recomenda-se a utilização de bombas com variadores de velocidade ou o mínimo
de três bombas, sendo uma para rodízio de reserva.

1.56.3. O tempo de detenção hidráulica para a vazão média, considerando a


temperatura média do esgoto no mês mais frio do ano e o volume total do
UASB, deve ser igual ou superior a:

a) 6 h para temperatura do esgoto superior a 25 °C

b) 7 h para temperatura do esgoto de 22 °C a 25 °C

c) 8 h para temperatura do esgoto de 18 °C a 21 °C

19
d) 10 h para temperatura do esgoto de 15 °C a 17 °C

1.56.4. O tempo de detenção hidráulica para a vazão máxima, considerando a


temperatura média do esgoto no mês mais frio do ano e o volume total do
UASB, deve ser superior a:

a) 4,0 h para temperatura do esgoto superior a 25 °C

b) 4,5 h para temperatura do esgoto de 22 °C a 24 °C

c) 5,5 h para temperatura do esgoto de 18 °C a 21 °C

d) 7,0 h para temperatura do esgoto de 15 °C a 17 °C

1.56.5. Eventualmente No caso dos reatores UASB sucedidos por um pós-


tratamento pode-se admitir tempos de detenção hidráulica inferiores aos
mencionados no item 6.4.2 desde que justificado. 6.4.3, desde que o
sistema de pós-tratamento seja dimensionado levando em consideração a
carga orgânica remanescente.

1.56.6. A profundidade útil total dos reatores tipo UASB deve estar entre 4,0 m e 6,0
m. A profundidade mínima do compartimento de digestão (do fundo do
reator à entrada do compartimento de decantação) deve ser de 2,5 m.

1.56.7. O reator UASB deve ser provido de acesso aos dispositivos de operação e
controle, e dispor de aberturas de inspeção acesso com dimensão mínima
de 0,80 m, nas câmaras de digestão e decantação.

1.56.8. O sistema de distribuição de esgoto nos reatores deve atender a:

a) O diâmetro interno mínimo dos tubos de distribuição de esgoto deve ser de


75 mm;

b) Cada ponto de descarga de esgoto no reator deve estar restrito a uma área
máxima de 3 m².

c) A descarga entrada de esgoto no reator deve se dar entre 0,10 a 0,20 m do


fundo;

d) O sistema de distribuição deve permitir a identificação de pontos de


entupimentos;

e) O sistema de distribuição deve impedir o arraste de ar para dentro do reator.

1.56.9. A velocidade ascensional no compartimento de digestão do reator deve ser


igual ou inferior a 0,7 m/h para a vazão média e inferior a 1,2 m/h para a
vazão máxima.

20
1.56.10. A velocidade de passagem do compartimento de digestão para o de
decantação deve ser igual ou inferior a 2,5 m/h, para a vazão média e a
4,0m/h para a vazão máxima.

1.56.11. O trespasse dos defletores de gases deve exceder em pelo menos 0,15 m a
abertura de passagem do compartimento de reação digestão para o
compartimento de decantação.

1.56.12. A taxa de escoamento superficial no compartimento de decantação deve ser


igual ou inferior a 1,2 m3/m2.h para a vazão máxima, podendo se aceitar 1,5
m3/m2.h para picos de vazão eventual, com duração máxima de 2h.

1.56.13. O tempo de detenção hidráulica no compartimento de decantação para a


vazão média deve ser igual ou superior a 1,5 h e para a vazão máxima
superior a 1,0 h.

1.56.14. A profundidade útil mínima do compartimento de decantação deve ser de


1,50 m, sendo pelo menos 0,30 m com parede vertical. As paredes
inclinadas do compartimento de decantação devem ter inclinação igual ou
superior a 50°.

1.56.15. Os reatores UASB devem possuir dispositivo de retirada de escuma.

1.56.16. A coleta e transporte de efluentes de reatores tipo UASB deve evitar quedas
e pontos de turbulência de modo a minimizar o desprendimento dos gases.

1.56.17. Nos casos onde se deseja a remoção de gases dissolvidos no efluente e de


gases residuais do compartimento de decantação, deve ser previsto
dispositivo para desprendimento e coleta para posterior tratamento.

1.56.18. As câmaras de gás do reator devem ser impermeáveis ao gás, protegidas e


resistentes contra corrosão.

1.56.19. As áreas sobre os compartimentos de decantação podem ou não ser


cobertas. No caso de serem cobertas devem ter toda a estrutura acima do
nível de água protegida contra corrosão.

1.56.20. A construção do UASB em concreto deve atender às recomendações das


Normas NBR-6118/2003 e NBR 8083/1983 e garantir a estanqueidade e
resistência a ambientes agressivos.

1.56.21. O sistema de transporte dos efluentes dos reatores anaeróbios deve ser
resistente a corrosão.

1.56.22. O biogás coletado, quando não aproveitado, deve ser queimado,


preferencialmente com queima completa.

1.56.23. No caso de se ter o aproveitamento do biogás, deve ser previsto além das
unidades próprias do aproveitamento, pelo menos um queimador como
unidade de segurança.

21
1.56.24. Estações com capacidade acima de 250 L/s de vazão média, sem
aproveitamento do gás, devem dispor de pelo menos dois queimadores,
sendo um deles como reserva.

1.56.25. O queimador de gás deve ser provido de protetor de chama e sistema de


ignição automático; para estações com vazão média acima de 250 l/s deve
dispor também de painel de controle automático com sensor de chama.

1.56.26. Em situações onde não se puder garantir fluxo mínimo contínuo de gás,
deve ser previsto sistema com ignição automática ou piloto alimentado por
GLP ou outro gás combustível.

1.56.27. Nos casos de queima ou aproveitamento do biogás, deve ser garantida uma
pressão mínima de 1500 Pa (0,15 mca) no interior das câmaras de gás do
reator, através de selo d’água ou válvula reguladora de pressão.

1.56.28. As tubulações de transporte do biogás e as respectivas peças especiais


devem ser preferencialmente aéreas, buscando manter a linearidade e o
escoamento do condensado no interior da tubulação, dimensionadas com
velocidade máxima de 5,0 m/s com relação à vazão média de gás, e
diâmetro mínimo de 50 mm.

1.56.29. A coleta e o transporte do biogás devem dispor de dispositivos de


segurança, compreendendo no mínimo removedores de condensados e
removedores de sedimentos, nos pontos baixos das tubulações, válvulas de
alivio de pressão e vácuo e corta-chamas.

1.56.30. É recomendado medição da vazão do biogás em cada reator, devendo ser


instalado com by-pass.

1.56.31. Cada reator deve ter sistema para amostragem de lodo, permitindo a coleta
a diferentes alturas desde o fundo até o nível de entrada dos
compartimentos de decantação.

1.56.32. Descargas de lodo devem ser previstas rente ao fundo (pelo menos 1 ponto
de descarga para cada 100 m 2 de área de fundo) com carga hidráulica
mínima de 1,5 mca, que servirão também para esgotamento do reator. Além
desta deve haver descarga adicional de lodo em nível entre 0,8 m e 1,3 m
acima do fundo. O diâmetro mínimo das tubulações de descarga de lodo
deve ser de 100 mm.

1.56.33. Trechos da linha de transporte de lodo com escoamento livre, devem ter
declividade mínima de 3%.

1.56.34. O lodo removido dos reatores tipo UASB é considerado estabilizado e pode
ser encaminhado diretamente para desidratação ou desaguamento.

1.57.Processos Biológicos com Biofilme

São os seguintes os processos biológicos com biofilme abrangidos nesta


Norma:

22
a) Filtros biológicos percoladores;

b) Biodiscos ou Reatores biológicos de contacto;

c) Filtros aerados submersos e Biofiltros aerados submersos.

1.57.1. Filtros Biológicos Percoladores (FB)

1.57.1.1. A vazão de dimensionamento do filtro biológico deve ser a vazão


média afluente à ETE.

1.57.1.2. A filtração biológica deve ser precedida de remoção de sólidos


grosseiros e areia, e de decantação primária ou outra unidade que
proporcione remoção de sólidos em suspensão.

1.57.1.3. O filtro biológico deve dispor de um meio suporte de biomassa,


constituído de pedra britada, seixo rolado, ou materiais plásticos; outros
materiais poderão ser empregados se tecnicamente justificados.

1.57.1.4. No caso de utilização de pedra britada esta deve ser brita 4 (5 a 8


cm), não sendo permitido pedras chatas ou com faces planas.

1.57.1.5. A aplicação do esgoto em filtro biológico circular deve ser uniforme


sobre a superfície do meio suporte através de distribuidor rotativo; quando
acionado pela reação dos jatos, o distribuidor deve ser projetado para partir
com carga hidrostática compatível com a vazão de projeto, e com o
diâmetro das tubulações e do filtro.

1.57.1.6. Filtro biológico que utiliza pedra britada ou seixo rolado deve ter altura
do meio suporte até 3,0 m. e obedecer às seguintes limitações:

a) A carga orgânica volumétrica não deverá exceder a 1,2 kg DBO5/m 3.d do


meio suporte incluindo a carga da recirculação nos filtros denominados de
alta taxa; e a 0,3 kg DBO5/m3.d nos filtros denominados de baixa taxa;

b) A taxa de aplicação hidráulica não deverá exceder 50 m³/m².d da superfície


livre do meio suporte filtro, incluindo a vazão de recirculação, nos filtros
denominados de alta taxa; e a 5 m³/m².d nos filtros denominados de baixa
taxa;.

1.57.1.7. Filtro biológico que utiliza meio plástico deve ter altura do meio
suporte inferior a 12,0 m e obedecer às seguintes limitações:

a) A carga orgânica igual ou inferior a 3,0 kg DBO 5/m3.d do meio suporte;

b) A taxa de aplicação hidráulica compreendida entre 10,0 e 75,0 m 3/m2.d da


superfície livre do meio suporte filtro, incluindo a vazão de recirculação.

1.57.1.8. Quando são utilizados outros materiais, os parâmetros e critérios para


dimensionamento devem ser justificados.

23
1.57.1.9. Pode ser admitida a recirculação nos seguintes casos:

a) Do efluente do filtro biológico para a sua própria entrada;

b) Do efluente do decantador secundário para a entrada do filtro biológico e,


neste caso, o decantador secundário deve ser dimensionado para a vazão
média acrescida da vazão de recirculação;

c) Do efluente do filtro biológico para a entrada do decantador primário e,


neste caso, o decantador primário deve ser dimensionado para a vazão
máxima acrescida da vazão de recirculação;

d) Em qualquer dos casos a relação ou razão de recirculação deve ser igual ou


inferior a 5.

1.57.1.10. Os filtros de alta taxa devem, obrigatoriamente, prever a recirculação.

1.57.1.11. Para garantir a circulação de ar através do meio suporte do filtro


biológico, é necessário:

a) Que as aberturas para drenagem do efluente do filtro tenham área total igual
ou superior a 15% da área horizontal do fundo do filtro; ????

b) Que as extremidades dos drenos que se comunicam com a atmosfera


tenham área total igual ou superior a 1% da área horizontal do fundo do
filtro. ????

1.57.1.12. Na drenagem do líquido percolado, através do meio suporte, deve ser


observado o seguinte:

a) A área do fundo do filtro deve ser inteiramente drenada;

b) A declividade mínima dos drenos deve ser 1%, e a velocidade mínima nas
canaletas efluentes deve ser de 0,60 m/s;

c) Os drenos e as canaletas efluentes devem ser dimensionados com seção


molhada igual ou inferior a 50% da seção transversal, para a vazão máxima
acrescida da vazão de recirculação.

1.57.1.13. Deve ser previsto o controle do crescimento de moscas,


preferivelmente por inundação do filtro biológico.

1.57.1.14. A filtração biológica requer o emprego de decantação secundária.

1.57.1.15. Nos casos em que se almeja nitrificação parcial, a taxa de aplicação


de nitrogênio amoniacal não deverá exceder 1,5 g N/m2.d (referente à
superfície específica do meio suporte). Este valor se aplica igualmente a
outras modalidades de reatores com processo de biofilme.

1.57.2. Biodiscos ou Reatores Biológicos de Contato (RBC)

24
1.57.2.1. Biodiscos ou Reatores Biológicos de Contato (RBCs) devem ser
precedidos de remoção de sólidos grosseiros, de areia, e de decantação
primária ou outra unidade de remoção de sólidos em suspensão.

1.57.2.2. Os RBCs requerem igualmente o emprego de decantação


secundária.

1.57.2.3. A vazão de dimensionamento do RBC deve ser a vazão média


afluente à ETE.

1.57.2.4. O meio de contacto no qual se formará o biofilme deve ser de


material plástico (poliestireno, PEAD, PVC, ou similar) com superfície
específica adequada à vazão a tratar; tipicamente é formado por discos
montados sobre um eixo rotativo transversal ou coincidente com o sentido
do escoamento.

1.57.2.5. Os RBC poderão dispor de um ou mais estágios em série.

1.57.2.6. A carga orgânica aplicada não deverá exceder a 30 gDBO/ m².d no


primeiro estágio e a 15 gDBO/ m2.d como média para todos estágios.

1.57.2.7. A carga hidráulica aplicada média para todos os estágios do Biodisco,


não deve exceder a 0,15 m3/m2.d de área superficial (superfície específica)
do meio de contacto, nos casos visando apenas a remoção da DBO, e a
0,08 m3/m2.d nos casos visando também a nitrificação.

1.57.2.8. O tempo de detenção hidráulico deve ser igual ou superior a 1,0 h


nos casos visando apenas a remoção da DBO, e superior a 2,0 h nos casos
visando também a nitrificação.

1.57.3. Filtros Aerados Submersos (FAS)

1.57.3.1. Filtros Aerados Submersos (FAS) devem ser precedidos de remoção


de sólidos grosseiros e areia, e de decantação primária ou tratamento
anaeróbio.

1.57.3.2. A vazão de dimensionamento dos FAS deve ser a vazão média


afluente à ETE.

1.57.3.3. O meio suporte no qual se formará o biofilme poderá ser: um recheio


estruturado ou randômico, com superfície específica inferior a 250 m 2/m3,
com altura útil igual ou superior a 1,6 m, constituído de material inerte de
origem sintética ou mineral, com fluxo descendente ou ascendente. Os FAS
devem dispor de decantador secundário para clarificação do efluente.

25
1.57.3.4. A carga orgânica volumétrica aplicada deve ser igual
ou inferior a 1,8 kg DBO/m3.d e carga orgânica superficial
aplicada inferior a 15 g DBO/m 2.d (referente à superfície
específica do meio suporte); nos casos visando também a
nitrificação, a carga de nitrogênio amoniacal aplicada não
deve exceder a 1,5 g N/m2.d.
1.57.3.5. A taxa de aplicação hidráulica deve ser igual ou inferior a 100 m 3/m2.d
no caso dos Filtros Aerados Submersos, quando do uso de meio suporte
não estruturado?????? Compatibilizar com item 6.5.4.6

1.57.3.6. A aeração deve ser distribuída de maneira uniforme, a uma taxa


mínima de 30 N m3ar/kg DBO aplicada para a remoção de matéria orgânica.

1.57.3.7. A utilização de meios suporte diferentes dos recomendados devem


ser adequadamente justificados que extensivamente pesquisados venham a
apresentar parâmetros diferentes dos acima recomendados, pode ser aceita
com a justificativa dos parâmetros de projeto, da experiência existente, e
com resultados comprovados.

1.57.4. Biofiltros Aerados Submersos (BAS)

1.57.4.1. Biofiltros Aerados Submersos (BAS) devem ser precedidos de


remoção de sólidos grosseiros e areia, e de decantação primária ou
tratamento anaeróbio.

1.57.4.2. A vazão de dimensionamento do BAS deve ser a vazão média


afluente à ETE.

1.57.4.3. O meio de contacto material de enchimento no qual se formará o


biofilme poderá ser: um recheio com superfície específica superior a 350
m2/m3, com altura útil igual ou superior a 1,6 m, com fluxo descendente ou
ascendente, constituído de material inerte de origem sintética ou mineral,
com tamanho de 2 a 6 mm. Os BAS requerem remoção do excesso de
biomassa por contra-lavagem.

1.57.4.4. O recheio do BAS deverá assegurar ao mesmo tempo o


desenvolvimento do biofilme e a retenção dos sólidos em suspensão, para
efeito da clarificação do efluente, dispensando, portanto, a utilização de
decantadores secundários.

1.57.4.5. A carga orgânica volumétrica aplicada deve ser igual ou inferior a


4 kgDBO/m3.d e a carga orgânica superficial aplicada inferior a
15 gDBO/m2.d (referente à superfície específica do meio suporte).

1.57.4.6. A taxa de aplicação hidráulica deve ser igual ou inferior a 30 m 3/m2.d


no caso de BAS de meio estruturado. Retirar??????

1.57.4.7. A aeração deve ser distribuída de maneira uniforme, a uma taxa


mínima de 30 N m3ar/kg DBO aplicada.

26
1.57.4.8. As operações de lavagem do BAS devem ser realizadas com um
intervalo máximo entre lavagens de 24 h e uma taxa hidráulica de lavagem
igual ou superior a 600 m3/m2.d.

1.57.4.9. O lodo resultante das operações de lavagem deve ser devidamente


tratado.

1.57.4.10. Materiais de enchimento meios suporte diferentes dos recomendados


devem ser adequadamente justificados que extensivamente pesquisados
venham a apresentar parâmetros diferentes dos acima recomendados, pode
ser aceita com a justificativa dos parâmetros de projeto, da experiência
existente, e com resultados comprovados.

1.57.5. Decantador Secundário nos processos biológicos com biofilme

A decantação secundária nos processos biológicos com biofilme poderá ser


de taxa convencional ou do tipo lamelar ou tubular.

1.57.5.1. Decantação Secundária de taxa convencional

6.5.6.1.1. A vazão de dimensionamento do decantador secundário deve ser a


vazão média.

6.5.6.1.2. Recomenda-se o uso de decantador secundário de limpeza


mecanizada, em processos de filtração biológica com vazão superior a
50 25 l/s.

6.5.6.1.3. No decantador secundário a taxa de escoamento superficial deve ser


igual ou inferior a 24 m3/m2.d.

6.5.6.1.4. A taxa de escoamento, através do vertedor de saída do decantador


final, deve ser igual ou inferior a 380 m3/m.d de vertedor.

6.5.6.1.5. A profundidade lateral no decantador mecanizado deve ser igual ou


superior a 3,5 m. Valores inferiores devem ser justificados.

6.5.6.1.6. Tubulação de remoção do lodo do decantador secundário por


gravidade, deve ter diâmetro mínimo de 100 150 mm; e declividade
mínima de 2% quando em conduto livre.

6.5.6.1.7. No decantador secundário com remoção mecanizada de lodo deve


ainda ser observado o seguinte:

a) A alimentação do esgoto ao decantador deve obedecer a uma


repartição criteriosa do fluxo afluente, de forma a se garantir uma
distribuição homogênea de vazão;

b) Esta distribuição homogênea pode ser obtida através de múltiplas


entradas e anteparo; no decantador circular com alimentação central o
esgoto afluente deve adentrar a unidade através de defletor central,
concêntrico ao decantador com submergência mínima de 0,80m;

27
c) Os dispositivos de remoção do lodo devem ser constituídos de
materiais resistentes à corrosão, com qualidade igual ou superior ao
aço carbono ASTM A-36 com revestimento adequado;

d) O dispositivo de remoção do lodo deve ter velocidade periférica igual


ou inferior a 40 mm/s;

e) Define-se o volume útil como o produto da área de decantação pela


profundidade mínima de água;

f) A declividade do fundo do decantador circular deve ser igual ou


superior a 1:12;

6.5.6.1.8. No caso de decantador secundário, sem remoção mecanizada de lodo,


deve ser observado o seguinte:

a) A profundidade de água na parede lateral deve ser igual ou superior a 0,50


m para decantadores circulares ou quadrados em planta;

b) Permite-se que o decantador seja circular ou quadrado em planta, com poço


de lodo único cônico ou piramidal de base quadrada, descarga de lodo por
gravidade, inclinação de paredes igual ou superior a 1,5 na vertical por 1,0
na horizontal e diâmetro ou diagonal não superior a 7,0 m;

c) Permite-se que o decantador seja retangular em planta com alimentação


pelo lado menor, desde que a parte inferior seja totalmente constituída de
poços tronco piramidais de bases quadradas, e lado não superior a 5,0 m,
com descargas individuais de lodo; nesse caso a velocidade de escoamento
horizontal deve ser no máximo 50 mm/s;

d) No caso alínea (b), define-se o volume útil como sendo o volume de líquido
contido no terço superior da altura do poço, até o nível de água; no caso da
alínea (c), define-se o volume útil como sendo o produto da área de
decantação pela profundidade mínima de água;

e) Carga hidráulica mínima para a remoção do lodo igual a 1,5 vezes a perda
de carga hidráulica calculada para água.

6.5.6.1.9. Recomenda-se a instalação de dispositivos para a medição das vazões


da recirculação e do excesso de lodo removido do processo.

1.57.5.2. Decantação Secundária do tipo Lamelar ou Tubular

O decantador secundário, se de alta taxa, deve respeitar o disposto no item


6.6.37.3, salvo o seguinte:

a) O limite máximo de taxa de escoamento superficial deverá ser de


80 m3/m2.d.

b) A descarga de lodo deverá ser realiza respeitando um período máximo


de 1,5 h entre descargas consecutivas.

28
1.58.Processos Biológicos com Biomassa Suspensa – Lodos Ativados

1.58.1. As prescrições desta seção abrangem os reatores biológicos, o decantador


secundário, a recirculação de lodo, quando existentes, e seus órgãos
auxiliares.

1.58.2. Os sistemas de lodos ativados podem ser de operação contínua (com


decantação secundária e retorno de lodo, ou com reação – decantação
alternada), de operação intermitente (em batelada, com as fases de reação
e de clarificação do efluente em um único tanque).

1.58.3. De acorde com a finalidade a que se destina, os sistemas de lodos ativados


com operação contínua apresentam:

a) reatores aeróbios (denominados tanques de aeração), quando se pretende


a remoção da matéria orgânica carbonácea com ou sem nitrificação; ou

b) reatores aeróbios e anóxicos, quando se pretende a remoção da matéria


orgânica carbonácea, conversão de nitrogênio por nitrificação e remoção
por desnitrificação; ou

c) reatores anaeróbios e aeróbios, quando se pretende a remoção da matéria


orgânica carbonácea e remoção biológica de fósforo sem nitrificação; ou

d) reatores aeróbios, anóxicos e anaeróbios, quando se pretende a remoção


da matéria orgânica carbonácea, remoção biológica de nitrogênio por
nitrificação e desnitrificação, e também remoção biológica de fósforo; ou

e) reatores aeróbios quando se pretende a remoção da matéria orgânica


carbonácea e especificamente projetados para a nitrificação e
desnitrificação simultânea.

1.58.4. É possível incluir uma câmara seletora biológica antecedendo os reatores,


que poderá ser aeróbia, anóxica ou anaeróbia.

1.58.5. Os ciclos dos sistemas de lodos ativados com operação intermitente (em
batelada) são compostos pelas etapas de alimentação, reação,
sedimentação, retirada do clarificado, eventual repouso e descarte do
excesso de lodo. Com relação às etapa de alimentação e reação tem-se as
seguintes modalidades:

a) Etapa com alimentação ocorrendo simultaneamente com a aeração, quando


se pretende a remoção da matéria orgânica carbonácea com ou sem
nitrificação; ou

b) Etapa com alimentação com mistura em condição anóxica quando se


pretende a remoção do nitrogênio por desnitrificação; ou

c) Etapa com alimentação com mistura em condição anaeróbia quando se


pretende a remoção biológica de fósforo; ou

29
d) Etapa de reação sem alimentação, totalmente aerada, quando se pretende
a remoção da matéria orgânica carbonácea e conversão de nitrogênio por
nitrificação; ou

e) Etapa de reação sem alimentação, parcialmente aerada e parcialmente com


mistura, quando se pretende a remoção da matéria orgânica carbonácea e
remoção de nitrogênio.

1.58.6. Os sistemas de lodos ativados com operação intermitente (em batelada) e


com reação – decantação alternada (continuo) deverão ser automatizados.

1.58.7. Remoção adicional de fósforo pode ser obtida com a aplicação de produtos
químicos adequados no reator biológico, ou antes da clarificação do efluente
em decantadores secundários em sistemas de operação contínua, ou antes
da fase de decantação nos sistemas com operação em bateladas. Nestes
casos, na estimativa da produção de lodo, os sólidos resultantes da
aplicação do produto químico devem ser somados aos sólidos do tratamento
biológico.

1.58.8. O tratamento por processos de lodos ativados deve ser precedido pela
remoção de sólidos grosseiros e areia, podendo ou não ser precedido pela
remoção de sólidos sedimentáveis ou de tratamento biológico anaeróbio.

1.58.9. A vazão de dimensionamento para o processo de lodos ativados deve ser a


vazão média afluente à ETE.

1.58.10. Preferivelmente, em ETEs com vazão superior a 100 l/s se recomenda mais
de uma linha de reatores biológicos operando em paralelo.

1.58.11. O tempo de detenção hidráulica não deve ser utilizado como parâmetro de
dimensionamento dos reatores biológicos.

1.58.12. O dimensionamento dos reatores biológicos deve considerar os parâmetros


seguintes:

a) Idade do lodo;

b) Relação alimento/microrganismos;

1.58.13. Os valores dos parâmetros de dimensionamento dos reatores biológicos


devem ser compatíveis com a variante e o objetivo adotado, estando
compreendidos nos intervalos:

a) Idade do lodo – 2 a 4 dias para sistemas de alta taxa; 4 a 15 dias para


sistemas convencionais e acima de 18 dias para sistemas de aeração
prolongada;

b) Relação alimento/microrganismos – 0,70 a 1,10 kg DBO5aplicado/kg


SSVTA.d para sistemas de alta taxa; 0,20 a 0,70 kg DBO5aplicado/kg
SSVTA.d; para sistemas convencionais e menor ou igual a 0,15 kg
DBO5aplicado/kg SSVTA.d para sistemas de aeração prolongada;

30
1.58.14. Nos seletores biológicos a relação A/M deve ser igual ou superior a 3
kgDBO/kgSSV.d. nos casos de lodos ativados convencional, e igual ou
superior a 1,8 kgDBO/kgSSV.d nos casos de lodos ativados com aeração
prolongada.

1.58.15. A concentração de sólidos em suspensão no interior dos reatores biológicos


deve estar compreendida no intervalo de 1500 a 4500 mg/L. No caso de
reatores com membranas, oxigênio puro ou outras configurações a
concentração será maior devendo ser justificada.

1.58.16. Quando se utiliza material suporte de biomassa no interior dos reatores


biológicos (de leito móvel), a massa de SV aderida ao material suporte deve
ser somada à massa de SSVTA, constituindo a massa de sólidos em
suspensão voláteis de referência para fins de dimensionamento. A massa de
SV aderida não deverá ser considerada superior a 12g SV/m2 de área
superficial específica do material suporte de biomassa.

1.58.17. Para se garantir nitrificação, a idade do lodo, relativa apenas à parte do lodo
ativado sob aeração (idade do lodo aeróbia), deve ser igual ou superior a 5
dias para esgoto bruto ou decantado e igual ou superior a 8 dias para
efluente de reator anaeróbio, para temperatura de 20 C, no tanque de
aeração. Alternativamente, a relação A/M deve ser inferior a 0,35
kgDBOAplicado/kgSSVTA.d para esgoto bruto ou decantado, ou inferior a
0,20 kgDBOAplicado/kgSSVTA.d para efluente de reator anaeróbio, para
temperatura de 20 C, no tanque de aeração. Deve-se considerar a
influência da temperatura na adoção da idade do lodo, de acordo com a taxa
de crescimento de nitrificantes. Na ausência de dados específicos, pode-se
considerar a tabela seguinte:

Tabela – Idade do Lodo para nitrificação


Temperatura Idade do lodo aeróbia mínima para Idade do lodo aeróbia mínima para
(C) esgoto Bruto/Decantado (dias) efluente de reator anaeróbio (dias)
15 8 20
20 5 10
25 3 7

1.58.18. A massa de oxigênio necessária ao processo tem que ser criteriosamente


calculada, devendo ainda atender a:

a) Uma vez e meia a carga média de DBO5 aplicada ao tanque de aeração


quando não se tem nitrificação;

b) Duas vezes e meia a carga média de DBO5 aplicada ao tanque de aeração


quando se tem nitrificação;

c) Quatro vezes a carga média de DBO5 aplicada ao tanque de aeração,


quando se tem nitrificação, para alimentação do sistema com efluente de
reatores anaeróbios tipo UASB.

31
1.58.19. A concentração de oxigênio dissolvido no tanque de aeração (CL), a ser
considerada no dimensionamento do equipamento de aeração deve ser,
pelo menos:

a) 1,5 mgO2/L nos casos de lodos ativados de aeração prolongada ou lodos


ativados convencional;

b) 2,5 mgO2/l, quando se utiliza material suporte de biomassa no tanque de


aeração.

Estes valores não se aplicam para reatores de nitrificação e desnitrificação


simultânea, reatores com membranas e outras configurações não
especificadas.

1.58.20. Para o dimensionamento do equipamento de aeração, a capacidade nominal


de transferência de oxigênio para água limpa a 20ºC, isenta de oxigênio
dissolvido e ao nível do mar, tem que ser claramente indicada nas
especificações, cabendo ao fornecedor garantir os valores informados.

1.58.21. A capacidade efetiva (Ce) de transferência de oxigênio do equipamento de


aeração tem que ser calculada para as condições de campo (pressão
barométrica, temperatura, salinidade, concentração de OD no reator,
densidade de potência, geometria do tanque).

1.58.22. Os sistemas de aeração incluem os seguintes tipos: sistemas com ar difuso,


sistemas de aeração por aspiração, por ejetores; aeradores superficiais,
aeradores submersos, aeradores com rotor de fundo.

1.58.23. Tanque de aeração com equipamento de aeração superficial, montado


sobre suportes fixos, deve ter dispositivo que permita a variação da
submergência do rotor de aeração.

1.58.24. A geometria do tanque de aeração com aeradores superficiais tem que ser
estabelecida em função do tipo, potência e capacidade de homogeneização
do equipamento escolhido.

1.58.25. O número mínimo de aeradores superficiais, por tanque de aeração em


processos contínuos, deve ser:

a) Dois para vazões médias, por tanque de aeração, entre 20L/s e 50 L/s;

b) Três para vazões médias, por tanque de aeração, superiores a 50 L/s.

1.58.26. A densidade de potência no tanque de aeração, dotado de equipamento de


aeração superficial, deve ser igual ou superior a 10 W/m3. Valores menores
devem ser justificados.

1.58.27. A aeração por ar difuso é por meio de difusores porosos ou não porosos.

1.58.28. A profundidade mínima do tanque com aeração por ar difuso tem que ser de
3,0 m.

32
1.58.29. A seleção dos tubos para alimentação e distribuição de ar para aeração por
ar difuso deve considerar o seguinte:

a) O material empregado deve ser especificado para as condições de


temperatura, umidade e pressão piezométrica do ar transportado;

b) Nos casos de emprego de difusores porosos, não se permite o revestimento


interno destes tubos, que têm que ser resistentes a corrosão interna e
externamente;

1.58.30. Na aeração por ar difuso, no caso de emprego de difusor poroso, o ar deve


ser filtrado e conter no máximo 3,5mg de material particulado por 1000m3
de ar.

1.58.31. Reatores com aeração por ar difuso deverão ter vazão de ar para mistura,
de no mínimo 0,6 m³/h de ar (a 20ºC e 1 atm) por m³ de reator.

1.58.32. Reatores não aerados deverão ser projetados com dispositivos que
garantam uma concentração uniforme do lodo.

1.58.33. O excesso de lodo, removido do sistema de lodos ativados, deve ser


considerado estável para fins de desidratação (desaguamento) e
encaminhamento ao destino final, quando a idade do lodo aeróbia é igual ou
superior a 18 dias, ou quando a relação A/M é igual ou inferior a 0,15kg
DBO5/kg SSVTA.d. Recomenda-se a instalação de dispositivo para medição
da vazão do excesso de lodo.

1.58.34. No processo de lodos ativados, que emprega o valo de oxidação, os


seguintes parâmetros e condições devem ser aplicados:

a) Quando não for empregado decantador secundário tem que ser previsto
meio capaz de manter a concentração de SSTA em um mínimo de
2500mg/L;

b) O equipamento de aeração, além de sua capacidade de transferência de


oxigênio, tem que manter a massa líquida em movimento com velocidade de
translação capaz de impedir a sedimentação de lodo no fundo do valo;

c) O valo de oxidação tem que ter o fundo e paredes impermeáveis até 0,30m,
acima do nível máximo de operação.

1.58.35. O valor mínimo da relação de recirculação de lodo ativado, de decantadores


secundários para reatores biológicos, tem que ser tal que a concentração
máxima de SST do lodo recirculado não exceda o valor de 10000 mg/l.

1.58.36. Exige-se que seja projetado dispositivo de medição da vazão de


recirculação de lodo ativado.

33
1.58.37. A separação de sólidos do efluente pode ser através de decantador final do
tipo convencional, de decantador lamelar, ou de flotação por ar dissolvido.
No caso de uso de decantadores lamelares ou de flotação por ar dissolvido,
os parâmetros utilizados no projeto devem ser justificados.

1.58.38. Decantador Secundário nos processos de lodos ativados

O decantador secundário nos processos de lodos ativados poderá ser do


tipo convencional, ou do tipo lamelar ou tubular.

1.58.38.1. Decantador Secundário de taxa convencional

6.6.38.1.2 O decantador secundário deve ser dimensionado para taxa de


escoamento superficial igual ou inferior a:

a) 28m3/m2.d quando a idade do lodo é inferior a 18 dias, ou relação A/M é


superior a 0,15kg DBO5/kg SSVTA.d;

b) 20m3/m2.d quando a idade do lodo é inferior a 18 dias, ou relação A/M é


superior a 0,15kg DBO5/kg SSVTA.d e se tem remoção adicional de fósforo
por adição de produto quimico;

c) 16m3/m2.d quando a idade do lodo aeróbia é superior a 18 dias, ou relação


A/M é inferior a 0,15kg DBO5/kg SSVTA.d.

6.6.38.1.3 No decantador secundário, a taxa de aplicação de sólidos, deve ser


igual ou inferior a 144kg/m2.d, quando a idade do lodo é inferior a 18
dias, ou a relação A/M é superior a 0,15kg DBO5/kg SSVTA.d e igual
ou inferior a 120kg/m2.d, quando a idade do lodo é superior a 18 dias,
ou a relação A/M é inferior a 0,15kg DBO5/kg SSVTA.d.

6.6.38.1.4 No decantador secundário final, a taxa de aplicação de sólidos, deve


ser igual ou inferior a 144kg/m2.d, quando a idade do lodo é inferior a
18 dias, ou a relação A/M é superior a 0,15kg DBO5/kg SSVTA.d e
igual ou inferior a 120kg/m2.d, quando a idade do lodo é superior a 18
dias, ou a relação A/M é inferior a 0,15kg DBO5/kg SSVTA.d.

6.6.38.1.5 No decantador secundário final, o tempo de detenção hidráulica,


relativo à vazão média, tem que deve ser igual ou superior a 1,5h.

6.6.38.1.6 No caso de decantador secundário final, com remoção mecanizada


de lodo, aplica-se o disposto em 6.3.8, exceto alínea j), e mais o
seguinte:

a) Para decantador secundário retangular a velocidade de escoamento


horizontal deve ser igual ou inferior a 20mm/s;
b)
c) Decantador secundário, com remoção de lodo por sucção, deve ter o fundo
horizontal.

34
6.6.38.1.7 No caso de decantador secundário final, sem remoção mecanizada
de lodo, aplica-se o disposto em 6.3.9, exceto alínea c) e e), e mais o
seguinte:

a) Carga hidrostática mínima, para a remoção de lodo, igual a duas vezes a


perda de carga hidráulica para água e não inferior a 0,50m;

b) Tubulação de descarga de lodo com diâmetro mínimo de 150mm;

c) O decantador pode ser retangular em planta com alimentação pelo lado


menor, desde que a parte inferior seja totalmente constituída de poços
tronco piramidais de bases quadradas, e lado não superior a 5,0 m, com
descargas individuais de lodo; nesse caso a velocidade de escoamento
horizontal deve ser no máximo 20 mm/s

6.6.38.1.8 A remoção de lodo do fundo do decantador secundário final por


pressão hidrostática ou sucção deve ser feita de modo a permitir a
observação e controle de lodo removido.

6.6.38.1.9 A taxa de escoamento, através do vertedor de saída do decantador


final, deve ser igual ou inferior a 290m3/m.d de vertedor.

1.58.38.2. Decantador Secundário do tipo Lamelar ou Tubular

O número de unidades de decantação deve ser igual ou superior a 3. Número menor


de unidades tem que ser justificado.

Nesse tipo de decantador poderão ser utilizados, na zona de clarificação,


dispositivos constituídos por placas planas paralelas, ou módulos com
dutos de seção circular, quadrada, retangular, ou ainda, seções
especiais, desde que haja experiência anterior comprovando bons
resultados. Em todos os casos, o ângulo dos dutos ou canais, com a
horizontal, deverá ser de 60°. Além disso, devem ser observados os
quesitos:

a) comprimento do duto ou canal entre 1,00 e 1,20 m;

b) espaçamento útil entre as placas paralelas, ou dimensão similar nos dutos,


deve ser compreendido entre 0,07 m a 0,10 m;

c) o material de execução deve ser inerte, oferecer alta resistência mecânica,


com superfícies lisas, e não apresentar deformações com o uso.

O decantador tubular ou lamelar deve ser dimensionado considerando-se taxa de


escoamento superficial aparente (qAA – relação entre vazão média e
área horizontal efetivamente coberta pelos módulos) apresentada na
Tabela seguinte, salvo quando justificado através de resultados
experimentais.

Tabela - Valores admissíveis para a taxa de escoamento superficial aparente no


decantador lamelar.
Concentração de SST (mg/l) no Taxa de escoamento superficial

35
afluente do decantador aparente (m3/m2.d)
SST ≤ 2000 ≤ 80
2000 < SST ≤ 2500 ≤ 70
2500 < SST ≤ 3000 ≤ 50
3000 < SST ≤ 3500 ≤ 40
3500 < SST ≤ 4500 ≤ 35

A distribuição do afluente deverá ser efetuada de forma homogênea sob os módulos


de sedimentação por canais ou tubos, espaçados entre si no máximo
4,0 m (entre eixos) e providos de furos. A velocidade de passagem
correspondente à vazão média nos furos e nos dutos e canais não
deve ultrapassar 0,20 m/s. A distância mínima entre os orifícios de
alimentação e o fundo dos módulos lamelares deve ser de no mínimo
0,3 vezes a distância entre os eixos dos tubos ou canais de
alimentação.

O espaçamento mínimo das canalizações de alimentação do afluente até a borda


superior dos poços de lodo deve ser de no mínimo 0,20 vezes a
distância entre os eixos dos tubos ou canais de alimentação,
mantendo-se no mínimo de 0,30 m.

O efluente decantado será coletado junto à superfície, por dutos perfurados


afogados ou por calhas com vertedores ajustáveis. Caso se
empreguem tubos afogados ou anteparos ladeando as calhas, têm
que ser previsto dispositivos para remoção de material flutuante.

A distância entre os eixos dos dispositivos de coleta do efluente deve ser na máximo
duas vezes a distância entre a superfície de água e o nível superior
dos dispositivos de clarificação.

A remoção de lodo poderá ser efetuada mecânica ou hidraulicamente. Quando se


usar descarga hidráulica deverão ser implantados poços de lodo
tronco-piramidais invertidos, com base quadrada ou retangular.

Os poços de lodo deverão ter inclinação de paredes igual ou superior a 1,5 na


vertical por 1,0 na horizontal, terminando em base inferior com
dimensão horizontal máxima de 0,60 m.

Deve ser previsto facilidade de acesso aos módulos lamelares para fins de limpezas
periódicas.

1.59.Reator Biológico de Leito Móvel (MBBR)

1.60.Remoção de Fósforo por Adição de Produtos Químicos

36
1.60.1. A remoção de fósforo pode ser incrementada pela adição de produtos
químicos, usualmente sais de ferro (trivalente) e de alumínio. Polieletrólitos
podem ser usados para auxiliar na separação dos sólidos em suspensão do
liquido efluente.

1.60.2. O produto químico para remoção de fósforo pode ser aplicado ao esgoto
bruto a montante de decantador primário ou de sistema de flotação por ar
dissolvido; no processo de tratamento biológico aeróbio no próprio reator
biológico ou entre o reator biológico e o decantador secundário, quando
existente; ou a efluentes de sistemas de tratamento biológico anaeróbio ou
aeróbio.

1.60.3. É recomendável a realização de ensaios para a determinação de dosagens


de produtos químicos a aplicar, devendo, porém, ser observadas as
relações molares mínimas para dosagem de íon Fe/fósforo total de 2,5 e de
íon Al/fósforo total de 1,5 para esgoto bruto. Para aplicação do produto
químico no processo biológico aeróbio ou em efluentes de processos
aeróbios ou anaeróbios, as relações mínimas a serem observadas são de
íon Fe/fósforo total de 1,5 e de íon Al/fósforo total de 1,5.

1.60.4. A adição de produtos químicos deve ser em dispositivo que permita


gradiente de velocidade igual ou superior a 1000 s-1. Quando aplicado no
sistema de tratamento biológico aeróbio, a aplicação pode ser no próprio
reator biológico, distribuído de modo a se obter a melhor mistura possível.

1.60.5. Para a floculação seguida de decantação aplica-se o disposto para


floculação do sistema de decantação primária quimicamente assistida,
podendo a câmara de floculação ser interna ao decantador. Para a
floculação seguida de sistema de flotação com ar dissolvido aplica-se o
disposto para floculação do sistema de flotação com ar dissolvido.

1.60.6. Para decantadores a taxa de escoamento superficial deve ser igual ou


inferior a 24 m3/m2.d, quando não se utiliza polieletrólitos. Com o uso de
polieletrólitos a taxa de escoamento superficial pode atingir um máximo de
40 m3/m2.d, exceto quando associado a tratamento biológico aeróbio por
lodos ativados ou filtração biológica.

1.60.7. Para o uso de flotação com ar dissolvido, exceto quando associado a


processos de lodos ativados, aplica-se o disposto no item 6.8.

1.61.Flotação com Ar Dissolvido como etapa de tratamento físico-químico ou


associada a sistemas biológicos de tratamento

6.8.1. O sistema de flotação, aqui considerado, é do tipo convencional e opera com


taxas de aplicação superficial no tanque de flotação de até 240 m3/m2.dia. É
composto do tanque de flotação e respectivos raspadores, do vaso de
saturação, da elevatória de recirculação, do compressor de ar e de
dispositivos de despressurização da vazão de recirculação (bocais especiais
ou válvulas tipo agulha).

6.8.2. A vazão de dimensionamento das unidades que compõem a flotação por ar


dissolvido deve ser a vazão máxima afluente à ETE.

37
6.8.3. O flotador deve ser precedido por etapas de mistura rápida do coagulante, e
de floculação. Nos casos em que for utilizado como separador de sólidos do
efluente de tanques de aeração de sistemas de lodo ativado, em
substituição ao decantador secundário, admite-se que tais etapas sejam
dispensadas.

6.8.4. A unidade mistura rápida deve proporcionar elevada turbulência e agitação na


massa líquida, com gradiente de velocidade igual ou superior a 800 s-1, e
tempo de detenção igual ou inferior a 10 s.

6.8.5. As dosagens de coagulante e de eventual polímero (auxiliar de floculação e


flotação) usadas devem ser preferencialmente efetuadas de forma
automática, levando-se em conta a vazão e a variação de qualidade do
esgoto.

6.8.6. A floculação quando realizada em unidade com agitação mecanizada deve ter
dois ou mais compartimentos sucessivos, com gradientes de velocidade
iguais em todos os compartimentos. O valor do gradiente deve estar na faixa
compreendida entre 70 e 110 s-1. O tempo de detenção total deve estar
entre 10 a 20 min.

6.8.7. As seguintes relações ou taxas de aplicação são recomendadas no


dimensionamento dos componentes do sistema de flotação, na ausência de
valores experimentais:

a) Para uma concentração de SST no afluente menor que 300 mg/l admite-se
adotar o valor da relação A/V na faixa de 13 a 16 g/m³ (condições de
campo) e taxa de aplicação hidráulica na faixa de 180 a 240 m3/m2.d. A
relação A/V é definida como a relação entre a massa (g) de ar dissolvido
efetivamente liberado, na forma de micro-bolhas, na unidade de flotação por
unidade de volume (m3) de esgoto afluente.

b) No caso de utilização de flotação por ar dissolvido em lugar da decantação


secundária em sistemas de lodo ativado admite-se a adoção dos
parâmetros de adensamento por flotação apresentados nos item 7.2.3,
sendo ainda recomendável que a relação ar/sólidos (A/S) seja igual ou
superior a 0,015 kg ar / kg SS afluente.

c) A pressão relativa no vaso de saturação deve estar entre 3,5 e 7,0 bar.

6.8.8. O tempo de detenção hidráulica na zona de contato do flotador (entre o


afluente e o líquido recirculado) deverá ser na faixa de 40 a 120 s.

6.8.9. O lodo flotado na superfície do tanque de flotação deve ser arrastado por
equipamentos mecanizados adequados para a quantidade de lodo, ou
removido hidraulicamente.

6.8.10. O tanque de flotação deverá dispor de dispositivo de remoção de lodo


sedimentado no fundo.

38
7. TRATAMENTO DE LODOS (FASE SÓLIDA)

Os processos utilizados na fase sólida devem ser selecionados e dimensionados


considerando os aspectos de segurança operacional, garantindo o fluxo continuo do
tratamento do lodo incluindo equipamentos reserva ou formas alternativas a este
tratamento.

1.62.Gradeamento

1.63.Estação Elevatória de Lodo

1.63.1. As bombas utilizadas nas diversas elevatórias de lodo da ETE devem ser
adequadas às características do lodo a recalcar, recomendando-se:

a) Para lodo primário: bombas centrífugas de rotor recuado; de êmbolo; de


cavidade progressiva;

b) Para lodo secundário: bombas centrífugas; de cavidade progressiva; do tipo


parafuso;

c) Para lodo adensado: bombas de êmbolo; de cavidade progressiva;

d) Para lodo digerido: bombas centrífugas de rotor recuado; de êmbolo; de


cavidade progressiva;

e) Para escuma: bombas de cavidade progressiva; de diafragma

1.63.2. As tubulações de recalque de lodo devem ter dispositivo que permita sua
desobstrução.

1.63.3. A perda de carga total, a ser considerada nas tubulações de recalque de


lodo, estabilizado ou não, deve ser determinada, levando em consideração
as características reológicas do lodo recalcado.

1.63.4. No recalque de lodos primário e misto, estabilizados ou não, é vedado o uso


de válvula de gaveta.

1.63.5. Recomenda-se que para bombeamento de lodo se utilize instalação com


carga de sucção positiva

1.64.do lodo

O adensamento do lodo poderá ser feito por meio de adensadores por


gravidade, por flotação com ar dissolvido, por adensadores de esteiras, por
centrifugação, e por tambor rotativo; em qualquer dos casos, o efluente líquido
(sobrenadante clarificado) da unidade de adensamento deve ser retornado à
entrada da ETE, em cujo dimensionamento devem ser considerados o
acréscimo dos sólidos em suspensão não recuperados e a carga orgânica
correspondente.

39
1.64.1. Adensamento por gravidade

1.64.1.1. Preferencialmente os adensadores por gravidade destinam-se a lodo


primário; não obstante podem ser usados para outros tipos de lodo, sob
determinadas condições.

1.64.1.2. A taxa de aplicação de sólidos, a taxa de aplicação hidráulica, e o


teor de sólidos em suspensão no lodo adensado, utilizados no
dimensionamento do adensador, dependem do tipo do lodo, podendo ser
adotados os valores indicados na Tabela.

Tabela – Valores máximos para adensamento por gravidade


Máxima taxa de Máxima taxa Máximo teor de
aplicação de de aplicação sólidos em
Tipo de lodo
sólidos (kg hidráulica suspensão no lodo
SS/m2.d) (m3/m2.d) adensado (%)
Lodo primário bruto 150 30 8
Lodo 120 8
50
Lodo biológico (lodo
30 3
ativado) 8
Lodo biológico (filtro
biológico) 50 8 6

Lodo misto (primário


50 6
bruto + lodo ativado) 12
Lodo misto (primário
60 7
bruto+ filtro biológico) 12

1.64.1.3. A profundidade mínima da unidade de adensamento mecanizada


deve ser de 3,0 m, e o tempo de detenção hidráulica máximo deve ser de
24h. O lodo afluente deve ser diluído, no caso de incompatibilidade desses
valores com a taxa de aplicação de sólidos adotada.

1.64.1.4. O dimensionamento da unidade de adensamento deve prever no lodo


efluente uma recuperação máxima de 90% dos sólidos em suspensão do
lodo afluente.

1.64.1.5. Unidade de adensamento, cujo diâmetro é superior a 3,0 m, deve ser


projetada com remoção mecanizada de lodo.

1.64.1.6. Recomenda-se a instalação de medidores de vazão nas linhas


afluentes dos adensadores, preferencialmente do tipo medidor magnético

1.64.1.7. A tubulação de remoção de lodo deve ter diâmetro mínimo de 150


mm; a tubulação de transporte de lodo por gravidade deve ter declividade
mínima de 3%.

40
1.64.1.8. O poço de acumulação de lodo no fundo do adensador deve ter
paredes com inclinação igual ou superior a 1,5 na vertical para 1,0 na
horizontal, terminando em base inferior com dimensão horizontal mínima de
0,60 m.

1.64.1.9. Devem ser tomadas medidas, no projeto, visando minimizar efeitos


de maus odores advindos dos adensadores e elevatórias de lodo adensado

1.64.2. Adensamento por flotação com ar dissolvido (FAD)

1.64.2.1. Os adensadores por flotação com ar dissolvido destinam-se,


preferencialmente, ao adensamento do lodo secundário.

1.64.2.2. A taxa de aplicação de sólidos, a relação ar/sólidos, e o teor de


sólidos em suspensão no lodo adensado, utilizados no dimensionamento do
flotador, dependem do tipo do lodo, podendo ser adotados os valores da
tabela seguinte, com uso de polímeros:

Tabela - Faixa de valores para adensamento de lodo por flotação com ar dissolvido (*)

Relação Taxa de Aplicação Taxa de Aplicação

Tipo de lodo Ar/Sólidos de Sólidos Hidráulica


kg/kg kgSS/m2.d m3/m2.d

Lodo primário bruto 0,04 – 0,07 90 – 200 90 - 250


Lodo biológico (lodo 0,02 – 0,05 50 – 120 60 – 220
ativado)
Lodo biológico (filtro 0,02 – 0,05 50 – 120 90 – 250
biológico)
Lodo Misto (primário 0,02 – 0,05 60 – 150 90 – 250
bruto + lodo ativado)
Lodo misto (primário 0,02 – 0,05 60 – 150 90 - 250
bruto+ filtro biológico
(*)Teor de sólidos no lodo flotado: 3 a 6%

1.64.2.3. A profundidade mínima da unidade de adensamento deve ser de 3,0


m, e o tempo de detenção hidráulica na zona de contato deve entre 30 e
120 s.

1.64.2.4. O dimensionamento do adensador deve prever no lodo flotado uma


recuperação máxima de 95% dos sólidos, considerando-se o uso de
polímeros.

1.64.2.5. Recomenda-se a instalação de medidores de vazão nas linhas


afluentes dos flotadores, preferencialmente do tipo medidor magnético.

1.64.2.6. As tubulações de lodo devem ser dimensionadas levando em conta o


teor de sólidos do lodo, e se por gravidade, devem ter diâmetro mínimo de
150 mm, e declividade mínima de 3%.

41
1.64.3. Adensamento por Adensadores de Esteiras

1.64.3.1. Os Adensadores de Esteiras destinam-se, preferencialmente, ao


adensamento do lodo secundário.

1.64.3.2. A taxa de aplicação de sólidos, medida em massa de sólidos por hora


e por largura da esteira (kg ST/m.h), é um dado típico do equipamento
usado, devendo ser fornecido com garantias pelo fabricante.

1.64.3.3. Admite-se obter um Teor de Sólidos no lodo adensado de até 5%.

1.64.3.4. O dimensionamento do adensador de esteira deve prever no lodo


adensado uma recuperação máxima de 90 95% dos sólidos, considerando-
se o uso de polímeros.

1.64.4. Adensamento por Centrifugação

1.64.4.1. Centrífugas de adensamento destinam-se, preferencialmente, ao


adensamento do lodo secundário.

1.64.4.2. A taxa de aplicação de sólidos, medida em massa de sólidos por hora


(kg ST/h), e a quantidade de lodo a adensar, medida em vazão de lodo por
hora (m3/h) e o tipo de lodo, são dados típicos para a escolha do
equipamento a ser usado, devendo ser compatíveis com a centrífuga
escolhida, cujas características devem ser disponibilizadas, e garantidas
pelo fabricante.

1.64.4.3. Admite-se obter um Teor de Sólidos no lodo adensado de 3 a 6%.

1.64.4.4. O dimensionamento do sistema deve prever no lodo adensado uma


recuperação máxima de 95% dos sólidos, considerando o uso de polímeros
em quantidade de 4 a 6 kg de polímero / tonelada de matéria seca.

1.64.5. Tambores Rotativos

1.64.5.1. Tambores rotativos destinam-se preferencialmente ao adensamento


do lodo secundário.

1.64.5.2. A taxa de aplicação de sólidos, medida em massa de sólidos por hora


(kg ST/h), e a quantidade de lodo a adensar, medida em vazão de lodo por
hora (m3/h) e o tipo de lodo, são dados típicos para a escolha do
equipamento a ser usado, devendo ser compatíveis com o tambor rotativo
escolhido, cujas características devem ser disponibilizadas, e garantidas
pelo fabricante.

1.64.5.3. Admite-se obter um Teor de Sólidos no lodo adensado de 4 a 6%,


dependendo do tipo de lodo.

42
1.64.5.4. O dimensionamento do tambor rotativo deve prever no lodo adensado
uma recuperação máxima de 95% dos sólidos, considerando o uso de
polímeros em quantidade de 3 a 6 kg de polímero / tonelada de matéria
seca.

1.64.5.5. Deve-se prever o consumo da água de lavagem das telas, em


pressão, vazão e qualidade compatíveis com o tipo equipamento.

1.65.Digestão do Lodo

A digestão do lodo assim como a desidratação deve ser precedida por um


gradeamento prévio que remova sólidos com dimensão inferior a 10 mm. Este
gradeamento não será necessário se já existir na entrada da estação.

1.65.1. Digestão Aeróbia

1.65.1.1. A digestão aeróbia aplica-se a lodo gerado nos processos de lodos


ativados, e a lodo misto; em qualquer dos casos, o digestor aeróbio pode
ser projetado para operação em batelada ou em fluxo contínuo.

1.65.1.2. No projeto do digestor aeróbio deve-se ter em conta aspectos


relacionados ao uso ou destino final do lodo digerido. Nos casos em que se
for praticar reuso agrícola que exija a inativação de microorganismos,
recomenda-se adotar o produto da temperatura (°C) pelo tempo de digestão
(dias) em pelo menos 500; aplica-se o disposto no item 7.3.1.10; nos demais
casos, aplicam-se as disposições dos itens seguintes.

1.65.1.3. Quando o digestor aeróbio recebe apenas lodo biológico, o tempo de


detenção hidráulica deve ser igual ou superior a 12 dias; quando recebe
lodo misto, o tempo de detenção hidráulica deve ser igual ou superior a 18
dias.

1.65.1.4. A taxa de aplicação de SSV deve ser igual ou inferior a 3,5 kg/m3.d.

1.65.1.5. A massa de oxigênio fornecido deve ser igual ou superior a 2,3


kgO2/kgSSV destruídos, no caso da digestão apenas de lodos ativados; no
caso de lodo misto deve-se acrescentar ainda uma parcela destinada à
oxidação do lodo primário, de pelo menos 1,5 kgO2/kgDBO.

1.65.1.6. O equipamento de aeração deve manter uma concentração de


oxigênio dissolvido igual ou superior a 2 mgO2/L no interior do digestor
aeróbio.

1.65.1.7. No caso de emprego de equipamento de aeração superficial, a


densidade de potência deve ser igual ou superior a 25 W/m3.

1.65.1.8. No caso de emprego de equipamento de ar difuso, a taxa de ar


fornecido deve ser igual ou superior a 1,2 m3 de ar por hora e por metro
cúbico do volume útil do digestor.

43
1.65.1.9. Para o dimensionamento do equipamento de aeração, deve ser
observado o disposto no item 6.6 e seus respectivos subitens.

1.65.1.10. A adoção da digestão aeróbia em ETEs com vazão superior a 250 L/s
deve ser justificada.

1.65.1.11. Admite-se obter uma destruição máxima de 40% de SSV.

1.65.1.12. A concentração de lodo no digestor deve ser limitada a 25000 mg/L

1.65.2. Digestão Anaeróbia

1.65.2.1. A digestão anaeróbia pode ser processada em um único estágio ou


em dois estágios em série, sendo os digestores denominados primário e
secundário. Preferencialmente recomenda-se praticar a digestão em dois
estágios.

1.65.2.2. Na digestão de único estágio, o digestor deve ser projetado também


para armazenamento e adensamento do lodo e remoção de sobrenadante.

1.65.2.3. Na digestão em dois estágios o digestor secundário deve ser


projetado para armazenamento e adensamento do lodo e remoção de
sobrenadante, podendo, em conseqüência, ser aberto.

1.65.2.4. Na digestão em dois estágios um digestor secundário pode servir a


mais de um digestor primário.

1.65.2.5. ETE com vazão média afluente superior a 250 L/s deve ter a digestão
anaeróbia processada em mais de um digestor primário ou de único estágio.

1.65.2.6. A digestão anaeróbia pode ser considerada como:

a) Convencional quando se processa com taxa de aplicação de SSV sobre o


digestor igual ou inferior a 1,2 kg/m3.d;

b) De alta taxa quando se processa com taxa de aplicação de SSV sobre o


digestor superior a 1,2 kg/m3.d e igual ou inferior a 4,8 kg/m3.d.

1.65.2.7. Admite-se obter uma destruição típica de até 50% de SSV, e nunca
superior a 60%, de acordo com as condições da digestão e de projeto.

1.65.2.8. Na seleção da taxa de aplicação de SSV deve ser considerada a


influência da temperatura interna do digestor e verificada a necessidade de
aquecimento da unidade.

1.65.2.9. Nos casos em que o aquecimento se faz necessário, é recomendado


o uso de trocadores de calor externos ao digestor.

44
1.65.2.10. A digestão anaeróbia deve preferencialmente ser processada na faixa
de temperatura de 30 a 35º C (digestão mesofílica), ou na faixa de 50 a 57º
C (digestão termofílica). Temperaturas inferiores resultam em menor
eficiência da digestão, a ser considerada no projeto.

1.65.2.11. No projeto dos digestores, pode-se considerar a adoção de medidas


visando reduzir a perda de calor e a criação de um isolamento térmico,
como o envolvimento das paredes por aterros construídos, o emprego de
materiais isolantes, ou o próprio aumento da espessura das paredes.

1.65.2.12. Os digestores primários de alta taxa, ou com taxa de aplicação de


SSV igual ou superior a 0,5 kg/ m3.d devem ser homogeneizados por um
dos seguintes dispositivos:

a) Misturador com agitação interna tipo turbina;

b) Sistema de homogeneização por gás;

c) Bombas de recirculação externa. de lodo.

1.65.2.13. O dispositivo de homogeneização por recirculação de lodo deve


recircular o volume total de lodo do digestor em um período máximo de 8h.

1.65.2.14. O dispositivo de homogeneização que não emprega a recirculação de


lodo deve introduzir na massa de lodo uma densidade de potência igual ou
superior a 1 W/m3 para digestor convencional, e igual ou superior a 5 W/m3
para digestor de alta taxa.

1.65.2.15. O tempo de digestão, referido ao digestor primário, deve ser:

a) Para digestor não homogeneizado: ≥ 45 dias;

b) Para digestor convencional homogeneizado ≥ 30 dias;

c) Para digestor de alta taxa, aquecidos: ≥ 15 dias;

d) Para digestor de alta taxa, não aquecidos: ≥ 20 dias.

1.65.2.16. Na digestão em dois estágios, recomenda-se que o volume útil dos


digestores secundários seja deve ser igual ou superior a 20 30% do volume
útil dos digestores primários.

1.65.2.17. Para remoção de sobrenadante, o digestor deve dispor de tubulação


de extravazão e dispositivos de remoção de líquidos em vários níveis,
distribuídos pelo menos na metade superior da sua altura. O líquido retirado
deve ser encaminhado à entrada da ETE, em cujo dimensionamento deve
ser considerada a carga orgânica correspondente.

1.65.2.18. Tubulações de lodo no digestor devem ter diâmetro mínimo de 200


mm.

45
1.65.2.19. Todo digestor deve ter facilidade de acesso de pessoas aos
dispositivos de operação e controle e dispor de inspeção lateral com
dimensão mínima de 0,80m.

1.65.2.20. A superfície interna da parte superior do digestor, acima do nível do


lodo, deve ser protegida contra corrosão.

1.65.2.21. No caso de digestor coberto, o gás de digestão, quando não


aproveitado, deve ser eliminado através de queimadores, preferencialmente
com queima completa. No caso de se ter o seu aproveitamento deve ser
previsto além do tanque de acumulação de gás pelo menos um queimador
ou dissipado na atmosfera sem queima, quando comprovadamente não
houver risco de incêndio, explosão e problemas de odor, devendo a
descarga se dar a uma altura não inferior a 3,0m acima do topo do digestor.

1.65.2.22. Os queimadores de gás devem ser instalados a uma distância


superior a 15 30,0 m do digestor ou gasômetro e a uma distância superior a
20,0 m de qualquer edifício ou via publica.

1.65.2.23. Nos casos de queima ou aproveitamento de gás de digestão, deve


ser garantida uma pressão mínima de 1500 Pa (0,15m H2O) no interior do
digestor.

1.65.2.24. Estações com capacidade acima de 250 l/s de vazão média, sem
aproveitamento do gás, devem dispor de pelo menos dois queimadores,
sendo um deles como reserva.

1.65.2.25. A tubulação de transporte do gás de digestão deve ser de material


resistente à corrosão, dimensionada com velocidade máxima de 5,00m/s,
quando não há compressão do gás.

1.65.2.26. A coleta e o transporte do gás de digestão devem dispor de


dispositivos de segurança, compreendendo removedores de condensados,
corta-chamas, reguladores de pressão e limitadores de pressão máxima e
subpressão dotados de alarme.

1.65.2.27. É recomendada a medição da vazão do gás de digestão em cada


digestor, devendo ser instalados com by-pass.

1.65.2.28. As tubulações de coleta e transporte de gás e as respectivas peças


especiais devem ser ???????

1.65.2.29. Deve-se prever a utilização de válvula de segurança na cúpula do


digestor, por meio mecânico ou de selo hídrico.

1.65.2.30. Recomenda-se que o fundo dos digestores tem inclinação mínima de


1 vertical:6 horizontal.

1.66.Estabilização Química

46
1.66.1. A Estabilização Química pode ser praticada em substituição à digestão
biológica, desde que justificada, através da adição de cal, preferencialmente
aplicada ao lodo já desidratado, e capaz de elevar o pH do lodo a até 12 ou
mais, por pelo menos 2 horas.

1.66.2. A dosagem aplicada deve ser suficiente para elevar o pH como desejado, e
para mantê-lo, independente do consumo que venha a ocorrer por reações
secundárias. Tipicamente este valor se acha na faixa de 20 a 30 kg de cal
por tonelada de lodo a tratar.

1.66.3. A cal adicionada ao lodo deve ser contabilizada para efeito do


dimensionamento de quaisquer unidades posteriores, e do sistema de
transporte e destino final.

1.66.4. A mistura da cal ao lodo deve ser realizada de forma homogênea, em uma
unidade específica, de modo a não resultar bolsões de ar ou pelotas de lodo
que eventualmente possam facilitar a putrescibilidade do lodo assim tratado.

1.66.5. O projeto do sistema de estabilização química pela cal deve levar em conta
os requerimentos de armazenamento da cal em estrados, ou “bags” ou em
silos adequados, sistemas de recebimento por meio de tubulações de
engate rápido, dosagem através de dosadores adequados, transporte
através de esteiras transportadoras, e cuidados especiais visando a redução
dos inconvenientes causados por umidade no produto estocado, e por
poluição do ar.

1.66.6. A estabilização final do lodo deve se dar em área coberta e com piso
impermeável, por período mínimo de 2 horas, mantendo-se o pH igual ou
superior a 12.

1.67.Desidratação ou Desaguamento do lodo

A desidratação do lodo pode ser realizada por processos naturais – os leitos de


secagem – ou mecânicos.

1.67.1. Desidratação por Leito de Secagem

1.67.1.1. Leito de secagem deve ser empregado apenas para lodo


estabilizado.

1.67.1.2. A área total de leito de secagem deve ser subdividida em pelo menos
duas câmaras. A distância máxima de transporte manual do lodo seco no
interior do leito de secagem não deve superar 10 m.

1.67.1.3. A área de leito de secagem deve ser calculada a partir de:

a) Produção de lodo;

b) Teor de sólidos no lodo aplicado;

c) Período de secagem para obtenção do teor de sólidos desejado;

47
d) Altura de lodo sobre o leito de secagem;

e) Condições climáticas locais.

1.67.1.4. A descarga de lodo no leito de secagem não deve exceder a carga de


sólidos em suspensão totais de 15 kg/m2 de área de secagem, em cada
ciclo de operação, salvo quando devidamente justificado.

1.67.1.5. O fundo do leito de secagem deve promover a remoção do líquido


intersticial, através de material drenante constituído por:

a) Uma camada de areia com espessura de 5 cm a 15 cm, com diâmetro


efetivo de 0,3 mm a 1,2 mm e coeficiente de uniformidade igual ou inferior a
5;

b) Sob a camada de areia, três camadas de brita sendo a inferior de pedra de


mão ou brita (camada suporte), a intermediária de brita 3 e 4 com espessura
de 10 cm a 30 cm e a superior de brita 1 e 2 com espessura de 10 cm a 15
cm;

c) Sobre a camada de areia devem ser colocados tijolos recozidos ou outros


elementos de material resistente à operação de remoção do lodo seco, com
juntas de 2 cm a 3 cm tomadas com areia da mesma granulometria da
usada na camada de areia; a área total de drenagem, assim formada, não
deve ser inferior a 15% da área total do leito de secagem;

d) O fundo do leito de secagem deve ser plano e impermeável, com inclinação


mínima de 1% no sentido de um coletor principal de escoamento do líquido
drenado. Alternativamente pode ter tubos drenos ou material similar de
diâmetro mínimo de 100 mm, dispostos na camada suporte e distantes entre
si não mais que 3,00 m.

1.67.1.6. A utilização de mantas geotexteis em adição ou substituição às


camadas de areia, deve ser devidamente justificada.

1.67.1.7. O dispositivo de entrada do lodo no leito de secagem deve permitir


descarga em queda livre sobre placa de proteção da superfície da camada
de areia.

1.67.1.8. A altura livre das paredes do leito de secagem, acima da superfície


drenante camada de areia, deve ser de 0,5 m a 1,0 m; a altura do lodo sobre
a camada drenante não deve exceder 35 cm.

1.67.1.9. O líquido drenado coletado deverá retornar à entrada da ETE.

1.67.1.10. Os leitos de secagem poderão eventualmente ser cobertos com


material de boa transparência.

1.67.2. Desidratação por Filtros de Esteiras ou Prensas Desaguadoras

48
1.67.2.1. Os Filtros de Esteiras, ou Prensas Desaguadoras, devem ser
empregados apenas para lodo estabilizado.

1.67.2.2. A taxa de aplicação de sólidos, medida em massa de sólidos por hora


e por largura da esteira (kg ST/m.h), é um dado típico do equipamento
usado, devendo ser fornecido com garantia pelo fabricante.

1.67.2.3. Admite-se obter um Teor de Sólidos no lodo desidratado de 17 a 25%


quando se tratar de apenas lodo primário, de 15 a 20% quando se tratar de
lodo mixto, e de 13 a 20% quando se tratar apenas de lodo secundário.

1.67.2.4. A utilização de polímeros é necessária a fim de aumentar a captura


de sólidos e a taxa de aplicação de sólidos.

1.67.2.5. O dimensionamento do filtro de esteira deve prever uma captura entre


85 e 95% dos sólidos.

1.67.2.6. O efluente líquido do filtro de esteiras deve ser retornado à entrada da


ETE, em cujo dimensionamento devem ser considerados o acréscimo dos
sólidos em suspensão não recuperados e a carga orgânica correspondente.

1.67.2.7. Um tanque de acumulação, ou tanque pulmão, com capacidade para


armazenar a produção de 1/3 a 1 dia do lodo gerado, deve ser utilizado
antes da desidratação.

1.67.3. Desidratação por Filtros Prensa

1.67.3.1. Os Filtros Prensa devem ser empregados apenas para lodo


estabilizado.

1.67.3.2. Os filtros prensa operam por batelada, sendo o ciclo de prensagem


um dado típico do equipamento usado, devendo ser fornecido com garantia
pelo fabricante.

1.67.3.3. Admite-se obter um Teor de Sólidos no lodo desidratado de 30 a 50%


quando se tratar de apenas lodo primário, de 25 a 40% quando se tratar de
lodo mixto, e de 20 a 25% quando se tratar apenas de lodo secundário.

1.67.3.4. A utilização de reagentes, coagulante e cal, ou de polímeros, é


necessária a fim de garantir valores adequados da captura de sólidos e do
teor de sólidos na torta de lodo seco.

1.67.3.5. O dimensionamento do filtro prensa deve prever uma captura entre


90 e 95% dos sólidos.

1.67.3.6. O efluente líquido do filtro prensa deve ser retornado à entrada da


ETE, em cujo dimensionamento devem ser considerados o acréscimo dos
sólidos em suspensão não recuperados e a carga orgânica correspondente.

1.67.3.7. No cálculo da massa de sólidos na torta de lodo desidratado, deve


ser contabilizada a massa dos reagentes adicionados.

49
1.67.3.8. Um tanque de acumulação, ou tanque pulmão, com capacidade para
armazenar a produção de 1/3 a 1 dia do lodo gerado, deve ser utilizado
antes da desidratação.

1.67.4. Desidratação por Centrifugação

1.67.4.1. As Centrífugas devem ser empregadas para lodo digerido, ou para


lodo cru, neste último caso quando se for realizar a estabilização química do
lodo.

1.67.4.2. A taxa de aplicação de sólidos, medida em massa de sólidos por hora


(kg ST/h), e a quantidade de lodo a desidratar, medida em vazão de lodo
por hora (m3/h), e o tipo de lodo, são dados típicos para a escolha do
equipamento a ser usado, devendo ser compatíveis com as centrífugas
escolhidas, cujas características devem ser disponibilizadas e garantidas
pelo fabricante.

1.67.4.3. Admite-se obter um Teor de Sólidos no lodo seco desidratado de 20 a


35% quando se tratar de apenas lodo primário, de 18 a 30% quando se
tratar de lodo mixto, e de 15 a 20% quando se tratar apenas de lodo
secundário.

1.67.4.4. A utilização de polímeros é necessária a fim de aumentar a captura


de sólidos e a taxa de aplicação de sólidos.

1.67.4.5. O dimensionamento da centrífuga deve prever uma captura entre 90


e 95% dos sólidos, considerando-se o uso de polímeros.

1.67.4.6. O efluente líquido das centrífugas deve ser retornado à entrada da


ETE, em cujo dimensionamento devem ser considerados o acréscimo dos
sólidos em suspensão não recuperados e a carga orgânica correspondente.

1.67.4.7. Um tanque de acumulação, ou tanque pulmão, com capacidade para


armazenar a produção de 1/3 a 1 dia do lodo gerado, deve ser utilizado
entre as unidades de digestão e de desidratação.

1.67.5. Contentores Geotexteis

O uso de contentores de material geotextil pode ser empregado com o fim


de contenção e desaguamento do lodo, com adição de polímeros devendo a
água drenada retornar ao inicio do processo.

1.67.6. Secagem em estufas

1.67.6.1. Secagem em estufas deve ser realizada com o lodo estabilizado;


adensado ou desaguado.

1.67.7. Secagem complementar natural

50
1.67.7.1. A secagem complementar natural deve ser realizada em estufa ou
galpão.

1.67.7.2. A área de estufa ou galpão deve ser calculada a partir de:

a) Produção de lodo;

b) Teor de sólidos no lodo aplicado;

c) Período de secagem para obtenção do teor de sólidos desejado;

d) Altura das leiras formadas e freqüência do revolvimento;

e) Condições climáticas locais.

1.67.7.3. Complementarmente aos diversos processos de estabilização e


desaguamento pode-se acumular as tortas de lodo em galpões ou estufas,
para aumento do teor de sólidos da torta final a ser obtida até 90%.

1.67.7.4. As leiras de lodo deverão ser revolvidas periodicamente por


equipamento adequado.

1.67.7.5. O piso do galpão deve ser impermeável.

1.67.8. Secagem térmica

1.67.8.1. Os secadores Térmicos devem ser alimentados com lodos


desaguados.

1.67.8.2. A taxa de aplicação de sólido, medida em massa de sólidos por hora


(kgST/h), a quantidade de lodo a secar, medida em vazão de lodo por hora
(m3/h), o teor de sólidos inicial e final desejada, o tipo de lodo, a energia
térmica disponível, e a taxa de consumo energético (térmica e elétrica),
medida em kilocaloria por litro de água evaporada são dados típicos para a
escolha do equipamento a ser usado, devendo ser compatíveis com os
secadores escolhidos, cujas características devem ser disponibilizadas e
garantidas pelo fabricante.

1.67.8.3. Sempre que possível o secador deverá utilizar como fonte térmica os
gases gerados na própria estação; na falta desta, deverá ser estudado a
melhor alternativa energética disponível na região.

1.67.8.4. Admite-se obter um teor de sólidos no lodo seco de 40 a 90%.

1.67.8.5. Os gases gerados na secagem, quando não reaproveitados no


processo devem ser direcionados para um lavador de gases, para
eliminação de odor e material particulado; a drenagem do efluente líquido
dos secadores deve retornar para a ETE.

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1.67.8.6. O projeto da unidade de secagem térmica deve incorporar
dispositivos de segurança da unidade e do ambiente, claramente
identificados no projeto e no manual de operação

8. DESINFECÇÃO

A desinfecção do efluente tratado poderá ser realizada através de um dos seguintes


processos:

a) Cloração;

b) Radiação ultravioleta;

c) Ozonização;

d) Outras formas de desinfecção.

1.68.A desinfecção do efluente tratado deverá ser realizada tendo em conta as


exigências ambientais, legais, e de saúde pública aplicáveis.

1.69.Como controle da ação da desinfecção, um ou mais dos seguintes indicadores


devem ser considerados:

a) Número Mais Provável (NMP) de Coliformes Totais (CT)/100 mL;

b) Número Mais Provável (NMP) de Coliformes Fecais ou Termotolerantes


(CF, CTer)/100mL;

c) Concentração de Escherichia Coli (EC)/100mL;

d) Concentração de Estreptococos Fecais (EsF) /100mL;

e) Concentração de Enterococos Fecais (EnF) /100mL.

1.70.Cloração

1.70.1. A cloração poderá ser praticada através da aplicação de cloro gasoso ou de


um de seus compostos, como hipoclorito de sódio, hipoclorito de cálcio,
dióxido de cloro.

1.70.2. Qualquer que seja a forma da cloração, à exceção do dióxido de cloro, a


dosagem aplicada deve ser tal que um residual total mínimo de 0,5 mg/L
seja mantido após um tempo de contacto mínimo de 30 minutos em relação
à vazão média, e de 15 minutos em relação à vazão máxima;

1.70.3. Quando necessário a descloração deve ser considerada ?;

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1.70.4. O tanque de contacto onde o composto de cloro é mantido em contacto com
o esgoto, deve ser dimensionado para atender as condições de tempo de
detenção do item 8.3.2, com relação comprimento:largura igual ou superior a
10; visando o fluxo a pistão, podendo ser compartimentado (chicaneado).

1.70.5. O tanque de contacto deve obrigatoriamente ser dotado de uma descarga


de fundo para realização de limpezas periódicas.

1.70.6. A aplicação da solução de cloro ao esgoto deve-se dar:

a) Com elevada turbulência hidráulica, através de difusores no interior da


tubulação de aplicação, ou de uma estrutura com ressalto hidráulico;

b) Com elevada turbulência provocada por agitação mecânica, recomendando-


se e um gradiente de velocidade mínimo de 1000 s-1.

1.70.7. No caso do uso de cloro gasoso, os dosadores poderão ser:

a) Do tipo direto, ou dosador a seco;

b) Do tipo a vácuo, ou dosador de solução.

1.70.8. No caso do uso de solução de hipoclorito, os dosadores poderão ser:

a) Dosadores de solução com orifício de controle;

b) Bombas dosadoras;

c) Cloradores de pastilhas.

1.70.9. Recomenda-se que a aplicação do composto de cloro seja comandada por


dispositivo que a faça proporcional à vazão de tratamento.

1.70.10. O armazenamento dos compostos químicos deve ser realizado tendo em


conta aspectos de proteção e segurança inerentes a estes compostos, e
separado de outros produtos químicos usados na ETE, em local seco e
ventilado. No caso de utilização de cloro gasoso, deve-se prever um Plano
de Contingência.

1.71.Radiação Ultravioleta

1.71.1. A desinfecção poderá ser praticada através da exposição do efluente tratado


à radiação emitida por lâmpadas ultravioleta.

1.71.2. O conjunto de lâmpadas UV poderá estar imerso ou emerso.

1.71.3. Qualquer que seja o sistema empregado, a remoção periódica do conjunto


de lâmpadas para fins de limpeza e manutenção, deverá ser facilitada;
particularmente no caso de lâmpadas imersas é obrigatório o uso de um
sistema automatizado de limpeza.

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1.71.4. A utilização da radiação ultravioleta para desinfecção do esgoto tratado na
ETE, requer um efluente com concentração de SST inferior a 40 mg/L.

1.71.5. A dose necessária à inativação dos microorganismos, entendida como o


produto da intensidade da radiação pelo tempo de exposição, deve
considerar, além destes dois parâmetros, as características do efluente, em
particular a absorbância.

1.72.Ozonização

1.72.1. A desinfecção poderá ser praticada através da aplicação de ozônio ao


efluente tratado, em reatores de contacto, através de difusores porosos.

1.72.2. O ozônio deve ser produzido na própria ETE, através de um gerador de


ozônio.

1.72.3. A opção da ozonização para desinfecção do esgoto tratado na ETE, requer


um efluente com concentrações de DBO e de SST inferiores a 10 mg/L.

1.72.4. A dose necessária à inativação dos microorganismos, entendida como o


produto da concentração de ozônio residual e o tempo em que deve ser
mantida para garantir a inativação desejada, deve ser compatível com
características do efluente, e com os próprios organismos a serem
destruídos.

1.73.Outras formas de desinfecção

1.73.1. Além das formas e compostos acima apresentados, a desinfecção pode ser
realizada através de:

a) Compostos do íon ferrato;

b) Lagoas de maturação;

c) Tratamento no solo.

1.73.2. A adoção de quaisquer destes processos deve ser técnica e


economicamente justificada.

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