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2 Coleta e Tratamento de
Esgotos
ADASA - Manual de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais
Caesb
Contaminação de aquíferos:
As principais condições de contaminação dos aquíferos urbanos
ocorrem devido aos fatos a seguir mencionados:
Aterros controlados e lixões podem contaminar as águas
subterrâneas pelo processo natural de precipitação e
infiltração. Portanto, deve-se evitar que sejam dispostos
resíduos de forma inadequada, principalmente em áreas de
recarga de aquífero, buscando sempre a construção de aterros
sanitários em áreas com baixa permeabilidade do solo;
A utilização sem controle e em larga escala de fossas sépticas
seguidas por sumidouros ou valas de infiltração como destino
final de esgotos sanitários.
Esse efluente tende a contaminar a parte superior do aquífero.
Esta contaminação pode comprometer o abastecimento de água
urbana quando existe comunicação entre diferentes camadas dos
aquíferos através de percolação e de perfuração inadequada dos
poços tubulares profundos
A rede de coleta e transporte de águas pluviais pode
contaminar o solo por meio de vazamentos pontuais ou
dispersos;
Dispositivos de controle de escoamento na fonte por
infiltração, quando construídos sem observar recomendações
técnicas de segurança.
Gestão e Planejamento
O controle da qualidade da água de corpos hídricos urbanos
exige que a gestão e o planejamento dos serviços de
saneamento básico, principalmente dos serviços de manejo de
águas pluviais e esgotos sanitários, sejam integrados.
3.2.1. Sistemas de Drenagem Urbana
Sobre a concepção integrada dos sistemas de águas pluviais e
de esgotos, qual o sistema ideal para o caso:
separador, unitário ou misto.
Para solucionar o problema da mistura não planejada das águas
pluviais com os esgotos, procura-se executar
programas de separação das redes,
muito oneroso e pouco eficaz, especialmente nas áreas de
ocupação informal, em que a urbanização se desenvolve sem
planejamento.
Assim, a qualidade das águas lançadas nos corpos hídricos
pelos sistemas de águas pluviais das cidades é muito próxima
à do esgoto sanitário. Em tempo seco, grande parte da vazão
veiculada pelos sistemas de drenagem é composta por
esgotos não coletados (ver Figura 3).
Segundo Papiri e Paoletti (2003),
“o sistema unitário, se dotado de extravasor de cheias e
reservatório de primeira chuva corretamente projetados,
produz um impacto ambiental sobre os corpos hídricos
receptores análogo àquele produzido por um sistema separador
bem projetado.
Mesmo que um dos tipos de sistema se mostre
aparentemente vantajoso, a escolha de um ou outro deve
partir de análise técnica, econômica e ambiental integrada,
considerando-se a situação real do local a ser atendido:
considerações
tipo e localização dos corpos receptores,
nível de tratamento necessário ;
possibilidade de aproveitamento da rede existente;
padrão de urbanização,
traçado do sistema viário,
relevo, interferências, entre outros fatores.
No planejamento dos sistemas de águas pluviais e esgotos
devem-se avaliar as configurações esquematizadas nas Figuras
a seguir
Separador
Convencional
Sistema separador absoluto
convencional em que as águas
pluviais são coletadas e lançadas
diretamente no curso de água.
Os esgotos são coletados,
transportados em uma rede
separada e encaminhados para
uma estação de tratamento. É o
sistema utilizado normalmente
no Brasil.
Separador com
Extravasor
Sistema separador convencional com
sistema de repartição de águas pluviais.
Nesse tipo de conguração, a vazão de
base e uma parcela das águas de chuva
que escoa pelas Galerias de Águas
Pluviais (GAP’s) são também
encaminhadas para o tratamento. É
utilizado, por exemplo, quando a
poluição difusa transportada pelas GAP’s
é alta por causa da presença de
lançamentos não identicados de
esgotos.
Sistema separador convencional com
sistema de repartição e reservatório de
águas pluviais.
É um sistema similar ao anterior, com a
diferença de que uma parcela das águas
pluviais é armazenada temporariamente
para posterior lançamento na ETE. Com
esse sistema, pode-se tratar, antes do
lançamento no corpo de água, um
volume maior de águas pluviais sem a
necessidade de aumentar muito a
capacidade do sistema de tratamento.
Essa configuração permite que tanto a
vazão de base como as águas poluídas de
primeira chuva (first flush) sejam tratadas
antes do lançamento nos corpos hídricos
receptores.
Sistema unitário em que esgotos e
águas pluviais são coletados e
transportados pelos mesmos
condutos.
Extravasores posicionados em
pontos estratégicos permitem o
alívio da rede coletora em ocasiões
de chuvas intensas. O
dimensionamento desses
dispositivos deve ser tal, que a
extravasão somente ocorra quando
houver uma diluição dos efluentes
compatível com a capacidade de
depuração do corpo hídrico.
Sistema Unitário com
Extravasor e Reservatório.
Rede coletora unitária com
reservatórios de acumulação
das águas de primeira chuva,
cujo funcionamento segue o
mesmo princípio do tipo
descrito no elemento C.
Sistema separador com
tratamento das águas
pluviais. Utilizado para a
redução da poluição hídrica
produzida pelos esgotos e
pelas águas pluviais em
sistemas separadores.
A separação completa e efetiva dos esgotos das águas pluviais
nas redes existentes, planejadas como separadoras, mas que
operam de fato como unitárias, envolve
custos demasiadamente altos,
dificuldades técnicas e administrativas de difícil solução.
A decisão de separar redes unitárias deve ser tomada somente
em caso de vantagens decisivas ou diante de situações em que
esta solução seja imprescindível, o que é raro acontecer.
A adoção do sistema separador é normalmente mais indicada
para grandes áreas de expansão urbana nas quais a urbanização
pode ser planejada em conjunto com a infraestrutura de
saneamento.