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TEMA

SANEAMENTO E
DRENAGEM
 os sistemas de coleta,
transporte e eliminação
INTRODUÇÃO

Como consequência da utilização de água para


abastecimento, há geração de esgotos.
Caso não seja dado um adequado destino os os
esgotos acabam  poluindo o solo, contaminando as
águas superficiais e subterrâneas que
freqüentemente passam a escoar –se a céu aberto,
constituindo perigosos focos de disseminação de
doenças. 
Objetivos da construção do sistema de
esgotos sanitários numa comunidade:

 Coleta dos esgotos individual ou coletiva; 


 Afastamento rápido e seguro dos esgotos, 
sejam através de fossas ou sistemas de redes
coletoras; 
 Tratamento e deposição sanitariamente
adequada dos esgotos tratados.
BENEFÍCIOS DO SISTEMA BDE ESGOTO SANITÁRIO

 melhoria das condições sanitárias locais; 


 conservação dos recursos naturais;
 eliminação de focos de poluição e contaminação; 
 eliminação de problemas estéticos desagradáveis; 
 melhoria do potencial produtivo do ser humano; 
 redução das doenças ocasionadas pela água contaminada por
dejetos; 
 redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças,
uma vez que grande parte delas está relacionada com a falta
de uma solução adequada de esgoto sanitário; 
 diminuição dos custos no tratamento de água para
abastecimento (ocasionados pela poluição dos mananciais).
CARACTERIZAÇÃO DA QUANTIDADE DE ESGOTOS

 Os esgotos que são produzidos numa cidade e


chegam à estação de tratamento de esgotos são
basicamente originados de três fontes distintas:
 Esgotos domésticos (incluindo residências,
instituições e comércio); 

 Águas de infiltração; 

 Àguas Residuais industriais (diversos tipos de


indústrias).
PARA A ELABORAÇÃO DE PROJETOS DO SISTEMA
DE ESGOTOS SANITÁRIOS DE UMA LOCALIDADE
 é de grande importância a avaliação do consumo de água
e de geração de despejos industriais, incluindo, no
mínimo, o levantamento das seguintes informações:

1- Consumo de água
 volume total consumido (por dia ou mês) 

 volume consumido nas diversas etapas do processamento 

 recirculações internas 

 origem da água (abastecimento público, poços etc.) 

 eventuais sistemas internos de tratamento de água


2- Despejos  industriais
 Vazão total 

 Número de pontos de lançamento (com etapa do

processo associada a cada ponto) 


 Regime de lançamento (contínuo ou intermitente,

duração e frequência), de cada ponto de


lançamento 
 Pontos de lançamento (rede colectora, curso de

água) 
 Eventual mistura dos despejos com esgotos

domésticos e águas pluviais 


 Possível área para tratamento dos efluentes
CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DOS ESGOTOS

 Esgotos domésticos
contêm aproximadamente 99,9% de água, e apenas 0,1% de
sólidos.

E devido a essa fração de 0,1% de sólidos que ocorrem os


problemas de poluição das águas, trazendo a necessidade de se
tratar os esgotos. 

A característica dos esgotos gerados por uma comunidade é


função dos usos aos quais a água foi submetida.
Esses usos, e a forma com que são exercidos, variam com o
clima, situação social e econômica, e hábitos da população
ESGOTOS INDUSTRIAIS

Os efluentes industriais podem exercer uma grande


influência no projeto dos sistemas de esgotos
sanitários e na operação das estações de
tratamento.

Para que o tratamento seja eficaz, é necessário que


sejam previamente removidos dos despejos
industriais os contaminantes que possam causar um
dos seguintes problemas:
 Toxidade aos microrganismos responsáveis
pelo tratamento biológico dos esgotos; 
 Toxidade ao tratamento do lodo gerado no
tratamento dos esgotos e à sua disposição
final; 
 Riscos à segurança dos trabalhadores da rede
de coleta e de interceptação; 
 Presença de contaminantes biológico no
esgoto, devido ao fato dos mesmos não
poderem ser removidos pelo tratamento físico
e químico.
SOLUÇÕES POSSÍVEIS PARA OS ESGOTOS INDUSTRIAIS

 Tratamento dos esgotos industriais em estação


de tratamento própria e lançamento direto no
corpo da água receptor; 

 Pré-condicionamento dos esgotos industriais


em estação própria e lançamento na rede
pública de coleta, desde que exista estação de
tratamento de esgotos para atendimento ao
município.
ESCOAMENTO DOS ESGOTOS 

 O fluxo natural dos esgotos é por gravidade, isto é, os esgotos fluem


naturalmente dos pontos mais altos para os pontos mais baixos.

 As canalizações colectoras de esgotos sanitários recebem ao longo de


seu trajecto, os coletores prediais (domésticos, comerciais, industriais
etc.).

 Cada colector predial recebe e transporta os seus esgotos, à medida


que no interior das habitações os aparelhos sanitários vão lançando
os dejetos correspondentes às águas utilizadas para os diversos fins

 O dimensionamento hidráulico das canalizações é feito de forma que


o esgoto não chegue a ocupar todo o espaço interno da tubulação
TIPOS DE SISTEMAS DE COLETA E TRANSPORTE

 Existem basicamente dois tipos de sistemas como


soluções para o esgoto de uma determinada área:
 sistema individual
 sistema coletivo 
SISTEMAS INDIVIDUAIS

 Sistemas adotados para atendimento unifamiliar.

 Consistem no lançamento dos esgotos domésticos gerados em


uma unidade habitacional,

 Usualmente é fossa séptica seguida de dispositivo de


infiltração no solo (sumidouro, irrigação sub-superficial).

Aplicação
 para habitações com área livre ou em meio rural) em que solo
apresenta boas condições de infiltração e ainda, se o nível de
água subterrânea se encontrar a uma profundidade adequada,
para evitar o risco de contaminação por microrganismos
transmissores de doenças.
SISTEMAS COLETIVOS

 À medida em que a população cresce, vai-se


aumentando a ocupação de terras implicando
maior concentração demográfica,
 As soluções individuais passam a apresentar
dificuldades cada vez maiores para a sua
aplicação
 Os sistemas coletivos passam a ser mais
indicados como solução para maiores
populações.
 Em áreas urbanas, a solução coletiva mais
indicada para a coleta dos esgotos pode ter as
seguintes variantes:

 Sistema unitário ou combinado: os esgotos


sanitários e as águas de chuva são conduzidos ao
seu destino final, dentro da mesma canalização.

 Sistema separador os esgotos sanitários e as


águas de chuva são conduzidos ao seu destino
final, em canalizações separadas.
 O sistema separador possui duas modalidades principais:
 Sistema convencional e Sistema condominial

1- Unidades sistema convencional de esgoto sanitário

 Canalizações: colectores, interceptores, emissários; 


 Estações elevatórias; 
 Orgãos complementares e acessórios; 
 Estações de tratamento; 
 Loca de deposição final de lodo; 
 Obras especiais.
PARTES CONSTITUITIVAS DO SISTEMA CONVENCIONAL

 Ramais prediais - são os ramais domiciliares, que


transportam os esgotos para a rede pública de
colecta.
 Coletores- recebem os esgotos das residências e
demais edificações, transportando-os aos colectores-
tronco. Possuem diâmetros relativamente menores
que os das demais tubulações.
 Coletor-tronco - recebem as contribuições dos
coletores, transportando-os aos interceptores. Os
diâmetros são usualmente maiores que os dos
coletores.
 Interceptores - correm nos fundos de vale, margeando
cursos de água ou canais. São responsáveis pelo
transporte dos esgotos gerados na sua sub-bacia,
evitando que os mesmos sejam lançados nos corpos de
água.
Em função das maiores vazões transportadas, os
diâmetros são usualmente maiores que os dos coletores-
tronco.

 Emissário - Os emissários são similares aos


interceptores, com a diferença de que não recebem
contribuições ao longo do percurso.
A sua função é transportar os esgotos até a estação de
tratamento de esgotos.
 Poços de visita - Os poços de visita (PV5) são estruturas
complementares do sistema de esgoto. A sua finalidade é
permitir a inspeção e limpeza da rede. Podem ser adotados nos
trechos iniciais da rede, nas mudanças (direção, declividade,
diâmetro ou material), nas junções e em trechos longos.

 Elevatória - Quando as profundidades das tubulações fornam-se


demasiado elevadas, quer devido à baixa declividade do terreno,
quer devido à necessidade de se transpor uma elevação, torna-se
necessário bombear os esgotos para um nível mais elevado.

 A partir desse ponto, os esgotos podem voltar a fluir por


gravidade. As unidades que fazem o bombeamento são
denominadas elevatórias, e as tubulações que transportam o
esgoto bombeado são denominadas linhas de recalque.
2- SISTEMA CONDOMINIAL DO ESGOTO

 O sistema condominial de esgotos tem sido


apresentado como uma alternativa a mais no elenco
de opções disponíveis, é, na realidade, uma nova
forma de ver a relação entre a população e o poder
público, tendo como características uma importante
cessão de poder e a ampliação da participação
popular.

 O sistema condominial representa, portanto, um


novo enfoque na prestação de serviços públicos, que
vem alterar a forma tradicional de atendimento à
comunidade.
AS PARTES INTEGRANTES DO SISTEMA CONDOMINIAL PODEM SER DIVIDIDAS EM

 Ramal intramuros-parte do sistema que, por acordo comunitário,


será executada no interior de uma quadra, ficando os moradores que
a ele contribuem responsáveis, tanto pela sua execução, quanto pela
sua correta operação e manutenção. 
 
 Rede básica-compreende-se a parcela do sistema indispensável para
a reunião de vários condomínios e, portanto, de responsabilidade do
agente promotor, o qual pode ser uma prefeitura, um órgão
municipal, uma companhia estadual de saneamento, ou outra
entidade.

Trata-se da menor extensão de rede que pode ser imputada como


necessária ao equacionamento sanitário da comunidade, e nesta
situação assume caráter colectivo.
 Tratamento. A solução de tratamento e deposição final a ser
adotada deve ser sempre aquela que é executada com as demais
unidades do sistema,

 Estações elevatórias Os esgotos são bombeados para que


adquiram cota elevada, possibilitando seu lançamento em estações
de tratamento ou corpos de água, ou para reniciar novo trecho de
escoamento por gravidade, quando se tem elevadas profundidades
dos coletores.

 As elevatórias devem ser utilizadas, portanto, nos trechos em que,


por razões técnicas e economicas, o esgotamento por gravidade
não se mostrar possível ou recomendável.

 Tais instalações, além de apresentarem um custo inicial elevado,


exigem despesas de operação e, sobretudo, manutenção
permanente e cuidadosa.
 
ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS (ETAR),

 Conhecido também por Estação de Tratamento Efluentes


(ETE) - A finalidade do tratamento de esgotos é a de
remover os poluentes dos esgotos, os quais viriam a
causar uma deterioração da qualidade dos corpos de
água.

 A etapa de tratamento de esgotos tem sido negligenciada


no nosso país, mas deve-se reforçar que o sistema de
esgoto sanitário só pode ser considerado completo se
incluir a etapa de tratamento.
DISPOSIÇÃO FINAL DO ESGOTO
 Após o tratamento, os esgotos podem ser
lançados ao corpo de água receptor ou,
eventualmente, aplicados no solo. Em ambos os
casos, há que se levar em conta os poluentes
eventualmente ainda presentes nos esgotos
tratados, especialmente os organismos
patogênicos e metais pesados.

 As tubulações que transportam estes esgotos são


também denominadas de emissários. 
ASPECTOS SANITÁRIOS
 Composição das águas residuais
 A água residual urbana ou industrial contém
sólidos em suspensão, sólidos dissolvidos,
sólidos em flutação, sólidos sedimentaveis e
sólidos dissolvidos.

 Os contaminantes podem se classificar em


orgânicas e inorgânicos
AS ÁGUAS RESIDUAIS TAMBÉM CONTÊM DIVERSOS GASES, LÍQUIDOS E MICRORGANISMOS:

 Gases: oxigénio dissolvido ( é consumido por actividade


química e biológica)
 Ácido sulfídrico: (forma-se pela decomposição de
substâncias orgânicas e inorgânicas que contém enxofre)
 Anidrido carbónico: se forma pela fermentação de
compostos orgânicos.
 Metano: se forma pela decomposição anearobica da
matéria orgânica existente na água residual.
 Outros gases: (são gases de cheiro maligno e putrefacto
de ácidos grassos voláteis, inodor, indol, escatol e outros
derivados de nitrogênio
 Líquidos: apresentam caracteristicas específicas
provenientes da indústria ou de origem urbana, alguns dos
quais são voláteis como gasolina, álcoois,
 
 Composição biológica:
 Encontramos vegatais: espermatofitos, micófitos,
euglenófitos, ficófitos, bacteriofitos,.
 Animais: cordadas, metazoários triblasticos (artropodos,
anélidos e roteiros)
 Protozoários
 Rizópodos
 Flagelados
 Cilados
 Vírus.
DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUA.

 A qualidade de água é determinada por métodos


físico-químicos e métodos biológicos:

 Método físico químico: se determina as


características físicas e com análise dos seus
componentes químicos.
INDICADORES FÍSICO-QUÍMICOS:

 Cheiro
 Cor
 Matéria em suspensão
 Turbidez
 Temperatura
 PH
 Conductividade eléctrica
 Potencial de oxidação-redução
  
INDICADORES DE CONTAMINAÇÃO ORGÂNICA:

Se determina por:
 Carbono orgânico total (COT): compostos orgânicos fixos, voláteis e totais,
maturais e sintéticas que estão na Ag, Pej (determina a relação DBO/DUO
 
 Demanda total do oxigénio (DTO): mede o consumo de oxigénio segundo as
reacções químicas que se desenvolvem por combustão catalítica de matéria
orgânica.
 Demanda Bioquímica de Oxigénio (DBO): expressa a quantidade de oxigénio
necessária para degradar as matérias orgânicas por microorganismos. Permite
apreciar a carga de água em micro organismo pretecível e o seu puder depurador
e deduzir a carga máxima aceitável (na depura dora) 48 horas ou 5 dias (DBO5)
  

 Demanda Química de Oxigénio (DQO) é uma medida de estimação de


materiais oxidáveis presentes na água seja de origem orgânica ou mineral,
ferroso, nilitos amoníaco, sulfurosos, cloretos etc. É muito útil para apreciar o
funcionamento dos depuradoras.
 Nitrogénio total: se determina o nitrogénio por método de Kjedhal.
 Nitrogénio amoniacal: se determina a concentração de iões
amoníacos de água.
 Determinação de nitritos. O conteúdo de nitritos varia nas águas
residuais, por isso também se variam os métodos da sua determinação:
método de reativo Zambeli e método de sulfaamida.
  
 Determinação dos compostos e elementos tóxicos (são determinados
principalmente componentes que dão origem a câncer, terratogénicos e
de elementos sinergéticos.
  Determinação de elementos não desejáveis e micro contaminantes
orgânicos de água: são componentes que consumindo não perturbam
a saúde até uma certa tolerância.
 
 Indicadores biológicos: se determina por métodos bacteriológicos
dos sistemas saprobios, índices de biocenóticos de diversidade e de
níveis tropicais.
 A demanda suplementaria
 Determinação da actividade de sedimento
 Determinação da toxidade de água

 Indicadores bactriológicos se determina:


 Bactérias patogénicas
 Bactérias de origem fecal (escherichia, coliformes
fecais e estreptococos e os fecais).
 Bactérias exógenas
SISTEMA DEPURAÇÃO OU TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS

 De acordo com os custos os sistemas de


tratamento de águas residuais podem se
classificar por:
 Tratamento com tecnologia branda
 Tratamento com tecnologias convencionais
TECNOLOGIAS BRANDAS:

 Humedais
 Lagunagem
 Leitos de turva
 Sistema agrário (rega)
 Infiltração e percolação
 Escomentia superficial sobre cobertura vegetal
TECNOLOGIAS CONVENCIONAIS
De acordo com a qualidade da água residual aplicam-se tvários processos:

a) Processos Físicos
 filtração com rede
 crivado
 tamizado
 filtração (areia)
 eliminação de gorduras
 flotação
 sedimentação
 evaporação
 absorção
b) Processos Químicos:

 Electrodialises
 Ozonificação
 Precipitação
 Coagulação
 Electrocoagulação
 Floculação
 Oxidação/redução
 Neutralização
 Adsorção
 Desinfecção
 Intercâmbio iónico
c) Processos Biológicos
 Lodos activados

 Leitos bacterianas

 Biodiscos
 Lagunagem

 Sistemas agrários

 Biocilindros

 Biodiscos
d) Processos mistos:
 Sistemas físico-químicos
 Adsorção
 Sitemas agrários
 Osmose inversa.
TRATAMENTO DE ACORDO COM AS FASES:

 Tratamento prévio ou Pré tratamento


 Tratamento primário
 Tratamento secundário
 Tratamento terciário
 Remoção de nutrientes
 Desinfecção
OBJECTIVOS DAS FASES DE TRATAMENTO DOS EFLUENTES

 Fase de tratamento prévio


Eliminação de sólidos em suspensão grosseiras (matérias de
maior dimensões e areia)
 
 Fases de tratamento primário
- Eliminação de sólidos em suspensão sedimentáveis (60-70%)-

- Eliminação de DBO em suspensão (matéria orgânica


composta de sólidos em suspensão sedimentáveis (30-40%);
Coliformes – 30-40%).
 Fase de tratamento secundário
- Eliminação de DBO em suspensão (matéria orgânica em suspensão fina,
não removida no tratamento primário.
- Eliminação de DBO solúvel (Matéria orgânica na forma de sólidos
sedimentáveis (60-99%; nutrientes: 10-50%)
 
 Fase de tratamento terciário:
 Remoção de nutrientes
 Remoção de patógenos
 Remoção de componentes biodegradáveis
 Remoção de metais pesados
 Remoção de complexos orgânicos
 Desinfecção
 
Local de realização
 Lagoa de maturação
 Lagoa com plantas enraizadas
TRATAMENTO AUTÓNOMOS OU DE PEQUENOS ASSENTAMENTOS:

- Latrinas
- Fossas Sépticas
PLANEAMENTO DE LATRINAS DE FOSSAS

Antes de decidir construir uma fossa, há muitas coisas a


serem consideradas. Peça a orientação de um especialista,
se possível.
 
O tipo de latrinas
Consideraremos três tipos de latrinas higiênicas de fossa

 latrina de descarga com água – apropriada para os locais


onde as pessoas usam água e/ou papel higiênico macio
para se limparem
 latrinas vedadas com tampa
 latrinas de fossas ventiladas e aperfeiçoadas (FVA). 
 Onde construí-la
É conveniente construí-la próxima de casa mas com cerca
de 15m de distância de um poço ou fonte de água pois a
água poderá ser contaminada.

 Uma ou duas fossas?


Pode-se construir uma única fossa com aproximadamente
3m de profundidade (ou mais profunda se quiser que ela
sirva por mais tempo). Se não puder escavar tão
profundamente, poderá então fazer duas fossas mais rasas.

Se forem escavadas duas fossas, a primeira deve ser usada


até que esteja quase cheia. Ela é então fechada enquanto a
segunda fossa é usada.
ESCAVAÇÃO E REVESTIMENTO DA FOSSA
 É recomendável que um revestimento de pelo menos 0,5m seja colocado
no trecho superior da parede interna da fossa em todos os tipos de solos.
Isto apoia a placa onde o usuário se agacha e pode também apoiar parte
do abrigo.

A necessidade de revestimento para o resto da fossa depende de quão


firme seja o solo.
 Solo firme e resistente – pode não requerer revestimento abaixo do
revestimento de 0,5 m do trecho superior.
 Solo rochoso Você pode construir algumas fossas acima do nível do solo
rodeadas de montes de terra e com uma escada até ao topo da fossa.
 Terra solta, pouco compacta Você deverá revestir a fossa para evitar
que as paredes desmoronem.
 A parte inferior do revestimento deve ter orifícios pequenos para que o
líquido possa escoar através dos orifícios para fora da fossa. As fossas
circulares são mais firmes do que as de outros formatos.
FORMA E MATERIAIS DE REVESTIMENTO :
TIJOLOS CERÁMICOS OU BLOCOS DE CIMENTO
FORMAS E MATERIAIS DE REVESTIMENTO:
TAMBOR METÁLICO, ANILHAS DE BETÃO,PAUS TRANÇADOS, PNEUS
TAMPA DE BETÃO
 Para latrinas vedadas com tampa e FVA o melhor material para a
placa onde o usuário se agacha é o concreto, uma vez que é forte,
não apodrece e pode ser limpo facilmente

 O tamanho da tampa pode ser o mesmo do revestimento exterior,


se este foi construído com tijolos.

 Se o revestimento for feito com tambores ou paus, a placa deve


ser um pouco maior para que pelo menos 20cm se apoiem no
chão ao redor de toda a fossa.

 Não deve existir nenhuma brecha debaixo da tampa para que


moscas e odores não saiam da fossa.
FORMATO DE TAMPAS DE BETÃO
TAMANHO DO BURACO ONDE O USUÁRIO SE AGACHA

 O buraco não deve ser muito grande pois as


crianças pequenas podem cair dentro dele.

 Um buraco na forma de fechadura com 10cm


de largura e 40cm de comprimento com um
buraco redondo de 20cm de diâmetro em um
dos lados é uma boa indicação.
DIMENSÕES DO BURACO DA TAMPA DE LATRINA

ESTA TAMPA PRECISA ENCAIXAR- SE DE MANEIRA PERFEITA PARA CONTROLAR OS


ODORES E AS MOSCAS.
O ABRIGO DA LATRINA

 O abrigo pode ser construído de qualquer material que


estiver disponível localmente.

 Para uma latrina FVA, é necessário que esteja escuro do


lado de dentro mas isto não é necessário para os outros
tipos de latrinas.

 Se as pessoas provavelmente não vão fechar a porta


após usarem uma latrina FVA, é melhor construir o
abrigo em um formato espiral. Este tipo não precisa de
porta mas mesmo assim oferece privacidade.
EXEMPLO DE ABRIGO DUMA LATRINA
LATRINAS LATRINAS DE FOSSAS VENTILADAS E APERFEIÇOADAS (FVA)

 As latrinas FVA devem possuir um tubo vertical, com pelo menos 15cm
de diâmetro ou uma chaminé de tijolos conectada à fossa. A parte
superior do tubo deve ser coberta com uma tela para impedir que as
moscas usem o orifício de ventilação para entrarem ou sairem da fossa.

 Para evitar que a tela deteriore devido à luz do sol ou aos gases
corrosivos da latrina, ela deve ser de fibra de vidro ou de aço inox e não
de plástico ou arame normal. Os buracos devem ter aproximadamente
1,2–1,5mm quadrados.

 O vento que sopra na parte superior do tubo de ventilação puxa o ar


para fora da fossa enquanto o ar fresco sopra para dentro da fossa
através do buraco onde o usuário se agacha. Este fluxo de ar é
melhorado se a porta estiver do lado onde o vento costuma soprar.
O ABRIGO FVA PRECISA FICAR UM POUCO ESCURO PARA IMPEDIR QUE AS MOSCAS
QUE ENTRAM NA FOSSA SAIAM ATRAVÉS DO BURACO ONDE O USUÁRIO SE
AGACHA, TRANSPORTANDO COM ELAS ORGANISMOS CAUSADORES DE DOENÇAS.
ISTO SEGUE O PRINCÍPIO DE QUE AS MOSCAS SÃO ATRAÍDAS PELA LUZ .
LATRINAS PARA CRIANÇAS

 As crianças pequenas geralmente têm medo de usar uma latrina ou


acham que é difícil usá-la.

 Uma idéia alternativa para crianças bem pequenas é cavar um


buraco raso (0,5m de profundidade) com uma placa pequena com
tampa (tal como a latrina vedada porém menor).

 Não é necessário ter um abrigo. Incentive as crianças a usarem esta


latrina e a colocar a tampa de volta no lugar. Se esta fossa rasa
ficar com mau cheiro, tente colocar um pouco de cinza para ajudar
MELHORIAS SIMPLES E DE BAIXO CUSTO PARA LATRINAS

 As latrinas são geralmente feitas com placas de concreto


reforçado. No entanto, este método usa uma grande quantidade de
cimento e pode ser muito caro para muitos. Isto leva as pessoas a
não construirem latrinas ou a construiremnas com um piso de
terra, o que é difícil de ser limpo.

 Dois métodos de construção de tampas de fossas que são fáceis de


serem limpas e que usam muito menos cimento. ( Oito tampas
pequenas com orifícios, por exemplo, podem ser feitas com um saco de cimento).

 O factor chave para se ter sucesso é usar cimento novo, areia


limpa e compactar adequadamente o concreto antes de tentar
alisar a superfície.
TAMPAS PEQUENAS COM ORIFÍCIOS

 Estas são pequenas placas de concreto colocadas sobre o buraco de uma latrina
já existente, apoiando-se em um piso feito de troncos de árvores e barro.

1. Faça uma placa de concreto de 60cm x 60cm x 4cm de espessura,


usando uma mistura de cimento (1 parte), areia (2 partes) e pedras
pequenas (1,5 partes). Faça com que a parte superior da placa
fique lisa e inclinada em direção ao buraco onde o usuário se
agacha. A placa não precisa ser reforçada porque durante o uso
ela é apoiada nos troncos e no barro.

2.  Acrescente suportes para os pés. Eles devem ter 35cm de


comprimento, 15cm de largura, 2cm de altura e um formato como
o que é mostrado acima. Faça com que os lados do buraco onde o
usuário se agacha estejam inclinados para dentro para apoiar uma
tampa removível de concreto.
MANTENHA A PLACA E A TAMPA MOLHADAS, PELO MENOS DURANTE UMA SEMANA PARA QUE O
BETÃO FIQUE FIRME. COLOQUE A TAMPA PEQUENA COM O ORIFÍCIO SOBRE O BURACO DE UMA
LATRINA JÁ EXISTENTE, SENDO QUE A COBERTURA SUPERIOR DEVE SER UM CHÃO DE TERRA.
COLOCAÇÃO DA TAMPA SOBRE A LATRINA
PLACAS DE BETÃO EM FORMATO DE CÚPULA
PLACAS DE BETÃO EM FORMATO DE
CÚPULA
 Ao contrário das placas de concreto tradicionais, estas não
são reforçadas e são bem mais finas. No entanto, elas ganham
resistência pelo seu formato de cúpula.

 1. Coloque tijolos uns ao lado dos outros em uma área com


piso plano com as extremidades formando um círculo de
1,5m de diâmetro.

 2. Compacte (pisando) uma porção de areia húmida dentro do


círculo fazendo com que apenas os 40mm superiores de cada
tijolo estejam aparecendo e o centro do monte de areia seja
100mm mais alto do que o nível da areia próxima aos tijolos.
FABRICO DA TAMPA
PODE-SE USAR A PLACA SOBRE UMA FOSSA NÃO
REVESTIDA DE 1,1M DE DIÂMETRO MAS HAVERÁ O
PERIGO DOS LADOS DESMORONAREM. POR ISTO É
MELHOR QUE A FOSSA SEJA REVESTIDA NA PARTE
SUPERIOR PARA SE IGUALAR COM O DIÂMETRO DA
TAMPA.
ASPECTOS SANITÁRIOS (MANTENHA A LATRINA LIMPA!)
- LAVE REGULARMENTE A PLACA DA LATRINA ONDE O
USUÁRIO SE AGACHA, COM UMA ESCOVA E COM ÁGUA E
SABÃO. (A ÁGUA QUE FOI USADA PARA LAVAR ROUPAS É
IDEAL). FAÇA QUESTÃO DE LAVAR AS MÃOS TODAS AS
VEZES QUE USAR A LATRINA.
- TENHA ORGULHO DA SUA LATRINA. OS BENEFÍCIOS PARA A
SAÚDE DA SUA FAMÍLIA SÃO ENORMES! INCENTIVE TODOS
OS SEUS VIZINHOS A SEGUIREM O EXEMPLO.
FOSSA SÉPTICA

 A contaminação do meio ambiente é um dos problemas cruciais da sociedade


moderna. 
Todos conhecemos, com relação ao assunto, os riscos de doenças e epidemias
devidos ao não tratamento de esgotos, e sua deposição em rios, córregos e
espaços públicos, muitas vezes conduzidos em valas a céu aberto.

 As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto doméstico


nas quais são feitas a separação e a transformação físico-química da matéria
 sólida contida no esgoto.

 É uma maneira simples e barata de disposição dos esgotos indicada,


sobretudo, para a zona rural ou residências isoladas. Todavia, o tratamento
não é completo como numa Estação de Tratamento de Esgotos.

 Elas devem ser construídas do lado do banheiro, para evitar curvas nas
canalizações.
DESCRIÇÃO

 A fossa séptica é desenhada para o tratamento no local de


águas residuais domésticas, que são colectadas dos sistemas
sanitários de descarga (saneamento transportado por água).

 A fossa encontra-se debaixo da terra e pode consistir de um


ou dois compartimentos.

 Fossas sépticas podem ser construídas para uma casa ou


para várias casas juntas. 
HÁ DOIS TRATAMENTOS EFECTIVOS PRINCIPAIS PARA A FOSSA SÉPTICA: 

1- Os contaminantes são retirados das águas residuais através da


sedimentação de partículas pesadas ou flutuação de matéria
menos pesada do que a água (ex: óleos e gordura).

2- A camada de lama no fundo da fossa é o resultado do


processo de sedimentação. A camada de espumas é formada
através do processo de flutuação. Subsequentemente, a matéria
orgânica nas camadas de lama e espuma é digerida
anaeróbiamente (por falta de oxigénio) pela bactéria. Como
resultado, produz-se gás metano que sai através de uma
abertura de ventilação na fossa. 
FUNCIONAMENTO DE FOSSAS SÉPTICAS
 A fossa séptica é uma alternativa para casas localizadas em locais que não têm sistema
público de coleta e tratamento de esgotos. Um sistema eficiente e completo deve contar
também com caixas de gordura, filtros anaeróbicos e sumidouros.
Embora cada caso exija uma solução específica, basicamente a construção de um
sistema de tratamento de esgotos funciona da seguinte maneira:

1- A água que vem da cozinha passa por uma caixa de gordura, onde esta fica retida pelo
anteparo evitando o entupimento da tubulação e o sobrecarregamento da fossa. Essa
caixa é impermeabilizada com mantas, da mesma forma que a fossa. Para uma casa
com 6 pessoas, ela deve ter capacidade de 200 litros;

2- A água que vem dos banheiros vai directo para a fossa, onde os compostos orgânicos
se decantam (vão para o fundo), as espumas e gorduras ficam boiando na superfície e
os microorganismos, principalmente as bactérias, libertam enzimas que destróem os
germes e coliformes fecais.
Seu tamanho também depende do número de pessoas: para uma casa com 6 pessoas,
sua capacidade é de 1.700 litros, e sua limpeza deve ser feita a cada 2 anos por
empresas especializadas, que retiram o lodo do fundo e devem levá-lo a uma estação de
tratamento;
3- da fossa, a água segue para o filtro anaeróbico
impermeabilizado, que deve ter as mesmas dimensões da
fossa, e na qual a água chega por baixo, atravessa uma
tampa de concreto cheia de pequenos furos, passa por
uma camada de brita nº 4 e sai para o sumidouro.
Para limpá-lo, deve-se tirar o lodo por um cano de
respiro, situado antes da entrada, e injetar água pela
tampa superior para lavar as pedras.

4- no sumidouro (buraco não impermeabilizado, cujo


fundo deve estar a pelo menos 1,5m acima do nível do
lençol freático), a água é absorvida pela terra. Seu
dimensionamento depende, fundamentalmente, do tipo
de solo em que será construído
FOSSA SÉPTICA
CONSTRUÇÃO DE FOSSAS
 Dependendo no desenho, fossas sépticas requerem verificações rotinas dos
Operação e níveis de lama e espuma e a limpeza da lama entre um a três anos
Manutenção
 O campo de esgotos deve estar sempre livre de bloqueamento

 Normalmente a casa está encarregue do seu próprio sistema


 CBO boa e retirada de sólidos suspensos
Vantagens  Se o solo for adequado para a infiltração de efluente, então tem um
impacto negativo negligível sobre o ambiente
 Não requer electricidade, nem tem partes que se mexem

 A construção de fossas sépticas requer trabalho manual habilitado (as


fossas não podem ter fugas)
Desvantagens  Normalmente esquece-se da manutenção, especialmente a limpeza de
lama, que resulta na fossa séptica produzindo efluente pobre e que
pode tornar-se em sérios perigos ambientais e de saúde.
 A lama retirada das fossas sépticas deve ser tratada fora do local; mas
na realidade a lama é eliminada de um modo indiscriminado
Muito Obrigado

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