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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA HIDRÁULICA E AMBIENTAL

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

GEOVANE SANTOS BORBA - 408800

MARIA JÚLIA ANDRADE LIMA - 383390

TAYNARA FREITAS DA SILVA - 383418

MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATA-


MENTO DE ESGOTO.

FORTALEZA

2020
SUMÁRIO

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................................. 3


1.1. Introdução....................................................................................................... 3
1.2. Normas Técnicas e livros texto ....................................................................... 3
2. MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................................. 3
2.1. Estimativa da População ................................................................................. 3
2.2. Cálculo de vazões ........................................................................................... 5
2.3. Tratamento preliminar..................................................................................... 6
2.3.1 Medidor de vazão .......................................................................................... 7
2.3.2 Gradeamento ................................................................................................ 8
2.3.3 Caixa de areia ............................................................................................. 13
2.4 Reator UASB..................................................................................................... 17
2.4.1 Parâmetros de projeto ................................................................................. 17
2.4.2 Dimensões do reator ................................................................................... 18
2.4.3 Remoção de matéria orgânica ..................................................................... 20
2.4.4 Compartimento de decantação .................................................................... 22
2.4.5 Distribuição do esgoto afluente ................................................................... 25
2.4.6 Produção de lodo ........................................................................................ 26
2.5 Reator de Lodo Ativado ..................................................................................... 27
2.5.1 Dimensionamento inicial ............................................................................. 27
2.5.2 Dimensionamento da Área do Tanque de Aeração. ..................................... 29
2.5.3 Requisitos de Oxigênio ................................................................................ 31
2.5.4 Produção de Lodo ....................................................................................... 33
2.5.5 Decantador secundário ............................................................................... 33
2.5.6 Estimativa de produção e da remoção de lodo excedente ............................ 35
2.6 Tratamento de lodo ............................................................................................ 36
2.6.1 Quantificação do lodo ................................................................................. 36
2.7 Cloração ............................................................................................................ 38
2.7.1 Vazão do Efluente ....................................................................................... 38
2.7.2 Cálculo da dosagem de cloro ...................................................................... 38
2.7.3 Tanque de contato ....................................................................................... 38
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.1. Introdução

O Memorial Descritivo tem por objetivo estabelecer as diretrizes básicas para


a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto, e fornecer o devido suporte
para a compreensão e análise das medidas projetadas.

1.2. Normas Técnicas e Livros Texto

Na elaboração deste projeto, foram utilizados os parâmetros e faixas de reco-


mendação para o dimensionamento de unidades componentes de um projeto para uma
Estação de Tratamento de Esgoto, sendo estes parâmetros e faixas de recomendação
estabelecidos pelas seguintes normas brasileiras editadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), como também se fez uso de alguns livros textos:

• NBR 12.208/1992 – Projeto de Estações elevatórias de Esgoto Sanitário;


• NBR 12.209/2011 – Elaboração de Projetos Hidráulico-Sanitários de Esta-
ções de Tratamento de Esgotos Sanitários;
• NBR 9.649/86 – Projeto de Redes Coletoras de Esgoto Sanitário;
• NBR 10.6471989 – Desenho Técnico;
• Tratamento de Esgoto Doméstico 6ª edição – Eduardo Pacheco Jordão;
• Reatores Anaeróbios - Carlos Augusto de Lemos Chernicharo.

2. MEMORIAL DESCRITIVO

2.1. Estimativa da População

Em uma Estação de Tratamento de Esgoto, para o cálculo das vazões é necessário


antes calcular a população atual e futura, pois o projeto deverá se adequar a estrutura
urbana presente na cidade, buscando atender às necessidades da região em um determi-
nado horizonte de projeto. Com isso, como a população de um local usualmente cresce
com o tempo, evita-se que o sistema seja inviabilizado, pouco depois de sua implantação,
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devido a um subdimensionamento. Assim, o projeto da ETE estará de acordo com o pro-
jeto do Sistema de Esgotamento Sanitário de tal região.

Para a estimativa da população futura, considerando um horizonte de projeto de


20 anos, a partir do ano de 2020, foram utilizados dados dos 3 últimos censos demográ-
ficos do IBGE. Assim, foi requerido à equipe técnica o método de crescimento aritmético,
como método de estimativa do crescimento populacional segundo uma taxa constante.
Esse método é utilizado para estimativas de menor prazo e o ajuste da curva pode ser
também feito por análise da regressão. Os dados dos últimos censos são:

Censo População (hab)


1990 20000
2000 25500
2010 30750

No método de crescimento aritmético, a população de cada ano é calculada da seguinte

forma:

Pt = Po + Ka.(t-t0 )

Em que o incremento populacional é:

Ka = P2- P0/ t2- t0

Deste modo:

CRESCIMENTO ARITMÉTICO

Período Ano Projeção (hab)


0 1990 20000
1 2000 25500
2 2010 30750
Início 2020 36000
Fim 2040 46500

Parâmetro: K = 525

Sendo assim, a população calculada para 2020 (início de plano) foi de 36000 habi-
tantes e a de 2040 (final de plano) foi de 46500 habitantes.

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2.2. Cálculo de vazões

Através da projeção populacional foi possível calcular as vazões de projeto, como


será descrito a seguir.

A primeira vazão calculada foi a doméstica:

Qdoméstica (L/s) = CR. Projeção. (Per capita)/ 86400

Onde:

CR = 0,8 (Coeficiente de retorno, possui esse valor segundo a NBR 9.649);

Projeção: Projeção de habitantes em determinado ano;

Per capita = 200 L/hab.d (Contribuição per capita).

Após o cálculo da vazão doméstica, foi calculada a vazão de infiltração:

Qinfiltração= Qdoméstica . (i/100)

Onde:

i = 5% (Taxa de contribuição de infiltração que segundo a ABNT NBR 9.649/86


possui o valor de 0,05 a 1,0 l/s.km)

Dessa maneira pode-se calcular as demais vazões:

Qmédia = Qdoméstica + Qinfiltração

Qmáx.d = (Qdoméstica . K1) + Qinfiltração

Qmáx = (Qdoméstica . K1 . K2) + Qinfiltração

Qmin = (Qdoméstica . K3) + Qinfiltração

Onde:

Qmédia: Vazão média;

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Qmáx.d: Vazão máxima diária;

Qmáx: Vazão máxima horária;

Qmin: Vazão mínima horária;

* K1 = 1,2 (Coeficiente de máxima vazão diária);

* K2 = 1,5 (Coeficiente de máxima vazão horária);

* K3 = 0,5 (Coeficiente de mínima vazão horária);

* Valores de K1, K2 e K3 recomendados pela ABNT NBR 9.649/86)

Dessa forma, obteve-se:

Resumo das Vazões de Projeto

(L/s) (m³/s)
Qméd 90,417 0,090
Qmáx,d 107,639 0,108
Qmáx,h 159,306 0,159
Qmin,h 47,361 0,047

Além disso, foram dados alguns parâmetros iniciais para o desenvolvimento da ETE,
são eles:

Parâmetro Valor Unidade


DBO 400 mg/L
DQO 900 mg/L
SST 350 mg/L
Temperatura 24 °C

2.3. Tratamento preliminar

O tratamento preliminar da estação de tratamento de esgotos terá como objetivo


a remoção dos sólidos grosseiros e de areia e será constituído pelas seguintes unidades:
gradeamento, caixa de areia e medição de vazão (Calha Parshall).

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2.3.1 Medidor de vazão

O medidor de vazão escolhido foi o do tipo calha Parshall devido ao fato de provocar
pouca perda de carga e ter leitura precisa das vazões.

a) Escolha da calha Parshall

Por meio dos valores de Qmín e Qmáx, adotou-se a calha Parshall de 9” de dimensão da
garganta (W) e parâmetros de vazão n = 1,530 e λ = 0,535, de acordo com Nunes (2012).

b) Altura das lâminas de esgoto após o rebaixamento da Calha Parshall

Foram determinadas as alturas mínima (Hmín), média (Hméd) e máxima (Hmáx) das lâminas
de esgoto após o rebaixo da calha Parshall por meio da equação abaixo:

1⁄
Q n
H= ( )
λ

Onde:

H: altura da lâmina de esgoto após rebaixo da calha Parshall (m);

Q: vazão (m3/s);

λ: parâmetro de vazão da calha Parshall = 0,535;

n: parâmetro de vazão da calha Parshall = 1,530.

Hmáx 0,453 m
Hméd 0,313 m
Hmín 0,205 m

c) Rebaixamento da calha Parshall

(Qmáx ∙ Hmín ) − (Qmín ∙ Hmáx )


z =
(Qmáx − Qmín )
Onde:

z: rebaixo da Calha Parshall (m).

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Qmín: vazão mínima horária de início de plano (m³/s) = 0,047 m³/s;

Qmax: vazão máxima horária de fim de plano (m³/s) = 0,159 m³/s;

Hmín: altura mínima da lâmina de esgoto após rebaixo da calha Parshall (m);

Hmáx: altura máxima da lâmina de esgoto após rebaixo da calha Parshall (m).

Z 0,10010 m

d) Alturas das lâminas de esgoto antes do rebaixo da calha Parshall

h=H–z

Onde:

h: altura da lâmina de esgoto antes do rebaixo da calha Parshall (m);

H: altura da lâmina de esgoto (m);

z: rebaixo da calha Parshall (m) = 0,1001 m.

hmáx 0,353 m
hméd 0,213 m
hmín 0,105 m

2.3.2 Gradeamento

a) Especificações da grade

Tipo de gradeamento: médio


Abertura a 2 cm
t (espessura) 0,95 cm
Seção da barra
x (comprimento) 3,81 cm

Tipo de limpeza: manual


Ângulo da grade com a
θ (º) 45
horizontal

É importante salientar que a limpeza realizada nas grades é manual, pois segundo a ABNT
NBR 12.208 a colocação de dispositivo de remoção mecanizada do material retido só é

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obrigatória para vazões de dimensionamento superiores a 250 L/s, que não é o caso da
vazão calculada.

b) Áreas
Qmáx
Au =
V

Onde:

Au: área útil da seção transversal (m2);

Qmáx: vazão máxima (m³/s) = 0,159 m³/s;

* V: velocidade adotada (m/s) = 0,600 m/s;

* Segundo a ABNT NBR 12.208 o dimensionamento deve ser realizado, conside-


rando a velocidade através da grade máxima de 1,2 m/s de vazão afluente final.

Eficiência da grade:
a
E =
(a + t)

Onde:

E: eficiência da grade;

a: abertura entre as barras (cm) = 2,00 cm;

t: espessura das barras (cm) = 0,95 cm.

Área total:

Au
At =
E

Onde:

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At: área da seção transversal do canal até o nível d’água (m²);

Au: área útil da seção transversal (m²);

E: eficiência da grade.

Área útil (Au) 0,266 m2


Eficiência (E) 67,797 %
Área total (At) 0,392 m2

c) Largura teórica do canal

At
bg =
hmáx

Onde:

bg: largura teórica do canal (m);

At: área da seção transversal do canal até o nível d’água (m²) = 0,392 m²;

hmáx: altura máxima da lâmina de esgoto antes do rebaixo da calha Parshall (m) =
0,353 m.

Largura do canal (bg) 1,11 m

d) Comprimento de acesso à grade

TDH · Qmáx
Lg =
At

Onde:

Lg: comprimento de acesso (m);

TDH: tempo de detenção hidráulico (s) = 3 s (adotado).

Qmáx: vazão máxima de final de plano (m³/s) = 0,159 m³/s;

At: área da seção transversal do canal até o nível d’água (m²) = 0,392 m².

Comprimento de acesso (Lg) 1,220 m

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e) Verificação das velocidades

Vazões h At = b·h Au = At·E v = Q/Au


Verificação
(m³/s) (m) (m²) (m²) (m/s)
Qmín 0,04736 0,10493 0,11643 0,07894 0,6 Ok
Qméd 0,09042 0,21276 0,23609 0,16006 0,56489 Ok
Qmáx 0,15931 0,35293 0,39163 0,26551 0,6 Ok

Onde:

v: velocidade imediatamente à montante da grade (m/s), deve estar entre 0,4 m/s e 0,75
m/s;

f) Perdas de carga

Considera-se que a secção obstruída atinge cerca de 50% do total.

(2 ∙ v)2 − (v 2 )
hf =
2∙g
Onde:

hf: perda de carga (m)

vmáx: velocidade imediatamente à montante da grade (m/s) = 0,6 m/s;

g: aceleração da gravidade = 9,81 m/s²;

A perda de carga mínima adotada para limpeza manual é de 0,15m, segundo a NBR
12209/11.

hf hf adotada
(m) (m)
mín 0,05505 0,15
méd 0,04879 0,15

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máx 0,05505 0,15

g) Comprimento das barras

x = hv/senθ

Onde:

x: comprimento da barra (m);

hv: hmáx + hf + Φ tubo de chegada + folga (m) = 0,353 + 0,150 + 0,200 + 0,100 = 0,803
m;

θ: ângulo da grade com a horizontal = 45º.

* O diâmetro do tubo de chegada e a folga são valores assumidos.

X 1,136 m

h) Quantidade de barras

bg adotado
N =
(a + t)
Onde:

N: quantidade de barras;

bg: largura teórica do canal (m) = 111,0 cm;

a: abertura entre barras =2,00 cm;

t: espessura da barra = 0,95 cm.

N 37,615
Nadotado 38

i) Espaçamento entre as barras e as paredes do canal (e)

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e = bg − [(Nadotado.t) + (Nadotado − 1). a]

Onde:

e: espessura da barra (cm), sendo eadotado = e/2;

bg: largura teórica do canal (cm) = 111,0 cm;

a: abertura entre as barras (cm) = 2,00 cm;

Nadotado: número de barras = 38 barras.

O espaçamento deve ser menor que a abertura das grades.

e (cm) 0,864
eadotado (cm) 0,432
Verificação Ok

2.3.3 Caixa de areia

a) Largura da caixa de areia

Qmáx
b =
hmáx ∙ Vadotada

Onde:

b: largura da caixa de areia (m);

Qmáx: vazão máxima (m³/s) = 0,159 m³/s;

hmáx: altura máxima da lâmina de esgoto antes do rebaixo da calha Parshall (m) = 0,353
m;

Vadotada: velocidade adotada (m/s) = 0,300 m/s, como recomenda a ABNT NBR
12.209/92.

Largura (b) 1,505 m

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b) Verificação das velocidades

Vazões h A = b·h V0 = Q/A


Verificação
(m³/s) (m) (m²) (m/s)
Qmín 0,04736 0,10493 0,15787 0,30000 Ok
Qméd 0,09042 0,21276 0,32012 0,28244 Ok
Qmáx 0,15931 0,35293 0,53102 0,30000 Ok

Para que a sedimentação de sólidos ocorra, deve-se adotar velocidades de passagem rela-
tivamente baixas, entre 0,25m/s e 0,40m/s como recomendada por ABNT NBR
12.208/92.

c) Área transversal útil

Qmáx
S =
V0máx

Onde:

S: área transversal útil (S);

Qmáx: vazão máxima (m³/s) = 0,159 m³/s;

V0máx: velocidade máxima (m/s) = 0,300 m/s.

Área transversal útil 0,53102 m2

d) Comprimento da caixa de areia

L = 25 · hmáx

Onde:

L: comprimento da caixa de areia (m);

hmáx: altura máxima da lâmina de esgoto antes do rebaixo da calha Parshall (m) = 0,353
m;

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Deve-se adotar um comprimento de 22,5 a 25 vezes a altura hmáx calculada na calha Pars-
hall.

Comprimento (L) 8,823 m

e) Área superficial

As = b · L

Onde:

As: área superficial (m²);

b: largura da caixa de areia (m) = 1,505 m;

L: comprimento da caixa de areia (m) = 8, 823 m;

Área superficial (As) 13,276 m2


Área superficial adotada (Asadotada) 14 m2

Desse modo, as dimensões da caixa de areia adotadas são: 7,0 m x 2,0 m.

f) Capacidade de material retido no canal

M = Qmáx · R

Onde:

M: capacidade de material retido (m³/d);

Qmáx: vazão máxima (m³/d) = 0,159 m³/s · 86400 s/d = 13737, 6 m³/d;

R: fator de acumulação (m³ areia/m³ esgoto) = 0,00003 m³/m³ (adotado).

M 0,413 m3/d

g) Volume de acumulação

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Vacum = i · M

Onde:

Vacum: volume máximo de material acumulado na caixa de areia, imediatamente antes


da limpeza (m³);

M: capacidade de material retido (m³/d) = 0,413 m³/d;

i: intervalo de limpeza (dias) = 7 dias.

Volume acumulado (Vacum) 2,890 m3

h) Profundidade do acúmulo de areia

Vacum
Hacum =
As adotada

Onde:

Hacum: profundidade do acúmulo de areia (m), deve ser superior a 0,2 m;

Vacum: volume máximo de material acumulado na caixa de areia, imediatamente antes


da limpeza (m³) = 2,890 m³;

Asadotada: área superficial adotada (m²) = 14,000 m².

Hacum 0,206 m

i) Taxa de escoamento superficial

Qmáx
𝜆 =
Asadotada

Onde:

λ: taxa de escoamento superficial (m³/m².d), deve estar entre 600 e 1300 m³/m².dia
quando não houver utilização de decantador primário, seguindo as recomendações da
ABNT NBR 12209/2011;

Qmáx: vazão máxima (m³/d) = 0,159 m³/s · 86400 s/d = 13737,6 m³/d;

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As adotada: área superficial adotada (m²) = 14,000 m².

λ 983,1428571 m³/m².dia
Verificação Ok

2.4 Reator UASB

Características do Esgoto
Parâmetro Valor Unidades Valor Unidade
DBO 400 mg/L 0,4 kg/m³
DQO 900 mg/L 0,9 kg/m³
SST 350 mg/L 0,35 kg/m³
Temperatura 24 °C

2.4.1 Parâmetros de projeto

a) Carga de DQO afluente

carga = DQO · Qméd

Onde:

DQO (kg/m3);

Qméd (m3/h).

7030,8 KgDQO/dia

b) Tempo de detenção hidráulica: O tempo de detenção hidráulica foi adotado se-


guindo as recomendações da ABNT NBR 12209/2011

Tempo de Detenção Hidráulica - TDH

7 h

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2.4.2 Dimensões do reator

a) Volume dos reatores:

O volume do reator é calculado como veremos a seguir, multiplicando a vazão média pelo
tempo de detenção hidráulica:

Vt
TDH =
Q

Onde:

Q: Vazão média (m3/h).

2278,5 m³

b) Verificações:

Foram feitas verificações para analisar se a COV e a CHV estavam dentro dos parâmetros
recomendados.

carga
COV =
Vt

Onde:

COV: carga orgânica volumétrica (kgDQO/m³.d), até 15 kgDQO/m³.d.

COV 3,08571 KgDQO/d

Q
CHV =
Vt

Onde:

CHV: carga hidráulica volumétrica (kgDQO/m³.d), até 3,5 m³/m³.d.

18
CHV 0,14286 m³/m³.d

c) Dimensões dos módulos

Adotou-se:

Tipo de reator circular


Altura (m) 6
Qtde. de módulos 14

OBS: Dependendo do fabricante, a quantidade de módulos poderá ser alterada, para se


ter outras dimensões de reator.

Vt
N=
V

Onde:

V: volume do módulo (m³) que é calculado dividindo-se o volume do reator pela quan-
tidade de módulos que foi adotada.

Volume do módulo 162,75 m³

V=A·H

Onde:

A: área do módulo (m²);

H: altura do decantador (m).

Área do módulo 27,125 m²

d) Correções

Após o dimensionamento, os parâmetros abaixo foram atualizados em função do volume


real dos reatores UASB, isto é, Vc = Vt ·N.

19
TDHc 7h
COVc 3,086 KgDQO/d
CHVc 0,143 m³/m³.d
A velocidade ascensional é calculada da seguinte maneira:
Q
v=
A

Velocidade Ascencional 0,857 m/h

Recomenda-se que a velocidade ascensional esteja entre 0,5 e 1,0 m/h.

2.4.3 Remoção de matéria orgânica

a) Eficiência de remoção

As eficiências de remoção de DQO e DBO foram calculadas a partir de equações estima-


das propostas por Chernicharo (1997).

Remoção de DQO 65,59 %

Remoção de DBO 73,24 %

Remoção de SST 65,20 %

Donde se pode calcular a concentração final do efluente:


E𝑆𝑆𝑇 = [144,8 ∙ (TDHc (−0,41))]
EDBO = 100 ∙ [1 − (0,70 ∙ TDHc (−0,50))]
EDQO = 100 ∙ [1 − (0,68 ∙ TDHc (−0,35))]

DBO 107,039 mg/L


DQO 309,718 mg/L
SST 121,784 mg/L

E ∙ S0
S = S0 −
100

Donde:

S: concentração de substrato efluente (mg/L);

S0: concentração de substrato afluente (mg/L);

E: eficiência de remoção do substrato (%).

20
b) Produção de metano
DQOremovida = carga ∙ EDQO

DQO removida 4611,279 kgDQO/d

DQOlodo = y ∙ carga

Onde:

y: coeficiente de produção celular = 0,21 kg.DQOlodo/kg.DQOaplicada.

DQO lodo 1476,468 kgDQO/d

Nesse ponto, existe a recirculação do lodo do Lodo Ativado, que equivale a 40% da Carga
Orgânica no lodo excedente. Sendo assim:

DQO Recirculação (40%) 184,324 kgDQO/d

DQOmetano = (DQOremovida–DQOlodo) + DQOrecirculação(40%)

DQO metano 3319,136 kgDQO/d

DQOmetano
Qmetano =
k(T)

Sendo:

P ∙K
k(T) =
R ∙ (T + 273)

Daí:

P 1 atm
K 64 gDQO/mol
R 0,08206 atm.L/mol.K

Tem-se que:

Vazão de metano (Q metano) 1263,959 m³/d

21
c) Produção de biogás

Qmetano
Qbiogás =
0,75

Percentual de metano no biogás 75 %

Q biogás 1685,279 m3/d

Foi adotado um percentual de 75%, pois o percentual médio doméstico de metano no


biogás está entre 70 e 80%.

d) Coletores de biogás

Os coletores de biogás foram calculadas a partir de equações estimadas propostas por


Chernicharo (1997).

d 2 Qbiogás
Ag = π ∙ N ∙ ( ) Vg =
2 Ag

Onde:

N: Quantidade de módulos adotada;

d: Diâmetro adotado do coletor de biogás (m);

Qbiogás (m3/d);

Quant. de coletores de biogás (N) 14


Diâmetro do coletor de biogás (d) 1m
Área total de coletores dos gases (Ag) 10,9956 m2
Taxa de liberação de gás (Vg) 153,269 m3/m2.d

2.4.4 Compartimento de decantação

Seção do separador trifásico Circular

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a) Parte superior
(D − d − 2 ∙ e )
R=
2

Onde:
D: Diâmetro do reator (m);
d: Diâmetro do coletor de gás (m);
e: Espessura da parede do coletor de biogás (m);

Diâmetro do reator (D) 5,877 m


Diâmetro do coletor de biogás (d) 1 m (adotado)
Espessura da parede do coletor de biogás (e) 0,05 m (adotado)
Largura do decantador (R) 2,388 m

π ∙[D2 − (D − 2 ∙R)2 ]
As =
4

Onde:

R: Largura do decantador (m).

Altura superior do decantador (Hs) 0,5 m (adotado)


Área superior do decantador (As) 26,175 m2

Vs = As ∙ Hs

Volume superior do decantador (Vs) 13,087 m³

Verificação das velocidades:


Q
V=
N ∙ As

Onde:

Qmed (m3/h);

N: Quantidade de coletores de biogás;

As: Área superior do decantador (m2).

Velocidade média no decantador 0,888 m/h Menor que 2,5 m/h


Velocidade máxima no decantador 1,565 m/h Menor que 4,0 m/h

23
b) Parte inferior

Projeção Horizontal

𝐻𝑖
𝑃=
𝑡𝑔(𝜑𝑖 )

Onde:

Hi: Altura inferior do decantador (m);

φi: Ângulo de inclinação (graus).

Altura inferior do decantador (Hi) 2 m (adotado)


Ângulo de Inclinação (φi) 50 graus (adotado)
Projeção Horizontal (P) 1,68 m

Abertura do decantador

(𝐷 − (2𝑃))
𝑟=
2

Onde:

D: Diâmetro do reator (m);

P: Projeção horizontal (m).

Abertura do decantador (r) 1,26 m

Área inferior do decantador

π ∙ [D2 − (D − 2 ∙ r)2 ]
Ai =
4

Onde:

D: Diâmetro do reator (m);

r: Abertura do decantador (m).

24
Área inferior do decantador (Ai) 18,277 m2

Volume da parte inclinada

1 𝑑 𝑑 2
𝑉𝐼 = (𝜋 ∙ 𝐻𝑖 ∙ (𝑃 2 + 𝑃 ∙ ( ) + ( ) ))
3 2 2

Onde:

Hi: Altura inferior do decantador (m);

P: Projeção horizontal (m);

d: Diâmetro do coletor de biogás (m).

Volume da parte inclinada (Vi) 8,18 m3

Verificação das velocidades:


Q
V=
N ∙ Ai

Onde:

Qméd (m3/h);

N: Quantidade de coletores de biogás;

Ai: Área inferior do decantador (m2).

Velocidade média no decantador 1,27 m/h Menor que 2,5 m/h


Velocidade máxima no decantador 2,24 m/h Menor que 4,0 m/h

c) Tempo de detenção hidráulica

Volume total (Vt) 40,75 m³


Tempo de detenção hidráulica (TDH) - Qméd 1,75 h ≥ 1,5 h
Tempo de detenção hidráulica (TDH) - Qmáxh 1,0 h ≥ 1,0 h

2.4.5 Distribuição do esgoto afluente

Am
Nd =
Ai
25
Onde:

Am: Área do módulo (m2);

Ai: Área de influência (m2);

A área de influência foi adotada a partir da faixa de 1 a 4 m adotada por Chernicharo.

Área do módulo (Am) 27,125 m


Área de influência (Ai) 3 m (adotado)
Quantidade de distribuidores (Nd) 9,04167
Quantidade adotada (Nd adotada) 10

2.4.6 Produção de lodo

Dados:

Densidade do lodo (g) 1020 kg/m3


Concentração de lodo (C) 4%

Segundo Chernicharo a densidade do lodo está na ordem de 1020 a 1040 Kg/m3.

De acordo com Pacheco Jordão o lodo no interior do reator apresenta teor de sólidos entre
3 e 5 %.

P = y ∙ carga(DQO)

Onde:

y: Coeficiente de produção celular (0,21 kg.DQOlodo/ kg.DQOaplicada).

Carga de lodo (P) 1476,468 kgDQOlodo/d

P + Recirculação(60%)
Vl =
g ∙ ( C⁄100 )

Onde:

P: Carga de lodo (kgDQOlodo/d);

26
Recirculação (60%): Como 40% do lodo recirculado do Lodo Ativado vai para a pro-
dução de biogás, os 60% que restam vão para a produção de lodo para depois serem dire-
cionados para o tratamento de lodo.

g: Densidade do lodo (kg/m3);

C: Concentração de lodo (%).

Carga de lodo (P) + Recirculação (60%) 1752,95 kgDQOlodo/d


Volume de lodo (Vl) 42,96 m³

2.5 Reator de Lodo Ativado

2.5.1 Dimensionamento inicial

a) Vazão

A vazão utilizada é a vazão média de projeto em m3/dia. Dessa forma, o valor é 7812
m3/dia.

b) Altura útil do Tanque de Aeração

A profundidade útil de um tanque de aeração é de 4,5 a 6 m. Assim, foi adotada uma


altura de 4,5 m.

c) Nª de Tanques de Aeração

2 unid

d) Idade de Lodo

A idade de lodo em sistemas de Reator UASB com Lodo Ativado varia de 6 a 10 dias.

8 dias

e) Kd – Fração de organismos (SSVTA)

O valor típico de Kd é de 0,06 dia-1, logo, foi o valor que foi adotado.

27
f) Xv – Concentação de SSVTA

A concentração de SSVTA em um sistema de aeração convencional varia de 1500 a 3500


mgSSV/L.

2500 mg SSV/L

g) DBO afluente

A DBO afluente é a concentração final do efluente do Reator UASB.

107 mg/L

h) DBO efluente

A DBO efluente é 95% da DBO afluente (eficiência de remoção). Dessa forma:

DBOefluente = DBOafluente . 0,05

5,35mg/L

i) NTK

100 mg/L

j) Fb

0,8
𝐹𝑏 =
[1 + (0,2. 𝐾𝑑. 𝜃𝑐 )]

Onde:

Kd: Fração de organismos SSVTA (dia-1);

θc : Idade de lodo (dias).

Fb 0,73

k) Y – Fração de matéria sintetizada

28
O Y possui valores entre 0,5 a 0,7 gSSV/gDBO.

Y - Fração de matéria sintetizada 0,6 gSSV/gDBO

l) Volume

Volume do Tanque de Aeração

𝑌 ∙ 𝜃𝑐 ∙ 𝑄 ∙ (𝑆0 − 𝑆)
V=
𝑋𝑣 ∙ (1 + 𝐾𝑑 ∙ 𝑓𝑏 ∙ 𝜃𝑐 )

Onde:

S0: DBO afluente (mg/L);

S: DBO efluente (mg/L).

1129,48 m3

Volume de cada Tanque


𝑉
𝑉𝑡 =
𝑁𝑇𝐴

Onde:

V: Volume do tanque de aeração (m3);

NTA: Número de Tanque de Aeração.

564,7 m3

2.5.2 Dimensionamento da Área do Tanque de Aeração.

𝑉𝑡
𝐴=
𝐻

Onde:

Vt: Volume de cada tanque (m3);

H: Altura útil do tanque de aeração (m).

29
Área 125,5 m2

0,5 0,5
𝐴 𝐴
𝐿=( ) 𝐵=( )
𝑅𝐿 𝑅𝐿
𝐵 𝐵

Onde:

A: Área (m2);

RL/B: 1.

L 11,2 m
B 11,2 m
L adotado 11,5 m
B adotado 11,5 m

𝑉𝑐𝑜𝑟𝑟𝑔𝑖𝑑𝑜 = 𝐿𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 . 𝐵𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 . 𝑁𝑇𝐴 . 𝐻

Volume do TA corrigido 1190,3 m3

𝑉𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜
𝑇𝐷𝐻𝑟𝑒𝑎𝑙 =
𝑄

Onde:

Q (m3/h).

TDH real 3,7 h

𝑌 ∙ (𝑆0 − 𝑆) 𝜃𝑐
𝑋𝑣 = ∙( )
(1 + 𝐾𝑑 ∙ 𝑓𝑏 ∙ 𝜃𝑐 ) 𝑇𝐷𝐻

Xv corrigido 2372,37 mgSSV/L

𝐴 𝑄 ∙ 𝑆0
=
𝑀 𝑉 ∙ 𝑋𝑣

Onde:

S0: DBO afluente (kgDBO/l);

Xv: Concentração de SSVTA (kgSSV/l).

30
Relação A/M 0,30 kgDBO/kgSSVTA.dia

2.5.3 Requisitos de Oxigênio

Faz-se necessário o cálculo desses parâmetros para calcular a demanda carbonácea no


consumo de oxigênio.

a´ - Fração de Matéria Removida

a' =1,46 − 1,42 ∙ Y

Onde:

Y: Fração de Matéria Sintetizada.

0,608 kgO2/kgDBO

b´ - Quantidade de Oxigênio Utilizado

b' =1,42 ∙ 𝑓𝑏 ∙ 𝐾𝑑
0,062 kgO2/kgSSV

a) Demandas

Demanda para a síntese

𝐷𝑠 =a' ∙ 𝑄 ∙ (𝑆0 − 𝑆)

Onde:

S0: DBO afluente (kgDBO/m3);

S: DBO efluente (kgDBO/m3);

Q (m3/d).

Demanda para síntese 483,0 kgO2/dia

31
Demanda para a respiração endógena

𝐷𝑟𝑒 =b' ∙ 𝑋𝑣 ∙ 𝑉

Onde:

Xv: Concentração de SSVTA (kgSSV/m3).

Demanda para respiração endógena 185,1 kgO2/dia

Demanda carbonácea

RO =𝐷𝑠 + 𝐷𝑟𝑒

668,0 kgO2/dia
Demanda carbonácea
0,8 kgO2/kgDBOrem

Demanda para nitrificação


𝐷𝑁 =(3,8 a 4,8) ∙ 𝑄 ∙ 𝑁𝑇𝐾/103

Onde:

NTK: NTK afluente (mg/L)

4,0 (Coef. Esteq.)


Demanda para nitrificação
3124,8 kgO2/dia

Demanda total

ROt =𝐷𝑠 + 𝐷𝑟𝑒 + 𝐷𝑁

Demanda total 3792,8 kgO2/dia

b) Sistema de Aeração Mecânica

Eficiências de Oxigenação

Eficiência de oxigenação padrão 1,5 kgO2/kwh


Eficiência de oxigenação campo 0,9 kgO2/kwh

32
Eficiência de oxigenação padrão adotada.

𝐸𝑂𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜 = 0,55 𝑎 0,65 ∙ 𝐸𝑂𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜

Potência

175,594 kw
234,126 CV

𝑅𝑂𝑡
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 =
24 ∙ 𝐸𝑂𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜

2.5.4 Produção de Lodo

a) Produção líquida do lodo

∆𝑋 = 𝑌 ∙ (𝑆0 − 𝑆) ∙ 𝑄 − 𝐾𝑑 ∙ 𝑋𝑣 ∙ 𝑉

307,207 kg SSV/dia
0,387 kg SSV/kgDBOrem

b) Produção líquida do lodo – SST

Relação SSV/SST 0,75


Varia de 0,75 a 0,77

Para calcular a produção líquida de lodo em SST, faz-se a razão da produção líquida de
lodo em SSV com a relação SSV/SST.

409,610 kg SST/dia
0,516 kg SST/kgDBOrem

2.5.5 Decantador secundário

Vazão média

As vazões médias são as mesmas de início de plano.

33
90,417 L/s
325,50 m3/h
7812,00 m3/d

Concentração de Sólidos em Suspenção

O Xv já havia sido mencionado como parâmetro no dimensionamento do reator de Lodo


Ativado.

Xv 2500 mg/L
Relação Xv/X 0,75
3333 mg/L
X
3,3 kg/m3

Taxa de escoamento superficial (qa)

28,00 m3/m2.d

A taxa de escoamento é 28 m3/m2.d quando a idade do lodo é inferior a 18 dias, ou a


relação A/M é superior a 0,15 kgDBO/kgSSVTA.d. Como a idade de lodo do nosso sis-
tema é 8 dias e a relação A/M é 0,3 kgDBO/kgSSVTA.d, essa foi a taxa adotada.

Área superficial do decantador secundário


𝑄
𝐴𝑠 =
𝑞𝑎

279,00 m2

a) Dimensionamento do Decantador

𝐴𝑠 4 ∙ 𝐴𝑑 0,5 𝜋 ∙ 𝐷𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜2
𝐴𝑑 = 𝐷𝑑 = ( ) 𝐴𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 =
𝑁𝑑 𝜋 4

Onde:

Número decantadores 3 unid (adotado)


Área por decantador 93,0 m2
Diâmetro 10,9 m
Diâmetro adotado 13,5 m

34
Área corrigida 143,1 m2
Área total corrigida 429,4 m2

(𝑄 ∙ 𝑄𝑟 ) ∙ 𝑋
𝑉 = 𝐴𝑡𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎 ∙ 𝐻 𝐺𝐴 =
𝐴𝑠

Altura H do líquido na lateral 4,0 m


Volume 1717,7 m3
TDH 5,3 h
Taxa de recirculação 0,7
Vazão de recirculação 5468,4 m3/d
Taxa de aplicação de sólidos (GA) 103,1 kgSS/m2.d

Segundo Pacheco (6ª edição) a altura do líquido (H) da lateral tem que ser, pelo menos,
3,70 metros.

O TDH relativo à vazão média tem que ser igual ou maior que 1,5 h.

A razão ou taxa de recirculação, pode estar na faixa e 0,7 a 1,2.

2.5.6 Estimativa de produção e da remoção de lodo excedente

a) Distribuição do lodo excedente

𝑋𝑣 𝑋𝑣
𝑃𝑥𝑣 = ∙𝑃 𝑃𝑥𝑓 = (1 − ) ∙ 𝑃𝑥
𝑋 𝑥 𝑋
Onde:

Xv/X: Relação (0,75);

Px: Sólidos totais (KgSSV/dia).

Sólidos Totais (Px) 409,6 KgSST/dia


Sólidos Voláteis (Pxv) 307,2 KgSSV/dia
Sólidos Fixos (Pxf) 102,4 KgSSF/dia

b) Concentração de SS no lodo de retorno (Xr)

35
8,095 kgSS/m3

Xr = X.(1+R)/R

Onde:

X: Concentração de sólidos em suspenção;

R: taxa de recirculação.

c) Carga orgânica no lodo excedente

460,811 kgDQO/d

Estima-se que 1 kg de SSV gera uma DQO de aproximadamente 1,5 kg, assim para o
cálculo da carga orgânica no lodo excedente multiplica-se o Pxv por 1,5.

d) Vazão de lodo aeróbio excedente para o reator UASB

50,60 m3/dia

Vazão = carga/ concentração

2.6 Tratamento de lodo

2.6.1 Quantificação do lodo

Volume de lodo (V) 42,965 m³

Volume de lodo obtido na produção de lodo do Reator UASB que corresponde ao lodo
recirculado do LA mais o lodo produzido no UASB.

Densidade do lodo (g) 1020 kg/m³


Concentração de lodo (C) 4%

Carga de lodo (P) 1476,468 kgDQOlodo/d


Carga de lodo (P) + Recirculação (60%) 1752,955 kgDQOlodo/d
Volume de lodo (Vl) 42,965 m³

36
a) Área do leito de secagem

Lâmina de lodo (h) 0,3 m


Unidades (n) 16 leitos
Área diária (Ad) 143,215 m²
Área total (A) 2291,44 m²

V
Ad =
h
Onde:

Ad: área diária (m²);

V: volume de lodo (m³) = 42,965 m³;

h: altura da lâmina de lodo (m) = 0,3 m.

A = Ad · n

Onde:

A: área total dos leitos de secagem (m²);

n: unidades de leitos de secagem = 16 leitos.

b) Dimensões do leito de secagem

A = L · B, sendo L = 2B

Tem-se:

Comprimento (L) 16,924 m


Largura (B) 8,462 m

Dimensões corrigidas

Comprimento (L) 17 m
Largura (B) 8,5 m

37
2.7 Cloração

2.7.1 Vazão do Efluente

7812,00 m³/dia
Vazão do Decantador Secundário
325,50 m3/h

2.7.2 Cálculo da dosagem de cloro

Para o cálculo da dosagem foi utilizado como referência Pacheco Jordão.

Tipo de Esgoto Doméstico Efluente do Processo de Lodo Ativado

Dosagem 6 mg/L

A dosagem de cloro varia de 2 a 8 mg/L. Nesse viés, foi adotado a dosagem de 6 mg/L

Quantidade de Cloro Necessária 46,872 kg/dia

2.7.3 Tanque de contato

a) Volume do tanque

TDH adotado 30 min


Volume (V) 162,75 m3

𝑉 = 𝑇𝐷𝐻 ∙ 𝑄𝑚é𝑑

b) Área Superficial

Altura do nível d'água (H) 3m


Área Superficial (As) 54,25 m2

𝑉
𝐴𝑠 =
𝐻

38
c) Dimensões do tanque

𝐴𝑠 = 𝐵 ∙ 𝐿 = 3 ∙ 𝐵2

Relação L/B 3 (adotado)


Largura (B) 4,252 m
Comprimento (L) 12,757 m

É necessário corrigir as dimensões, assim:

Dimensões corrigidas
Comprimento (Lc) 13 m
Largura (Bc) 4,5 m

Espaçamento entre chi-


1,5 m adotado
canas (e)
Quantidade de canais (Nca) 3
Quantidade de chicanas (Nch) 4

Bc 𝑁𝑐ℎ = 𝑁𝑐𝑎 + 1
Nca =
e

Velocidade de escoamento

Velocidade de escoamento (v) 2,00926 cm/s

Q
v=
H·e
Onde

Q: vazão média (m3/h);

H: altura do nível da água;

e: Espaçamento entre as chicanas.

39
40

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