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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CIV 368 – INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E PREDIAIS

MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULO – PROJETO DA


INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA

Ana Thereza Salgado Rocha Eller – 85549

Ana Beatriz Garcia Haiachi – 86122

Daniel Jésus Gonçalves dos Reis - 87641

Lays Moreira Martins – 93430

Lilian Martins Ferreira Miranda - 96466

Viçosa – MG
2022
MEMORIAL DESCRITIVO E DE CÁLCULO – PROJETO DA
INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA FRIA

Projeto apresentado na disciplina


Instalações Hidráulicas e Sanitárias do curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal de
Viçosa, sob responsabilidade do docente
Emmanuel Kennedy da Costa Teixeira.

Viçosa – MG
2022
SUMÁRIO
1 Introdução............................................................................................................ vi
2 Objetivo................................................................................................................ 3
3 Normas Utilizadas.................................................................................................4
4 Cálculo do Consumo Diário..................................................................................5
4.1 Primeira Metodologia......................................................................................5

4.2 Segunda Metodologia.....................................................................................6

4.3 Terceira Metodologia......................................................................................6

4.4 Método Adotado............................................................................................. 7

5 Dimensionamento do Alimentador Predial...........................................................8


6 Reservatórios....................................................................................................... 9
6.1 Volume dos Reservatórios..............................................................................9

6.2 Volume de hora de maior consumo................................................................9

6.3 Escolha dos Reservatórios...........................................................................10

6.3.1 Reservatório Inferior...............................................................................10


6.3.2 Reservatórios Superiores.......................................................................10

6.4 Tubulação de limpeza, extravasora e de aviso.............................................11

6.5 Tubulação de alimentação dos reservatórios...............................................12

6.6 Volume morto............................................................................................... 12

6.6.1 Tomada de água....................................................................................13


6.6.2 Submergência da tubulação..................................................................13

7 Instalação Elevatória.......................................................................................... 14
7.1 Tubulação de Recalque e Sucção................................................................14

7.2 Tempo de funcionamento da bomba............................................................14

7.3 Vazão da bomba...........................................................................................14

7.4 Diâmetro da tubulação de abastecimento do reservatório...........................15


8 Perda de carga...................................................................................................17
9 Altura manométrica.............................................................................................20
10 Determinação da bomba.................................................................................... 21
10.1 Condições de cavitação............................................................................25

11 Golpe de aríete...................................................................................................26
12 Pontos hidráulicos e sanitários...........................................................................29
12.1 Distribuição................................................................................................29

13 Traçado do Barrilete...........................................................................................31
14 Posicionamento do Hidrômetro..........................................................................32
15 Referências Bibliográficas..................................................................................33
1 Introdução

Sendo um ambiente unifamiliar de luxo, situado na cidade de Viçosa, Minas


Gerais, o projeto hidrossanitário visou a estética do ambiente, não fazendo
alterações na parte arquitetônica dele. Houve a necessidade de considerar as crises
hídricas que a cidade enfrenta em várias épocas dos anos, devido ao sistema de
abastecimento frágil da cidade.

Assim, utilizou-se mais de um reservatório superior para que se mantesse a


estética e que os mesmos fossem colocados em pontos estratégicos para economia,
de tal modo, a tubulação ficou compreendida em forro e não houve a necessidade
de ficar ultrapassando vários tubos pela cobertura, facilitando também a
manutenção. Os 2 reservatórios superiores tem por finalidade alimentar a piscina e
os banheiros, respectivamente.

Por ser uma edificação de 3 pavimentos, sendo a garagem em uma parte


que não foi totalmente terraplanada e uma residência com 3 quartos além de
piscina, optou-se pela segurança hídrica e garantia de sempre haver água, de tal
modo, utilizou-se um reservatório inferior. Pode-se ver nas pranchas do Apêndice 1,
que há um reservatório inferior na garagem que visa alimentar a cozinha, ambiente
esse necessário para funcionamento da residência.

Para que seja evitado danos e alta manutenção na tubulação, por uma
análise de mercado atual e pelo padrão da residência, escolheu-se a tubulação de
PVC da marca Tigre do tipo roscável, pela facilidade de execução, assim como na
junção dos registros com a tubulação.
3

2 Objetivo

O presente memorial estabelece as condições técnicas mínimas necessárias


para elaboração do projeto de hidrossanitário de uma casa residencial unifamiliar
que possui 3 pavimentos, sendo eles pavimento térreo, primeiro pavimento e
pavimento de cobertura.

A edificação possui de área molhada: 2 lavabos, 3 banheiros, 1 despensa, 1


área de serviço e 1 piscina, estando situada na rua Senador Vaz de Melo, nº 151,
bairro Centro, Viçosa – MG. A residência apresenta 552,22 m² de área construída,
incluso piscina, e com área de terreno igual a 544,89 m². Para elaboração do projeto
foi considerado 6 habitantes na residência, conforme a Tabela 1.

Tabela 1 - Consideração populacional

Fonte: Notas de aula (2022)

Este projeto tem como objetivo dimensionar o sistema hidrossanitário, definido


como:

“O projeto hidrossanitário é responsável pelo dimensionamento das


tubulações do sistema de abastecimento de água, esgotamento sanitário e de
instalações de águas pluviais.”

Como benefícios, os usuários obtém economia na conta de água, conforto ao


utilizar os aparelhos sanitários, proporciona melhores condições de higiene e evita
vazamentos e infiltrações. Nesse, em específico, foca-se no sistema de água fria.
4

3 Normas Utilizadas

Para os parâmetros empregados no dimensionamento do projeto hidrossanitário


foram utilizadas as seguintes normas e instruções técnicas:

o NBR 5626:2020 – Sistemas prediais de água fria e água quente – Projeto,


execução, operação e manutenção;
o NBR 6118:2014 – Projeto de estrutura de concreto – Procedimento.
5

4 Cálculo do Consumo Diário

4.1 Primeira Metodologia

A primeira metodologia de cálculo consiste em retirar o consumo per capita da


Tabela 2 e calcular o consumo predial (CD), a partir da Equação 1.

Tabela 2 - Consumo per capita

Fonte: Instalações Hidráulicas e Sanitárias (2006)

CD=POP ×Qp
Equação 1

Sendo:
POP é o número de habitantes do edifício;

Qp é o consumo per capita em litros.


De tal modo, pode-se obter o consumo diário para a edificação a ser
dimensionada, segundo a equação 1:.

L hab apt
CD=150( )×6 ( ) ×1( )×1 (andar )
hab X dia apt andar
6

L
CD=900 ( )
dia

4.2 Segunda Metodologia

A partir da segunda metodologia obtém-se o consumo, levando em conta a


quantidade de dormitórios na residência. Dessa forma, calcula-se o CD (consumo
diário) dessa edificação na aplicação.

Aplicação para cálculo do CD:


L dormitórios apt
CD=200( )× 3( )×1( )×1(andar )
dormitório X dia apt andar

L
CD=600 ( )
dia

4.3 Terceira Metodologia

A partir da terceira metodologia obtém-se, juntamente com a Equação 2, o


cálculo do consumo segundo o tipo da edificação e a Tabela 3 a seguir.

Tabela 3 - Consumo predial

Fonte: Notas de aula (2022)

CD= 6 n de banheiros + 3 n de dormitórios × 0,01 area construida +30


Equação 2 - Cálculo do consumo diário residencial
7

Em que:
CD é o consumo diário predial;

6n de banheiros é a quantidade de banheiros;

3n de dormitórios é a quantidade de dormitórios;

0,01 area construida é a área construída da casa.


Realizando a aplicação dos dados desse edifício na metodologia
apresentada, tem-se que::

CD=(6 ×3)+(3 × 3)+(0 , 01 ×552 ,22)+30


CD=62 , 52m ³ /mêsSendo que:

m³ 1 mês 1000 L L
CD=62 , 52 × × =2016 , 84 ( )
mês 31 dias 1 m³ dia

4.4 Método Adotado

Levando em consideração a segurança, foi definida a terceira metodologia, de


L
forma a ser adotado o consumo de CD=2016 , 84 ( ), ou
dia
m³ 1 mês 1 dia 1hr 1 min m³
CD=62 , 52 × × × × =0,00002334 .
mês 31 dias 24 hrs 60 min 60 seg s

5 Dimensionamento do Alimentador Predial

O dimensionamento do alimentador predial se dá pela equação 3:


8

4 ×Q
Di=√ ( )
π ×v
Equação 3 - Dimensionamento do alimentador predial.

Sendo:
Di é o dimensionamento do alimentador predial;
Q é o consumo diário escolhido (m³/s)
v é 1m/s valor adotado segundo recomendações dadas em aula.
4 ×0,00002334
Di=√ =0,00545 m=5 , 45 mm
π×1

Adota-se o diâmetro comercial de 20 mm, por ser o menor disponível.


9

6 Reservatórios

6.1 Volume dos Reservatórios

Projeta-se o reservatório inferior como enterrado, para fins de arquitetura. A


escolha de implantar dois reservatórios superiores, além de prever facilidade de
manutenção e limpeza, é funcional caso um desses pare de funcionar, atendendo
frequentemente a residência. Além disso, por meio dos cálculos realizados, percebe-
se que não há folga para um amplo reservatório na cobertura.

Os reservatórios superiores, em conjunto, devem armazenar 60% de um


consumo diário da edificação, enquanto o reservatório inferior armazena os 40%
restantes. Seguindo essas premissas de projeto a partir do consumo diário total do
edifício, 60% será destinado aos reservatórios superiores e 40% ao reservatório
inferior, conforme a Tabela 4.

Tabela 4 – Volume necessário para os reservatórios

Fonte: Autoria própria.

6.2 Volume de hora de maior consumo

Calcula-se o volume de hora de maior consumo, a fim de verificar se apenas os


reservatórios superiores são capazes de abastecer a edificação em seu horário de
maior consumo. O coeficiente K 2 é utilizado conforme Azevedo Neto (1998). O
cálculo está descrito com a Equação 4.

V h maior consumo
K 2=
V h medio

Equação 4 – Cálculo de volume da hora de maior consumo, em litros.

K 2 é o coeficiente do dia de maior consumo, sendo 2;


10

V h medio é o volume médio de consumo, sendo de 168,1 litros.

Portanto, o volume de hora de maior consumo equivale a 336,2 litros,


comprovando que os reservatórios superiores são capazes de suprir a demanda
caso seja necessário realizar manutenção no reservatório inferior. Assim, o
abastecimento do reservatório inferior pode ser interrompido quando necessário,
sem que os habitantes fiquem prejudicados.

6.3 Escolha dos Reservatórios

6.3.1 Reservatório Inferior

O reservatório inferior está situado no pavimento térreo, no início do terreno e


embaixo do pergolado. Como está afundado, pode-se utilizar um elemento
arquitetônico para escondê-lo, bem como o fato de estar a frente da casa possibilita
o fácil acesso, caso seja necessário. Suas dimensões foram calculadas de forma a
não prejudicar a fundação. Ainda, resolveu-se por material de concreto, pois possui
alta resistência.

O reservatório de concreto deve ter controle de execução e garantir que o


reservatório possua arestas de 45º. Como o concreto apresenta menor
estanqueidade, ainda é necessário que se utilize manta asfáltica para proteção do
material a água. Além disso, o acesso será por meio de tampa metálica, por ser
mais leve que a executada em concreto.

6.3.2 Reservatórios Superiores

As caixas d’água presentes no projeto são de polietileno para armazenagem


de água potável em residências, comércios e indústrias. Essas, são fabricadas com
material atóxico, não transmitido cheiro e gosto à água.

Alguns dos benefícios desse modelo são: fechamento mais seguro, através
do encaixe entre a tampa e o corpo; facilidade de instalação; material leve, rebaixos
planos nas laterais com marcação para furação de entrada e saída; facilidade de
limpeza: superfície interna lisa que dificulta incrustações e altura menor que facilita o
acesso ao interior da caixa.
11

O reservatório escolhido para o projetos é o da tigre, material de polietileno e


750l de volume nominal, garantindo a capacidade de armazenamento de 30% de
consumo diário da edificação em cada uma das caixas d’água. A Figura 1 a seguir
apresenta os tamanhos disponíveis em mercado.

Figura 1 – Modelo de reservatório da Tigre

Fonte: Tigre 2022.

6.4 Tubulação de limpeza, extravasora e de aviso

A tubulação extravasora adotada foi um valor superior a tubulação de


recalque, como recomendada pela NBR, sendo de DN 40 mm. Por meio da Equação
5 é possível obter o tempo de esvaziamento dos reservatórios.

2× A×√h
t=
C D × S × √ 2× g

Equação 5 – Cálculo do tempo de esvaziamento em s.

Em que:

A é a área transversal do reservatório em m²;

h é a altura da água em m;

C D é o coeficiente de descarga do bocal;

S é a área do bocal em m²;

g é a aceleração da gravidade em m/s²


12

Na Figura 2 são mostrados as dimensões dos itens das caixas d’água.

Figura 2 – Dimensões dos itens de caixa d’água da Tigre.

Fonte: Tigre 2022.

Assim, para o reservatório inferior e superior, os diâmetros nominais


escolhidos vão ser calculado posteriormente. O tempo de esvaziamento de ambos é
dito suficiente.

6.5 Tubulação de alimentação dos reservatórios

A tubulação de alimentação é o tubo que sai do hidrômetro e vai até o


reservatório. A definição de seu diâmetro foi feita a partir da Equação 6.

v=Q × A

Equação 6 – Vazão em m³/s

Sendo:

A a área do diâmetro da tubulação em m;

v a velocidade de escoamento em m/s.

A partir do volume do reservatório inferior, a velocidade adotada foi de 1 m/s,


realizando o cálculo do diâmetro. Cálculos apresentados posteriormente.

6.6 Volume morto

O volume morto é calculado somando a altura necessária para a tomada de


água e a submergência da tubulação.
13

6.6.1 Tomada de água

Conforme determinação da NBR 5626:2020, a tomada de água é definida a


fim de evitar que os resíduos depositados no fundo do reservatório inferior sejam
transportados pela canalização. Portanto, respeitando os limites da norma,
determinou-se que a altura de tomada de água de 15 cm.

6.6.2 Submergência da tubulação

A submergência da tubulação do reservatório inferior é definida conforme a


NBR 5626:2020. Para impedir a formação de vórtice hidráulico, determinou-se um
valor de 25 cm.
14

7 Instalação Elevatória

7.1 Tubulação de Recalque e Sucção

Quanto à posição do eixo da bomba em relação ao nível de água, optou-se


por utilizar o bomba de sucção positiva, e o eixo da bomba situando-se acima do
nível de água.

7.2 Tempo de funcionamento da bomba

Foi realizada análise criteriosa do projeto hidrossanitário, a fim de respeitar as


diretrizes necessárias. Fez-se o cálculo do tempo de funcionamento da bomba para
1,83 horas por dia. A bomba hidráulica aplicada em projeto garante o abastecimento
da água residencial, e por isso, foi necessária a utilização da mesma.

7.3 Vazão da bomba

A vazão de bombeamento é calculada segundo a Equação 7:

CD
Q=
t

Equação 7 – Vazão da bomba, em m³/s.

Em que:

𝐶𝐷 é o consumo diário total da edificação, em m³;

𝑡 é o tempo de funcionamento da bomba, em s.

Sendo CD o consumo diário, e que vale CD = 2016,85 L, tem-se o cálculo da


vazão de alimentação pela Equação 7, que é:

2016 , 85 l m³
Q= =1008 , 42 ou 0,000280
2 h s
15

Portanto, o valor de vazão de bombeamento é de: 0,000280 m³/s ou 1008,42


l/h.

7.4 Diâmetro da tubulação de abastecimento do reservatório

Com a vazão determinada, o diâmetro econômico pode ser calculado pela


fórmula da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT pela Equação 8:

0 ,25 0 ,5
d=1, 3 ×T ×Q

Equação 8 – Cálculo do diâmetro da tubulação, em m.

Em que:

𝑄 é a vazão da bomba, em m³/s;

T é o número de horas de trabalho da instalação por dia, divido por 24.

Aplicando a Equação 8, tem-se:

0 , 25 0 ,5
d=1, 3 ×2 × 0,000280 =0 ,01 m ou 11, 69 mm

A Tabela 5 apresenta os diâmetros nominais a partir do cálculo de diâmetro e


pelo resultado obtido.

Tabela 4 – Diâmetro das tubulações.

Fonte: Adaptação das notas de aula.

Dessa forma:
16

DS =¿21,40 mm e D R=¿ 17,00 mm.

Após cálculo do diâmetro necessário, determina-se a velocidade nas


tubulações, restruturando a Equação 6, tem-se a Equação 9:

4∗Q
v= 2
π¿D

Equação 9 – Cálculo da velocidade de vazão da água, em m/s.

Em que:

D é o diâmetro adotado, em m;

𝑄 é a vazão da bomba, em m³/s.

Portanto, a velocidade de sucção ( v S) calculada é de 0,78 m/s e a velocidade


de recalque ( v R) é de 1,23 m/s.

Sabe-se que, ao aplicar o fator de segurança mínimo, tem-se v S de 1,50 m/s e


v R de 3 m/s para garantir estabilidade anti ao risco de cavitação. Assim, recalculando
os diâmetros, os diâmetros de sucção e recalque são, respectivamente, 25mm e
20mm.
17

8 Perda de carga

Utilizada equação de Fair-Whipple-Hsiao (recomendade para D ≤ 50 mm), o


cálculo da perda de carga é realizado a partir da Equação 10 mostrada.

( )
1/ 0 ,57
Q
J= 2 ,71
55,934∗D

Equação 10 – Cálculo da perda de carga nos tubos, em m/m.

Em que:

𝑄 é a vazão da bomba, em m³/s;

𝐷 é o diâmetro interior adotado, em m.

Já o h é dependente do cálculo do comprimento virtual da tubulação e é dado


pela Equação 11:

Lv =Lreal + Leq

Equação 11 – Cálculo do comprimento virtual, em m.

Em que:

Lreal é o comprimento real em m;

Leq é o comprimento equivalente.

Tendo os valores de sucção e recalque, consegue-se dimensionar J. A tabela


5 auxilia a visualização dos resultados.

Tabela 5 – Cálculo do comprimento virtual.

Linha de sucção DN (mm) 25

Quanti. Nome Leq (m)


1 Válvula de pé e crivo 9,5 9,5
1 Curva de 90° 0,5 0,5
1 Registro de gaveta 0,2 0,2
1 Redução excêntrica 1 1
0 - 0 0
18

Total (m) 11,2


Comprimento retilíneo (m) 2,42
Lvs = Comprimento equivalente (m) 13,62

Linha de recalque DN (mm) 20

Quanti. Nome Leq (m)


3 Válvula de retenção 2,5 7,5
10 Curva de 90° 0,4 4
3 Registro de gaveta 0,1 0,3
2 Saída de canalização 0,8 1,6
1 Ampliação concêntrica 0,9 0,9
Curva
2 45° 0,2 0,4
1 Te de saída lateral 2,3 2,3
Total (m) 17
Comprimento retilíneo (m) 52,43
Lvr = Comprimento equivalente (m) 69,43

Fonte: Autoria própria.

O cálculo do comprimento equivalente é auxiliado pela Tabela 6,


mostrada a seguir.

Tabela 5 – Cálculo do comprimento virtual.

Fonte: Adaptação das notas de aula.


19

Finalmente, o h é calculado de acordo com a Equação:

h=J∗Lv

Equação 12 – Cálculo das perdas de carga, em m.c.a.

Em que:

𝐿𝑣 é o comprimento virtual, em m;

𝐽 é a perda de carga nos tubos em m/m.

Os resultados para cada trecho estão mostrados na planilha de cálculo.

Tabela 6 – Cálculo de perda total, ou desnível geométrico entre os reservatórios.

Perda de carga até os reservatórios


hTS (mca) 0,59
hTR (mca) 9,03

Fonte: Autoria própria.


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9 Altura manométrica

As perdas de carga nas tubulações de sucção e recalque, ou seja, o


somatório das perdas de energia da água que ocorrem na tubulação de sucção e
recalque dá a altura manométrica total, e é calculada conforme Equação 13.

hm=hG+ hTRS=hgS +hgR+ hTS+hTR

Equação 13 – Cálculo da altura manométrica total, em m.c.a.

Em que:

hgS é a altura geométrica da tubulação de sucção, em m;

hgR é a altura geométrica da tubulação de recalque, em m;

hTS é a perda de carga na tubulação de sucção, em m;

hTR é a perda de carga na tubulação de recalque, em m.

Dessa forma, tem-se que:

hm=9 ,36+ 0 ,59+ 9 , 03=18 , 99 mca

Resultando na altura manométrica total no valor de 18,99 mca. Vê-se, a partir


desseresultado que o diâmetro superior auxilia a não cavitar, faz-se então a escolha
da bomba de maior eficiência disponível em mercado.
21

10 Determinação da bomba

Ao consultar os dados da bomba e vericando com as bombas de mercado,


vê-se que a que mais se aproxima é a Bomba KSB CPK com potência de 1,5 CV,
tamanho de 32-125, 3500 rpm, Φ100 e valor de eficiência ou rendimento de 60%. A
Figura 3 ilustra a bomba escolhida.

Figura 3 – Ilustração da bomba escolhida.

Fonte: Manual Técnico KSB CPK.

O gráfico de campo de aplicação é dado pelo Gráfico 1, abaixo.

Gráfico 1 – Campo de Aplicação – 60Hz

Fonte: Curvas Características.


22

Já o gráfico da altura manométrica é apresentado abaixo.

Gráfico 2 – Altura manométrica

Fonte: Curvas Características

Também são apresentadas abaixo, as tabelas de ponto de projeto, dados da


curva do sistema e a apresentação da curva, respectivamente, Tabela 7 e Tabela 8
e Gráfico .

Tabela 7 – Ponto de projeto.

ø (mm) 100 ø (mm) 120


Q (m³/h) Hm (m) Q (m³/h) Hm (m)
0 18,0 0 28,0
2 18,2 2 28,2
4 18,1 4 28,1

Fonte: Autoria própria.

Tabela 8 – Dados da curva do sistema.

Q (m³/h) adotar 1 2 4
Hm (m) 17,23 35,83 98,40

Fonte: Autoria própria.


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Gráfico 3 – Curva do sistema.

Fonte: Autoria própria.

Abaixo, encontra-se o valor de Q e hm.

Tabela 8 – Valor de Q e hm.

ø (mm) 100 ø (mm) 120


Q (m³/h) Hm (m) Q (m³/h) Hm (m)
1,1 18,1 1,8 28,1

Fonte: Autoria própria.

A potência do motor elétrico absorvida pela bomba é a potência fornecida no


eixo da bomba, conforme a Equação 14:

ϒ ×Q × hm
Pot =
75 η

Equação 14 -Potência da bomba.

Em que:

ϒ é o peso específico, em kgf/m³

𝑄 é a vazão da bomba (curva do sistema), em m³/s;

Hm é altura manométrica total (curva do sistema), em m;

η – rendimento, em %.
24

Pot =
1000∗( 60∗60
1 ,1
)∗18 , 1=0 ,12 cv
75∗0 ,6

Potência do motor comercial com a margem de segurança recomendada (%),


está descrita na Equação 15:

Potcomercial=0 ,12∗( 1+ 0 ,5 )=0 , 2 cv

Equação 15 -Potência da bomba.

O resultado encontrado é 1 ½ da potência necessária para a bomba, abaixo a tabela


mostra a margem de segurança da bomba em função da potência.

Tabela 8 – Margem de segurança.

Fonte: Adaptação das notas de aula.

Adota-se no projeto, a seguinte Equação 16 e 17:

VRI =0 , 6 ×CD

VRD=0 , 6 ×CD + RTI

A Tabela 9 apresenta os dados.

Tabela 8 – Valor do consumo do reservatório.

Consumo de água
VRI (m³) 1,21
VSI (m³) 10,17

Fonte: Autoria própria.


25

10.1 Condições de cavitação

Ainda com relação ao projeto proposto, verifica-se para a bomba escolhida o


risco de ocorrer cavitação, NPSHd - disponibilidade de energia com que o líquido
entra na bomba. Calculada pela Equação 18.

Patm
NPSHd= ×(+ hgS+ pv +hT )
ϒ

Equação 18 - Net positive suction Head.

Em que:

NPAH é a carga existente no sistema, em m.c.a;

pv é pressão de vapor do líquido, em m.c.a;

Patm/ϒ é a pressão atmosférica, em m.c.a;

hgS é altura geométrica da tubulação de sucção, em m;

hTS é perda de carga na tubulação de sucção, em m;

NPSHd=( 10−0,0012∗648 )∗( 1 , 86+0,238+ 0 ,71 ) =6 , 41 m

Já o NPSHr é geralmente fornecido pelo fabricante, e o foi calculado pela


Equação 19.

NPSHd ≥ NPSHr∗1, 15

6 , 41 m ≥1 , 04 m

Equação 19 – Comparação entre termos.

Como NPSHd > NPSHr , portanto, a bomba não cavitará no sistema.


26

11 Golpe de aríete

Realizou-se o cálculo da velocidade de propagação da onda de choque,


celeridade, através da Equação 20.

9900
C=
( )
0, 5
K∗D
48 ,3+
ε

Equação 20 - Fórmula de Allievi

Em que:

C é a celeridade da onda, em m/s;

D é o diâmetro interno da tubulação, em m;

ε é a esperssura da parede da tubulação, em m;

K é o coeficiente.

Tabela 9 – Coeficiente (adimensional).

Fonte: Adaptação das notas de aula.

Já o tempo para ocorrência do golpe, foi calculado pela Equação 21.

2L
T=
C

Equação 21 - Período da tubulação, em s.

Em que:

L é o comprimento, em m;

C é celeridade ou velocidade de propagação, em m/s.


27

O tempo para fechamento da V R, foi calculado pela Equação 22.

α×L×v
t=1+
g ×hm

Equação 22 – Cálculo do tempo de fechamento, em s.

Em que:

L é o comprimento, em m;

v é a velocidade média da água, em m/s;

g é a aceleração da gravidade (m²/s);

hm é altura manométrica total (curva do sistema), em m;

Figura 3 – Valor de α .

Fonte: Adaptação das notas de aula.

Já na manobra lenta, o tempo de fechamento é maior que a fase da


tubulação, resultando em um aumento de pressão em função de t e calculado por:

C × v ×T
Δp=
g ×t

Equação 23 – Cálculo do aumento de pressão, em m.c.a.

Em que:

Δp é o aumento de pressão, em m.c.a;

C é celeridade ou velocidade de propagação, em m/s;

v é a velocidade média da água, m/s;


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g é a aceleração da gravidade, em m²/s;

τ é período da tubulação, em s;

t é o tempo de fechamento, em s.

Calcula-se a sobrepressão resultante do golpe de aríete de acordo com a


velocidade de manobra, como mostrado na Tabela 10.

Tabela 10 – Resultante do golpe de ariete

Golpe de Aríete (500 L) Golpe de Aríete (2000 L)


Hm (m) 18,1 Hm (m) 18,1
α 2 α 2
L (m) 8,99 L (m) 7,32
K 18 K 18
ε (mm) 1,5 ε (mm) 1,5
C (m/s) 623,27 C (m/s) 623,27
t (s) 1,12 t (s) 1,10
T (s) 0,03 T (s) 0,02
Δp (mca) 2,01 Δp (mca) 1,67
pmax/ϒ (mca) 9,01 pmax/ϒ (mca) 8,67
pminy/ϒ (mca) 2,01 pminy/ϒ (mca) 1,67

Fonte: Autoria própria.

Desse modo, considerando uma manobra lenta, a tubulação de PVC deverá


suportar uma pressão de 9,01 mca (500 L) e uma pressão de 8,67 mca (2000 L).
29

12 Pontos hidráulicos e sanitários

12.1 Distribuição

O dimensionamento do subsistema de distribuição foi realizado respeitando a


norma NBR 5626:2020, onde determina que a pressão mínima em todos os pontos
de tomada d’água não deve ser inferior a 1 m.c.a., e a pressão máxima não deve ser
superior a 40 m.c.a, além de que qualquer ponto do subsistema de distribuição deve
ter uma pressão mínima de 0,5 m.c.a.

Foram analisados todos os trechos de interesse do projeto afim de determinar


o nível d’água de forma que todos os pontos estejam de acordo com os critérios
citados anteriormente. Os diâmetros foram adotados de forma a facilitar a execução
do projeto, havendo uma maior padronização entre os diâmetros, reduzindo perdas
e considerando também a relação diretamente proporcional entre o diâmetro e a
pressão nos pontos.

Na Tabela 11, que pode ser encontrada no Apêndice B, é possível visualizar


todos os parâmetros adotados para os cálculos e os resultados encontrados. Foram
utilizadas para o cálculo a Equação 24, Equação 55, Equação 26 e Equação 27.

Q=0 ,3 × √ ∑ P

Equação 24 – Cálculo da vazão.

Em que:

Q é a vazão, em L/s;

P é a peso de cada aparelho.

4 ×Q
v= 2
π × Di

Equação 25 – Cálculo da velocidade.

Em que:
30

v é a velocidade, em m/s;

Q é a vazão, em m³/s;

Di é adiâmetro interno da tubulação, em m.

−4 1 , 75 4 ,75
J=8 ,69 × 10 ×Q ×D

Equação 26 – Cálculo da perda de carga localizada.

Em que:

J é a perda de carga localizada, em m/m;

Q é a vazão, em m³/s;

D é a diâmetro, em m.

2 2
PM V M PJ V J
+ + ZM = + +Z J + hT M ,J
γ 2g γ 2g

Equação 27 – Equação de Bernoulli.

Em que:

PM
é a pressão a montante, em m.c.a;
γ

PJ
é a pressão a jusante, em m.c.a;
γ

Z M é a altura a montante, em m;

Z J é a altura a jusante, em m;

hT M , J é a perda de carga, em mca.


31

13 Traçado do Barrilete

Localizado na parte superior da edificação, o barrilete foi dividido em duas


partes para que não houvesse tanta interferência e concorrência de tubos, sendo
assim, um ficou situado sob o lavabo e área de serviço e o outro, sob a suíte 02 que
já ligava diretamente aos banheiros das suites e não houve a necessidade da
tubulação cortar toda a residência.

De tal modo, com o uso de 2 reservatórios e com colunas descendo para a


alimentação de regiões específicas, não houve a necessidade do uso de muitas
peças especiais, e assim diminuiu a perda de carga.
32

14 Posicionamento do Hidrômetro

Por ser uma edificação unifamiliar, e para que houvesse o devido acesso
tanto dos moradores quanto da companhia de saneamento da cidade (COPASA),
definiu-se que o mesmo deveria ficar na parte inferior, muito próximo ao reservatório
inferior e a entrada da residência pela garagem, onde há um corredor que não houve
perda de sua utilidade pelo espaço utilizado.
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15 Referências Bibliográficas

AZEVEDO NETO, M. F. Fernandez, R. Araujo, A. E. Ito. Manual de Hidráulica. São


Paulo, Edigar Blucher, 1998 8ª ed. 669p.

BRASIL. Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento. Diagnóstico dos


serviços de Água e Esgoto - 2020. Brasília: SNIS, 2021.

KSB Bombas Hidráulicas SA. Manual de curvas características Nº


A2740/42/44.1P/E/S/6. 2009

KSB Bombas Hidráulicas SA. Manual Técnico Nº A2740/42/44.1P/E/S/6. Acesso


em:<https://www.hidroterm.com.ve/PRODUCTOS/proyecto%20bombas/bomba
sdeagua_files/pdfbombas/meganorm.pdf>.

NBR 5626. Sistemas prediais de água fria e água quente – Projeto, execução,
operação e manutenção. ABNT: Rio de Janeiro, 2020.

NBR 6118. Projeto de estrutura de concreto – Procedimento. ABNT: Rio de Janeiro,


2014.

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