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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................3
1.1 Problemática....................................................................................................................
1.2 Justificativa.......................................................................................................................
1.3 Objectivos........................................................................................................................
1.3.1 Objectivo Geral..........................................................................................................5
1.3.2 Objectivos específicos................................................................................................5
1.4 Organização do trabalho..................................................................................................
1.5 Metodologia.....................................................................................................................
1.6 Hipóteses.........................................................................................................................
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.....................................................................................................6
2.1 Enquadramento Histórico................................................................................................
2.2 Legislação.........................................................................................................................
2.3 Conceitos.........................................................................................................................
CAPITULO I – SPAF.............................................................................................................................7
1 Sistema predial de água fria (SPAF)...........................................................................................7
1.1 Etapas de projeto.............................................................................................................
1.2 Entrada e fornecimento de água fria...............................................................................
1.3 Tipos de sistemas de distribuição.....................................................................................
1.3.1 Sistema de distribuição direto...................................................................................9
1.3.2 Sistema de distribuição indireto..............................................................................10
1.3.3 Sistema de distribuição mista..................................................................................11
1.3.4 Disposições construtivas..........................................................................................12
CAPITULO II – CONSTITUIÇÃO DO SPAF...........................................................................................14
2 Partes constituintes de uma instalação predial de água fria...................................................14
2.1 Tubulações.....................................................................................................................14
2.1.1 Acessórios das tubulações.......................................................................................15
2.2 Acessórios do sistema....................................................................................................16
2.2.1 Válvulas....................................................................................................................16
3 Reservatório............................................................................................................................17
3.1 Os reservatórios no projeto arquitetônico.....................................................................18
3.2 Influências dos Reservatórios Domiciliares na Qualidade da Água................................19
3.3 Rede de distribuição.......................................................................................................20
3.3.1 Capacidade e Recomendações................................................................................21
3.3.2 Dispositivos controladores de fluxo.........................................................................22
CAPÍTULO IV- MATERIAIS UTILIZADOS............................................................................................24
4 Materiais utilizados para as tubagens......................................................................................24
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................30
1 INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido acerca do abastecimento de drenagem das residências,


sendo um serviço por um conjunto de elementos hidráulicos e instalações responsáveis
pela junção de fluídos para o atendimento das necessidades dos moradores de uma
comunidade, moradia, apartamento, empresas ou qualquer área que precise suprir as
necessidades recorrentes pela falta de abastecimento.

Para a elaboração de estudos/projetos na área do saneamento básico, seja de sistema


de tratamento e abastecimento de água ou de drenagem e depuração de águas residuais, é
fundamental proceder a uma avaliação mais correta quanto possível das quantidades de
água necessária e rejeitada, bem como as características da água na origem e após a
utilização, e ainda das características do meio receptor.

Nos estudos/projeto de sistemas de abastecimento de água, a primeira questão que


habitualmente se coloca é a da avaliação das necessidades de água. A quantidade de água
necessária ao abastecimento de uma residência é função de várias condicionantes, como
por exemplo: os diferentes usos que se vão dar a essa água (se é para fins domésticos,
industriais, agrícolas, etc.), O clima da região, os hábitos de higiene das populações,
condições socioeconômicas, circunstâncias locais ou até mesmo das características da
água, e não se trata de um dado estático, apresentando vulgarmente uma tendência de
crescimento com o tempo. Como a ampliação de obras de saneamento básico não é tarefa
simples e envolve custos elevados, as capacidades dos sistemas devem ser determinadas
com base em estimativas das necessidades ao longo de um período de tempo denominado “
horizonte de projeto” ou “período de vida do projeto”.

Conforme a norma ABNT NBR 5626:1998, dimensionamento é o ato de determinar


dimensões e grandezas para que as instalações de água fria possam garantir o fornecimento
de água de forma contínua, em quantidade suficiente, compressões e velocidades
adequadas para que o sistema de tubulações e peças de utilização funcione perfeitamente,
preservar a potabilidade da água e garantir o máximo de conforto aos usuários, como evitar
a propagação de ruídos nas tubulações.

Um dos desafios da humanidade foi arquitetar técnicas de transportes de água para


locais onde existia escassez, permitindo o crescimento da população, mas nesse momento,
o desafio que impõe à engenharia, é a preservação da sua qualidade de forma sustentada e
optimizando o seu consumo. Esta necessidade assume ainda maior importância atendendo
à crescente procura desse bem precioso, devido ao crescimento populacional.
O aproveitamento e armazenamento de água pluvial para determinados usos
também poderá contribuir uma solução sustentável no abastecimento em períodos de
escassez.

A agua é a razão da existência da maior parte das formas de vida que se conhece,
desde sempre, foi um factor essencial no estabelecimento de vida em geral e do homem em
particular. A importância deste líquido fez com que ao longo de milénios fosse verificada
uma evolução nas técnicas de transporte para consumo humano. Apesar desta evolução,
verificada ao longo dos anos de existência da raça humana, foi numa história mais recente,
no séc. XX, que se verificaram os grandes progressos nos sistemas de fornecimento de
água, devido à necessidade de responder ao aumento demográfico verificado em todo o
planeta e ao surgimento de novos materiais, como por exemplo, os polímeros. Também ao
nível do projecto se notou uma grande evolução, devido à descoberta de novas leis
hidráulicas, que permitem optimizar as condições de abastecimento.

1.1 Problemática

Há estudos que provam que as principais causas das patologias nos sistemas
prediais de distribuição de águas e de drenagem de águas se devem a falhas na fase de
elaboração do projeto (quase 50% de incidência) e erros de execução (quase 30%)
[Gnipper, 2011].

Os problemas resultam de erros de dimensionamento ou do facto do sistema


projetado não cumprir algum requisito de desempenho, especialmente devido à falta de
cumprimento de prescrições legais, regulamentares e normativas, bem como devido ao
incumprimento de boas práticas de construção e de instalação.

As consequências do mau dimensionamento ou do incumprimento das normas são:

 Níveis de pressão e de caudal inadequados


 Ruídos.
 Roturas e infiltrações.
 Entupimento e obstruções.

Nesse sentido, por que razão deve ser feito corretamente o dimensionamento de
uma rede predial de abastecimento e drenagem numa residência?
1.2 Justificativa

A água é uma substancia essencial à vida e crucial para humanidade, no entanto,


arquitetar técnicas de transportes para locais pretendidos constitui um dos desafios da
humanidade em especial a engenharia, sem esquecer a preservação da sua qualidade.

A justificativa deste trabalho se deve a uma necessidade de distribuição ou


abastecimento e drenagem correta numa residência, sendo que na realidade a falta do
dimensionamento para instalação hidráulica poderá causar no futuro alguns problemas no
sistema. O nosso trabalho se deve a relatar que antes de qualquer tipo de instalação se faça
um dimensionamento, ou seja, um cálculo, para que a distribuição dos fluídos, ocorra
como o desejado, e com a velocidade certa, este mesmo cálculo nos ajudará ou nos dará o
diâmetro certo para as tubulações.

1.3 Objectivos

1.3.1 Objectivo Geral

 Dimensionar uma rede predial de abastecimento e drenagem de uma residência


T3+1.

1.3.2 Objectivos específicos

 Apresentar as componentes e funcionamento de rede predial de abastecimento e


drenagem residencial.
 Conhecer as normas técnicas para o dimensionamento da rede.
 Identificar os possíveis erros de abastecimento e de drenagem na residência.

1.4 Organização do trabalho

1.5 Metodologia

1.6 Hipóteses
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Enquadramento Histórico

Para o homem a água é muito mais do que um recurso essencial à sua sobrevivência,
ela assume desde sempre um papel central nas várias dimensões do desenvolvimento da
nossa civilização.

No período Neolítico, o homem começou a alterar o seu comportamento nómada e,


devido ao domínio da agricultura, tornou-se sedentário fixando-se em territórios férteis e
ricos em água. A abundância de alimentos fez crescer as populações. Esse aumento
populacional a par da necessidade de abandonar as margens dos rios, onde estavam
expostos aos efeitos de cheias, impôs a criação de sistemas de captação e condução da água
até aos locais onde se fixaram. E assim, nasceu o conceito abastecimento de água.

As evidências da preocupação com a drenagem urbana de águas residuais


remontam há mais de seis mil anos. Descobertas arqueológicas revelam obras espantosas
naquela época.

Conhecer a origem e a História das redes de abastecimento e drenagem de águas


residuais, os fatores que influenciaram as escolhas passadas e as suas consequências,
permite no futuro, tomar decisões e conceber soluções mais fundamentadas. Para bem
fazer amanhã, é preciso conhecer o presente e o passado.

2.2 Legislação
Artigo 1.º Objecto O presente Regulamento tem por objecto os sistemas de distribuição pública e
predial de água e de drenagem pública e predial de águas residuais, de forma que seja assegurado
o seu bom funcionamento global, preservando-se a segurança, a saúde pública e o conforto dos
utentes.

Artigo 3.º Princípios de gestão 1 – A gestão dos sistemas de distribuição de água e de drenagem
de águas residuais deve ser preferencialmente conjunta. 2 – A entidade gestora deve assegurar o
equilíbrio económico e financeiro do serviço, com um nível de atendimento adequado.

Artigo 17.º Fugas e perdas As fugas de água nos sistemas devem ser avaliadas, não podendo, em
caso algum, admitir-se um valor inferior a 10 % do volume de água entrado no sistema.

Artigo 30.º Natureza dos materiais 1 – As condutas de distribuição de água podem ser de
fibrocimento, PVC, betão armado, polietileno de média ou alta densidade, poliéster reforçado
com fibra de vidro, ferro fundido, aço ou outros materiais que reúnam as necessárias condições
de utilização. 2 – Em todos os casos em que as condutas não se encontrem protegidas ou estejam
sujeitas a vibrações, nomeadamente em travessias de obras de arte, o material a utilizar deve ser
ferro fundido dúctil ou aço.

Artigo 31.º Protecção 1 – Sempre que o material das condutas seja susceptível de ataque interno
ou externo, deve prever-se a sua conveniente protecção de acordo com a natureza do agente
agressivo. 2 – No caso de protecção interna devem ser usados produtos que não afectem a
potabilidade da água.

Artigo 50.º Medidores de caudal Os medidores de caudal têm por finalidade determinar o volume
de :água que se escoa, podendo, conforme os modelos, fazer a leitura do caudal instantâneo e do
volume escoado ou apenas deste e ainda registar esses valores.

2.3 Conceitos

CAPITULO I – SPAF

1 Sistema predial de água fria (SPAF)

Sistema predial de água fria é um conjunto de tubulações, equipamentos e


dispositivos destinados ao abastecimento dos aparelhos e pontos de utilização de água da
edificação, em quantidade suficiente, mantendo a qualidade da água fornecida pelo sistema
de abastecimento.

O sistema de água fria deve ser separado fisicamente de quaisquer outras


instalações que conduzam água potável, como por exemplo, as instalações de água para
reuso ou de qualidade insatisfatória, desconhecida ou questionável. Os componentes da
instalação não podem transmitir tóxicas à água ou contaminar a água por meio de metas
pesados.
A norma que fixa as exigências e recomendações relativas a projeto, execução e
manutenção da instalação predial de água fria é a NBR 5626, da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT). De acordo com a norma, as instalações prediais de água fria
devem ser projetadas de modo que, durante a vida útil do edifício que as contém, atendam
aos seguintes requisitos:

 Preservar a potabilidade da água.


 Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com
pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos
sanitários, peças de utilização e demais componentes.
 Promover economia de água e energia.
 Possibilitar manutenção fácil e econômica.
 Evitar níveis de ruído inadequados à ocupação do ambiente.
 Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadamente
localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo às demais
exigências do usuário.

1.1 Etapas de projeto

Basicamente, podem se considerar três etapas na realização de um projeto de


instalações prediais de água fria: concepção do projeto, determinação de vazões e
dimensionamento.

A concepção é a etapa mais importante do projeto e é nesta fase que devem ser
definidos: o tipo do prédio e sua utilização, sua capacidade atual e futura, o tipo de sistema
de abastecimento, os pontos de utilização, o sistema de distribuição, a localização dos
reservatórios, canalizações e aparelhos.

A etapa seguinte consiste na determinação das vazões das canalizações


constituintes do sistema, que é feita através de dados e tabelas da Norma, assim como na
determinação das necessidades de reservação e capacidade dos equipamentos.

No projeto das instalações prediais de água fria devem ser consideradas as


necessidades no que couber do projeto de instalação de água para proteção e combate a
incêndios. O dimensionamento das canalizações é realizado utilizando-se dos fundamentos
básicos da Hidráulica. O desenvolvimento do projeto das instalações prediais de água fria
deve ser conduzido coexistentemente, e em conjunto, com os projetos de arquitetura,
estruturas e de fundações do edifício, de modo que se consiga a mais perfeita harmonia
entre todas as exigências técnico-econômicas envolvidas.

Os equipamentos e reservatórios devem ser adequadamente localizados tendo em


vista as suas características funcionais, a saber:
 Espaço.
 Iluminação.
 Ventilação.
 Proteção sanitária.
 Operação e manutenção.

Só é permitida a localização de tubulações solidárias à estrutura se não forem


prejudicadas pelos esforços ou deformações próprias dessa estrutura. As passagens através
da estrutura devem ser previstas e aprovadas por seu projetista. Tais passagens devem ser
projetadas de modo a permitir a montagem e desmontagem das tubulações em qualquer
ocasião. Indica-se, como a melhor solução para a localização das tubulações, a sua total
independência das estruturas e das alvenarias.

Nesse caso devem ser previstos espaços livres, verticais e horizontais, para sua
passagem, com aberturas para inspeções e substituições, podendo ser empregados forros ou
paredes falsas para escondê-las.

Segundo a NBR 5626, o projeto das instalações prediais de água fria compreende
memorial descritivo e justificativo, cálculos, norma de execução, especificações dos
materiais e equipamentos a serem utilizados, e a todas as plantas, esquemas hidráulicos,
desenhos isométricos e outros além dos detalhes que se fizerem necessários ao perfeito
entendimento dos elementos projetados; deve compreender também todos os detalhes
construtivos importantes tendo em vista garantir o cumprimento na execução de todas as
suas prescrições. Poderão ou não constar, dependendo de acordo prévio entre os
interessados, as relações de materiais e equipamentos necessários à instalação.

1.2 Entrada e fornecimento de água fria

Uma instalação predial de água fria pode ser alimentada de duas formas: pela rede
pública de abastecimento ou por um sistema privado, quando a primeira não estiver
disponível.

Quando a instalação for alimentada pela rede pública, a entrada de água no prédio
será feita por meio do ramal predial, executado pela concessionária pública responsável
pelo abastecimento, que interliga a rede pública de distribuição de água à instalação
predial.

Antes de solicitar o fornecimento de água, porém, o projetista deve fazer uma


consulta prévia à concessionária, visando a obter informações sobre as características da
oferta de água no local de execução da obra. É importante obter informações a respeito de
eventuais limitações de vazão, do regime de variação de pressões, das características da
água, da constância de abastecimento, e outros que julgar relevantes.
1.3 Tipos de sistemas de distribuição

Existem três sistemas de abastecimento da rede predial de distribuição: direto,


indireto e misto.

Cada um desses sistemas apresenta vantagens e desvantagens, que devem ser


analisadas pelo projetista, conforme a realidade local e as características do edifício em que
esteja trabalhando.

1.3.1 Sistema de distribuição direto

A alimentação da rede predial de distribuição é feita diretamente da rede pública de


abastecimento. Nesse caso, não existe reservatório domiciliar, e a distribuição é feita de
forma ascendente, ou seja, as peças de utilização de água são abastecidas diretamente da
rede pública.

Esse sistema tem baixo custo de instalação, porém, se houver qualquer problema
que ocasione a interrupção no fornecimento de água no sistema público, certamente faltará
água na edificação.

Vantagens

 Água de melhor qualidade devido a presença de cloro residual na rede de


distribuição;
 Maior pressão disponível devido a pressão mínima de projeto em redes de
distribuição pública ser da ordem de 15 mca;
 Menor custo da instalação, não havendo necessidade de reservatórios, bombas,
registros de boia;

Desvantagens

 Falta de água no caso de interrupção no sistema de abastecimento ou de


distribuição;
 Grandes variações de pressão ao longo do dia devido aos picos de maior ou de
menor consumo na rede pública;
 Pressões elevadas em prédios situados nos pontos baixos da cidade;
1.3.2 Sistema de distribuição indireto

No sistema indireto adotam-se reservatórios para minimizar os problemas


referentes à intermitência ou a irregularidades no abastecimento de água e a variações de
pressões da rede pública. No sistema indireto, consideram-se três situações, descritas a
seguir.

Vantagens

 Fornecimento de água de forma contínua, pois em caso de interrupções no


fornecimento, tem-se um volume de água assegurado no reservatório;
 Pequenas variações de pressão nos aparelhos ao longo do dia;
 Permite a instalação de válvula de descarga;
 Menor consumo que no sistema de abastecimento direto.

Desvantagens

 Possível contaminação da água reservada devido à deposição de lodo no fundo dos


reservatórios e à introdução de materiais indesejáveis nos mesmos;
 Menores pressões, no caso da impossibilidade da elevação do reservatório;
 Maior custo da instalação devido a necessidade de reservatórios, registros de boia e
outros acessórios.

1.3.2.1 Sistema indireto sem bombeamento

Esse sistema é adotado quando a pressão na rede pública é suficiente para alimentar
o reservatório superior. O reservatório interno da edificação ou do conjunto de edificações
alimenta os diversos pontos de consumo por gravidade; portanto, ele deve estar sempre a
uma altura superior a qualquer ponto de consumo.

Obviamente, a grande vantagem desse sistema é que a água do reservatório garante


o abastecimento interno, mesmo que o fornecimento da rede pública seja provisoriamente
interrompido, o que o torna o sistema mais utilizado em edificações de até três pavimentos
(9 m de altura total até o reservatório).

1.3.2.2 Sistema indireto com bombeamento


Esse sistema, normalmente, é utilizado quando a pressão da rede pública não é
suficiente para alimentar diretamente o reservatório superior – como, por exemplo, em
edificações com mais de três pavimentos (acima de 9 m de altura).

Nesse caso, adota-se um reservatório inferior, de onde a água é bombeada até o


reservatório elevado, por meio de um sistema de recalque. A alimentação da rede de
distribuição predial é feita por gravidade, a partir do reservatório superior.

1.3.2.3 Sistema indireto hidropneumático

Esse sistema de abastecimento requer um equipamento para pressurização da água


a partir de um reservatório inferior. Ele é adotado sempre que há necessidade de pressão
em determinado ponto da rede, que não pode ser obtida pelo sistema indireto por
gravidade, ou quando, por razões técnicas e econômicas, se deixa de construir um
reservatório elevado.

É um sistema que demanda alguns cuidados especiais. Além do custo adicional,


exige manutenção periódica. Além disso, caso falte energia elétrica na edificação, ele fica
inoperante, necessitando de gerador alternativo para funcionar.
A escolha por um sistema hidropneumático para distribuição de água depende de
inúmeros fatores, destacando-se os aspectos arquitetônicos e estruturais, facilidade de
execução e instalação das canalizações e localização do reservatório inferior. Muitas vezes,
torna-se mais conveniente a distribuição de água por meio de um sistema hidropneumático,
dispensando-se o uso do reservatório superior. Além dos fatores anteriormente
mencionados, uma análise econômica, que leve em conta todos os custos das partes
envolvidas, fornecerá os elementos necessários para a escolha definitiva do sistema predial
de distribuição de água.

1.3.3 Sistema de distribuição mista

No sistema de distribuição mista, parte da alimentação da rede de distribuição


predial é feita diretamente pela rede pública de abastecimento e parte pelo reservatório
superior.

Esse sistema é o mais usual e mais vantajoso que os demais, pois algumas peças
podem ser alimentadas diretamente pela rede pública, como torneiras externas, tanques em
áreas de serviço ou edícula, situada no pavimento térreo. Nesse caso, como a pressão na
rede pública quase sempre é maior do que a obtida a partir do reservatório superior, os
pontos de utilização de água terão maior pressão.

Vantagens
 Água de melhor qualidade devido ao abastecimento direto em torneiras para filtro
pia e cozinha e bebedouros;
 Fornecimento de água de forma contínua no caso de interrupções no sistema de
abastecimento ou de distribuição;
 Permite a instalação de válvula de descarga.

Observação:

“Geralmente em residências, sobrados, as pias de cozinha, lavatórios, chuveiros,


têm duas torneiras: uma delas, abastecida pela rede pública e a outra, pelo reservatório”.

1.3.4 Disposições construtivas

As redes de abastecimento de águas podem ser colocadas com diferentes


disposições no que se refere a sua localização. As canalizações podem ficar colocadas nos
pavimentos, embutidas nas paredes, instaladas no teto ou instaladas à vista. Em redes
prediais novas, o mais comum é serem colocadas embutidas nas paredes, a cerca de 0.5 m
de altura, e quando necessário colocadas no chão.

Em arranjos e novas canalizações em construções já existentes por vezes é comum


as canalizações ficarem à vista. Nestes casos é necessário ter em conta o material
escolhido para a tubagem, porque, tem de ser resistente à radiação solar, normalmente
optasse por colocar tubagem metálica. No RGSPPDADAR [1] e no Manual [2] são
descritas algumas regras e recomendações que devem ser levadas em conta no momento
de montagem da tubagem, nomeadamente:

 Nas redes de distribuição com canalizações interiores com tubagem à vista, a sua
fixação deve ser adequada ao diâmetro e peso da tubagem. Deve ter em conta as
velocidades máximas esperadas no escoamento de modo a não haver transmissão
de vibrações para o suporte da tubagem, evitando assim problemas no mesmo.

 As canalizações interiores podem ser instaladas em galerias técnicas / pisos


técnicos desde que o mesmo seja acessível e devidamente arejado e iluminado. No
entanto o mais comum em construções novas é serem instaladas em coretes. O
acesso as coretes deve ser possível em cada piso, as tubagens devem estar
devidamente fixadas através de acessórios adequados e deve ser possível aceder a
cada tubagem de forma individual, em caso de ser preciso fazer alguma inspeção
ou reparação.

 As tubagens que são embutidas no pavimento devem ser adequadas para esse
efeito, pois ficam sujeitas a cargas e ficam rodeadas de materiais mais agressivos.
Em canalizações embutidas é necessário ter em atenção que as mesmas não devem
ficar revestidas com materiais agressivos nem com um recobrimento inferior a 2cm. Numa
fase anterior, na altura de concepção do traçado, é recomendado seguir algumas
recomendações:

 Desenhar o traçado com a menor extensão possível sem atravessar elementos


estruturais.

 A rede de abastecimento não deve ter um traçado em série, mas sim em paralelo
para permitir que caso alguma conduta se rompa, seja possível cortar o
abastecimento somente a uma parte da rede e não à sua totalidade, permitindo o
normal abastecimento na restante rede.

 O traçado deve ser o mais retilíneo possível, tanto na vertical como na horizontal e
ter uma inclinação mínima de 0.5% e de máxima 1.5% nas tubagens horizontais.

 Todas as zonas de ligação devem ser feitas com recurso a acessórios adequados
deve ser mantida a ortogonalidade e paralelismo em relação a paredes e
pavimentos.

 Em zonas em que o abastecimento é de água quente e água fria, a canalização da


água quente deve ficar por cima da canalização da água fria e afastadas a uma
distância mínima de 5 cm.

 As tubagens que se encontram à vista devem estar devidamente identificadas, com


indicação de qual o líquido que circula no seu interior, material de tubagem,
pressão, etc.

 Os isolamentos utilizados nas tubagens, devem ter um bom desempenho no que


respeita a incombustibilidade e degradação.

 Todas as regras e boas práticas que se referem a ortogonalidade e paralelismo entre


tubagens são aplicáveis a todas as tubagens que sejam rígidas.
CAPITULO II – CONSTITUIÇÃO DO SPAF

2 Partes constituintes de uma instalação predial de água fria

O SPAF do projecto em questão está constituído pelas seguintes partes:

2.1 Tubulações

De um modo geral, as tubulações são as vias no qual transportam a água de um reservatório


até os pontos de utilização. As tubulações estão distribuídas da seguinte maneira:

Alimentador predial: tubulação que liga a fonte de abastecimento a um


reservatório de água de uso doméstico.

Tubulação de recalque: tubulação compreendida entre o orifício de saída da


bomba e o ponto de descarga no reservatório de distribuição.
Barrilete: conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se
derivam as colunas de distribuição, quando o tipo de abastecimento adotado é indireto.

Coluna de distribuição: tubulação derivada do barrilete e destinada a alimentar


ramais.

Ramais: tubulação derivada da coluna de distribuição e destinada a alimentar os


sub-ramais.

Sub-ramais: tubulação que liga o ramal à peça de utilização ou à ligação do


aparelho sanitário.
2.1.1 Acessórios das tubulações

Os acessórios das tubulações: são elementos utilizados na união de troços, e


possibilitam as mudanças de direção, as mudanças de diâmetro necessárias ao
desenvolvimento dos seus traçados.

Imagem Funções Acessórios

Curvas de 90o e 45o


Mudar a direcção
Cotuvelos de 90o e 45o
de escoamento

Fazer derivações Tês (90o/45o)


na tubulação Cruzetas

Alterar diâmetro
Reduções por bucha
da tubulação

Uniões
Unir tubos entre si
Junção

Fechar
Tampões
extremidades de
Bujões
tubo
2.2 Acessórios do sistema

2.2.1 Válvulas

São dispositivos mecânicos com a função de estabelecer, controlar e interromper


fluxo de água em uma tubulação.

2.2.1.1 Válvulas de seccionamento

As válvulas de seccionamento devem ser instaladas de forma a facilitar a operação


do sistema e minimizar os inconvenientes de eventuais interrupções do abastecimento. As
válvulas de seccionamento devem ser devidamente protegidas e facilmente manobráveis e
localizar-se, nomeadamente:

 Nos ramais de ligação.


 Junto de elementos acessórios ou instalações complementares que possam ter de
ser colocados fora de serviço.
 Ao longo da rede de distribuição, por forma a permitir iscalar áreas com um
máximo de 500 habitantes.
 Ao longo de condutas da rede de distribuição, mas sem serviço de percurso, com
espaçamentos não superiores a 1000 m.
 Cruzamentos principais, em número de três; Nos entroncamentos principais, em
número de duas.

2.2.1.2 Válvulas de retenção

As válvulas de retenção devem instalar-se, de acordo com o sentido do escoamento


pretendido, nas tubagens de compressão e/ou de aspiração das instalações elevatórias e,
quando necessário em termos de operação, na rede de distribuição ou em reservatórios. Na
definição e caracterização das válvulas de retenção devem ser determinados o diâmetro e a
pressão a que ficam submetidas, tendo em conta o seu tipo e as condições de abertura e
fecho.
2.2.1.3 Válvulas redutoras de pressão

As válvulas redutoras de pressão devem ser instaladas em câmaras de manobra que


garantam protecção adequada e fácil acessibilidade, dispondo a montante de filtro para
retenção de areias e a jusante de manómetro ou dispositivo que permita fácil adaptação do
mesmo, para controlo das pressões. As válvulas redutoras de pressão também devem ser
dotadas de válvulas de seccionamento, a montante e a jusante, e de by-pass com
seccionamento eventualmente amovível, cuja eficiência deve ser permanentemente
assegurada, dispensando-se este no caso de válvulas redutoras instaladas em paralelo.
CAPITULO III – RESERVATÓRIO

3 Reservatório

A NBR 12217/1999 estabelece os critérios de projecto do reservatório de


distribuição de água para o abastecimento público, definido como sendo o elemento do
sistema de abastecimento de água, situado em pontos estratégicos do sistema, destinado a
regularizar as variações entre vazões de adução e distribuição, e condicionar as pressões na
rede de distribuição.

Os reservatórios de distribuição têm como principais finalidades:

1.º Regularização da vazão: para atender as variações de consumo, o reservatório


recebe uma vazão constante que corresponde a demanda média do dia de maior
consumo de sua área de influência, a água ficará acumulada n horas em que o
consumo é menor que a média e fornecerá vazões complementares quando a vazão
de consumo for superior a média.
2.º Condicionar a pressão na rede de distribuição.
3.º Segurança ao abastecimento.
4.º Reserva para emergência.

Vantagens

 Pode ser usado por um longo período de tempo.


 Pode auxiliar durante uma emergência caso necessário.
 Visa estimular a exploração de outras fontes, logo que o reservatório há de ter
grandes capacidades de água.
 Fornece segurança ao abastecimento.

Desvantagens

 A manutenção pode custar altos valores, ainda mais se secar.


 A água pode ser contaminada caso não esteja bem fechada e pode prejudicar a
saúde e higiene do usuário.
 Pode prejudicar ambientes e espécies naturais do mesmo.
3.1 Os reservatórios no projeto arquitetônico

Muitos projetos arquitetônicos omitem informações importantes sobre os


reservatórios, como: localização, altura, tipo, capacidade etc. Outros sequer preveem o
reservatório.

O arquiteto deve inteirar-se das características técnicas dos reservatórios para


garantir a harmonização entre os aspectos estéticos e técnicos na concepção do projeto.

Reservatórios de maior capacidade devem ser divididos em dois ou mais


compartimentos (interligados por meio de um barrilete), para permitir operações de
manutenção sem interrupção na distribuição de água. O arquiteto deve também verificar a
necessidade ou não da reserva de incêndio, que deverá ser acrescida à capacidade destinada
ao consumo quando colocada no reservatório superior ou em um reservatório
independente. Além do dimensionamento e da localização dos reservatórios, ele deve
prever uma altura adequada para o barrilete, com facilidade de acesso, para facilitar futuras
operações de manobra de registros e manutenção das canalizações.

3.2 Reservatório superior

O reservatório superior pode ser alimentado pelo sistema de recalque ou


diretamente, pelo alimentador predial. O reservatório elevado, quando abastecido
diretamente pela rede pública, em prédios residenciais, localiza-se habitualmente na
cobertura, em uma posição o mais próximo possível dos pontos de consumo, devido a dois
fatores: perda de carga e economia. Nas residências de pequeno e médio porte, os
reservatórios, normalmente, localizam-se sob o telhado, embora possam também localizar-
se sobre ele. Quando a reserva de água for considerável (acima de 2 000 litros), o
reservatório deverá ser projetado sobre o telhado, com estrutura adequada de suporte.
Normalmente, nesse tipo de residência, utiliza-se estrutura de madeira ou de concreto, que
serve de apoio para transmissão de cargas às vigas e paredes mais próximas. Deve-se evitar
o apoio (concentração de cargas) sobre lajes de concreto ou sobre forros. Nos prédios com
mais de três pavimentos, o reservatório superior é locado, geralmente, sobre a caixa de
escada, em função da proximidade de seus pilares. Na execução ou instalação do
reservatório elevado, é importante prever a facilidade de acesso, como a utilização de
escadas ou portas independentes. O acesso ao interior do reservatório, para inspeção e
limpeza, deve ser garantido por meio de uma abertura mínima de 60 cm, em qualquer
direção.
3.3 Reservatório inferior

O reservatório inferior se faz necessário em prédios com mais de três pavimentos


(acima de 9 m de altura), pois, geralmente, até esse limite, a pressão na rede pública é
suficiente para abastecimento do reservatório elevado. Nesses casos, há necessidade de
dois reservatórios: um na parte inferior e outro na superior da edificação, o que também
evitará a sobrecarga nas estruturas. O reservatório inferior deve ser instalado em locais de
fácil acesso, de forma isolada, e afastado de tubulações de esgoto, para evitar eventuais
vazamentos ou contaminações pelas paredes. Quando localizados no subsolo, as tampas
deverão ser elevadas pelo menos 10 cm em relação ao piso acabado, e nunca rentes a ele,
para evitar a contaminação pela infiltração de água. No projeto arquitetônico deve ser
previsto um espaço físico para localização do sistema elevatório, denominado “casa de
bombas”, suficiente para a instalação de dois conjuntos de bomba, ficando um de reserva,
para atender a eventuais emergências.

O sistema elevatório depende da localização do reservatório inferior, pois deve estar


junto a ele. Quanto às bombas, existem dois tipos básicos de disposição, com relação ao
nível de água do poço de sucção: acima do reservatório; em posição inferior, no nível do
piso do reservatório (bomba afogada). A disposição mais comumente utilizada é em nível
mais elevado, que permite melhores condições de manutenção do sistema e de seu próprio
abrigo.

3.4 Influências dos Reservatórios Domiciliares na Qualidade da Água

Os reservatórios domiciliares têm sido normalmente utilizados para compensar a


falta de água na rede pública, resultante de falhas no funcionamento do sistema de
abastecimento ou de programação da distribuição. É evidente que se o fornecimento de
água fosse constante e adequado, não haveria a necessidade do uso desses dispositivos.
Os principais inconvenientes do uso dos reservatórios domiciliares são de ordem
higiênica, por facilidade de contaminação, do custo adicional e complicações na rede
predial e devido ao possível desperdício de água durante a ausência do usuário.

As consequências da existência dos reservatórios são mais graves para os usuários


que se localizam próximos de locais específicos da rede de distribuição, como pontas de
rede, onde, em geral, a concentração de cloro residual é às vezes inexistente.
Em trabalhos realizados com o fim específico de verificar a influência dos
reservatórios domiciliares das águas de abastecimento, Lima Filho e Murgel Branco
concluíram que as condições sanitárias em que encontram os mesmos são normalmente
responsáveis pela deterioração da qualidade da água. Em geral, a localização imprópria do
reservatório, a ignorância do usuário em relação à conservação do reservatório, a falta de
cobertura adequada e a ausência de limpezas periódicas são os principais fatores que
contribuem para a alteração da qualidade da água. A existência de uma camada de matéria
orgânica e inorgânica no fundo do reservatório provoca um aumento da turbidez e cor, é
responsável pelo consumo da maior parte do cloro residual da água afluente e acarreta a
diminuição do oxigênio dissolvido.

É extremamente importante a limpeza periódica do reservatório (pelo menos duas


vezes ao ano), para garantir a potabilidade da água, a qual pode ser veículo direto ou
indireto para transmissão de doenças. Para essa limpeza, deve-se obedecer aos seguintes
requisitos:

 Fechar o registro de entrada de água no reservatório e abrir todas as torneiras da


edificação, deixando que a água escoe por todos os canos existentes.
 À medida que a água escoar, realizar uma limpeza física (retirada de lodo e outros
materiais), escovando o fundo e as paredes da caixa com uma escova reservada
exclusivamente para essa finalidade.
 Abrir o registro de entrada de água e fechar o registro geral de distribuição para
encher novamente o reservatório.
 Realizar a desinfecção, utilizando produtos à base de cloro (normalmente se
adiciona 1 litro de hipoclorito de sódio a 11% para cada 1 000 litros de água).
 Tampar o reservatório e deixar essa solução agir durante uma hora (durante esse
período, não se deve utilizar a água para consumo).
 Realizada a desinfecção, abrir o registro geral e todas as torneiras, para esvaziar o
reservatório, deixando a solução de cloro escoar por todos os canos da instalação.
 Antes de utilizar a água para consumo, encher novamente o reservatório com água
limpa e voltar a esvaziá-lo, para eliminar os resíduos de cloro.
 Encher novamente o reservatório para uso normal.

3.5 Rede de distribuição

A rede de distribuição de água fria é constituída pelo conjunto de canalizações que


interligam os pontos de consumo ao reservatório da edificação.

Para traçar uma rede de distribuição, é sempre aconselhável fazer uma divisão dos
pontos de consumo. Dessa forma, os pontos de consumo do banheiro devem ser
alimentados por uma canalização, e os pontos de consumo da cozinha e da área de serviço
por outra.
Tal fato se justifica por dois motivos: canalização mais econômica e uso não
simultâneo. Quanto menor for o número de pontos de consumo de uma canalização, tanto
menor será seu diâmetro e, consequentemente, seu custo.

 Barrilete

Barrilete é o conjunto de tubulações que se origina no reservatório e do qual se


derivam as colunas de distribuição. O barrilete pode ser: concentrado ou ramificado. O tipo
concentrado tem a vantagem de abrigar os registros de operação em uma área restrita,
facilitando a segurança e o controle do sistema, possibilitando a criação de um local
fechado, embora de maiores dimensões. O tipo ramificado é mais econômico, possibilita
uma quantidade menor de tubulações junto ao reservatório, os registros são mais espaçados
e colocados antes do início das colunas de distribuição.

 Colunas, Ramais e Sub-Ramais.

As colunas de distribuição de água fria derivam do barrilete, descem na posição


vertical e alimentam os ramais nos pavimentos que, por sua vez, alimentam os sub-ramais
das peças de utilização. Cada coluna deverá conter um registro de gaveta posicionado à
montante do primeiro ramal.

Deve-se utilizar coluna exclusiva para válvulas de descarga para evitar


interferências com os demais pontos de utilização. Entretanto, devido à economia, muitos
projetistas utilizam a mesma coluna, que abastece a válvula para alimentar as demais peças
de utilização. Isso deve ser evitado, principalmente, quando se utilizar aquecedor de água,
jamais ligá-lo a ramal servido por coluna que também atenda a ramal com válvula de
descarga, pois o golpe de aríete acabará por danificar o aquecedor.
A norma NBR 5626 recomenda que nos casos de instalações que contenham
válvulas de descarga, a coluna de distribuição deverá ser ventilada. Porém, é recomendável
a ventilação da coluna independentemente de haver válvula de descarga na rede*. A
ventilação é importante para evitar a possibilidade de contaminação da instalação devido
ao fenômeno chamado retrossifonagem (ver item “Aparelhos passíveis de provocar
retrossifonagem”). Outra razão para ventilar a coluna de distribuição é que nas tubulações
sempre ocorrem bolhas de ar, que normalmente acompanham o fluxo de água, causando a
diminuição das vazões das tubulações. Com a ventilação da coluna essas bolhas serão
expelidas, melhorando o funcionamento das peças de utilização. Também no caso de
esvaziamento da rede por falta de água e, quando volta a mesma a encher, o ar fica
“preso”, dificultando a passagem da água. Neste caso, a ventilação permitirá a expulsão do
ar acumulado.
3.5.1 Capacidade e Recomendações

A NBR 5626 recomenda que a reservação total a ser acumulada nos reservatórios
inferiores e superiores não deve ser inferior ao consumo diário e não deve ultrapassar a três
vezes o mesmo. Os reservatórios com capacidade superior a 1000L devem ser
compartimentados a fim de que o sistema de distribuição não seja interrompido durante
uma operação de limpeza, pois ao se levar um compartimento, o outro garantirá o
funcionamento da instalação. Geralmente é recomendável a seguinte divisão de volume
entre os reservatórios superior e inferior:

 Volume útil do R.S. = 40% do volume total.


 Volume útil do R.I. = 60% do volume total.

Essa divisão é válida quando o volume total a ser armazenado for igual ao CD.
Quando se pretender armazenar um volume maior que o CD, ele deve ser feito no R.I.

Quando for instalado um reservatório hidropneumático não se deve considerar no


cálculo da reservação total o volume desse reservatório, devendo o reservatório inferior ter
capacidade mínima igual ao CD. A reserva para combate a incêndios pode ser feita nos
mesmos reservatórios da instalação predial de água fria, porém, à capacidade para esta
finalidade devem ser acrescidos os volumes referentes ao consumo.

A função do reservatório inferior é armazenar uma parte da água destinada ao


abastecimento e deve existir quando:

 O reservatório superior não puder ser abastecido diretamente pelo ramal


alimentador.
 O volume total a ser armazenado no reservatório superior for muito grande
(principalmente em prédios de apartamentos).

O reservatório superior deve ter capacidade adequada para atuar como regulador de
distribuição e é alimentado por uma instalação elevatória ou diretamente pelo alimentador
predial. A vazão do dimensionamento da instalação elevatória e a vazão do
dimensionamento do barrilete e colunas de distribuição são aquelas que devem ser
consideradas no dimensionamento do reservatório superior. Os reservatórios devem ser
construídos com materiais de qualidade comprovada e estanque. Os materiais empregados
na sua construção e impermeabilização não devem transmitir à água, substâncias que
possam poluí-la. Devem ser construídos de tal forma que não possam servir de pontos de
drenagem de águas residuais ou estagnados em sua volta. A superfície superior externa
deve ser impermeabilizada e dotada de declividade mínima de 1:100 no sentido das bordas.
Devem ser providos de abertura convenientemente localizada que permita o fácil acesso ao
seu interior para inspeção e limpeza, e dotados de rebordos com altura mínima de 0,05 m.
3.5.2 Dispositivos controladores de fluxo

São dispositivos destinados a controlar, interromper e estabelecer o fornecimento


da água nas tubulações e nos aparelhos sanitários. Normalmente, são confeccionados em
bronze, ferro fundido, latão e PVC, satisfazendo as especificações das normas vigentes.

Os mais importantes dispositivos controladores de fluxos utilizados nas instalações


hidráulicas são:

 Torneiras;
 Misturadores;
 Registros de gaveta (que permitem a abertura ou fechamento de passagem de água
por tubulações);
 Registros de pressão (utilizados em pontos onde se necessita de regulagem de
vazão, como chuveiros, duchas, torneiras etc.);
 Válvulas de descarga (presentes nas instalações de bacias sanitárias);
 Válvulas de retenção (utilizadas para que a água flua somente em um determinado
sentido na tubulação);
 Válvulas de alívio ou redutoras de pressão (que mantêm constante a pressão de
saída na tubulação, já reduzida a valores adequados).
CAPÍTULO IV- MATERIAIS UTILIZADOS

4 Materiais utilizados para as tubagens

Uma escolha adequada dos materiais, dispositivos e peças de utilização é condição


básica para o bom funcionamento das instalações, pois, mesmo existindo um bom projeto,
na etapa de construção poderá ocorrer uma série de erros que pode comprometer a
qualidade da construção. O conhecimento de alguns aspectos tecnológicos das instalações
prediais, visando à sua adequação aos sistemas construtivos, é de fundamental importância
para o projetista.

Para a escolha dos materiais, também é importante a observância da NBR 5626,


que fixa as condições exigíveis, a maneira e os critérios pelos quais devem ser projetadas
as instalações prediais de água fria, para atender às exigências técnicas de higiene,
segurança, economia e conforto dos usuários.

Uma rede de abastecimento de água, é constituída essencialmente por tubulações e


acessórios que permitem o transporte da água de um ponto ao outro. Por tanto é importante
que se faça o estudo destes materiais, com vista à optimização do sistema. A análise destes
materiais deve ser feita em função da constituição dos mesmos suas vantagens e
desvantagens. Assim sendo temos abaixo:

Polietileno (PE)

O tubo de polietileno é um tipo especial de tubo utilizado em tubulações


residenciais e industriais por possuir diversas propriedades que a destacam como a melhor
tubulação para transportes de líquidos presentes no mercado.

A venda do tubo de polietileno é feita em diversos diâmetros que são escolhidas


com base no volume dos líquidos ou gases que irão passar pelo sistema.

O tubo de polietileno possui uma grande durabilidade e resistência, capaz de


suportar por longos períodos de tempo o efeito de agentes abrasivos em causar grandes
desgastes na tubulação. Além da sua maior durabilidade, o tubo de polietileno possui maior
flexibilidade que todos outros tipos de tubo, proporcionando maior facilidde de ultrapassar
obstáculos, necessitando de um número muito menor de conexões do sistema.

Além do tubo de polietileno também existem vários modelos de conexões feitas de


polietileno, que apresentam grande poder de vedação e uma instalação mais fácil, pois
podem ser acopladas sem a necessidade da soldagem termoplástica.
Os diâmetros possíveis para a fabricação do tubo de polietileno são de 20 a 730
milímetros nos tubos em barra, e no tubo de polietileno em bobina, os diâmetros variam de
20 a 125 milímetro.

Para obter maior qualidade e segurança na fabricação de tubos, é necessário se


adequar a uma série de normas previstas na legislação brasileira, neste caso, são utilizadas
como referência as normas ISO 4427, Din 8074, NBR 8417 e 15561.

Vantagens

Os tubos de polietileno oferecem características desejáveis como baixo peso,


resistência à abrasão, resistência à corrosão, resistência ao impacto e flexibilidade superior.

Desvantagem

Apesar das muitas vantagens associadas com os tubos de polietileno, este tipo de
tubo não é resistente à oxidação de ácidos, cetonas e hidrocarbonetos clorados de acordo
com Manufacturers Monthly.

Obs: Luz ultravioleta

De acordo com redes de canalização os tubos de politileno não devem ser ulizados
em situações que serão expostos diretamente à luz solar, uma vez que podem degradar na
presença de luz ultravioleta.

Policloreto de vinilo clorado (PVC)

Devido sua boa resistência química, aliada à inexistência de odor nem sabor na
água, a suavidade da superfície do tubo passou-se a fabricar PVC para transporte de água
potável.

Outra característica do PVC é que é um material rígido, e sua colocação é


acompanhada de uniões. Apresentam normalmente uma cor cinzenta, azulado ou creme.
Contudo, por vezes apresentam-se com outras tonalidades, para combate e resistência às
radiações solares.

 Primeiro, é muito resistente. De facto, o PVC é mais resistente ao desgaste,


intempéries e outros agentes agressivos do que a maioria dos outros materiais
usados para fazer tubos.
 O PVC também é resistente a chamas. Se você queima um tudo de PVC flexível,
ele queima na chama, mas não se queima. Portanto, se a chama for removida, o
tudo para de queimar imediatamente.
 O PVC não permite desenvolvimento bacteriológico em sua superfície.
 O PVC não é influenciado por variações de temperatura.
 É um excelente isolante, pois seu coeficiente de condutividade térmica é muito
baixo. É muito menor que o do alumínio.
 É leve e muito fácil de instalar.
 Tubo de PVC facilmente maleável.
 Está disponível transparente e, em várias cores.
 É muito fácil de manter. Use um detergente convencional dissolvido em água para
limpar seus tubos de PVC.
 PVC não é poroso.
 PVC não contém chumbo.
 Tubos de PVC são 100% recicláveis. Eles são ecológicos porque respeitam o meio
ambiente.

Desvantagens do PVC

Além de suas muitas vantagens, o PVC também tem algumas desvantagens.

 O PVC fica amarelo com o tempo (após vários anos), diferentemente das
mangueiras flexíveis usadas em um sistema de tubulação de aço inoxidável.
 Torna-se tóxico em caso de incêndio.
 Sua aparência plástica não possui design muito bonito.
 É mais indicado para água fria, podendo suportar até 25oC.
 Fragilidade: o tubo de PVC é bastante frágil em comparação com outras matérias,
deve ser bem protegido durante a instalação para ser durável.
 Dilatação: algumas regras de implantação devem ser levadas em consideração para
garantir uma boa adaptação da instalação. De fato, sob o efeito da temperatura, o
PVC se expande fortemente e, por tanto, pode causar vazamento nos canos e
problemas na rede se não for instalado correctamente.

Aço inoxidável (aço inox)

A descoberta do aço inox remonta aos inícios do século passado, quando Harry
Brearley foi encarregado de investigar uma liga metálica que apresentasse uma maior
resistência ao desgaste que danificava as armas de fogo. Brearley acabou por não ter
sucesso relativamente ao objecto da sua investigação. Contudo acabou por descobrir uma
liga com uma boa capacidade de resistência à corrosão. Desde então o aço inox tem vindo
a ser utilizado, devido às suas boas propriedades higiénicas e estéticas.
Vantagens

 Resistência à corrosão e rigidez;


 Utilizadas tanto para abastecimento de água quente, como também para redes de
combate a incêndios;
 Durabilidade;
 Diâmetros variados.

Desvantagens

 Pode não ser capaz de resistir a elevadas temperaturas.


 Deve-se evitar proximidade com o cobre, devido a fenómenos de corrosão das
peças.
 Peso.
 As ligações devem ser feitas apenas por acessórios do mesmo material.
 Perdas de cargas.

Aço galvanizado

O tubo de aço galvanizado, fabricado sobre rígidos padrões de segurança


regulamentares por órgãos fiscalizadores, é sinônimo de eficiência e alta qualidade.
Utilizado em diversos sectores e com múltiplas aplicações, oferece versatilidade e óptimo
custo. O aço galvanizado é um produto que passa pelo processo de galvanização (o acto de
revestir o aço com uma camada de zinco bem fina, a fim de optimizar a sua resistência
anticorroziva).

Vantagens

 É resistente à corrosão.
 A sua durabilidade.
 É um material reciclável.
 Pode ser misturado com outras matérias.
 É económico.
 Resiste a temperaturas extremas.

Desvantagens

 Não é um bom isolante acústico.


 Não pode ser usado para todos os tipos de projectos
 O revestimento do zinco eventualmente pode criar ferrugem o que iniciaria um
processo de oxidação entre si.
 Para materiais que estarão expostos ao tempo o ideal que seja coberto com pintura
especial anticorrosiva para evitar a oxidação.
 Estruturas em contacto com a água e ventos necessita um tratamento com tinta
anticorrosiva a cada 5 ou 10 anos.

PPR

O tubo PPR é feito de polipropileno Copolímero Random tipo 3, que é uma resina
derivada de um processo químico. Sua superfície é muito lisa, o que facilita a condução de
água e o protege de características importantes como a corrosão. O tubo é contínuo e não
requer nenhum tipo de conexão tradicional, como rosqueamento, soldagem. Por meio da
fusão a quente, os materiais são misturados para garantir sua conexão, pois a extremidade
do tubo e a parte interna da conexão são aquecidas a 260 oC, conseguindo essa fusão entre
os componentes. Vale ressaltar que a tecnologia empregada neste material garante
resultados e benefícios surpreendentes em seu trabalho.

Cuidados necessários nas instalações em PPR

Para garantir que a sua instalação em PPR seja adequada verifica se a linha pode ser
dobrada no calor ou no frio. O material deve ser um óptimo desenvolvimento em
condições de grandes temperaturas, mas é preciso isolar termicamente a tubulação.

Quando a obra requisitar que a tubulação PPR seja colocada em paredes profundas,
ela deve ser colocada em profundidade mínima igual ao diâmetro da tubulação, com uma
cobertura de cimento da instalação PPR.

Se a parede por outro lado, for estreita aumente a largura para que haja um espaço
entre as tubulações. Quando a obra precisa de instalações PPR suspensa, devem-se usar
suportes fixos ou deslizantes, assim estas peças compensam as dilatações que são feitas
durante o tempo de vida precisas das instalações.

A linha PPR atende às especificações exigidas pela Norma NBR 7198:1993 –


projeto e execução de instalações prediais de água quente e às especificações da Norma
NBR 15813:2010 – sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de água
quente e fria.

Vantagens
 Mais durabilidade.
 Mais potabilidade.
 Mais isolamento térmico.
 Mais resistência a baixas temperaturas.
 Mais resistência ao impacto.
 Mais resistência a correntes galvânicas.
 Mais desempenho em zonas sísmicas.
 Mais praticidade na instalação.
 Menos perda de carga.
 Menos ruídos nas instalações.
 Isenta de corrosão.

Desvantagens

 Necessita de ferramentas para instalação


 Exige o uso de isolamento térmico
 Juntas de dilatações para instalações em água quente

Qualquer que seja o material escolhido para a instalação, é importante verificar se


obedecem a alguns parâmetros fixados pelas normas brasileiras. Portanto, ao comprar
tubos e conexões, deve-se verificar se eles contêm a marcação com o número da norma
ABNT correspondente e a marca do fabricante.

A falta de observância das normas, bem como deficiências no material e na mão de


obra, aliada à eventual negligência dos projetistas e construtores, pode comprometer a
qualidade da obra e gerar vícios construtivos.
CD- CONSUMO DIÁRIO

RGSPPDADAR- Regulamento geral dos sistemas públicos e prediais de distribuição de


água e de drenagem de água residuais

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Faculdade de engenharia – Universidade de Porto – Pedro Silva – Março/2015

Instituto Superior técnico de Lisboa – Filipe Baptista – Maio/2011

Universidade do Vale do Taquari – Curso de engenharia civil

Luís Pimentel – patologias nos sistemas prediais – Lisboa – Novembro/2016

José de Sá Marques, Joaquim de Oliveira – Hidráulica Urbana – Coimbra – Outubro/ 2011.

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