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DEZEMBRO/2011
CONTRATO:
RESUMO:
As “Diretrizes Para Elaboração de Estudos e Projetos” desenvolvidas pela DPG / SPEG têm como
objetivo específico fornecer às empresas projetistas, orientações e subsídios indispensáveis ao
desenvolvimento e apresentação de estudos e projetos, de acordo com os critérios e padrões de qualidade
exigidos pela COPASA. Sua apresentação é feita em 8 (oito) volumes, cada um deles correspondendo a um
tema específico, conforme indicado no Sumário em sequência.
Tais Diretrizes foram desenvolvidas em conformidade com o Planejamento Estratégico da empresa, visando
o permanente desenvolvimento empresarial e, consequentemente, a excelência operacional nos sistemas de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
Este quinto Volume, em seu Tomo II, denominado “Projeto Básico – Sistema de Esgoto Sanitário – SES”
refere-se à apresentação das diretrizes relativas ao desenvolvimento de projetos de unidades de sistemas de
esgotamento sanitário, abrangendo os principais parâmetros, procedimentos e critérios técnicos para
elaboração e apresentação de um projeto de sistema completo de esgotamento sanitário.
REFERÊNCIA:
Dezembro/ 2011
Arquivo: Volume V - Tomo II - Sistema de Esgoto Sanitário.doc
SUMÁRIO
INDICE
1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................... 6
2 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 7
1 APRESENTAÇÃO
2 INTRODUÇÃO
Conforme estabelecido na Lei Federal 8.666/93 define-se “Projeto Básico” como o conjunto de
elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra
ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas
indicações de estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o
adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento e que possibilite a avaliação
do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os
seguintes elementos:
Desenhos e demais peças gráficas – deverão ser apresentadas todas as peças gráficas
necessárias à elucidação do projeto do sistema como um todo e de cada unidade, em
particular, abrangendo, de forma geral, os seguintes itens:
4. 1 INTRODUÇÃO
- Ligações prediais;
- Redes coletoras;
- Interceptores;
- Emissários de esgoto bruto e/ou tratado;
- Estações elevatórias de alteamento e/ou reversão de bacias;
- Linhas de recalque;
- Estações de Tratamento de Esgoto – ETEs;
A composição de cada projeto depende de suas particularidades específicas, podendo vir a ser
integrado por uma ou mais unidades de cada tipo; além de apresentar para cada unidade tipo
constituinte uma gama de alternativas de concepção e detalhamento.
Além destas normas, no desenvolvimento dos projetos de Sistema de Esgoto Sanitário deverão
ser consideradas as Normas Técnicas da COPASA aplicáveis ao assunto, em vigor, a saber:
A identificação do estudo técnico preliminar requerido em cada caso se fará de acordo com as
particularidades de cada projeto demandado, devendo ser proposta pela Contratada e
previamente aprovada pelo Engenheiro Coordenador de Projetos da COPASA.
Tais estudos técnicos preliminares deverão ser desenvolvidos de acordo com seus respectivos
escopos básicos apresentados no Anexo I, guardadas as condições da amplitude da
abordagem requerida em cada caso e devendo ter, sempre, a seguinte estruturação básica:
Quando possível, o sistema deverá ser projetado para alcances de maior duração (usualmente
de 20 anos), procedendo-se a etapalização de suas unidades constitutivas, a exemplo das
ETEs que devem ser etapalizadas para atendimento inicial de um período mínimo de 5 (cinco)
anos, apenas ultrapassado em casos devidamente justificados.
Para as elevatórias deverá ser considerado o detalhamento das obras civis para atendimento
de final de plano, ficando a etapalização restrita à implantação gradativa dos conjuntos
elevatórios.
- a vazão de esgoto doméstico deve ser avaliada com base na média do consumo de
água micro medido, estabelecido nos Relatórios Gerenciais e Operacionais da COPASA
(IBG e IBO);
- a taxa de retorno a ser considerada será de 80 % (oitenta por cento);
- a vazão de infiltração deve ser calculada pela área de influência ou pela extensão da
rede com utilização de parâmetros estabelecidos em bibliografia especializada,
devidamente justificados; não devendo, entretanto, ultrapassar a 25% (vinte e cinco por
cento) da vazão média doméstica avaliada.
Para as redes coletoras utilizar diâmetro mínimo de 150 mm, em PVC; salvo em casos
especiais, devidamente justificados, a exemplo do adotado para Região Metropolitana de Belo
Horizonte, que tem previsto a utilização do diâmetro mínimo de 200 mm.
O projeto padrão de PV de Setor pode ser utilizado em pontos estratégicos, para receber
esgoto de setores ou bacias. Ele é dotado de cesto em aço inox ou aço carbono que recolhe
sólidos grosseiros, com o objetivo de diminuir manutenção nas redes e interceptores e
melhorar o desempenho das elevatórias à jusante. Outro objetivo é monitorar a qualidade do
esgoto lançado e conscientizar a população da necessidade de não jogar lixo na rede. É
importante realçar que a adoção desse tipo de PV requer manutenção programada que deve
ser fielmente seguida evitando entupimento da rede a montante uma vez que o cesto é fechado
em todos os lados. O PV de Setor deve ser instalado em locais definidos em projeto, de acordo
com a necessidade e após entendimentos entre empresa projetista e coordenador da
COPASA, em consonância com a área operacional.
Para interceptores de diâmetro ≥ 400 mm deverão ser incluídos poços de visita para descarga,
de maneira a permitir o esvaziamento da tubulação ou redução temporária de vazão, em caso
de manutenções corretivas no sistema. Os pontos serão definidos de acordo com o arranjo do
sistema projetado, preferencialmente na interseção entre interceptores e ao longo de grandes
extensões, em consonância com a equipe técnica da COPASA.
- Perfis da rede coletora projetada por rua (não por sentido de fluxo) com representação dos
PVs, profundidades e cotas de lançamento, extensão, diâmetro e material por trecho e
interferências;
Nas situações em que o projeto destas unidades apresentar intervenções com áreas de
preservação permanentes de proteção das margens de cursos d’água, deverão ser observados
os dispostos nos instrumentos ambientais legais em vigência, em especial – mas não
exclusivamente – os que se seguem:
De forma geral, o projeto de uma estação elevatória de esgotos sanitários deve apresentar:
2 - Para dimensionamento das linhas de recalque de esgotos sanitários deve ser consultada a
NBR 12.215/1992 da ABNT.
A norma T.235/0, em seus itens 4.4.6.2 e 4.4.6.3, orienta o número de conjuntos a ser
adotado em projeto. Entretanto, as denominações “pequenas elevatórias” e “elevatórias
maiores” não têm classificação em conformidade com a Tabela 1, apresentada no item
4.1.1. Portanto, é requerido que a projetista apresente opções de (1 + 1 R) conjuntos e,
pelo menos de (2 + 1 R) conjuntos para as elevatórias não consideradas de grande
porte, para discussão e aprovação prévia da COPASA.
Na T.235/0, em seu item 4.4.4.4.7 tem-se: “Em poços de sucção de grandes dimensões
é conveniente a adoção de uma parede divisória entre as bombas, com comunicação
através de uma comporta. Nota: Este processo de duas células é conveniente para
limpeza e também quando se prevê instalação de futuras unidades de recalque”.
- Medição de vazão.
O nível do tratamento e a eficiência a ser obtida para o efluente tratado final estão diretamente
ligados à legislação específica, que prevê padrões de qualidade para o efluente e para o corpo
receptor; que são, portanto, duas condições a serem atendidas em um projeto de tratamento
de esgotos.
O Estudo Técnico Preliminar que antecede ao projeto deve abranger as definições e ditar
condições para os seguintes aspectos: impacto ambiental do lançamento no corpo receptor,
objetivos do tratamento e poluentes a serem removidos, nível do tratamento e eficiências
requeridas; seguindo basicamente, o estabelecido na Norma Técnica T.233/0 – da COPASA.
Define-se o nível do tratamento de uma ETE pelo seu maior nível de remoção de poluentes.
Assim, uma ETE que apresente remoção de sólidos grosseiros (tratamento preliminar),
retenção de sólidos sedimentáveis (decantação primária – tratamento primário), transformação
da matéria orgânica (processos biológicos – tratamento secundário) é classificada como uma
ETE em nível secundário.
Uma ETE em nível secundário poderá ou não apresentar em seu fluxograma unidades do
tratamento em nível primário.
− Lagoa facultativa
− Lagoa anaeróbia seguida de lagoa facultativa
− Lagoa aerada facultativa
− Infiltração lenta
− Infiltração rápida
− Infiltração subsuperficial
− Escoamento superficial
− Terras úmidas construídas
− Filtro anaeróbio
− Reator anaeróbio de manta de lodo e fluxo ascendente – UASB
− Reator anaeróbio UASB seguido de pós-tratamento
A definição do local onde se prevê a implantação da ETE deve ser acordada com a COPASA
(áreas de projeto, obra e operação), a Prefeitura Municipal e a Contratada. Esta ultima deverá,
ainda, pesquisar junto a todos os órgãos atuantes na região, se a área de implantação da obra
não sofrerá intervenções a curto ou em longo prazo.
A Estação de Tratamento dos Esgotos - ETE deverá cumprir dois objetivos principais: o de
remoção dos sólidos em suspensão e o de estabilização da matéria orgânica (DBO5). Para
atendimento aos parâmetros de lançamento tanto do efluente tratado, como também do corpo
receptor, tais objetivos poderão ser conseguidos com um sistema de tratamento em nível
secundário. Diversas modalidades de processos convencionais de tratamento de esgotos e
variações destes processos se prestam a atender os requisitos requeridos.
Em item anterior (de número 5.4.1), foram listados os principais sistemas de tratamento de
esgotos sanitários. Cada processo se acerca de características próprias que poderão constituir-
se em vantagens, desvantagens, uso imperativo, ou mesmo impedimento.
Os reatores de manta de lodo e fluxo ascendente – reatores UASB usualmente não produzem
um efluente que atenda à maior parte dos padrões de lançamento. Portanto, deverão ser
considerados admitindo-se um pós-tratamento.
Assim exposto, a definição da modalidade de tratamento a ser empregada deverá ser cotejada
econômica e financeiramente contemplando, no mínimo, as seguintes alternativas:
Nos itens seguintes são apresentadas súmulas dos conceitos, critérios e parâmetros de projeto
de algumas unidades constitutivas de uma ETE, em particular daquelas não contempladas pela
referida norma técnica da ABNT, a exemplo das lagoas de estabilização e dos reatores
anaeróbios.
− Unidade de gradeamento;
− Caixas ou canais de sedimentação de areia;
− Medição de vazão e controle em canal aberto;
− Caixas escumadoras (flotação de gorduras).
A utilização de caixas escumadoras para remoção de material gorduroso não é prática usual
em projetos da COPASA. A sua aplicação deverá ser previamente discutida com a equipe
técnica das áreas de projeto e operação.
5.3.3.1.1 Gradeamento
− Deverá ser de limpeza mecânica quando a vazão afluente final for igual ou superior a
250 L/s ou quando o volume de material a ser retido diariamente justifique este
equipamento;
− Quando a limpeza for mecanizada, recomenda-se a instalação de pelo menos duas
unidades em paralelo;
− A adoção de apenas uma unidade mecanizada implica na necessidade de canal
paralelo com grade de limpeza manual e com mesmo espaçamento entre barras;
− Antecedendo às grades mecanizadas deverá ser prevista a instalação de grade
grosseira, de limpeza manual, para proteção do equipamento;
− Classificação das grades segundo o espaçamento livre entre barras (a):
− Critérios de dimensionamento
a velocidade no canal de acesso à grade não deverá ser inferior a 0,40 m/s;
a máxima velocidade, para a vazão afluente final, não deverá ultrapassar 1,20 m/s
(NBR 12.208 da ABNT);
a perda de carga mínima a ser considerada será de:
Para o caso de limpeza manual, a perda de carga deverá ser calculada para 50% de
obstrução da grade;
grades grossas/grosseiras: (3/8” x 2”) – (3/8” x 2 ½”) – (1/2” x 1 ½”) – (1/2” x 2”)
grades médias: (5/16” x 2”) – (3/8” x 1 ½”) – (3/8” x 2”)
grades finas: (1/4” x 1 ½”) – (5/16” x 1 ½”) – ( 3/8” x 1 ½”)
quantidade de material retido em relação à abertura livre entre barras das grades, devendo ser
aplicada aos projetos onde não se tem pesquisa particular de dados:
2,00 0,038
2,50 0,023
3,50 0,012
4,00 0,009
• as grades de limpeza manual deverão ser assentadas em ângulo de 45º a 60º com
a horizontal;
• as grades de limpeza mecanizada deverão ser assentadas em ângulo de 60º a 90º
com a horizontal;
• as grades de limpeza manual não deverão ser chumbadas no canal. Deverão
apresentar encaixes que possibilitem sua retirada sem necessidade de interromper
o fluxo afluente;
• quando da utilização de grade de limpeza mecanizada, o projeto deverá ser
discutido com a equipe técnica da COPASA, para definição do modelo a ser
empregado;
• o material de confecção das grades deverá ser o aço carbono devidamente tratado
e pintado para trabalho imerso em esgoto. A utilização de aço inoxidável deverá
ser acordada com a equipe técnica da COPASA.
5.3.3.1.2 Desarenadores
− Deverá ser de limpeza mecânica quando a vazão afluente final for igual ou superior a
250 L/s ou quando o volume de material a ser retido diariamente justifique este
equipamento;
− Quando a unidade desarenadora for mecanizada, recomenda-se a instalação de pelo
menos duas unidades em paralelo;
− Para unidades de limpeza manual (canais desarenadores), recomenda-se a
implantação de duas unidades em paralelo, cada qual dimensionada para atendimento
da vazão máxima de final de plano;
Onde:
R = rebaixo requerido (cm);
Hmínimo = altura da lâmina no interior do canal desarenador, ditado pela garganta do
medidor Parshall, a jusante, e para a vazão mínima de início de plano (cm);
Hmáximo = altura da lâmina no interior do canal desarenador, ditado pela garganta do
medidor Parshall, a jusante, e para a vazão máxima de final de plano (cm);
Qmínimo = vazão mínima de início de plano (L/s);
Qmáximo = vazão máxima de final de plano (L/s).
Qmáxima
B=
0,30 × (H máximo − R )
Onde:
B = largura do canal desarenador (m);
Qmáximo = vazão máxima afluente de final de plano (m³/s);
Hmáximo = altura da lâmina ditada pela equação do medidor Parshall e para a
vazão máxima de final de plano (m);
R = rebaixo estabelecido para assentamento da crista do medidor relativo ao fundo
do canal desarenador (m).
O medidor Parshall, também conhecido por Calha Parshall, é um medidor de vazão para
canais abertos. É constituído de uma estrutura com paredes verticais, possuindo na entrada
um trecho convergente plano, um trecho contraído ou estrangulado em declive e seção
constante e, na saída, um trecho divergente em aclive. O trecho convergente de soleira plana,
também chamado de crista do medidor, produz um nível no líquido que está diretamente
relacionado com a vazão.
Q = KHn, onde:
Para a utilização dos medidores Parshall devem ser observadas as seguintes particularidades:
− Os medidores Parshall deverão ser adquiridos pré-fabricados para inserção no canal,
preferencialmente em FBPra de vidro;
− A instalação deverá priorizar o escoamento livre, pois assim é necessário apenas um
medidor de nível no trecho convergente;
− O medidor de nível a ser utilizado deverá ser, preferencialmente, o ultra-sônico,
precisão de ± 0,25% FE, com transmissão à distância através de sinal elétrico - sinal
analógico 4 -20 mA, com conversor para leitura direta (L/s) e totalização (m³);
− A escolha do medidor Parshall deverá atender às variações de mínima vazão de início
de plano e máxima vazão de final de plano. Deve-se priorizar o de menor garganta
(seção estrangulada) e que atenda à variação requerida.
Entretanto, com a difusão do emprego de reatores anaeróbios de manta de lodo – UASB, tem-
se observado uma série de problemas operacionais devido ao acúmulo de material gorduroso
nos separadores trifásicos – câmara de biogás. Portanto, nos projetos que requeiram a
inclusão desta unidade deverão ser observados os seguintes itens:
− A área superficial da caixa de gordura deverá ser determinada para a máxima vazão de
projeto:
A=
( h)
Qmáxima m
3
σs
V
H=
A
− O volume de material graxo retido poderá ser avaliado arbitrando-se uma taxa média de
25 mg/L de esgoto afluente e uma densidade de 900 g/L.
− Ar comprimido. O emprego de ar comprimido nas caixas de gordura contribui para a
aceleração do processo, aumentando a eficiência. A quantidade de ar a ser aplicada,
geralmente, está compreendida entre 0,20 a 0,40 m³ de ar para cada m³ de esgoto
afluente.
expansão urbana, com vista a assegurar este distanciamento mínimo durante a vida útil do
projeto;
L s = 50 × 1,072 T
Onde:
Ls = taxa de aplicação superficial (kgDBO5/ha.d;
T = temperatura média do ar, ºC.
Aspectos construtivos:
− A inclinação dos taludes interno e externo da conformação dos diques da lagoa deverá
ser objeto de estudo geotécnico, função das alturas e das características do terreno,
com base em ensaios de geotecnia;
− A área de pano de fundo das lagoas deverá ter seu terreno analisado quanto a
permeabilidade “in-situ” e de laboratório;
− Não havendo material argiloso na área de projeto, deverá ser pesquisada jazida nas
imediações, com obtenção de amostras e ensaios;
− Deverá ser realizada análise econômico-comparativa entre alternativas de
impermeabilização por solo argiloso ou aplicação de manta de PEAD;
− Deverá ser considerada uma borda livre mínima de 0,50 m;
− Os taludes internos, na linha de contato com o nível d’água, devem ser protegidos
contra as ações das ondas e crescimento de vegetais. Recomenda-se a aplicação de
placa de concreto, levemente armada (tela fina), que deve se estender pelo menos 0,50
m para cima do nível máximo e 0,50 m para baixo do nível mínimo;
− Os taludes externos deverão ser gramados para evitar erosão;
− O coroamento dos taludes deverá apresentar largura mínima da ordem de 4,00 m para
possibilitar tráfego das equipes de manutenção. Deverá ter acabamento em lama
asfáltica, CBUQ ou outra pavimentação a ser acordada com a equipe técnica da
COPASA;
− Deverá ser previsto um mínimo de duas entradas na lagoa, adotando-se para unidades
maiores um distanciamento máximo de 50 m entre entradas. As entradas deverão ser
locadas no sentido da maior dimensão das lagoas e terem suas bocas de lançamento
posicionadas a 1/3 do comprimento. Os lançamentos deverão ser submersos;
− A caixa de saída deverá situar-se na extremidade oposta das entradas. Não deverá
posicionar-se alinhada com nenhuma das entradas. Deverá ser prevista placa defletora
até 30 cm abaixo do NA máximo, para evitar saída de material flutuante como algas,
escumas, etc.;
− É recomendável o emprego de comportas vertentes para variação de nível, executadas
em alumínio ou aço inoxidável;
− Não será necessária a adoção de descarga de fundo acoplada na caixa de saída, salvo
quando expressamente solicitado pela equipe técnica da COPASA;
− Antes do encaminhamento final do efluente tratado é necessária a medição de vazão, o
que poderá ser feita através de Medidor Parshall.
Parâmetros de dimensionamento:
Requisito de oxigênio.
S0
− S= para K variando de 0,6 a 0,8 d-1 e temperatura de 20ºC
1 + K .t
− Para outras temperaturas, corrigir K pela expressão: K T = K 20 .θ T − 20
− Adotar θ = 1,035.
Aspectos construtivos:
“As lagoas de mistura completa são essencialmente aeróbias. Os aeradores servem, não só
para garantir a oxigenação do meio, mas também, para manter os sólidos em suspensão
(biomassa) dispersos no meio líquido. A qualidade do efluente de uma lagoa aerada de mistura
completa não é adequada para lançamento direto, pelo fato de conter elevados teores de
sólidos em suspensão. Por esta razão, estas lagoas são normalmente seguidas por outras
lagoas, onde a sedimentação e estabilização dos sólidos possam ocorrer. Tais lagoas são
denominadas de lagoas de decantação” (Marcos von Sperling).
− Tempo de detenção: t = 2 a 4 d
− Profundidade: H = 2,5 a 4,5 m
• tempo de detenção: t ≥ 1 d
• profundidade: H ≥ 1,50 m
S0
− S= Onde:
1 + K ' . X v .t
K’ = coeficiente de remoção da DBO (mg/L)-1 (d-1). O valor de K’ está na faixa de 0,01
a 0,03 (mg/L)-1.d-1
XV = concentração de sólidos em suspensão voláteis (mg/L).
Y .(S 0 − S )
XV = Onde:
1 + K d .t
Y = coeficiente de produção celular (mgXV / mgDBO5);
Kd = coeficiente de decaimento bacteriano (d-1).
− X V / X = 0,7 a 0,8
− Assim, a DBO particulada pode ser estimada também em função dos sólidos em
suspensão totais:
− DBOparticulada = 0,3 a 0,6 mgDBO5/mgSS.
Aspectos construtivos - Para as lagoas seriadas, aerada de mistura completa seguida de lagoa
de decantação, são aplicadas as mesmas considerações atribuídas para a lagoa facultativa, às
quais se acrescem:
Tratamento preliminar dos esgotos. “Os reatores anaeróbios de alta taxa são projetados com
volumes bem mais reduzidos que nos sistemas anaeróbios convencionais, razão pela qual a
entrada de sólidos não biodegradáveis no sistema é altamente prejudicial ao processo de
tratamento. A acumulação desse material no reator leva à formação de zonas mortas e de
caminhos preferenciais, diminuindo significativamente o volume de biomassa no sistema e a
eficiência do processo de tratamento. Dessa forma, o tratamento de esgotos através de
reatores de alta taxa só é possível, caso o fluxograma da estação de tratamento incorpore,
minimamente, unidades de tratamento preliminar (grades e caixas de areia), destinadas à
remoção dos sólidos grosseiros e dos sólidos inorgânicos sedimentáveis presentes nos
esgotos. Nos projetos mais recentes, tem-se considerado imprescindível a utilização de
dispositivo de remoção de sólidos com aberturas inferiores a 15 mm, e, algumas vezes, de
Q
− CHV = Onde:
V
CHV = carga hidráulica volumétrica (m³/m³.d);
Q = vazão (m³/d);
V = volume total do reator (m³).
1 V
t= ou t= Onde;
CHV Q
t = tempo de detenção hidráulica (d).
Para projetos de reatores tratando esgotos domésticos, na faixa de temperatura na casa dos
20ºC, deve-se adotar tempos de detenção hidráulica na faixa de 8 a 10 horas, para a vazão
média. Para a vazão máxima, o tempo de detenção não deve ser inferior a 4 horas, e os picos
de vazão máxima não deverão prolongar por mais de 4 a 6 horas.
Q × S0
− Cν = , onde:
V
Cν = carga orgânica volumétrica (kgDQO/m³.d);
Q = vazão afluente (m³/d);
S0 = concentração de substrato afluente (kgDQO/m³);
V = volume total do reator (m³),
Para reatores tratando esgoto doméstico, cuja concentração de matéria orgânica é considerada
bastante baixa, a carga orgânica volumétrica situa-se na faixa de 2,5 a 3,5 kg DQO/m³.d).
Velocidade superficial do fluxo: Define-se velocidade superficial do fluxo como a razão entre a
vazão afluente e a seção transversal do reator.
Q
− ν= Sendo:
A
ν = velocidade superficial do fluxo ou velocidade ascensional (m/h);
Q = vazão (m³/h);
A = área da seção transversal do reator (m²).
Separador trifásico:
Qbiogás
Kg = Onde:
Ai
Kg = taxa de liberação de biogás (m³/m².h);
Qbiogás = produção volumétrica de biogás (m³/h);
Ai = área da interface líquido-gás (m²).
− a largura da parte superior do separador trifásico deve ser igual ou superior a 0,25 m;
− devem ser empregados materiais impermeáveis ao gás e resistentes à corrosão;
− os compartimentos de digestão e de decantação devem ser separados por defletores
para que os gases sejam direcionados para a câmara de gases e não para a de
decantação. Estes defletores deverão apresentar trespasse mínimo de 0,10m;
− as paredes do compartimento de decantação deverão apresentar inclinação mínima de
45º, ideal e mais recomendável de 50º;
− a profundidade mínima do compartimento de decantação deverá ser de 1,50 m, sendo
pelo menos 0,30 m com parede vertical;
− as taxas de aplicação superficial e tempos de detenção hidráulica no compartimento de
decantação deverão estar de acordo com a tabela 6, a seguir:
(
E DBO = 100 × 1 − 0,70 × t −0,50 ) Onde:
DQOCH 4 P × K DQO
− QCH 4 = f (T ) = Onde:
f (T ) R × (273 + T )
QCH4 = produção volumétrica de metano (m³/d);
f(T) = fator de correção para a temperatura de operação do reator (kgDQO/m³;
P = pressão atmosférica (1 atm);
KDQO = DQO correspondente a um mol de CH4 (64 gDQO;mol);
R = constante dos gases (0,08206 atm.L/mol.K);
T = temperatura operacional do reator (ºC).
QCH 4
Qbiogás =
0,70(0,80 )
A avaliação da produção volumétrica de lodo pode ser feita a partir da seguinte equação:
Plodo
− Vlodo = Onde:
γ × C lodo
Vlodo = volume de lodo (m³/d);
γ = massa específica do lodo (da ordem de 1020 a 1040 kg/m³);
Sistema de amostragem de lodo: Todo reator UASB deverá ser dotado de tubulações para
amostragem de lodo a profundidades variadas. As amostragens poderão ser a cada
aproximados 50 cm do fundo até a altura do defletor de gases;
O filtro biológico percolador – FBP constitui-se numa das variáveis de sistemas de reatores
aeróbios com biofilme. Nestas diretrizes serão apenas contemplados os critérios de
dimensionamento do Filtro Biológico Percolador de Alta Taxa, por ser a modalidade mais
amplamente empregada pela COPASA. Não se descarta a utilização de outras variantes do
processo, notadamente para pequenas unidades, sobretudo, pré-fabricadas. Um filtro biológico
percolador é consistido por um tanque preenchido com material de elevada permeabilidade
(pedras, ripas ou material plástico), sobre o qual os esgotos são lançados sob a forma de
aspersão, na camada superior. Os esgotos escoam (percolam) em direção ao dreno de fundo,
mantendo íntimo contato com o meio poroso. Este contato permite o surgimento de uma
película bacteriana fixa na superfície do enchimento poroso, denominada biofilme. O esgoto
passa sobre o biofilme, promovendo o contato entre o material orgânico e os microorganismos
aderidos. Os filtros biológicos são reatores aeróbios, pois o ar circula nos espaços vazios do
material de enchimento, fornecendo o oxigênio para a respiração dos microorganismos. A
aeração do meio é usualmente natural, sem qualquer equipamento. Na medida em que a
biomassa cresce na superfície do material de enchimento, os espaços vazios tendem a
diminuir e, consequentemente, a velocidade de escoamento aumenta. Ao atingir um
determinado valor, esta velocidade causa uma tensão de ruptura, desalojando parte do
material aderido. Assim, tem-se um processo natural de controle da população bacteriana. O
biofilme desalojado (lodo) deve ser removido nos decantadores secundários, como forma de
diminuir o nível de sólidos em suspensão no efluente final. O lodo não é suficientemente
estabilizado para ser encaminhado para um processo de desaguamento. Terá que ser enviado
para uma unidade de digestão (no caso retorna para o reator UASB).
Tipos de filtros biológicos percoladores - São classificados de acordo com a carga hidráulica ou
da carga orgânica aplicadas:
− filtro biológico de baixa taxa;
− filtro biológico de taxa intermediária;
− filtro biológico de alta taxa;
− filtro biológico de taxa super alta;
− filtro biológico grosseiro.
Q
qs = Sendo:
A
qs = taxa de aplicação hidráulica superficial (m³/m².d);
Q = vazão média afluente ao FBP (m³/d);
A = área superficial do meio suporte (m²).
Tem-se observado que os FBP como pós-tratamento de reatores UASB, são capazes
de produzir efluentes que atendem aos padrões de lançamento estabelecidos pelos
órgãos ambientais, em termos de concentração de DBO e sólidos suspensos, quando
operados com taxas de aplicação superficial máximas da ordem de 20 a 30 m³/m².d. É
bastante usual a adoção da taxa de 18 m³/m².d.
Q méd × S 0
Cν = Sendo:
V
C ν = carga orgânica volumétrica (kgDBO/m³.d);
Qméd = vazão média afluente ao FBP (m³/d);
S0 = concentração de DBO do esgoto afluente ao FBP (kgDBO/m³) = concentração do eflue
nte do reator UASB;
V = volume ocupado pelo meio suporte (material de enchimento).
Pesquisas realizadas, têm indicado que os FBP são capazes de produzir efluentes que
atendem aos padrões de lançamento estabelecidos pelos órgãos ambientais, em termos de
concentração de DBO, quando os mesmos são operados com cargas orgânicas
volumétricas máximas da ordem de 0,5 a 1,0 kgDBO/m³.d.
Material de enchimento: O enchimento dos FBP é usualmente feito com brita gnáissica 4, com
diâmetro entre 5 e 8 cm, excluídas as pedras planas e chatas. A utilização de outro material
como pedregulho (seixo rolado), escória de alto forno ou módulos plásticos deverá ter
aprovação prévia por parte da equipe técnica da COPASA. Para o caso específico de serem
adotados módulos plásticos, deverão ser revistas a taxas de aplicação superficial e carga
orgânica volumétrica conforme o produto a ser adquirido. Quando da utilização de brita 4
gnáissica, a altura do enchimento não deverá ultrapassar 2,50 m (ideal 2,20 m) pela dificuldade
em estruturar a laje de sustentação (fundo falso);
Ventilação: Os filtros biológicos percoladores são reatores aeróbios. Portanto, é importante que
sejam mantidas as condições aeróbias necessárias. Se projetadas passagem adequadas para
o ar, a diferença térmica entre o ar e o líquido é considerada suficiente para produzir a aeração
natural necessária. Para se ter uma aeração natural eficiente são adotados os seguintes
procedimentos de projeto;
− Deve-se prever poços de ventilação ao longo do perímetro do FBP. Pode-se adotar um
fosso contínuo, poços intercalados ou tubulação na linha periférica do material de
enchimento. Recomenda-se um mínimo de dois poços, nas extremidades do canal
central de drenagem. A área mínima de ventilação a ser conseguida pelos poços
deverá ser equivalente a 1% (recomendável adotar 5%) da superfície do FBP;
− A laje perfurada de sustentação do material de enchimento deverá apresentar área
vazada total equivalente a 15% da área superficial do FBP, no mínimo;
− Quando utilizadas grelhas de fechamento nos poços de ventilação, a área mínima livre
deverá ser de 1,00 m² para cada 250 m² de área superficial de FBP.
Produção de lodo: A avaliação da produção de lodo em FBP percoladores pode ser feita pela
equação:
A avaliação da produção volumétrica, retirada dos decantadores secundários, pode ser feita
pela equação:
Plodo × E f
Vlodo = Sendo:
γ×C
Vlodo = volume de lodo (m³/d);
Plodo = produção de lodo no FBP (kgSST/d);
Ef = eficiência de sedimentação no decantador secundário (0,90 a 0,95);
γ = densidade do lodo (da ordem de 1.000 a 1.040 kg/m³);
C = concentração do lodo removido do decantador secundário (na faixa de 1 a 2%).
Estabilização do lodo do FBP: Devido ao trabalho com altas taxas, o lodo produzido no FBP
não se mostra adequado para envio aos leitos de secagem ou desaguamento mecânico.
Deverá ser estabilizado e, para tanto, encaminhado para os reatores UASB e posteriormente
descarregado juntamente com o lodo do reator. A avaliação volumétrica do lodo originário do
FBP, e descartado do UASB, pode ser obtida pela expressão:
Plodo × E f
Vlodo = × (1 − R × Pr ) Onde:
γ UASB × C UASB
Critério de dimensionamento:
Os decantadores secundários pós filtros biológicos percoladores são dimensionados pela taxa
de aplicação superficial. A tabela 8 apresenta os valores recomendados para projeto.
Tabela 8 – Taxas de aplicação superficial para projeto de decantadores secundários após FBP
Aspectos construtivos:
Critérios e parâmetros de projeto do reator UASB: O envio de lodo aeróbio para estabilização
na câmara de reação do UASB acrescenta uma carga poluidora da ordem de 10% da carga do
esgoto bruto e acréscimo volumétrico bastante insignificante. Como os reatores UASB,
tratando esgotos domésticos, são dimensionados prioritariamente pelo tempo de detenção
hidráulica, não haverá mudança no critério de dimensionamento. Também é bom esclarecer
que, eventual e temporariamente, os reatores de lodos ativados poderão necessitar, para suas
atividades bacterianas, de um substrato mais rico em nutrientes. Neste caso será desviada
parte do esgoto bruto afluente diretamente para o reator de lodos ativados, diminuindo a carga
do reator UASB;
- Tanque de aeração
− sólidos suspensos voláteis no reator – SSVTA (XV) ...................... 1.100 a 1.500 mg/L
− sólidos suspensos totais no reator – SSTA (X) ................................ 1.500 a 2.000 mg/L
− relação SSV/SS (XV / X) ............................................................................... 0,75 a 0,77
− Relação A/M ................................................................. 0,25 a 0,40 kgDBO/kgSSVTA.d
- Decantador secundário
Aspectos construtivos: (segundo METCALF & EDDY, 1991; WEF/ASCE, 1992; VON
SPERLING, 1997).
− A aeração por ar difuso pode ter a capacidade de oxigenação controlada por meio de
ajuste das válvulas de saída dos sopradores, das válvulas de entrada nos reatores ou
sopradores de velocidade variável;
− A entrada o afluente submersa evita o desprendimento do gás sulfídrico presente no
efluente do reator anaeróbio;
− A saída do reator deve ser por vertedores colocados na extremidade oposta à da
entrada. Deve permitir a regulagem de nível no interior do reator;
− Caso haja mais de uma unidade, os arranjos de entrada e saída devem permitir o
isolamento e uma unidade para eventual manutenção;
− Deve-se prever by-pass ao reator UASB, possibilitando a introdução de até cerca de
30% a 50% da vazão do esgoto bruto diretamente no tanque de aeração. Este by-pass
pode ser utilizado como medida de proteção ao reator UASB, bem como com o intuito
de fornecer maior quantidade de matéria orgânica ao sistema de lodos ativados
(eventual aumento da biomassa, aumento da capacidade de floculação ou fornecimento
de carbono orgânico para desnitrificação);
− Devem-se dar condições de quebra da escuma eventualmente formada, por meio de
mangueiras ou aspersores, e de encaminhamento da mesma para caixas de escuma ou
para os decantadores secundários;
− Deve-se prever a possibilidade de drenagem do tanque para eventual esvaziamento,
por meio de bombas ou por descargas de fundo;
Decantador retangular:
− A distribuição da vazão afluente deve ser homogênea, de forma a evitar velocidades
horizontais excessivas e curtos-circuitos hidráulicos;
− A profundidade útil do tanque deve situar-se entre 3.0 e 4,5 m;
− A relação comprimento / largura deve ser igual ou superior a 3,0;
− A relação comprimento / profundidade não deve exceder o valor de 10 a 15;
− Caso a largura de um tanque exceda 6 m, podem-se adotar coletores de lodo múltiplos,
de forma a permitir uma largura de até 24 m;
− O mecanismo coletor de lodo deve possuir uma elevada capacidade, de forma a evitar
caminhos preferenciais do líquido pelo lodo, devendo também ser robusto, de maneira a
transportar e remover lodos mais densos acumulados durante interrupções da
operação;
− Os mecanismos de remoção do lodo mais comuns são: raspador com ponte móvel,
raspador com correntes submersas e removedores por sucção. Os mecanismos de
raspagem transportam o lodo pra um ou mais poços na extremidade de entrada do
tanque.
Decantador circular
− A profundidade útil do tanque (parede lateral) deve situar-se entre 3,0 e 4,5 m;
− A relação diâmetro / profundidade lateral não deve exceder o valor de 10;
− A remoção do lodo pode ser por raspadores rotatórios, que dirigem o lodo para um poço
no centro do tanque, ou por mecanismos de sucção apoiados em pontes rotatórias;
− O fundo do tanque deve possuir uma declividade em torno de 1:12, no caso de remoção
do lodo por raspadores, ou ser aproximadamente plana, no caso de remoção por
sucção.
Critérios para dimensionamento: A resolução CONAMA nº. 357, de 17/03/05 não explicita limite
para os coliformes dos efluentes tratados. No entanto, ela estabelece padrões de qualidade
para o corpo receptor, que são função da classe a que o mesmo pertence. Segundo a
resolução CONAMA n.º 357/05, os padrões de coliformes termotolerantes (em organismos por
100 mL) para os corpos d’água são:
Observações:
Tratando-se de efluente tratado a ser utilizado diretamente em irrigação irrestrita, para culturas
que possam apresentar risco de contaminação, os valores recomendados, segundo a
Organização Mundial de Saúde (WHO, 1989), são:
Para atendimento aos padrões acima, são necessárias eficiências de remoção de coliformes
da ordem de 3 a 4 log (99,9 a 99,99%). Para a obtenção destas elevadas eficiências, as lagoas
de polimento devem apresentar uma das duas configurações:
− Tempo de detenção. O tempo de detenção mínimo numa lagoa de polimento deverá ser
de 3 (três) dias. Para lagoas seriadas, cada unidade deverá apresentar o tempo mínimo
de 3 dias. Exemplo: quatro lagoas iguais seriadas – tempo de detenção total de 12 dias.
Regime hidráulico e expressão de cálculo. Na prática o regime hidráulico de uma lagoa segue
o fluxo disperso. A contagem dos coliformes afluentes pode ser obtida pela expressão:
1
4a.e 2. d
N = N0 . a −a
, sendo:
(1 + a) .e2 2. d
− (1 − a ) .e
2 2. d
a = 1 + 4.K b .t.d
d=
(L B)
− 0,261 + 0,254.(L ) + 1,014.(L )
2
B B
N0 = contagem de coliformes no afluente (NMP/100 ml);
N = contagem de coliformes no efluente (NMP/100 ml);
Kb = coeficiente de decaimento bacteriano (0,3 a 0,8 d-1);
t = tempo de detenção (d);
d = número de dispersão;
L = comprimento da lagoa (m);
B = largura da lagoa (m);
n = número de divisórias internas na lagoa.
O cálculo da relação L/B para uma lagoa com divisórias internas (chicanas) pode ser
aproximado através de:
L B
.(n + 1)
2
=
B L
L L
.(n + 1)
2
=
B B
Existem diversos métodos que utilizam o solo no tratamento e/ou disposição final de esgotos
sanitários. Dentre eles, podem ser citados:
− Infiltração rápida.
− Irrigação.
− Escoamento superficial.
− Infiltração subsuperficial.
− Filtros de areia.
− Valas de filtração.
− Terras úmidas ou alagados.
De forma geral, o projeto de uma Estação de Tratamento de Esgotos Sanitários - ETE deverá
apresentar:
Nos casos de definição pela utilização de um projeto padrão de ETE da COPASA ou projeto de
unidade de tratamento pré-fabricada, o projeto de sua instalação deve apresentar:
1 – INTRODUÇÃO
Este relatório, a ser desenvolvimento para situações de implantação, ampliação e/ou melhorias
de sistemas de esgotos sanitários (SES’s) de pequeno porte e baixa complexidade, em que a
concepção do sistema proposto seja claramente identificável sem necessidade de outros
estudos complementares e/ou estudo de alternativas de solução, deverá ser editado em forma
de relatório e atender ao escopo mínimo a seguir registrado, apresentando:
croquis, esquemas, etc.) que tenham sido elaboradas para obtenção das definições propostas,
em todas as suas fases.
TERMO DE REFERÊNCIA
1 OBJETIVO
2 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
• Localização:
--- indicar a micro-região a que pertence e dados de latitude e longitude, com apresentação de
planta da localidade dentro do Estado.
• Acessos:
--- apresentar as principais estradas de rodagem e ferrovias e informações sobre outras formas
de acesso disponíveis (navegação aérea ou fluvial, etc).
• Clima:
--- caracterizar o tipo de clima da região e fatores especiais que possam influenciá-lo, com
apresentação de temperaturas mínimas, médias e máximas, precipitações médias anuais,
precipitações intensas e de estiagens com respectivos períodos de ocorrência, direção
predominante dos ventos, etc.
• Relevo e topografia:
--- descrever as características do relevo local, com ênfase para os acidentes principais, faixa
de altitudes verificadas, cursos d’água e suas cotas de inundação, entre outros,
--- citar os levantamentos topográficos existentes e disponibilizados para os estudos e sua
possibilidade de utilização, bem como os levantamentos complementares executados na fase
de Estudo de Concepção.
• Vegetação:
--- descrever as características principais da vegetação local com destaque particularizado
para a cobertura vegetal das áreas de interesse do sistema em estudo.
• Geologia/Pedologia:
--- descrever as características geológicas locais, em particular aquelas que possam influir na
concepção do sistema em estudo,
--- citar os levantamentos geotécnicos existentes e disponibilizados para os estudos e sua
possibilidade de utilização, bem como os levantamentos complementares executados na fase
de Estudo de Concepção,
--- apresentar as características do solo local, quando disponíveis, a exemplo de classificação
textural e granulométrica, níveis do lençol freático, características de infiltração e resistência,
entre outras,
--- fazer avaliação das características geológicas das áreas de interesse para o sistema, com
abordagem particular das condições de implantação das unidades propostas.
• Hidrografia:
--- descrever as principais bacias hidrográficas nas quais se insere a área em estudo e os
cursos d’água locais com potencial para aproveitamento como corpo receptor dos efluentes de
unidades de tratamento,
--- apresentar as áreas de drenagem das bacias nos pontos de interesse, com respectivas
vazões mínimas (Q 7.10 = vazão mínima de sete dias de duração e dez anos de recorrência),
--- apresentar enquadramento dos cursos d’água cogitados como corpos receptores de
efluentes, com caracterização dos níveis de tratamento indicados para a ETE.
• Características urbanas:
• Energia elétrica:
--- indicar a empresa concessionária dos serviços e características do sistema existente
(tensão, frequência, número de ligações por tipo de consumidor, sistema tarifário, etc), bem
como informações sobre as disponibilidades de atendimento para as novas demandas
requeridas no sistema de esgotos.
• Sistemas de comunicação
--- citar meios de comunicação disponíveis e respectivas empresas concessionárias, com
verificação particular da possibilidade de linhas privadas para telemetria/telecomando.
• População:
--- pesquisar dados populacionais disponíveis da cidade e do município, e sua distribuição
espacial na área urbana e potenciais áreas de expansão, com abordagem da ocorrência,
quando significativa, da população flutuante.
• Atividades econômicas:
--- levantar ocorrência de unidades comerciais e industriais significativas na área de
abrangência do estudo,
--- classificar as unidades comerciais e industriais de acordo com Norma Técnica T187/07 da
COPASA, relativa ao lançamento de efluentes líquidos nas redes coletoras públicas.
• Mão de obra disponível e mercado de trabalho:
• elaborar o estudo populacional, ano a ano, para um horizonte mínimo de 30 (trinta) anos,
mediante a aplicação de modelos matemáticos consistidos para a extrapolação das
tendências de crescimento no horizonte desejado, baseando-se no maior número de
elementos disponíveis, tais como:
o Censos demográficos oficiais do IBGE,
o Avaliação de estudos demográficos existentes,
o Contagem direta de edificações,
o Evolução de índices relativos a: número de habitações cadastradas na Prefeitura,
evolução de consumidores de serviços (energia elétrica, água, etc)
o Indicadores comerciais da COPASA (mapas de setores e rotas e boletins de leitura).
• considerar, quando necessário, no estudo populacional a existência de população flutuante
ou temporária, processando-se a sua avaliação, localização e evolução, ano a ano,
• apresentar o estudo populacional proposto à COPASA, antes do prosseguimento e
conclusão do Estudo de Concepção, com descrição e fundamentação dos dados e critérios
utilizados em sua elaboração, com a devida justificativa da projeção estabelecida.
• delimitar a área de projeto considerando a área urbana atual e futura, incluindo as áreas de
expansão, a partir das diretrizes da Prefeitura Municipal e com base nos planos diretores ou
urbanísticos disponíveis,
• apresentar para a área de projeto um descritivo das características atuais e tendências
futuras de ocupação, com definição das zonas segundo a natureza de sua ocupação
(residencial, comercial, industrial), compatíveis com a regulação urbana municipal (Lei de
Uso e Ocupação do Solo, etc.)
• apresentar a divisão da área de projeto em bacias e sub-bacias de esgotamento,
• definir o padrão de ocupação atual e futuro de cada uma das áreas e/ou sub-bacias, bem
como suas densidades demográficas em datas notáveis de projeto, atendendo as diretrizes
dos planos diretores ou regulações urbanísticas disponíveis,
• definir os parâmetros e critérios de projeto para o cálculo das vazões contribuintes, ano a
ano, devidamente fundamentados e justificados, abrangendo:
o Índice de atendimento,
o Cota per- capita líquida de água (excluídas as perdas físicas),
o Coeficiente de retorno água/esgoto,
o Coeficientes de variação de vazão (k1, K2 e K3)
o Taxa de infiltração,
o Cargas orgânicas, e
o Contribuições industriais, com respectivas avaliações das vazões de descarga e
composição do efluente.
Observação:
A definição da cota per-capita a ser utilizada deverá basear-se nos relatórios IBO e IBG da
COPASA, quando disponíveis; podendo ainda, nos casos devidos, serem avaliados de forma
setorial a partir dos mapas de setores e rotas e boletins de leitura – dados comerciais. Nos
casos em que não se dispuser de tais informações, a definição da cota per-capita deverá
basear-se em indicações bibliográficas, em dados de outras cidades de características
semelhantes, etc.
• definir o alcance do estudo das alternativas, buscando o melhor aproveitamento do sistema
existente e proposto, adotando-se dois critérios básicos:
o Em todos os casos estabelecer alternativas com alcance de 22 a 23 anos, sendo os 2
ou 3 primeiros anos destinados à elaboração dos estudos, projetos e obras, e
o Nos casos de aproveitamento de unidades existentes deverão ser ainda estudados
alcances intermediários (a princípio, não inferiores a 12 ou 13 anos e a serem
confirmados pela COPASA, caso a caso) determinados pelas condições de otimização
destas mesmas unidades.
• definir todos os demais critérios de projeto necessários ao estudo, abrangendo entre outros:
todos os parâmetros a serem considerados nos pré-dimensionamentos, tipos de materiais
das tubulações e de equipamentos de bombeamento, etc,
• apresentar o cálculo final das vazões de contribuição médias, máximas diárias e horárias,
ano a ano, por bacia ou sub-bacia, distribuído segundo a origem da contribuição:
doméstica, industrial e de infiltração,
3.5.1 Introdução
O estudo dos corpos receptores para o lançamento dos esgotos tratados será feito, em todos
os casos, a partir do Relatório de Definição de Corpo Receptor, demandado internamente na
COPASA durante a fase de Análise da Demanda de Projeto e a ser executado e fornecido pela
DVHD – COPASA, cabendo ao projetista sua complementação dentro das seguintes
orientações:
A partir destes elementos, deverá ser processada a seleção dos cursos d’água passíveis de
utilização como corpos receptores, acompanhada de uma análise preliminar dos principais
aspectos técnicos, econômicos e ambientais envolvidos em cada caso.
A partir dos diagnósticos e demais estudos anteriores deverá ser feita a formulação final das
alternativas a serem estudadas, com a descrição de todas as unidades componentes do
sistema com enfoque dos aspectos locacionais, tecnológicos e operacionais.
Nas alternativas formuladas devem ser contempladas as situações de aproveitamento total ou
parcial de unidades/sistemas eventualmente existentes, baseando-se em estudos de
otimização de suas capacidades e condições operacionais.
Na formulação das alternativas deverá ser considerada, quando adequado, a etapalização de
sua implantação, prevendo-se a modulação de unidades de maior porte (elevatórias, ETE’s,
etc) e o estagiamento de obras de ampliação sistemática (redes coletoras) para todo o período
de projeto.
Ainda a formulação das alternativas devem ser considerados os aspectos principais relativos a:
• caracterização da ocupação urbana no entorno da ETE,
• geração de odores e direção predominante dos ventos,
• sistema de tratamento e destinação dos resíduos sólidos.
A análise ambiental tem como objetivo identificar e avaliar os principais impactos inerentes a
cada alternativa estudada e que podem ocorrer em função das diversas ações previstas para a
implantação e operação do empreendimento em estudo.
A avaliação pretendida deve contemplar considerações sobre os seguintes aspectos principais:
• as justificativas das tecnologias sugeridas para cada unidade do sistema, e sua
compatibilidade com as exigências ambientais, incluída a verificação do atendimento aos
padrões de emissão e de qualidade do efluente previstos na legislação ambiental vigente,
• as alternativas locacionais das unidades consideradas na formulação do sistema proposto,
destacando-se a identificação dos locais e a legislação aplicável a cada situação,
• a avaliação geológica dos locais de interesse, em especial no caso de obras de terra, de
forma a demonstrar a viabilidade das concepções propostas e permitir uma estimativa de
custos mais confiável das obras,
• a caracterização das áreas a serem desapropriadas, enfatizando os casos de interferências
em áreas sob proteção ambiental e com infra-estrutura existente, necessidade de
supressão vegetal, alteração do regime hídrico, entre outros,
• a compatibilização do empreendimento com a legislação incidente: Municipal, Estadual e
Federal,
• a situação atual do licenciamento ambiental do sistema existente e a disponibilidade de
áreas licenciadas passíveis de serem utilizadas como áreas de empréstimo ou bota-fora,
Complementarmente a esta análise deve ser apresentado um documentário fotográfico de
caracterização das áreas contempladas nos estudos, de forma a registrar as particularidades
identificadas para cada situação.
Com base nas análises anteriores será definida a concepção mais adequada, a partir de um
estudo comparativo conjunto da viabilidade técnica, econômica, ambiental e institucional entre
as diversas alternativas estudadas, devidamente justificadas, mediante a apresentação do
conjunto de vantagens e desvantagens inerentes a cada aspecto em consideração.
Para a alternativa escolhida deverá ser apresentada, ao final do Estudo de Concepção, uma
estimativa dos serviços necessários à elaboração do projeto básico de engenharia,
subsequente.
Esta estimativa deverá ser editada em forma de planilha, com identificação de todos os
serviços e respectivos quantitativos, abrangendo os seguintes itens:
• levantamentos topográficos, inclusive cadastramentos complementares indispensáveis,
• levantamentos geotécnicos, incluindo as sondagens e testes,
• projeto básico hidráulico de todas as unidades componentes do sistema: rede coletora,
coletores tronco, interceptores, elevatórias e respectivas linhas de recalque, unidades de
tratamento, emissários,etc