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COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS

TRÊS CORAÇÕES / MG

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS

VOLUME IV - Projeto Básico do Sistema de Tratamento de Resíduos

TOMO I - Memória Descritiva e Justificativa e Memórias de Cálculo

Setembro/2019

Arquivo: 08146138-AA-BS-01-UTR-BAS01-MD-001-0-ENG-2019.doc
COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS

TRÊS CORAÇÕES / MG
SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS

CONTRATO: 4600046138

RESUMO:

Este documento apresenta o Projeto Básico da Unidade de Tratamento de Resíduos - UTR que será implantada na
Estação de Tratamento de Água – ETA, na cidade de Três Corações – Minas Gerais.

0 20/09/2019 C Emissão Final Gleides Walace Walace COPASA


REV DATA TIPO DESCRIÇÃO POR VERIFICADO AUTORIZADO APROVADO
EMISSÕES
A - PARA APROVAÇÃO C - ORIGINAL
TIPOS
B - REVISÃO D - CÓPIA

PROJETISTA:

EQUIPE TÉCNICA:
Eng.º João José Figueiredo de Oliveira – Responsável Técnico
Eng.º Walace Heron – Coordenação de Projetos
Eng.ª Gizelda de Melo Machado – Engenheiro Civil
Eng.º José Alfredo Carneiro dos Santos – Engenheiro Civil
Eng.º Gleides Aparecida Silva – Engenheiro Civil

VOLUME:

VOLUME IV – PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS


Tomo I – Memória Descritiva e Justificativa e Memórias de Cálculo
REFERÊNCIA:

Setembro/2019
Arquivo: 08146138-AA-BS-01-UTR-BAS01-MD-001-0-ENG-2019.doc
VOLUME IV - PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

SUMÁRIO

O Projeto da Unidade de Tratamento de Resíduos - UTR da ETA de Três Corações – Minas


Gerais, será composto pelos seguintes volumes:

VOLUME I – ESTUDOS PRELIMINARES AO PROJETO

TOMO I – RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA

VOLUME II – LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS

TOMO I – DESENHOS

TOMO II – CADERNETAS DE CAMPO

TOMO III – MONOGRAFIA DOS MARCOS TOPOGRÁFICOS

TOMO IV – DESCRIÇÕES TOPOGRÁFICAS

VOLUME III – LEVANTAMENTOS E ESTUDOS GEOTÉCNICOS

VOLUME IV – PROJETO BÁSICO DO SISTEMA

TOMO I – MEMORIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MEMÓRIAS DE


CÁLCULO

TOMO II – DESENHOS DO PROJETO BÁSICO

VOLUME V – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE OBRAS, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

TOMO I – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE OBRAS E MATERIAIS

TOMO II – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DE EQUIPAMENTOS

VOLUME VI – ORÇAMENTO

VOLUME VII – PROJETO ELÉTRICO

VOLUME VIII – PROJETO ESTRUTURAL

VOLUME IX – RESUMO TÉCNICO DO PROJETO

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VOLUME IV - PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

ÍNDICE

1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 6
2 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE PROJETO ................................................................. 7
2.1 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS DO MUNICÍPIO DE TRÊS CORAÇÕES ........................................ 7
2.2 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE PROJETO........................................................................................ 8
3 SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL EXISTENTE......................................... 9
3.1 ÁGUA DE LAVAGEM DOS FILTROS ............................................................................................. 9
4 SISTEMA PROPOSTO .................................................................................................... 10
4.1 TANQUE DE SEDIMENTAÇÃO COM CAPACIDADE DE 150 M³.................................................10
4.2 ELEVATÓRIAS DE RECALQUE ...................................................................................................11
4.2.1 Elevatória de Lodo do Tanque de Sedimentação............................................................. 11
4.2.2 Elevatória de Lodo Final ..................................................................................................... 11
4.3 REMOVEDORES DO LODO SEDIMENTADO NOS DECANTADORES ......................................11
4.4 CASA DE QUÍMICA PARA PREPARO E DOSAGEM DE POLÍMERO - PADRÃO COPASA
17.03.001/0 .............................................................................................................................................12
4.4.1 Preparação e Dosagem de Polímero ................................................................................. 12
4.5 PÁTIO DE DESÁGUE DE LODO COM DOIS BAG’S - PADRÃO COPASA 17.05.020/0..............12
4.5.1 Bag’s ..................................................................................................................................... 12
5 CRITÉRIOS E PARÂMETROS DE PROJETO ................................................................. 13
5.1 DADOS DA ETA.............................................................................................................................13
5.2 PARÂMETROS DOS FILTROS .....................................................................................................13
5.3 PARÂMETROS DOS DECANTADORES ......................................................................................13
5.3.1 Velocidade de recalque ....................................................................................................... 13
5.3.2 Perdas de cargas contínuas e localizadas ........................................................................ 14
5.3.3 Altura Manométrica ............................................................................................................. 14
5.3.4 Potência da bomba .............................................................................................................. 14
5.3.5 Redes e Interligações .......................................................................................................... 15
6 CÁLCULOS INICIAIS....................................................................................................... 16
6.1 DETERMINAÇÃO DA MASSA TOTAL DE SÓLIDOS RETIDA DIARIAMENTE ..........................16
7 DIMENSIONAMENTO DA UTR........................................................................................ 17
7.1 PRODUÇÃO DE SÓLIDOS NOS FILTROS ...................................................................................17
7.2 VOLUME DE ÁGUA DE LAVAGEM DOS FILTROS .....................................................................17
7.3 DIMENSIONAMENTO DO TANQUE DE SEDIMENTAÇÃO .........................................................17
7.3.1 Dimensões do Poço de Lodo do Tanque de Sedimentação ........................................... 18
7.4 VAZÕES DE ESGOTAMENTO DE CLARIFICADO E DE LODO ..................................................18
7.4.1 Esvaziamento do Tanque de Sedimentação ..................................................................... 18
7.4.2 Vazão de Descarga do Clarificado do Tanque de Sedimentação ................................... 18
7.4.3 Vazão de Esgotamento do Lodo Sedimentado no Tanque ............................................. 20

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VOLUME IV - PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO
7.5 REMOÇÃO DO LODO PRECIPITADO NOS DECANTADORES ..................................................21
7.6 DIMENSIONAMENTO DOS BAG’S ...............................................................................................21
7.7 ELEVATÓRIA DE LODO SEDIMENTADO DO TANQUE DE SEDIMENTAÇÃO .........................22
7.8 ELEVATÓRIA DE LODO FINAL ....................................................................................................36
7.9 CASA DE QUÍMICA - PREPARO E DOSAGEM DE POLÍMERO ..................................................50
7.10 SALA DE DOSAGEM E PREPARO DE POLÍMERO .....................................................................50
7.10.1 Armazenagem de Polímero................................................................................................. 50
7.10.2 Preparo do polímero ............................................................................................................ 51
7.10.3 Dosagem do Polímero ......................................................................................................... 51
8 RECOMENDAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DA UTR ........................... 55

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VOLUME IV - PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

1 ........................................................................................................................... A
PRESENTAÇÃO

A ENGESOLO Engenharia Ltda., empresa detentora do Contrato de Prestação de Serviço nº


CT 4600046138 da Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA, referente à
prestação de Serviços Técnicos de Consultoria Especializada na Elaboração de Estudos
Técnicos, Estudos de Viabilidade, Estudos de Concepção, Anteprojeto, Projetos Básicos e
Executivos de Infraestrutura e de Edificações para Implantação de Unidades de Tratamento de
Resíduos - UTR's, apresenta o "Relatório do Volume IV - Projeto Básico do Sistema de
Tratamento de Resíduos", compreendendo a Memória Descritiva e Justificativa e Memórias de
Cálculo do Projeto Básico da Unidade de Tratamento de Resíduos - UTR que será implantada
na Estação de Tratamento de Água - ETA da cidade de Três Corações - Minas Gerais.

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2 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE PROJETO

2.1 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS DO MUNICÍPIO DE TRÊS CORAÇÕES

O Município de Três Corações localiza-se a 287 km de Belo Horizonte, na Região


Sul/Sudoeste do Estado de Minas Gerais, possuindo área territorial de aproximadamente 828
km² e altitude média de 839,00 m. As temperaturas médias variam de 14,9°C a 22,3°C ao
longo do ano, enquanto as médias das precipitações acumuladas variam de 13,1 mm, em julho
- mês mais seco, até 1.451,7 mm, em dezembro.

De acordo com informações do IBGE, a população do município, estimada para o ano de 2018,
foi de 78.913 habitantes. No último censo (2010), a população do município era de 72.765
habitantes, com densidade demográfica de 87,88 hab./km². A Figura 2.1 a seguir apresenta a
localização do Município de Três Corações no Estado de Minas Gerais.

Figura 2.1 - Localização do Município de Três Corações do Estado de Minas Gerais

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O Município de Três Corações faz limites com os municípios de Cambuquira, Campanha,


Carmo da Cachoeira, Conceição do Rio Verde, Monsenhor Paulo, São Bento Abade, São
Tomé das Letras, Varginha e Luminárias.

2.2 DELIMITAÇÃO DA ÁREA DE PROJETO

A UTR - Unidade de Tratamento de Resíduos projetada está localizada na área de domínio da


ETA - Estação de Tratamento de Água de Três Corações, que se situa próxima ao Rio Verde e
à antiga fábrica da Nestlé, atualmente Kerry Milk Point, no bairro São Jerônimo, Município de
Três Corações - Minas Gerais, conforme indicado na Figura 2.2 a seguir.

Figura 2.2 - Localização da Área de Projeto da UTR da ETA de Três Corações.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

3 SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL EXISTENTE

O Sistema de Abastecimento de Água de Três Corações é de responsabilidade da Companhia


de Saneamento de Minas Gerais - COPASA e, segundo dados do IBGE, em 2008, o número
de economias ativas com abastecimento público de água era de 20.389 unidades. O sistema
produtor tem como fonte de suprimento de água o Rio Verde, onde capta a vazão de 262 L/s,
aproximadamente.

A ETA é do tipo convencional, dotada de medidor Parshall, floculador hidráulico, 3 (três)


decantadores retangulares, 4 (quatro) filtros rápidos de fluxo descendente com leitos de areia e
antracito, tanque de contato e casa de química. A vazão nominal da ETA é de 270 L/s.

Os produtos químicos utilizados no tratamento da água são o sulfato de alumínio para a


coagulação, a cal para reação e correção do pH, cloro gás para desinfecção e ácido
fluossilícico para a conservação da saúde bucal da população.

3.1 ÁGUA DE LAVAGEM DOS FILTROS

A ETA de Três Corações possui 04 filtros rápidos de fluxo descendente, leito filtrante de dupla
camada, areia e antracito, lavados em contracorrente com o apoio de um reservatório elevado.
Sua geometria em planta é retangular, tendo sido construídos em concreto armado, integrados
à estrutura da ETA.

A limpeza rotineira dos filtros consiste na aplicação de água no sentido ascensional, causando
expansão do meio granular e liberação do material sólido retido na camada filtrante. Os quatro
filtros são lavados individualmente, possuindo carreira de aproximadamente 30 horas, de
acordo com informações obtidas em campo, ou seja, um filtro lavado a cada 7,5 horas,
aproximadamente.

As principais características dos filtros da ETA de Três Corações são:

 Área de cada filtro: 17,78 m²;


 Carreira de filtração: 24 horas (adotada);
 Tempo de lavagem: 8 minutos (adotado);
 Velocidade Ascensional de Lavagem: 1 m/minuto (máxima permitida em norma).

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4 SISTEMA PROPOSTO

O Sistema de Tratamento de Efluentes Proposto compreende a implantação de uma UTR -


Unidade de Tratamento de Resíduos na área da ETA de Três Corações, com o objetivo de
reduzir a umidade do lodo, com consequente diminuição de massa fluída e volumétrica dos
efluentes das lavagens do decantador e dos filtros, criando condições adequadas para a sua
disposição final.

De acordo com definições da COPASA, não haverá recirculação do sobrenadante clarificado,


que deverá ser descartado na rede de esgotamento geral da ETA.

O lodo efluente na lavagem rotineira dos 04 filtros da ETA de Três Corações será encaminhado
para o Tanque de Sedimentação, possibilitando a sedimentação dos sólidos (partículas sólidas
sedimentáveis). O lodo de origem dos filtros, já sedimentados no fundo do tanque de
sedimentação, é então recalcado para o poço de sucção da Elevatória de Lodo Final, que por
sua vez faz seu bombeamento para os bag’s de desidratação, instalados no "Pátio de Deságue
do Lodo". O material retido nos bag’s permanecerá encapsulado até o preenchimento do bag,
quando ficará disponível para sua disposição final em Aterro Controlado Licenciado, a ser
definido pela COPASA/MG.

Nos 03 (três) decantadores da ETA foi prevista a implantação de removedores de lodo,


responsáveis, pelas ações de remoção e de extração do lodo precipitado e sedimentado no
fundo do tanque. O equipamento escolhido é constituído por estrutura tubular de aço
inoxidável, conjunto de acionamento e movimentação do equipamento e painel de controle
operacional. O lodo efluente dos removedores é então encaminhado para a Elevatória de Lodo
Final, que por sua vez faz o recalque para os bag’s em tecido geotêxtil, responsáveis pelo
desaguamento.

A UTR da ETA de Três Corações será composta pelas seguintes unidades descritas a seguir.

4.1 TANQUE DE SEDIMENTAÇÃO COM CAPACIDADE DE 150 M³

O Tanque de Sedimentação, com capacidade volumétrica para 150 m³, destina-se ao


recebimento do efluente (água de lavagem rotineira dos filtros), para que as partículas sólidas
sedimentáveis se depositem no fundo do tanque e sejam despejadas e acumuladas no Poço
de Lodo, e em seguida recalcadas até o poço de sucção da Elevatória de Lodo Final. O
sobrenadante (água clarificada) será descartado no sistema de esgotamento geral da ETA.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

O sistema de sedimentação do lodo efluente da lavagem dos filtros receberá os efluentes da


lavagem dos filtros, um de cada vez, ou seja, após o procedimento de lavagem de cada filtro o
efluente é encaminhado para o tanque de sedimentação, aguarda por um período aproximado
de 01 (uma) ou 2 (duas) horas até que o processo de sedimentação ocorra. Depois deste
tempo, o lodo sedimentado no poço de sucção da elevatória é recalcado para o poço de
sucção da Elevatória de Lodo Final, e depois encaminhado para os bag’s no pátio de
desaguamento. Por fim, o clarificado é descartado no sistema de esgotamento geral da ETA.

4.2 ELEVATÓRIAS DE RECALQUE

Para o tratamento dos efluentes da ETA de Três Corações, será necessária a implantação de
02 elevatórias, sendo uma responsável pelo recalque do lodo acumulado no poço de sucção do
tanque de sedimentação e a outra responsável pelo recalque do lodo efluente dos
removedores de lodo dos decantadores e do tanque de sedimentação. A Elevatória de Lodo do
tanque de sedimentação recalca para o poço de sucção de Elevatória Final que, por sua vez,
recalca o lodo para os Bag’s instalados no pátio de desaguamento.

4.2.1 Elevatória de Lodo do Tanque de Sedimentação

A Elevatória de Lodo será instalada no tanque de sedimentação, sendo responsável pelo


recalque do lodo proveniente da lavagem dos filtros da ETA e sedimentado em seu poço de
sucção, para o poço de sucção da Elevatória de Lodo Final.

4.2.2 Elevatória de Lodo Final

A Elevatória de Lodo Final fará o recalque do lodo afluente (removido dos decantadores e
sedimentado no tanque de sedimentação) até os Bag’s instalados no pátio de desaguamento.
A elevatória será equipada com dois conjuntos motobomba submersíveis, sendo 1 (um) para
reserva e/ou rodízio.

4.3 REMOVEDORES DO LODO SEDIMENTADO NOS DECANTADORES

Cada decantador será equipado com um conjunto para remoção do lodo precipitado no fundo
dos decantadores, aproveitando-se da carga hidráulica disponível nos decantadores, para sua
transferência para a Elevatória de Lodo Final. A estrutura metálica responsável pela remoção
do lodo possuirá largura de 5,80 m, compatível com a dimensão dos decantadores. A vazão
estimada de extração de lodo, em cada decantador, será de Q = 348 L/min, ou seja, 5,8 L/s.

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4.4 CASA DE QUÍMICA PARA PREPARO E DOSAGEM DE POLÍMERO - PADRÃO


COPASA 17.03.001/0

A Casa de Química é o local onde será realizado o preparo e dosagem da solução (aglutinante)
a ser misturada ao lodo sedimentado, tanto nos tanques de sedimentação, como no fundo dos
decantadores, antes de promover seu lançamento nos bag’s do Pátio de Deságue do Lodo.

4.4.1 Preparação e Dosagem de Polímero

Será implantado um sistema de preparo e dosagem de polímeros para o condicionamento do


lodo recalcado para o bag. O condicionamento é um processo de preparação do lodo, através
da adição de produtos químicos (aglutinantes) para aumentar sua aptidão ao desaguamento e
melhorar a captura das partículas sólidas nos sistemas de desidratação do lodo.

4.5 PÁTIO DE DESÁGUE DE LODO COM DOIS BAG’S - PADRÃO COPASA


17.05.020/0

O Pátio de Deságue do Lodo é o local onde serão instalados os bag’s para desidratação do
lodo efluente da ETA. Receberá o lodo sedimentado nos tanques de sedimentação, resultante
na lavagem rotineira dos filtros e também o lodo extraído no fundo dos decantadores. Os bag’s
promovem sua desidratação e, depois de atingida sua capacidade nominal, devem ser
preparados para encaminhamento a sua destinação final.

4.5.1 Bag’s

O bag destina-se ao deságue do lodo da lavagem dos filtros e do lodo precipitado nos
decantadores, funcionando pelo princípio da separação de líquidos e sólidos, de maneira mais
ágil, econômica e ambientalmente viável, uma vez que requer investimento baixo, evita os
níveis elevados de odores causados pela secagem tradicional de sólidos em leitos de secagem
e está de acordo com as normas técnicas estabelecidas pelos órgãos ambientais.

Na UTR serão utilizados dois bag’s com 15,00 metros de comprimento, largura de 3,40 metros
e altura máxima de enchimento de 1,70 metros, ou seja, capacidade volumétrica para 67,50
m³.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

5 CRITÉRIOS E PARÂMETROS DE PROJETO

Os Critérios e Parâmetros de Projeto foram definidos juntamente com a Divisão de Projetos da


COPASA - DVPR.

5.1 DADOS DA ETA

 Capacidade nominal da ETA: 270 L/s;


 Concentração média de sólidos totais: 25 g/m³;
 Teor de sólidos dos decantadores: 1%;
 Teor de sólidos dos filtros: 0,05%;
 Produção do lodo gerado nos decantadores: 90%;
 Produção de lodo gerado nos filtros: 10%;
 Densidade do lodo: 1.002 kg/m³.

5.2 PARÂMETROS DOS FILTROS

 Nº de filtros: 04 unidades;
 Dimensões de cada filtro: 3,95 m x 4,50 m;
 Área: 17,78 m²;
 Velocidade de lavagem: 1,00 m/min (a Norma Técnica NBR 12.216/1992, no item 5.12.9.1,
recomenda velocidade mínima de 0,60 m/min);
 Tempo de lavagem dos filtros adotado: 8 minutos;
 Carreira de filtração adotada: 24 horas.

5.3 PARÂMETROS DOS DECANTADORES

 Nº de decantadores: 03 unidades.

5.3.1 Velocidade de recalque

Q
As velocidades de sucção e recalque foram obtidas por meio da expressão: V 
A
Em que:

V: velocidade (m/s);
Q: vazão (m³/s);
A: área da seção da tubulação (m²).

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5.3.2 Perdas de cargas contínuas e localizadas

Para determinação das perdas de cargas contínuas e localizadas, utilizou-se as seguintes


expressões:
10,643  L 8 K
hcontinuo  ( )  Q1,85 hlocalizada  ( )  Q2
C 1,85  D 4,87 g   D
2 4

Em que:

hcontínua = Perda de carga contínua;


hlocalizada = Perda de carga localizada;
L = comprimento da tubulação (m);
C = Coeficiente de rugosidade do tubo;
D = Diâmetro da tubulação (m);
K = Coeficiente de perda de carga localizada;
g = aceleração gravitacional (m/s²);
Q = vazão (m3/s).

5.3.3 Altura Manométrica

A altura manométrica foi determinada a partir da expressão: Hm  H g  hcontinuo  hlocalizada

Em que:

Hm = Altura manométrica (m);


Hg = Desnível geométrico mínimo (m);
hcontínua = perdas de carga contínuas (m);
hlocalizada = perdas de carga localizadas (m).

5.3.4 Potência da bomba

A potência da bomba será calculada pela seguinte relação:

Em que:
P = potência (cv);
Q = vazão (L/s);
Hman = altura manométrica (m);
η = rendimento global do conjunto elevatório (%);
75 = fator de correção para cv.

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5.3.5 Redes e Interligações

 Diâmetros mínimo: 150 mm;


 A lâmina máxima admissível valor máximo igual a 75% do diâmetro do coletor;
 A declividade máxima será a correspondente à velocidade de 5,00 m/s.

Os poços de visita seguem aos padrões da COPASA, a saber:

 P COPASA 062 - PV Tubular, com balão de Ø 600 mm, em anéis de concreto, adotado
para profundidade até 2,50 m e diâmetros até 300 mm;

 P COPASA 039 - PV Normal, com balão de Ø 1.000 mm e pescoço de 600 mm, em anéis
de concreto, adotado para profundidades superiores a 2,50 m ou diâmetros da rede
superiores a 300 mm.

A Tabela a seguir apresenta a determinação do diâmetro do poço de visita a partir do diâmetro


da tubulação e contribuição.

Quadro 5.1 - Determinação do poço de visita a partir do diâmetro da tubulação e contribuição.

Diâmetro da tubulação Diâmetro do Poço de Visita


< 300 mm 1,00 m
300 < ø ≤ 500 mm 1,00 m (sem contribuição)
300 < ø ≤ 500 mm 1,20 m (com contribuição)
500 < ø ≤ 1.000 mm 1,50 m

A distância máxima entre poços de visita para tubulações com diâmetro ≤ 375 mm será 80,00
m e, para tubulações com diâmetro > 375 mm será 100,00 m.

O dimensionamento hidráulico das redes foi realizado utilizando a equação de Manning, a


saber:

Em que:

V = velocidade (m/s);
RH = raio hidráulico (m);
I = declividade de assentamento da tubulação (m/m);
n = Coeficiente de rugosidade de Manning, independente do material, igual a 0,013.

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6 CÁLCULOS INICIAIS

6.1 DETERMINAÇÃO DA MASSA TOTAL DE SÓLIDOS RETIDA DIARIAMENTE

A partir da vazão nominal e da concentração média de sólidos totais presentes nos processos
de tratamento de água na ETA de Três Corações será possível determinar a carga de sólidos
diária presente nos efluentes da lavagem diária dos filtros.

Para estimar a massa de sólidos totais produzidas na ETA a partir da vazão e da concentração
de sólidos suspensos, utilizou-se a equação a seguir:

Massa de sólidos totais (kg/h) = (25 g/m³ x 972 m³/h) ÷ 1000 g/kg = 24,3 kg/h.

Considerando que a jornada de funcionamento da ETA é 21 horas, tem-se a produção de


sólidos de 510,3 Kg/dia.

A massa de sólidos produzida por dia nos filtros será de 51,03 kg/dia e por filtro será 127,6
kg/dia.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

7 DIMENSIONAMENTO DA UTR

7.1 PRODUÇÃO DE SÓLIDOS NOS FILTROS

A produção de sólidos na ETA de Três Corações foi calculada anteriormente, correspondendo


a um valor diário de 510,30 kg/dia.

A seguir estão apresentados os volumes de sólidos gerados no processo de lavagem diária


dos 04 filtros da ETA de Três Corações.

7.2 VOLUME DE ÁGUA DE LAVAGEM DOS FILTROS

Á água de lavagem de cada filtro será encaminhada para o Tanque de Sedimentação, com
capacidade volumétrica de 150 m³, determinado a partir da velocidade ascensional da água de
lavagem dos filtros (V = 1,0 m/min), da área de cada filtro (A = 17,78 m²), e do tempo de
filtração (T = 8 minutos), ou seja:

Volume Água de Lavagem dos Filtros = 17,78 m² x 1 m/minuto x 8 minutos = 142,24 m³

Adotou-se tanque de sedimentação com uma câmara com capacidade para 150 m³ - Padrão
Copasa 17.01.030-0.

A vazão estimada, de alimentação do tanque, será:

Q = 17,78 m² x 1,00 m/min = 17,78 m³/min, ou seja, Q = 296,33 L/s.

7.3 DIMENSIONAMENTO DO TANQUE DE SEDIMENTAÇÃO

Para receber o volume de água de lavagem de cada filtro, foi estabelecida a implantação do
Tanque de Sedimentação de Lodo, padrão 17.01.030/0 da COPASA, com capacidade
volumétrica de 150 m³. Suas características são:

 Número: 01;
 Largura: 6,00 m;
 Comprimento: 12,00 m;
 Altura Útil Máxima: 2,50 m;
 Declividade do Fundo: 8% (0,080 m/m).

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7.3.1 Dimensões do Poço de Lodo do Tanque de Sedimentação

O poço de sucção possui a geometria de um prisma com área longitudinal na forma


trapezoidal, nas seguintes dimensões:

 Base inferior Útil: 3,90 m


 Base superior Útil: 5,66 m
 Altura Útil: 0,88 m
 Área longitudinal do poço de sucção: 4,21 m²

Sendo a largura do prisma de 2,50 m, o volume total útil do poço de sucção da elevatória será
10,52 m³.

7.4 VAZÕES DE ESGOTAMENTO DE CLARIFICADO E DE LODO

Com base na capacidade volumétrica do Tanque de Sedimentação e dos volumes do


sobrenadante e de lodo foi possível calcular as vazões de esgotamento do sobrenadante e
lodo para dimensionamento dos poços de sucção das elevatórias e escolha das bombas.

7.4.1 Esvaziamento do Tanque de Sedimentação

Considerando-se a jornada de funcionamento máxima da ETA de 21 horas/dia e o número total


de filtros a serem lavados de 04 (quatro) unidades, o tempo entre a lavagem de cada filtro não
poderá ser superior a 5,25 horas. Adotou-se, então, os seguintes intervalos operacionais:

 Tempo de lavagem do filtro: 0,13 hora (8 minutos);


 Tempo de Sedimentação: 1 hora;
 Tempo de Retirada do Clarificado: 0,72 hora;
 Tempo de Retirada do Lodo: 1 hora;
 Tempo Ocioso para Eventualidades: 2,4 horas.

7.4.2 Vazão de Descarga do Clarificado do Tanque de Sedimentação

O clarificado do tanque de sedimentação será encaminhado para a rede de esgotamento geral


da ETA, através da abertura de uma válvula instalada na tubulação de saída do clarificado. O
processo deverá ocorrer, no máximo em 60 minutos, após o início do esvaziamento.

Para a saída do clarificado foi projetada uma tubulação que funciona como vertedor formado
por um tubo vertical, com elevação da soleira no NA mínimo do tanque de sedimentação, que
coincide com o NA máximo do poço de sucção da elevatória de lodo sedimentado no tanque. A

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vazão nesse dispositivo foi calculada através da fórmula de orifícios.

Q  C d  S  2 gH

Sendo:

Q = Vazão no orifício (m³/s)


Cd = Coeficiente de descarga do orifício (adotado 0,61)
S = Seção transversal do orifício (m²)
G = Aceleração da gravidade (= 9,81 m/s²)
H = Carga hidráulica a montante do orifício (mca).

Como tanto a área superficial do espelho d’água, como a carga hidráulica a montante do
orifício variam à medida que o tanque vai se esvaziando, a expressão de orifícios pode ser
reescrita usando-se a metodologia seguinte.

V A H A H
Q   C d  S  2 gH 
t t t

Sendo:

V = Volume a ser descarregado (m³)


A = Área do espelho d’água no tanque (m²)
T = Tempo de descarregamento (s).

Para cada pequena variação na carga hidráulica disponível (dh), será necessário um intervalo
de tempo (dt). Assim, rearranjando a expressão anterior, tem-se:

A H 
dt  dh
C d  S  2 gH

Sendo:

A(H) = A área do espelho d’água no tanque, em função da carga disponível (m²).

Não existindo uma função analítica contínua que descreva essa variação da área do espelho
d’água dentro do tanque, em vez de desenvolver a integração analítica da expressão,
procedeu-se à discretização da fórmula, obtendo-se assim, o modelo utilizado para
determinação diâmetro a ser adotado para a tubulação de descarga do clarificado.

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Para a discretização da equação, adotou-se, nos domínios do tempo e da carga hidráulica, as


seguintes expressões:

dt  ti 1  ti  t dh  H i 1  H i
H i 1  H i
A H   A H i  H
2
A modelagem do esvaziamento do tanque de sedimentação, então, pode ser expressa da
seguinte maneira, para cada instante “i”:

A H i 
t   H i 1  H i 
H i 1  H i
Cd  S  2g 
2

O Quadro 7.1 a seguir mostra os tempos de esvaziamento do tanque de sedimentação, em


função do diâmetro da tubulação de descarga, simulados com intervalo de tempo Δt de 1
segundo.

Quadro 7.1 - Tempos de Esvaziamento do Tanque


Tempo esvaziamento
Diâmetro (mm)
Minutos Horas
80 164,40 2,70
100 108,20 1,80
150 42,70 0,70
200 27,30 0,50
300 12,30 0,20

Optou-se pela adoção do diâmetro de 150 mm, para a tubulação de descarga do clarificado do
tanque de sedimentação (tempo de esvaziamento de 43 minutos, menor que o limite de 60
minutos), sendo a vazão inicial de descarga Q = 85,46 L/s.

7.4.3 Vazão de Esgotamento do Lodo Sedimentado no Tanque

Quando a água clarificada atingir o limite inferior no Tanque de Sedimentação, o lodo


sedimentado será recalcado para a Elevatória de Lodo Final e posteriormente para o Pátio de
Deságue de Lodo.

O tempo máximo de recalque deverá ser de 1 hora, respeitando os intervalos operacionais


estabelecidos anteriormente. A vazão de recalque de lodo, então, será:

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7.5 REMOÇÃO DO LODO PRECIPITADO NOS DECANTADORES

De acordo com as especificações do fornecedor do equipamento de remoção do lodo, a vazão


de retirada é aproximadamente 60 L/min por metro de largura do decantador. Os decantadores
da ETA implantada no Sistema de Abastecimento de Água de Três Corações possuem largura
de 5,80 m, aproximadamente, ou seja, cada uma das unidades contribuirá com a vazão Q = 60
L/min/m x 5,80 m = 348 L/min, ou seja, Q = 5,8 L/s.

O raspador de lodo, de acordo com as especificações de um dos fornecedores consultados,


possui as seguintes características:

Velocidade recomendada do raspador de lodo do decantador: 0,5 m/min


Comprimento do decantador: 25,0 m

O tempo necessário para uma viagem de ida e volta em cada decantador será:

2  L 2  25
T   100 minutos, ou seja: 1,7 horas.
V 0,5

Para o procedimento de limpeza dos três decantadores, seriam necessárias 5,1 horas, o que
permite a limpeza diária de todos os decantadores da ETA, não havendo a necessidade de
operação simultânea dos raspadores. Mesmo porque, a limpeza simultânea dos decantadores
provoca o aumento da vazão de entrada nos bag’s de desaguamento, ultrapassando o valor
recomendado de 10 L/s.

7.6 DIMENSIONAMENTO DOS BAG’s

A massa total de sólidos produzida na ETA por dia é 237,60 kg/dia. Admitindo que no interior
de cada bag a concentração do lodo atinja 25%, tem-se volume diário de lodo correspondente:

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O Projeto prevê a instalação no Pátio de Deságue de Lodo de 02 bag’s com capacidade para
conter 67,5 m³ cada. Assim, o tempo aproximado de enchimento de cada bag será 33 dias.

7.7 ELEVATÓRIA DE LODO SEDIMENTADO DO TANQUE DE SEDIMENTAÇÃO

Vazão adotada: 3,50 L/s


NA máximo (NA máx.): 905,860 m
NA mínimo (N.A mín.): 904,810 m
Cota de destino (C destino): 908,600 m
Altura geométrica máxima (Hgmáx.) = Cdestino (m) - N.A mín. (m) = 908,600 - 904,810 = 3,79 m
Altura geométrica mínima (Hgmín.) = Cdestino (m) - N.A máx. (m) = 908,600 - 905,690 = 2,91 m.

1º Trecho: Linha do Barrilete

O Quadro 7.2 mostra o coeficiente de perda de carga localizada no 1º trecho.

Quadro 7.2 - Coeficiente de Perda de Carga Localizada no 1º Trecho.

Peças Contribuintes Quant. K Total

Curva de 90º 1 0,40 0,40


Curva de 45º 1 0,10 0,10
Redução gradual 1 0,15 0,15
Válvula de retenção 1 2,50 2,50
Válvula de gaveta aberta 1 0,20 0,20
Tê - saída de lado 1 1,30 1,30
Tê - passagem direta 1 0,60 0,60
Soma 5,25

Comprimento do primeiro trecho (L): 5,73 m


Coeficiente de rugosidade (C): 130
Diâmetro no trecho (D): 80 mm
Velocidade do escoamento: 0,70 m/s.

Portanto, as perdas de cargas contínua e localizadas no trecho de barrilete serão:

2º Trecho: Linha de Recalque - Ferro Fundido

A partir da equação de Bresse tem-se diâmetro de 59 mm. Foi adotado diâmetro de 80 mm. E

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a velocidade do escoamento calculada foi 0,70 m/s, portanto atende a Norma Técnica.

O Quadro 7.3 mostra o coeficiente de perda de carga localizada no trecho do recalque.

Quadro 7.3 - Coeficiente de Perda de Carga Localizada no Recalque - Trecho Fofo.

Peças Contribuintes Quant. K Total

Curva de 45º 2 0,10 0,20


Saída de canalização 1 1,00 1,00
Soma 1,20

Comprimento do primeiro trecho (L): 14,64 m


Coeficiente de rugosidade (C): 130
Diâmetro no trecho (D): 80 mm

Portanto, as perdas de cargas contínua e localizadas serão:

Curva do Sistema

Altura manométrica máxima = 3,99 + 0,047 + 0,13 + 0,03 + 0,12 = 4,32 m


Altura manométrica mínima = 2,94+ 0,047 + 0,13 + 0,03 + 0,12 = 3,27 m.

Análise do conjunto motobomba do fornecedor Schneider BCS-350

Os pontos correspondentes à curva característica da bomba e os pontos para a construção do


gráfico de curvas características do sistema estão apresentados nos Quadros 7.4 e 7.5.

Quadro 7.4 - Pontos da Curva Característica da Bomba.

Vazão Altura
manométrica
(l/s) m³/h m
1,7 6,0 5,00
2,8 10,0 4,50
4,2 15,0 4,20
5,6 20,0 3,80
6,9 25,0 3,30
8,3 30,0 2,80
9,4 34,0 2,20
10,0 36,0 2,00

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Quadro 7.5 - Pontos da Curva Característica do Sistema.

Altura manométrica
Vazão
Mínima Máxima
(L/s) m³/h m m
1,7 6,0 3,02 4,07
2,8 10,0 3,15 4,20
4,2 15,0 3,40 4,45
5,6 20,0 3,75 4,80
6,9 25,0 4,15 5,20
8,3 30,0 4,66 5,71
9,4 34,0 5,13 6,18
10,0 36,0 5,41 6,46

Os pontos de operação da bomba são definidos pelo ponto de interseção da curva da bomba
com a curva do sistema, conforme apresentado na Figura 7.1.

Figura 7.1 - Curva x Curva do sistema.

Portanto, os pontos de operação serão: Q mínimo: 12,5 m3/h = 3,47 L/s Hmanmáx: 4,20 mca
Q máxima: 20,0 m3/h = 5,56 L/s Hmanmín: 3,80 mca.

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P Calculada = 4,20 m x 3,47 L/s / (75 x 44,40 %) = 0,44 cv


Potência nominal: 0,44 cv x 1,5 (Margem de segurança recomendável: 50%) = 0,66 cv -
Potência comercial: 1 cv.

P Calculada = 3,80 m x 5,56 L/s / (75 x 44,40 %) = 0,63 cv


Potência nominal: 0,63 cv x 1,5 (Margem de segurança recomendável: 50%) = 0,95 cv -
Potência comercial: 1 cv.

As Figuras a seguir apresentam os conjuntos motobombas analisados.

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Figura 7.2 - Bomba analisada para a Elevatória de Lodo.

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Figura 7.3 - Bomba analisada para a Elevatória de Lodo.

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Análise do conjunto motobomba do fornecedor Xylem DP 3069 LT~414

Os pontos correspondentes à curva característica da bomba e os pontos para a construção do


gráfico de curvas características do sistema estão apresentados nos Quadros 7.6 e 7.7.

Quadro 7.6 - Pontos da Curva Característica da Bomba.

Vazão Altura
manométrica
(l/s) m³/h m
0,0 0,0 5,20
1,0 3,6 5,05
2,0 7,2 4,85
3,0 10,8 4,50
4,0 14,4 4,10
5,0 18,0 3,65
6,0 21,6 3,20
7,0 25,2 2,85
8,0 28,8 2,45
9,0 32,4 2,00
10,0 36,0 1,55
11,0 39,6 0,00
12,0 43,2 0,90
13,0 46,8 0,60

Quadro 7.7 - Pontos da Curva Característica do Sistema.

Altura manométrica
Vazão
Mínima Máxima
(L/s) m³/h m m
0,0 0,0 2,91 3,79
1,0 3,6 2,94 3,82
2,0 7,2 3,02 3,90
3,0 10,8 3,15 4,03
4,0 14,4 3,33 4,21
5,0 18,0 3,56 4,44
6,0 21,6 3,83 4,71
7,0 25,2 4,15 5,03
8,0 28,8 4,52 5,40
9,0 32,4 4,92 5,80
10,0 36,0 5,38 6,26
11,0 39,6 5,88 6,76
11,0 39,6 5,88 6,76
12,0 43,2 6,42 7,30
13,0 46,8 7,01 7,89

Os pontos de operação da bomba são definidos pelo ponto de interseção da curva da bomba
com a curva do sistema, conforme apresentado na Figura 7.4.

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Figura 7.4 – Curva x Curva do sistema.

Portanto, os pontos de operação serão: Q mínimo: 13,9 m3/h = 3,86 L/s Hmanmáx: 4,15 mca
Q máxima: 18,4 m3/h = 5,11 L/s Hmanmín: 3,55 mca.

PCalculada = 4,15 m x 3,86 L/s / (75 x 13,2%) = 1,62 cv x 50% (Margem de segurança
recomendável: 50%) = 2,4 cv - Potência comercial: 3 cv.

P Calculada = 3,55 m x 5,11 L/s / (75 x 13,2%) = 1,83 cv


Potência nominal: 1,83 cv x 50% = 2,70 cv - Potência comercial: 3 cv.

As Figuras a seguir apresentam o conjunto motobomba analisado.

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Figura 7.5 - Bomba Analisada para a Elevatória de Lodo do tanque de sedimentação.

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Figura 7.6 - Bomba Analisada para a Elevatória de Lodo do tanque de sedimentação.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Análise do conjunto motobomba do fornecedor Sulzer XFP100CVX

Os pontos correspondentes à curva característica da bomba e os pontos para a construção do


gráfico de curvas características do sistema estão apresentados nos Quadros 7.8 e 7.9.

Quadro 7.8 - Pontos da Curva Característica da Bomba.

Altura
Vazão
manométrica
(l/s) m³/h m
0,0 0,0 4,80
1,0 3,6 4,60
2,0 7,2 4,40
3,0 10,8 4,30
4,0 14,4 4,10
5,0 18,0 4,00
6,0 21,6 3,80
7,0 25,2 3,60
8,0 28,8 3,40
9,0 32,4 3,20
10,0 36,0 3,00
11,0 39,6 0,00
12,0 43,2 2,60
13,0 46,8 2,40
14,0 50,4 2,20
15,0 54,0 2,00
16,0 57,6 1,80
17,0 61,2 1,60

Quadro 7.9 - Pontos da Curva Característica do Sistema.

Altura manométrica
Vazão
Mínima Máxima
(L/s) m³/h m m
0,0 0,0 2,91 3,79
1,0 3,6 2,94 3,82
2,0 7,2 3,02 3,90
3,0 10,8 3,15 4,03
4,0 14,4 3,33 4,21
5,0 18,0 3,56 4,44
6,0 21,6 3,83 4,71
7,0 25,2 4,15 5,03
8,0 28,8 4,52 5,40
9,0 32,4 4,92 5,80
10,0 36,0 5,38 6,26
11,0 39,6 5,88 6,76
11,0 39,6 5,88 6,76
12,0 43,2 6,42 7,30
13,0 46,8 7,01 7,89
14,0 50,4 7,64 8,52
15,0 54,0 8,31 9,19
16,0 57,6 9,03 9,91
17,0 61,2 9,79 10,67

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Os pontos de operação da bomba são definidos pelo ponto de interseção da curva da bomba
com a curva do sistema, conforme apresentado na Figura 7.7.

Figura 7.7 - Curva x Curva do sistema.

Portanto, os pontos de operação serão: Q mínimo: 13,1 m3/h = 3,64 L/s Hmanmáx: 4,15 mca
Q máxima: 21,2 m3/h = 5,88 L/s Hmanmín: 3,80 mca.

PCalculada = 4,15 m x 3,64 L/s / (75 x 13%) = 1,55 cv x 50% (Margem de segurança
recomendável: 50%) = 2,3 cv - Potência comercial: 3 cv.

P Calculada = 3,80 m x 5,88 L/s / (75 x 13%) = 2,29 cv


Potência nominal: 2,29 cv x 50% = 3,00 cv - Potência comercial: 3 cv.

As Figuras a seguir apresentam o conjunto motobomba analisado.

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Figura 7.8 - Bomba Analisada para a Elevatória de Lodo do tanque de sedimentação.

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Figura 7.9 - Bomba Analisada para a Elevatória de Lodo do tanque de sedimentação.

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VOLUME IV – PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Adotou-se o conjunto motobomba do fabricante Schneider, porém o conjunto motobomba é


apenas de referência, pode-se utilizar outros conjuntos motobombas com caraterísticas
similares que atendam às características do projeto: altura manométrica máxima de 4,12 m,
altura manométrica mínima de 3,24 m e vazão de 3,50 L/s.

7.8 ELEVATÓRIA DE LODO FINAL

Vazão adotada: 9,30 L/s


NA máximo (NA máx.): 909,500 m
NA mínimo (N.A mín.): 908,500 m
Cota de destino (C destino): 910,060 m
Altura geométrica máxima (Hgmáx.) = Cdestino (m) - N.A mín. (m) = 910,060 - 908,500 = 1,56 m
Altura geométrica mínima (Hgmín.) = Cdestino (m) - N.A máx. (m) = 910,060 - 909,500 = 0,56 m.

1º Trecho: Linha do Barrilete

O Quadro 7.10 mostra o coeficiente de perda de carga localizada no 1º trecho.

Quadro 7.10 - Coeficiente de Perda de Carga Localizada no 1º Trecho.

Peças Contribuintes Quant. K Total

Curva de 90º 1 0,40 0,40


Válvula de retenção 1 2,50 2,50
Válvula de gaveta aberta 1 0,20 0,20
Tê - saída de lado 1 1,30 1,30
Tê - passagem direta 1 0,60 0,60
Soma 5,00

Comprimento do primeiro trecho (L): 3,20 m


Coeficiente de rugosidade (C): 130
Diâmetro no trecho (D): 100 mm
Velocidade do escoamento: 1,18 m/s.

Portanto, as perdas de cargas contínua e localizadas no trecho de barrilete serão:

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

2º Trecho: Linha de Recalque Ferro Fundido

A partir da equação de Bresse tem-se diâmetro de 96 mm. Foi adotado diâmetro de 100 mm. E
a velocidade do escoamento calculada foi 1,18 m/s. Portanto, atende a Norma Técnica.

O Quadro 7.11 mostra o coeficiente de perda de carga localizada no trecho do recalque.

Quadro 7.11 - Coeficiente de Perda de Carga Localizada no Recalque - Trecho Fofo.

Peças Contribuintes Quant. K Total

Curva de 22º30' 2 0,10 0,20


Válvula de gaveta aberta 1 0,20 0,20
Tê, saída de lado 2 1,30 2,60
Tê, passagem direta 1 0,60 0,60
Curva de 90º 10 0,40 4,00
Soma 7,60

Comprimento do primeiro trecho (L): 19,95 m


Coeficiente de rugosidade (C): 130
Diâmetro no trecho (D): 100 mm

Portanto, as perdas de cargas contínua e localizadas serão:

3º Trecho: Linha de Recalque - Mangote

O Quadro 7.12 mostra o coeficiente de perda de carga localizada no trecho do recalque.

Quadro 7.12 - Coeficiente de Perda de Carga Localizada no Recalque.

Peças Contribuintes Quant. K Total

Redução gradual 1 0,15 0,15


Curva de 90º 1 0,40 0,40
Saída de canalização 1 1,0 1,00
Soma 1,55
Comprimento do primeiro trecho (L): 15,40 m
Coeficiente de rugosidade (C): 140
Diâmetro no trecho (D): 101,6 mm (4”)

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VOLUME IV – PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Portanto, as perdas de cargas contínua e localizadas serão:

Curva do Sistema

Altura manométrica máxima = 1,56 + 0,36 + 0,054 + 0,54 + 0,34 + 0,10 + 0,21 = 3,16 m
Altura manométrica mínima = 0,56 + 0,36 + 0,054 + 0,54 + 0,34 + 0,10 + 0,21 = 2,16 m.

Análise do conjunto motobomba do fornecedor Schneider BCS-350 1 CV

Os pontos correspondentes à curva característica da bomba e os pontos para a construção do


gráfico de curvas características do sistema estão apresentados nos Quadros 7.13 e 7.14.

Quadro 7.13 - Pontos da Curva Característica da Bomba.

Vazão Altura
manométrica
(l/s) m³/h m
1,9 7,0 7,10
2,8 10,0 7,00
4,2 15,0 6,60
5,6 20,0 6,00
6,9 25,0 5,60
8,3 30,0 5,10
9,7 35,0 4,70
11,1 40,0 4,00
12,5 45,0 3,30
13,9 50,0 2,70
15,3 55,0 2,00

Quadro 7.14 - Pontos da Curva Característica do Sistema.

Altura manométrica
Vazão
Mínima Máxima
(L/s) m³/h m m
1,9 7,0 0,62 1,62
2,8 10,0 0,68 1,68
4,2 15,0 0,83 1,83
5,6 20,0 1,04 2,04
6,9 25,0 1,28 2,28
8,3 30,0 1,59 2,59
9,7 35,0 1,96 2,96
11,1 40,0 2,39 3,39
12,5 45,0 2,86 3,86

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

13,9 50,0 3,39 4,39


15,3 55,0 3,98 4,98

Os pontos de operação da bomba são definidos pelo ponto de interseção da curva da bomba
com a curva do sistema, conforme apresentado na Figura 7.10.

Figura 7.10 - Curva x Curva do sistema.

Portanto, os pontos de operação serão: Q mínimo: 42,5 m3/h = 11,81 L/s Hmanmáx: 3,65 mca
3
Q máxima: 47,0 m /h = 13,06 L/s Hmanmín: 3,05 mca.

PCalculada = 3,65 m x 11,81 L/s / (75 x 44,40 %) = 1,29 cv x 50% (Margem de segurança
recomendável: 50%) = 1,94 cv - Potência comercial: 2 cv.

P Calculada = 3,05 m x 13,06 L/s / (75 x 44,40 %) = 1,20 cv


Potência nominal: 1,20 cv x 50% = 1,80 cv - Potência comercial: 2 cv.

As Figuras a seguir apresentam os conjuntos motobombas analisados.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Figura 7.11- Bomba analisada para a Elevatória de Lodo Final.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Figura 7.12 - Bomba analisada para a Elevatória de Lodo Final.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Análise do conjunto motobomba do fornecedor Xylem NP 3085 SH 3 ~Adaptive 455

Os pontos correspondentes à curva característica da bomba e os pontos para a construção do


gráfico de curvas características do sistema estão apresentados nos Quadros 7.15 e 7.16.

Quadro 7.15 - Pontos da Curva Característica da Bomba.

Vazão Altura
manométrica
(l/s) m³/h m
0,0 0,0 8,00
1,0 3,6 7,10
2,0 7,2 6,40
3,0 10,8 5,80
4,0 14,4 5,30
5,0 18,0 4,80
6,0 21,6 4,30
7,0 25,2 3,70
8,0 28,8 3,10
9,0 32,4 2,40
10,0 36,0 1,60
10,8 38,9 1,00

Quadro 7.16 - Pontos da Curva Característica do Sistema.

Altura manométrica
Vazão
Mínima Máxima
(L/s) m³/h m m
0,0 0,0 0,56 1,56
1,0 3,6 0,58 1,58
2,0 7,2 0,64 1,64
3,0 10,8 0,70 1,70
4,0 14,4 0,81 1,81
5,0 18,0 0,94 1,94
6,0 21,6 1,11 2,11
7,0 25,2 1,30 2,30
8,0 28,8 1,52 2,52
9,0 32,4 1,77 2,77
10,0 36,0 2,05 3,05
10,8 38,9 2,29 3,29

Os pontos de operação da bomba são definidos pelo ponto de interseção da curva da bomba
com a curva do sistema, conforme apresentado na Figura 7.13.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Figura 7.13 – Curva x Curva do sistema.

Portanto, os pontos de operação serão: Q mínimo: 31,0 m3/h = 8,61 L/s Hmanmáx: 2,65 mca
Q máxima: 34,5 m3/h = 9,58 L/s Hmanmín: 1,92 mca.

PCalculada = 2,65 m x 8,61 L/s / (75 x 50 %) = 0,61 cv x 50% (Margem de segurança


recomendável: 50%) = 0,91 cv - Potência comercial: 1 cv.

P Calculada = 1,92 m x 9,58 L/s / (75 x 50 %) = 0,49 cv


Potência nominal: 0,49 cv x 50% = 0,74 cv - Potência comercial: 1 cv.

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VOLUME IV – PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Figura 7.14 - Bomba analisada para a Elevatória de Lodo Final.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Figura 7.15 - Bomba analisada para a Elevatória de Lodo Final.

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VOLUME IV – PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Figura 7.16 - Bomba analisada para a Elevatória de Lodo Final.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Análise do conjunto motobomba do fornecedor Ebara 100DL61.5

Os pontos correspondentes à curva característica da bomba e os pontos para a construção do


gráfico de curvas características do sistema estão apresentados nos Quadros 7.17 e 7.18.

Quadro 7.17 - Pontos da Curva Característica da Bomba.

Vazão Altura
manométrica
(l/s) m³/h m
0,0 0,0 6,78
1,0 3,6 6,50
2,0 7,2 6,30
3,0 10,8 6,10
4,0 14,4 5,90
5,0 18,0 5,70
6,0 21,6 5,50
7,0 25,2 5,22
8,0 28,8 5,00
9,0 32,4 4,80
10,0 36,0 4,50
11,0 39,6 0,00
12,0 43,2 4,00
13,0 46,8 3,80
14,0 50,4 3,60
14,4 51,8 3,50

Quadro 7.18 - Pontos da Curva Característica do Sistema.

Altura manométrica
Vazão
Mínima Máxima
(L/s) m³/h m m
0,0 0,0 0,56 1,56
1,0 3,6 0,58 1,58
2,0 7,2 0,64 1,64
3,0 10,8 0,70 1,70
4,0 14,4 0,81 1,81
5,0 18,0 0,94 1,94
6,0 21,6 1,11 2,11
7,0 25,2 1,30 2,30
8,0 28,8 1,52 2,52
9,0 32,4 1,77 2,77
10,0 36,0 2,05 3,05
11,0 39,6 2,35 3,35
11,0 39,6 2,35 3,35
12,0 43,2 2,69 3,69
13,0 46,8 3,05 4,05
14,0 50,4 3,44 4,44
14,4 51,8 3,60 4,60

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VOLUME IV – PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Os pontos de operação da bomba são definidos pelo ponto de interseção da curva da bomba
com a curva do sistema, conforme apresentado na Figura 7.17.

Figura 7.17 – Curva x Curva do sistema.

Portanto, os pontos de operação serão: Q mínimo: 45,0 m3/h = 12,50 L/s Hmanmáx: 3,90 mca
Q máxima: 51,0 m3/h = 14,17 L/s Hmanmín: 3,50 mca.

PCalculada = 3,90 m x 12,50 L/s / (75 x 42,08%) = 1,54 cv x 50% (Margem de segurança
recomendável: 50%) = 2,32 cv - Potência comercial: 2 cv.

P Calculada=3,50 m x 14,17 L/s/(75 x 42,08%) = 1,57 cv x 50% = 2,36 cv Potência comercial: 2 cv.

As Figuras a seguir apresentam as curvas dos conjuntos motobombas analisados.

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VOLUME IV – PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Figura 7.18 - Bomba analisada para a Elevatória de Lodo Final.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Adotou-se o conjunto motobomba do fabricante Schneider, porém o conjunto motobomba é


apenas de referência, pode-se utilizar outros conjuntos motobombas com caraterísticas
similares que atendam às características do projeto: altura manométrica máxima de 3,17 m,
altura manométrica mínima de 2,17 m e vazão de 9,30 L/s.

7.9 CASA DE QUÍMICA - PREPARO E DOSAGEM DE POLÍMERO

A aplicação de polímero será realizada na entrada do bag, na linha de recalque da Elevatória


de Lodo Final, tendo como objetivo aperfeiçoar as condições de desidratação dos resíduos
sólidos nas unidades de desaguamento.

Para preparo e dosagem de polímero será implantado padrão COPASA 17.03.002/0.

Os dados básicos do dimensionamento do sistema são apresentados em sequência,


ressaltando que as dosagens de aplicação deverão ser ajustadas pela operação local mediante
ensaios de tratabilidade específico.

7.10 SALA DE DOSAGEM E PREPARO DE POLÍMERO

Abrigará as sacas de polímero, os tanques de preparo e as bombas dosadoras. A aplicação de


polímero na linha de recalque do tanque de sedimentação que conduz o lodo para o leito de
secagem existente tem como objetivo melhorar e acelerar as condições de desidratação dos
resíduos sólidos no interior da unidade.

Os cálculos correspondentes são apresentados a seguir, ressaltando que as dosagens de


aplicação deverão ser ajustadas pela operação local mediante ensaios de trabalhabilidade
específico.

7.10.1 Armazenagem de Polímero

Será fornecido em sacas de 25 kg, que serão mantidas no interior da casa de química,
devendo ser abertas à medida em que forem sendo utilizadas.

Massa de Sólidos gerados nos filtros: 51,03 kg/dia (12,76 kg/dia por filtro)
Massa de Sólidos gerados nos decantadores: 459,27 kg/dia
Concentração Filtro: 12,76 kg/dia ÷ 10,52 m³ = 1,21kg/m³ = 1.212,90 mg/L = 0,12%.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

Volume de lodo diário = 10,63 m³/d x 4 filtros = 42,53 m³/dia

Vazão total de lodo: 88,37 m³/d

Uma saca de 25 kg será suficiente para atender 14 dias.

7.10.2 Preparo do polímero

Concentração no Tanque de Preparo: 0,25 %

7.10.3 Dosagem do Polímero

Vazão de Recalque do tanque de sedimentação: 9,30 L/s (33,48 m³/h)


Concentração da Solução de Polímero: 0,25%
Dosagem: 20 g/m³

Carga de sólidos = (33,48 m³/h x 20 g/m³) ÷ 1000 g/kg = 0,67 kg/h

7.11 DIMENSIONAMENTO DA REDE DE DESCARGA DO DECANTADOR E


FILTRO

Esta rede será implantada com diâmetro de 600 mm, partindo de sua conexão com a rede
existente DN 300 mm.

A rede seguirá pelo pátio da área de implantação da UTR, onde será conectada ao tanque de
sedimentação.

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TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

A vazão referente a lavagem de cada filtro será:

Q= A x U

Em que:

A= área de cada filtro;


U= Velocidade ascensional máxima: 1 m/min.

Assim, temos:

A= 17,78 m²
Q= 17,78 m² x 1 m/min = 17,78 m³/min = 17,78 x 1000 /60 = 296,33 L/s
Q= 296,33 L/s (Vazão da rede de saída dos filtros até o tanque de sedimentação)

A vazão total da rede de descarga da ETA foi calculada adotando-se a somatória da vazão
produzida na lavagem rotineira de cada filtro, acrescida da vazão de remoção do lodo de fundo
dos decantadores, assim, temos:

- Vazão da lavagem de cada filtro = 296,33 L/s;

- Vazão de remoção de lodo dos decantadores = 5,80 L/s.

Portanto, a vazão total da rede de descarga do decantador e filtro será de 302,13 L/s.

A rede projetada DN 200 mm de descarga do decantador e a rede de DN 600 mm do filtro


trabalha em regime de conduto livre.

Sobre a rede DN 600 mm, foi projetada uma caixa de passagem denominada CP-01
(manobra), dotada de sistema de “Stop-Log”, que será responsável pelo redirecionamento do
fluxo e sua interligação no PV-07 projetado.

Assim, temos:

 Para o filtro:

Vazão: 0,2963 m³/s


Comprimento do trecho (L): 59,04 m
Coeficiente de rugosidade (C): 130
Diâmetro (D): 600 mm
Velocidade (V): 1,05 m/s.

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 Para o decantador:

Vazão: 0,0058 m³/s


Comprimento do trecho (L): 45,38 m
Coeficiente de rugosidade (C): 130
Diâmetro (D): 200 mm
Velocidade (V): 0,185 m/s.

Portanto, as perdas de cargas contínua serão:

10,643 L
hcontinuo  ( )  Q1,85
+ C 1,85  D 4,87

 Para o filtro:

10,643 59,04
hcontinuo  ( 1,85 )  0,29631,85
130  0,6 4 ,87

hcontínuo = 0,098m

 Para o decantador:

10,643 45,38
hcontinuo  ( 1,85 )  0,00581,85
130  0,2 4,87

hcontínuo =0,011m

N.A no interior do PV-07 = 908,43 m


N.A do tanque de sedimentação = 908,17 m.

Como o desnível geométrico de 0,26 m é maior que a perda de carga total, existe carga
hidráulica suficiente no sistema para transportar os efluentes até o lançamento no Tanque de
Sedimentação.

7.12 DIMENSIONAMENTO DA REDE DE ESGOTAMENTO DO TANQUE DE


SEDIMENTAÇÃO (ÁGUA CLARIFICADA)

Admitindo que a tubulação de esgotamento de água clarificada trabalha como Tubo Curto, tem-
se:
Q = Cd S

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Q = vazão (m³/s);
Cd = Coeficiente de descarga;
S = área do tubo (m²);
h = altura útil do tanque de sedimentação (m);
Ar = área interna do tanque de sedimentação.

A partir da altura útil do tanque de sedimentação de 2,78 m e do diâmetro de 150 mm da


tubulação de esgotamento de água clarificada do tanque de sedimentação, tem-se o
coeficiente de descarga igual a 0,61 (Azevedo Neto).

A tabela a seguir apresenta o cálculo da vazão de saída do tanque de sedimentação.

Quadro 7.19 – Cálculo da vazão do decantador.

Q (m³/s) Q
h (m) Cd S (m²) máxima
Q = Cd S
(L/s)
2,78 0,61 0,0707 0,3185 318,5

Tempo de esgotamento:

t = (2 Ar/Cd A )x

t= [(2 x 81) / (0,61 x 0,0707 x ((2x9,81)0,5)] x 2,780,5

t= 1.413,96 s, ou seja,

t= 23,57 min

A Tabela a seguir apresenta o dimensionamento do conduto da rede de esgotamento de água


clarificada do Tanque de sedimentação.

Cotas do terreno (m) Cotas do Coletor Profundidade (m) Q I V


Trecho L (m)
Montante Jusante Montante Jusante Montante Jusante l/s (%) (mm) (m/s)

REDE DE ÁGUA CLARIFICADA (POÇO DE SECÇÃO ETA)

Tanque de Sedimentação/Elevatória de Lodo Total 131,15 909,100 909,444 905,61 904,845 3,49 4,6 318,5 0,014 1,4 4,5

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VOLUME IV – PROJETO BÁSICO DA UNIDADE DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS
TOMO I: MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA E MÉMORIAS DE CÁLCULO

8 RECOMENDAÇÕES PARA IMPLANTAÇÃO E OPERAÇÃO DA UTR

Recomenda-se que, caso haja a necessidade de adequações da geometria de projeto durante


a execução das obras das unidades de tratamento de resíduos da ETA de Três Corações, em
planta e/ou perfil, ainda que pouco expressivas, sejam realizadas novas sondagens para
confirmação das soluções indicadas em projeto.

Além disso, previamente à execução das obras da UTR da ETA de Três Corações recomenda-
se que sejam confirmadas / verificadas:

 A referência de nível utilizada na fase de elaboração dos projetos e a da obra;


 A compatibilidade das cotas dos furos de sondagem com as do terreno;
 A locação das sondagens em relação às estruturas a serem implantadas;
 A posição do nível d'água (N.A) medido nas sondagens, que pode sofrer alterações ao
longo do tempo.

A melhor dosagem de polímero deverá ser estabelecida pelo Setor de Operação da ETA de
Três Corações, após teste do lodo com dosagens diferentes de polieletrólitos.

O Pátio de Deságue do Lodo da UTR da ETA de Três Corações irá contar com 02 bag’s para a
desidratação do lodo.

Após a constatação do preenchimento completo do bag com a carga de sólidos (lodo fluído) e,
quando o mesmo atingir o teor de sólidos mínimo de 25%, deverá ser providenciada a sua
retirada.

Deverá retirar o lodo desidratado no bag rompido com auxílio de pá carregadeira e caminhão,
tomando cuidado para não danificar a camada drenante do Pátio de Deságue do Lodo da UTR
da ETA de Três Corações.

Os sólidos retirados nos bag’s deverão ser encaminhados para locais adequados, como aterros
sanitários licenciados. O local de disposição final do lodo desidratado será definido pelo Distrito
Operacional da COPASA / MG.

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