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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA MECÂNICA

DANILO VAGO DIAS

MANUTENÇÃO CONFORME A PORTARIA N° 3523 – ANVISA NOS


CONDICIONADORES DE AR: UM ESTUDO DE CASO NA UNIDADE
ADMINISTRATIVA DO IFES CAMPUS VITÓRIA

Vitória
2022
DANILO VAGO DIAS

MANUTENÇÃO CONFORME A PORTARIA N° 3523 – ANVISA NOS


CONDICIONADORES DE AR: UM ESTUDO DE CASO NA UNIDADE
ADMINISTRATIVA DO IFES CAMPUS VITÓRIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à


Coordenadoria do Curso de Engenharia Mecânica do
Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vitória, como
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Mecânica.

Orientador: Prof. Claudio Valério de Paula Brotto

Coorientador: Prof. Dr. José Barrozo de Souza.

Vitória
2022
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me conceder mais essa vitória de obter um título tão
sonhado de engenheiro mecânico e por ter me abençoado em toda minha vida, além
da família que me concedeu.

A minha mãe, Lucenir Vago Pereira Dias, ao qual serei eternamente grato por todo
apoio, incentivo e dedicação para que eu chegasse à conclusão do curso. Pela criação
com tanto amor e carinho, ela é peça fundamental dessa conquista.

Ao meu pai, Gilson Roberto Dias, que mesmo não podendo ver seu sorriso orgulhoso
na plateia, saberá que, esteja onde estiver, estará sentindo o mesmo que sinto agora,
e que se as palavras não podem chegar-lhe aos ouvidos, elevo meu pensamento a
Deus e o agradeço por ter existido em minha vida.

Em especial ao meu Professor Orientador Claudio Valério de Paula Brotto e ao


Professor Coorientador Dr. José Barrozo de Souza, que foram verdadeiramente
orientadores, que com todo os seus conhecimentos não mediram esforços para me
passá-los, sempre facilitando minha compreensão por meio de novas abordagens.
Agradeço por toda a paciência dos professores nos momentos difíceis do trabalho.
A empresa, Ifes Campus Vitória que participou desse estudo fornecendo dados que
suportaram a pesquisa.
“Se eu vi mais longe, foi porque estava
sobre ombros de gigantes”.

Isaac Newton
RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi realizado para um estudo de


caso sobre Manutenção Preventiva para os condicionadores de ar da Unidade
Administrativa Zenaldo Rosa da Silva do IFES Campus Vitória, por meio do
levantamento dos condicionadores de ar da referida unidade administrativa foi
comprovado o benefício de um plano de manutenção operação e controle. Propondo
assim a correta manutenção de todo o sistema climatizado do Unidade Administrativa
Zenaldo Rosa da Silva do IFES Campus Vitória, e também propondo a adequação à
legislação vigente em especial a portaria 3.523/98 de 28 de agosto de 1998 da
ANVISA, que instituiu o PMOC e Norma ISO 41001:2018. Assim visando uma
melhoria na qualidade do ar nos interiores dos ambientes climatizados da unidade,
também como reduzir a probabilidade de quebras em todo o sistema de climatizadores
por se tratar de uma manutenção preventiva.

Palavras-chave: Manutenção, Plano de manutenção, Ar condicionado.


ABSTRACT

The present Course Completion Work (TCC) was carried out for a case study on
Preventive Maintenance for the air conditioners of the Zenaldo Rosa da Silva
Administrative Unit of the IFES Campus Vitória, through the survey of the air
conditioners of the aforementioned administrative unit. proven benefit of an operation
and control maintenance plan. Thus proposing the correct maintenance of the entire
air-conditioned system of the Zenaldo Rosa da Silva Administrative Unit of the IFES
Campus Vitória, and also proposing the adaptation to the current legislation, in
particular the ordinance 3.523/98 of August 28, 1998 by ANVISA, which established
the PMOC and ISO 41001:2018 Standard. Thus, aiming at an improvement in the air
quality inside the air-conditioned environments of the unit, as well as reducing the
probability of breaks in the entire air conditioning system, as it is a preventive
maintenance.

Keywords: Maintenance, Maintenance plan, Air conditioning.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estruturação e desenvolvimento da pesquisa .......................................... 10


Figura 2 – Ciclo de refrigeração por compressão...................................................... 14
Figura 3 – Sistema de refrigeração de brometo de lítio............................................. 14
Figura 4 – Bomba de calor durante o verão .............................................................. 15
Figura 5 – Bomba de calor durante o inverno ........................................................... 16
Figura 6 – Umidistato e umidificador ......................................................................... 17
Figura 7 – Tipos mais utilizados de ventiladores ....................................................... 17
Figura 8 – Queda do jato de ar frio e do jato de ar quente ........................................ 19
Figura 9 – A metodologia PDCA de acordo com a ISSO 41001 ............................... 22
Figura 10 – Processo de três etapas para realizar revisão da literatura ................... 29
Figura 11 – Principais disciplinas disponíveis sobre o tema ..................................... 31
Figura 12 – Anos de publicações dos principais periódicos disponíveis sobre o tema
.................................................................................................................................. 31
Figura 13 – Países com publicações mais relevantes sobre o tema ......................... 32
Figura 14 – Principais áreas de pesquisas mais relevantes sobre o tema ................ 32
Figura 16 – Efeito dos custos na periodicidade de manutenção preventiva .............. 43
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Conteúdo das cláusulas da ISO 41001 ................................................... 21


Tabela 2 – Critérios de avaliação do RPN com base no julgamento da equipe ........ 28
Tabela 3 – Índice da Web of Science ........................................................................ 32
Tabela 4 – Artigos prioritários selecionados .............................................................. 34
Tabela 5 – Informações coletadas dos condicionadores de ar ................................. 36
Tabela 6 – Ações recomendadas para realização de um PMOC .............................. 42
Tabela 7 – Fatores que afetam a configuração da periodicidade de manutenção .... 44
10

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15
2.1 OBJETIVO GERAL: ......................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ........................................................................... 15
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 16
3.1 CONDICIONADOR DE AR .............................................................................. 16
3.1.1 Tipos de aparelhos condicionadores de ar ........................................... 17
3.1.2 Umidificação ............................................................................................ 20
3.1.3 Ventilação ................................................................................................. 21
3.1.4 Filtragem ................................................................................................... 22
3.1.5 Circulação ................................................................................................ 22
3.1.6 Controle Automático ............................................................................... 24
3.2 GESTÃO DE MANUTENÇÃO .......................................................................... 24
3.3 PLANO DE MANUTENÇÃO E CONTROLE – PMOC...................................... 29
3.4 LEGISLAÇÕES PERTINENTES ...................................................................... 30
3.5 MODOS DE FALHAS E FAILURE MODE AND EFFECT ANALYSIS – FMEA 30
4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 33
4.1 PLANEJANDO A REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................. 34
4.2 REALIZANDO A REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................. 34
4.3 VISÃO GERAL DA AMOSTRA DESCRITIVA .................................................. 37
4.4 LOCAL DE APLICAÇÃO DO TRABALHO ....................................................... 38
4.5 LEVANTAMENTO NA UNIDADE ADMINISTRATIVA ...................................... 39
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 40
5.1 RESULTADOS OBTIDOS NO LEVANTAMENTO NA UNIDADE
ADMINISTRATIVA ................................................................................................. 40
5.2 IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO CORRETA DE UM PLANO DE
MANUTENÇÃO...................................................................................................... 42
5.2.1 Importância da Aplicação da Gestão da Manutenção .......................... 42
5.2.2 Importância da Aplicação do Failure Mode and Effect Analysis –
FMEA.................................................................................................................. 43
5.3 AÇÕES RECOMENDADAS PARA APLICAÇÃO DE UM PLANO DE
MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E CONTROLE - (PMOC) ........................................ 45
5.4 PERIODICIDADE DO PLANO DE MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E CONTROLE
- (PMOC) ................................................................................................................ 46
11

5.5 INFORMAÇÕES SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO


OPERAÇÃO E CONTROLE (PMOC) NA
UNIDADEADMINISTRATIVA..................................................................................44
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 50
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 51
ANEXO A – FICHA PMOC (padrão Agencia Nacional de Vigilância Sanitária) ........ 56
ANEXO B – CARTA DE AUTORIZAÇÃO DO ACADÊMICO PESQUISADOR ......... 58
ANEXO C - PORTARIA GM/MS nº 3.523, de 28 de agosto de 1998........................ 61
ANEXO D - RESOLUÇÃO – RE/ANVISA nº 9, de 16 de janeiro de
2003.................................................................................................................... 65
ANEXO E - PLANO MÍNIMO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DO
EDITAL................................................................................................................ 66
ANEXO F - DEFINIÇÕES QUANTO AO LAUDO DE ANÁLISE DO AR DO
EDITAL.................................................................................................................67
12

1 INTRODUÇÃO

O planejamento da manutenção do sistema de infraestrutura pública ou privada visa


determinar qual instalação deve ser reparada, quando e como a manutenção deve ser
realizada e qual tratamento deve ser usados dentro do orçamento e outras restrições
de recursos. Na literatura existente, vários modelos de simulação e otimização foram
desenvolvidos para ajudar a selecionar o plano de manutenção ideal (OMKAR
DHATRAK et al., 2020).

Nos estudos dos pesquisadores Omkar Dhatrak et al., (2020), eles enfatizam que os
modelos desenvolvidos negligenciaram a propagação da deterioração entre as
instalações conectadas adjacentes do sistema de infraestrutura de rede. Por exemplo,
uma instalação que recebe manutenção zero ou que apresenta uma falha no
tratamento de manutenção afeta não apenas a própria condição, mas também a taxa
de deterioração das instalações vizinhas e, consequentemente o custo econômico de
manutenção.

O custo econômico dos edifícios depende em grande parte do controle e manutenção


de equipamentos de aquecimento, ventilação e ar condicionado (PEREZ-LOMBARD
LUIS, et al., 2011). Por exemplo, negligenciar qualquer degradação no desempenho
ou mesmo falhas no controle e manutenção de equipamentos de aquecimento,
ventilação e ar condicionado levará irremediavelmente a um aumento dos custos para
os gerentes de instalações, proprietários e ou responsáveis pelos edifícios.

Embora as decisões de controle tenham um impacto direto no consumo de energia o


efeito da degradação do desempenho é mais complexo e essencialmente duplo:
primeiro, aumento do consumo de recursos para compensar a ineficiência do sistema
(ZHANG; HONG 2017); em segundo lugar, falha no cumprimento dos pontos de ajuste
determinados, levando à diminuição do conforto dentro do edifício (com perda de
produtividade, reclamações, etc.) (WANG et al., 2013).

Esse impacto centrado no ser humano aumenta o custo de manutenção, que deve ser
programado de maneira ideal para minimizar os efeitos econômicos adversos gerais.
Em poucas palavras, o controle, conjunto e a manutenção preditiva é um problema de
13

otimização complexo e amplamente não resolvido, envolvendo o projeto conjunto de


estimativa e controle. (BALDI S., et al., 2015).

Por envolver a monetização do desempenho e desconforto do controle e manutenção


de equipamentos de aquecimento, ventilação e ar condicionado, a formulação e a
solução desse problema de controle são relevantes, entretanto complexo.
(MATHEWS et al., 2000).

Com o propósito de abordar essa pesquisa de forma objetiva esse Trabalho de


Conclusão de Curso (TCC) está estruturado na seguinte ordem. No capítulo 2 relata
os Objetivos. No capítulo 3 é descrito a Fundamentação Teórica. No capítulo 4 é
mostrada a Metodologia e Desenvolvimento. No capítulo 5 são apresentadas os
Resultados e Discussões. E no capítulo 6 a Conclusão.

Para colocar a contribuição científica em seu contexto, a Figura 1 apresenta o


delineamento da pesquisa, ou seja, a estruturação e o desenvolvimento do TCC.
14

Figura 1 – Estruturação e desenvolvimento da pesquisa

Fonte: adaptado pelo autor, a partir da revisão bibliográfica (2021)


15

2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL:
O presente Trabalho de Conclusão de Curso apresenta o seguinte objetivo geral:
I. Fazer um levantamento da manutenção dos aparelhos de ar da Unidade
Administrativa do Ifes Campus Vitória e demonstrar a importância de ser
seguido um Plano de Manutenção Operação e Controle na Unidade
Administrativa do Ifes Campus Vitória, com base nas exigências atribuídas
pela Portaria N0 3.523, de 28 de agosto de 1998 da ANVISA e Norma ISO
41001:2018.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:


I. Inventariar os aparelhos condicionadores de ar instalados na Unidade
Administrativa do Ifes Campus Vitória;
II. Registrar os principais e possíveis modos de falhas nos aparelhos
condicionadores de ar instalados na Unidade Administrativa do Ifes Campus
Vitória;
III. Demonstrar os benefícios do Plano de Manutenção e controle para os
aparelhos condicionadores de ar instalados na Unidade Administrativa do
Ifes Campus Vitória.
16

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Avaliar o plano de renovação de um sistema de ar condicionado (ou unidades que o


compõem) é uma tarefa importante para os gerentes de instalações. A cada
renovação, é necessário avaliar o tempo de renovação, fazer a manutenção dos
equipamentos e otimizar a eficiência econômica.

Com o crescimento global, a partir das exigências da eficiência energética relacionada


à demanda para assegurar o padrão de vida do ser humano, o estudo a partir de uma
pesquisa aplicada, utilizando a técnica metodológica estudo de caso sustentada por
uma revisão bibliográfica e por análise de documentos extraídos a partir das
legislações pertinentes produzirá uma discussão sobre a fundamentação teórica em
relação às estratégias proativas exigidas pela Norma ISO 41001:2018, Portaria N0
3.523, de 28 de agosto de 1998 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA.

3.1 CONDICIONADOR DE AR

Embora a operação contínua de ar condicionado seja comum, há muitos


condicionadores de ar, que funcionam intermitentemente de acordo com os
comportamentos de ocupação (DARKWA et. al., 2019) e (KISHORE et al., 2020).

O ar condicionado é a unidade convencional de tratamento de ar doméstico ou em


salas de departamentos. Funciona principalmente para controlar a temperatura do ar
interior com modos de funcionamento de refrigeração e aquecimento (FENG ZHOU
et. al., 2021).

Embora o ar condicionado também possa ser usado como um desumidificador, a


temperatura de evaporação deve ser ajustada abaixo da temperatura do ponto de
orvalho do ar durante a desumidificação. Isso resultará em baixa temperatura do ar
fornecido, o que significa que a desumidificação traz temperatura mais baixa.
17

3.1.1 Tipos de aparelhos condicionadores de ar

3.1.1.1 Máquinas de Refrigeração por Compressão

O ciclo de refrigeração que iremos tratar é o ciclo de compressão, normalmente o mais


utilizado e importante.

3.1.1.2 Ciclo de Refrigeração de Carnot

O ciclo de Carnot é um ciclo ideal e teórico, onde trabalharia com a máxima eficiência
da máquina. O ciclo de Carnot pode ser dividido em quatro processos: compressão
adiabática, rejeição isotérmica de calor, expansão adiabática e fornecimento
isotérmico de calor (STOECKER, 1985).

3.1.1.3 Ciclo de Refrigeração Real

No ciclo real (Fig. 2), o ar refrigerante segue a seguinte análise: (Stoecker, 1985)

1. No compressor, acontece uma compressão adiabática do ar refrigerante até a


pressão de condensação.

2. No condensador, acontece a rejeição de calor a pressão constante,


diminuindo a temperatura do refrigerante e condensando-o.

3. Na válvula de expansão, ocorre a expansão isentrópica do estado de liquido


saturado até a pressão de evaporação.

4. Na última etapa, o gás no evaporador retira calor do ambiente desejado sob


pressão constante, evaporando o gás até o estado de vapor saturado.
18

Figura 2 – Ciclo de refrigeração por compressão

Fonte: (Silva, 2013)

3.1.1.4 Máquinas de Refrigeração por Absorção

Estes são os equipamentos que utilizam o Ciclo de Refrigeração por Absorção. Este
ciclo envolve quatro tanques: um absorvedor, um gerador, um condensador e um
evaporador (Fig. 3).

Figura 3 - Sistema de refrigeração de brometo de lítio

Fonte: (MILLER, Segunda Edição, 2014).


19

Como exemplificado na Fig. 3: o Absorvedor recebe o vapor d’água vindo do


Evaporador, esse vapor é absorvido pelo brometo de lítio e bombeado para o tanque
do Gerador. No tanque do Gerador esta solução recebe calor de uma fonte externa,
normalmente proveniente de uma caldeira queimando um gás natural. Com isso o
vapor d’água da solução evapora e segue para o Condensador, a concentração de
brometo de lítio restante no Gerador é encaminhada de volta ao Absorvedor. Esta
solução é de suma importância para o transporte deste vapor. No Condensador este
vapor é resfriado por uma serpentina, transformando-o em água e devolvido ao
Evaporador. No Evaporador, através de uma outra serpentina, acontece a troca de
calor para o resfriamento da área desejada (MILLER, Segunda Edição, 2014).

3.1.1.5 Bombas de Calor

Normalmente utilizadas principalmente para o aquecimento de chuveiros ou piscinas,


as bombas de calor utilizam o calor gerado de um condensador em um sistema de
refrigeração mecânico. Sua funcionalidade é variável ao ambiente.

Figura 4 - Bomba de calor durante o verão

Fonte: (MILLER, Segunda Edição, 2014).


20

Pode trabalhar com o resfriamento em uma temporada de muito calor (Fig. 4), ou ter
sua função invertida e trabalhar com o aquecimento em uma temporada de muito frio
(Fig. 5).

Figura 5 - Bomba de calor durante o inverno

Fonte: (MILLER, Segunda Edição, 2014).

3.1.2 Umidificação

A umidificação de um aparelho refrigerador de ar é de suma importância para trazer o


equilíbrio e bem estar do ambiente. No inverno muitas regiões costumam ficar com
baixas umidades, a função de umidificação supre essa carência (STOECKER, 1985).

Os umidistatos são instalados dentro do espaço condicionador do ar. Podem ser do


tipo mecânico ou elétrico. O do tipo mecânico analisa a variação da umidade de
relativa de acordo com alguma propriedade mecânica (comprimento de sensores de
nylon). Já o do tipo elétrico essa análise é realizada pela modificação de alguma
propriedade elétrica como resistência ou capacitância (STOECKER, 1985).

Normalmente os umidistatos introduzem o vapor de água diretamente na corrente de


ar, aumentando assim a umidade que esse ar será distribuído, podemos ver esse ciclo
na Fig. 6 (STOECKER, 1985).
21

Figura 6 - Umidistato e umidificador.

Fonte: (STOECKER, 1985).

3.1.3 Ventilação

A ventilação dos condicionadores de ar pode ser realizada por diversos dispositivos


de acordo com sua função. Os mais utilizados são os ventiladores do tipo hélice, tubo
axial, fluxo direcionado e centrífugo, como podemos observar na Fig. 7 (MILLER,
Segunda Edição, 2014).

Figura 7 - Tipos mais utilizados de ventiladores

Fonte: (MILLER, Segunda Edição, 2014).

É necessário também analisar o desempenho do ventilador. Esse desempenho é


analisado de acordo com o volume de ar pelo tempo, a pressão total, a velocidade de
rotação e a potência (MILLER, Segunda Edição, 2014).
22

Para a seleção adequada do ventilador deve-se levar em consideração a capacidade


requerida, a pressão estática do sistema, o tipo de aplicação, a montagem do sistema,
o nível de ruído e o uso do espaço. Normalmente quando não existe um sistema de
duto necessário, o ventilador tipo hélice utilizado pela economia e simplicidade. Caso
haja um sistema de duto, normalmente é utilizado o do tipo centrifugo ou axial
(MILLER, Segunda Edição, 2014).

3.1.4 Filtragem

A filtragem dos aparelhos condicionadores de ar possui a função de remover todas as


impurezas no ar, como fumaças, poeiras e corpos estranhos. Essa filtragem é
necessária para a proteção tanto do aparelho quanto para a respiração das pessoas
no ambiente refrigerado. Caso contenha uma grande quantidade de sujeira a vazão
do fluxo de ar pode ser interrompida, causando danos ao motor do aparelho. Por isso
é muito importante a limpeza programada desses filtros para um bom rendimento da
filtragem (MILLER, Segunda Edição, 2014).

Existem três formas de filtragem e limpeza do ar refrigerado: pode ser realizado por
um filtro trocável ou lavável, por um sistema eletrônico de limpeza ou um sistema de
luzes ultravioletas (MILLER, Segunda Edição, 2014).

O sistema mais utilizado é o por limpeza e troca de filtro. A manutenção de filtros


comuns deve ser realizada entre um a três meses de uso, existem filtros mais caros
que esse tempo de troca pode aumentar em até um ano (MILLER, Segunda Edição,
2014).

3.1.5 Circulação

Um outro tópico importante para a realização do resfriamento de um ambiente é como


o ar frio será injetado, ou seja, o percurso e a potência que irá percorrer. Um projeto
inadequado pode gerar um uma má circulação do ar, causando um ambiente
desequilibrado termicamente. Por isso é necessário seguir algumas exigências como:
(STOECKER, 1985).
23

1. Deve-se suprir a troca de calor do ambiente com a vazão combinada da


diferença de temperatura entre o ar insuflado pelo aparelho e o ar que retorna.

2. O ar insuflado no ambiente refrigerado não deve possuir velocidade superior a


0,25 m/s em uma altura abaixo da cabeça das pessoas presentes.

3. É necessário ter um gradiente de temperatura no ambiente para possuir um


movimento entre o ar quente e frio da sala.

Outro fator necessário para análise é a localização e o tipo da boca do aparelho que
fará o insuflamento do ar. O projetista deve levar em consideração o comportamento
do ar insuflado, a distribuição da velocidade de ar na entrada como no retorno, os
efeitos de empuxo do gradiente de temperatura e a deflexão (STOECKER, 1985).

Em relação a velocidade, é dada como máxima ao sair da grelha de insuflamento e


decai quanto maior a distância do ponto de velocidade máxima. Deve-se tomar
cuidado com a velocidade de insuflamento pois uma velocidade muito alta pode gerar
ruídos no aparelho. Em relação ao empuxo, ele é responsável pelo deslocamento do
ar frio que acontece no sentido de cima para baixo, com isso o ar quente tende a subir.
É recomendável que não possua objetos que atrapalhem o jato de ar frio, pois a
existência desses objetos resulta esse deslocamento do ar frio até a superfície mais
rapidamente, como podemos observar na Fig. 8.

Esse deslocamento antecipado pode prejudicar os ocupantes pois o jato de ar entrara


em contato com eles e não terá sido difundido corretamente (STOECKER, 1985).

Figura 8 - a) Queda do jato de ar frio e b) Desvio de um jato de ar frio.

Fonte:(STOECKER, 1985).
24

3.1.6 Controle Automático

Uma das funcionalidades de um aparelho refrigerador para o conforto térmico dos


usuários é o controle automático da temperatura. Este controle atua diretamente na
velocidade do ventilador e na medida constante de temperatura do ar do ambiente. A
velocidade do ventilador é ajustada automaticamente para alta caso exista uma
grande diferença entre a temperatura do ambiente e a temperatura solicitada. À
medida que essa diferença for diminuindo o aparelho irá ajustar a velocidade para
média e depois baixa. Outra funcionalidade automática do controle é o de programar
o horário de ligamento do aparelho e o horário de desligamento, podendo ser feito até
variando a temperatura neste intervalo (STOECKER, 1985).

3.2 GESTÃO DE MANUTENÇÃO

O British Standard BS 3811 definiu manutenção como a combinação de todas as


ações técnicas e administrativas, incluindo ações de supervisão, destinadas a manter
um item ou restaurá-lo a um estado em que possa desempenhar uma função exigida
(BRITISH STANDARD INSTITUTE, 1993).

A NBR 15575-1 (ABNT, 2013, p.9) define manutenção como um “conjunto de


atividades a serem realizadas ao longo da vida total da edificação, para conservar ou
recuperar a sua capacidade funcional, e de seus sistemas constituintes de atender as
necessidades e segurança dos seus usuários”.

A manutenção predial é uma questão mundial que trata da satisfação das pessoas
com o serviço. No entanto, minimizar os problemas para atingir um único nível de
satisfação é obrigatório para uma organização e ou instituições. Um novo padrão de
gerenciamento de instalações, a saber, a ISO 41001: Gerenciamento de Instalações
(ISO, 2018) foi introduzido para resolver os problemas crescentes de manutenção.
Esta norma contém dez cláusulas, onde as cláusulas 4 a 10 destacam os processos
essenciais do sistema de gerenciamento de instalações em uma organização
(Consulte o Tabela 1).
25

Tabela 1 – Conteúdo das cláusulas da ISO 41001


Cláusulas Conteúdo
Compreenda a organização e seu contexto.
Contexto da Organização Compreenda as necessidades e expectativas das
partes interessadas.
Determine o sistema de gerenciamento de instalações.
Liderança Definição de liderança.
Política.
Funções, responsabilidades e autoridades da
organização.
Planejamento
Ações para enfrentar os riscos e oportunidades.
Objetivos e planejamento da gestão de instalações.
Recursos.
Pessoa competente
Consciência
Suporte
Comunicação
Informação documentada
Conhecimento organizacional
Planejamento e controle operacional
Operação Coordenação com as partes interessadas
Integração de serviços
Monitoramento, medição, análise e avaliação
Avaliação de desempenho Auditoria interna
Revisão de gerenciamento
Não conformidade e ação corretiva
Melhoria Melhoria contínua
Ações preventivas
Fonte: M. VAN DEN BOOMEN, et al., (2020)

As melhores práticas de manutenção de edifícios são um conjunto de padrões,


diretrizes ou manuais que representam as atividades de manutenção mais eficientes
estabelecidas por autoridades, como a Associação Internacional de Gerenciamento
de Instalações e a Organização Internacional para Padronização (ISO 41001:2018).
26

Esses padrões são essenciais para fornecer entendimento mútuo para as pessoas em
uma área de mercado global e como uma ferramenta de referência para medir a
qualidade do desempenho dentro das organizações.

A ISO 41001 é um padrão de sistema de gerenciamento internacional que fornece as


demandas para sistemas de gerenciamento de instalações. A ISO 41001 foi
desenvolvida pela primeira vez em 2017, com mais de 30 países participando das
discussões. O padrão mais recente utilizado é o ISO 41001: 2018 Facility
Management (FM) - Management Systems - Requirements with Guidance for Use
(ISO 2018).

As cláusulas desta norma são mais bem aplicadas usando a metodologia de processo
PDCA, conforme apresentado na Figura 9.

Figura 9 – A metodologia PDCA de acordo com a ISO 41001.

Fonte: Adaptado pelo autor, a partir da ISO (2018).


27

Existem poucos estudos anteriores sobre a aplicação do ciclo PDCA usando o padrão
ISO 41001 e outros padrões de melhoria de manutenção. Alguns desafios podem
surgir da aplicação desses padrões. De acordo com Amos et al., (2019) os padrões
de benchmark diferem por região, e as métricas de benchmark devem ser
significativas para regiões específicas, especialmente em países em
desenvolvimento.

A estratégia é um aspecto crítico para apoiar a demanda da organização. Referindo-


se à Figura 9 do ciclo PDCA, estratégia e política devem se complementar para a
entrega crucial do resultado do objetivo da organização. Esta seção discute a visão
geral das estratégias de manutenção mais comuns, incluindo alternativas e
adaptabilidade ao ambiente (R. VELMURUGAN e T. DHINGRA, 2015).

Geralmente, as estratégias de manutenção são divididas em duas categorias, ou seja,


manutenção planejada e não planejada (B. Chanter, P. Swallow, 2008). A manutenção
planejada é descrita como organizada e realizada de acordo com um plano
predeterminado. Além disso, um entendimento completo da situação é necessário
para fazer ciclos de trabalho críticos e decisões de substituição. O objetivo principal é
maximizar o desempenho do componente, evitando falhas durante a operação (C.
FERREIRA, 2021).

Existem duas estratégias básicas de manutenção na manutenção planejada, a saber,


preventiva e corretiva (B. Chanter, P. Swallow, 2008). A manutenção preventiva
abrange três tipos de estratégias de manutenção, a saber, manutenção
predeterminada, baseada na condição e preditiva.

O objetivo principal desta estratégia de manutenção é detectar anomalias, reduzir o


potencial de falha e reduzir a degradação do desempenho de um item (BRITISH
STANDARD INSTITUTE, 1984).

A manutenção preventiva predeterminada ou manutenção programada é realizada em


um intervalo de tempo fixo, independentemente da condição do componente. A
manutenção preventiva com base na condição é realizada para avaliar a condição do
componente (ou seja, custo, disponibilidade e condição estão entre os outros fatores),
28

seja de monitoramento de rotina ou contínuo. Finalmente, a manutenção preventiva


preditiva mede a degradação do componente e executa atividades antes do tempo de
falha esperado.

Por outro lado, a manutenção corretiva é realizada depois que os componentes


falharam e as organizações pretendem restaurar o desempenho. Esta estratégia é
usada em componentes de manutenção planejada e não planejada (B. CHANTER, P.
SWALLOW, 2008).

A principal diferença é que os componentes podem operar até que ocorra uma falha
na manutenção planejada. A falha é imprevisível e geralmente leva a reparos de
emergência em manutenções não planejadas.

Este tipo de manutenção é classificado em dois tipos, nomeadamente manutenção


diferida e imediata. A manutenção corretiva adiada é a manutenção adiada sem um
cronograma determinado devido às limitações (ou seja, custo, mão de obra e
materiais), enquanto a manutenção imediata é realizada instantaneamente para evitar
danos graves.

Consideramos situações em que os tratamentos adequados devem ser determinados,


como quando uma inspeção periódica é executada, quando o tempo recomendado
para substituição é atingido, quando ocorre uma falha ou quando um sintoma de falha
é detectado.

Em tais situações, precisamos selecionar um tratamento adequado entre várias


opções, como substituição total, reparo parcial ou não fazer nada. Qualquer
organização pode realizar a manutenção predial, mas a diferença pode ser observada
no feedback de seus usuários em relação ao nível de satisfação.

Em seus estudos Hiroki Iijima, Shozo Takata (2016), informam que tal decisão pode
ser tomada com base em vários fatores, como custo de manutenção, probabilidade
de falha e efeitos da paralisação das instalações ou equipamentos, cada um dos quais
deve ser avaliado para cada opção de tratamento considerado.
29

No caso de um sistema hierárquico, precisamos considerar as relações inclusivas e


complementares entre os itens na avaliação desses fatores. Por exemplo, considere
um compressor com vida útil padrão de oito anos que faz parte de um sistema de ar
condicionado com vida útil padrão de 15 anos. Suponha que o compressor falhe e
seja substituído quando o tempo de operação acumulado do sistema atingir 13 anos.

Se todo o sistema for renovado após 15 anos de operação, ou seja, dois anos após a
troca do compressor, a maior parte da vida do compressor será perdida. Por outro
lado, se o tempo de renovação do sistema for atrasado por um certo número de anos,
o risco de falha do sistema aumentará devido ao aumento da probabilidade de falha
de outras partes do sistema.

As pesquisas de Abaza K. et al., (2004) e Santa-Cruz S, Heredia-Zavoni E. (2011)


corroboram informando que a seleção do tratamento adequado com base nos
resultados futuros da decisão pode-se usar vários métodos, como modelagem de
predição Markoviana, programação dinâmica e a abordagem de opção real.

3.3 PLANO DE MANUTENÇÃO E CONTROLE – PMOC

O Plano de Manutenção Operação e Controle (PMOC), conforme descrito no Anexo


A, o qual é uma medida estipulada pelo Ministério da saúde em conjunto com o
Ministério do Trabalho e Emprego para monitorar e adequar a qualidade do ar em
ambientes de uso coletivo, com caráter de ação preventiva, estabelecida de acordo
com a Lei Nº 13.589, DE 4 de janeiro de 2018, que dispõe sobre a manutenção de
instalações e equipamentos de sistemas de climatização de ambientes (LEI 13.589).

O funcionamento do sistema de climatização de ar condicionado que atingir


capacidade térmica instalada acima de 60.000 Btu/h passou a ser regida pela lei
federal de 4 de janeiro de 2018 aonde há a obrigatoriedade de ser implantado o PMOC
(BRASIL, 2018).

Corroborando, Antonovicz e Weber (2013), afirmam que é obrigatório quando um


estabelecimento ultrapassa a carga térmica de 60.000 Btu/h (ou 5 TR (Tonelada de
Refrigeração = medida da quantidade que pode congelar aproximadamente 907,1847
30

Kg (2000lb) de água em 24 horas)). É especificado também qual o número de


ocupantes de cada ambiente refrigerado e o tipo de atividade desenvolvida no local.
A empresa é analisada num panorama geral, e não apenas por setores. Isto é, se ela
atingiu a carga térmica mínima, terá de providenciar o PMOC (sempre que possível
consultar o CREA do seu estado).

3.4 LEGISLAÇÕES PERTINENTES

• PMOC - Portaria Nº 3.523/GM (28 de agosto de 1998)

• Análise da qualidade do ar - resolução – RE N° 9 (16 de janeiro de 2003)

• Responsabilidade técnica – CREA

• Sistemas de refrigeração, condicionamento de ar e ventilação; manutenção


programada da NBR 13971/97

• Classificação das áreas de contaminação controlada - NBR 13700/96

• Configura infrações a legislação sanitária federal, estabelece as sansões


respectivas, e dá outras providencias - Lei n.º 6.437 (20 de agosto de 1977)

• Determina a publicação de Orientação Técnica elaborada por Grupo Técnico


Assessor, sobre Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em
ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. - Resolução -
RE Nº 176, de 24 de outubro de 2000. 2.5 Ficha PMOC (Padrão ANVISA)

• Norma NBR ISO 41001: 2018 Facility Management (FM) – Management


Systems-Requirements with Guidance for use

3.5 MODOS DE FALHAS E FAILURE MODE AND EFFECT ANALYSIS – FMEA

Às vezes, mesmo os procedimentos mais consolidados e o know-how mais difundido


parecem exigir algumas considerações críticas. A Análise de Modos e Efeito de Falha
(FMEA) é conhecida por ser um procedimento sistemático para a análise de um
sistema para identificar os modos de falha em potencial, suas causas e efeitos no
desempenho do sistema.

A FMEA ou a análise de efeitos e modos de falha é uma abordagem de engenharia


passo a passo para identificar todas as falhas possíveis que podem ocorrer. As falhas
31

são priorizadas considerando a gravidade de suas consequências, a frequência de


ocorrência e a facilidade com que podem ser detectadas.

O modo de falha e a análise de efeito geralmente se referem como FMEA, é uma


ferramenta passo a passo que detecta possíveis defeitos da raiz para eliminá-los. O
risco de um modo de falha está em seus efeitos (ARTUR RĘKAS et al., 2015).

A ferramenta FMEA foi proposta no início da década de 1960 nos EUA, eles a usaram
para uma de suas maiores indústrias que era a automotiva, portanto, eles puderam
descobrir a possível área de falhas que podem ocorrer na fase de projeto
(ZHENYONG et al., 2014).

O objetivo do estudo proposto é avaliar o risco potencial de falha dos condicionadores


de ar por meio da determinação do RPN (número de prioridade do risco), porém, o
RPN poderia ser calculado por uma equação simples que possui três parâmetros
(NADIA BELU et al., 2014):

(1) 𝑅𝑃𝑁 = 𝑂 × 𝑆 × 𝐷 eq.

Onde O são os fatores de risco, S é a ocorrência e gravidade de uma falha e D é a


capacidade de detectar a falha antes de causar danos. O cliente, em nosso caso,
significa o fabricante ou quem se posiciona em seu lugar de forma responsável.

A Tabela 2 inclui os critérios de avaliação da equação RPN, os fatores são a


severidade (S), a probabilidade de ocorrência (O) e a detectabilidade (D) que são
atribuídos pela equipe responsável pela realização desta análise. Observe que o
significado de ppm é uma parte por milhão.
32

Tabela 2: Critérios de avaliação do RPN com base no julgamento da equipe.

Fonte: adaptado pelo autor, a partir de: BASHIR SALAH et al., (2017).
33

4 MATERIAIS E MÉTODOS

A estruturação metodológica projetada para o presente Trabalho de Conclusão de


Curso (TCC) tem o objetivo de fornecer uma estrutura de orientação, conforme a
Norma ISO 41001:2018, consubstanciado com as exigências da Portaria N0 3.523 de
28/08/1998 da ANVISA, e a importância da implantação de um Plano de manutenção
para os condicionadores de ar instalados na Unidade Administrativa do Ifes Campus
Vitória.

Para tanto foi necessário à preparação (“planejamento da revisão da literatura”), um


estágio operacional (“realização da revisão”) e um estágio de relatório
(“documentação da revisão”) (M. PETTICREW e H. ROBERTS, 2006); (D. DENYER
e D. TRANFIELD 2009). Essa abordagem é descrita na Figura 10.

A revisão da literatura centrou-se, na questão científica “Qual a importância em


implantar um plano de manutenção para os aparelhos condicionadores de ar
instalados na unidade administrativa do Ifes Campus Vitória, conforme a Norma ISO
41001:2018, as exigências da Portaria N0 3.523 de 28/08/1998 da ANVISA
consubstanciada com as legislações Lei 13.589/2018 e NBR 13.971/97”?

Figura 10 – Processo de três etapas para realizar revisão da literatura.

Fonte: adaptado pelo autor, a partir de Patrick Dallasega et al., (2018)


34

4.1 PLANEJANDO A REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

No estudo, a ênfase foi entender como os conceitos e princípios de um sistema de


condicionamento de ar são utilizados nas principais edificações. Em particular, o foco
foi entender a Norma ISO 41001:2018, as exigências Lei 13.589/2018, Portaria N0
3.623, de 28/08/1998 ANVISA e na NBR 13.971/97 em prédios públicos.

Para selecionar estudos relevantes, foi realizada uma triagem, com base no resumo
apresentado de cada artigo encontrado na revisão bibliográfica para determinar se o
escopo do documento incluía ou não os conceitos relacionados a Norma ISO
41001:2018, às exigências Lei 13.589/2018, Portaria N0 3.623, de 28/08/1998 ANVISA
e na NBR 13.971/97 em prédios públicos.

4.2 REALIZANDO A REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A busca de palavras-chave, acompanhada por descritores usando o banco de dados


Web of Science da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior). Em seguida, a pesquisa foi ampliada para incluir o Science Direct. A revisão
foi composta de artigos de periódicos, com a preocupação de não perder trabalhos
relevantes.

A busca bibliográfica foi realizada na etapa de seleção por meio das bases de dados
de pesquisa: Web of Science. A literatura foi pesquisada com as palavras-chave
“maintenance” E “building” OU “facilities” E “issues” OU problem” OU “Conditions” OU
“practices” “Air conditioners” OU “Maintenance plan” E “Brazil” que gerou 271 artigos
de pesquisa.

Foram identificadas 10 principais disciplinas usando a abordagem descrita, conforme


Figura 11.
35

Figura 11 – Principais disciplinas disponíveis sobre o tema

Fonte: adaptado pelo autor, a partir da base científica de dados - Web of Science (2021)

Usando as palavras-chave, “maintenance” E “building” OU “facilities” E “issues” OU


“problem” OU “Conditions” OU “practices” “Air conditioners” OU “Maintenance plan” E
“Brazil” a Figura 12 mostra os anos das publicações dos 10 periódicos mais
importantes sobre o tema.

Figura 12 – Anos de publicações dos principais periódicos disponíveis sobre o tema

Fonte: adaptado pelo autor, a partir da base científica de dados - Web of Science (2021)

A Figura 13 mostra em que países estão sendo estudados os temas mais relevantes
sobre otimização do plano de manutenção orientado para energia. E a Figura 14
mostra as principais áreas de pesquisa.
36

Figura 13 – Países com publicações mais relevantes sobre o tema

Fonte: adaptado pelo autor, a partir da base científica de dados - Web of Science (2021)

A Tabela 3 mostra o Índice da Web of Science em termos de citação sobre o tema.


Tabela 3 - Índice da Web of Science.

Fonte: adaptado pelo autor, a partir da base científica de dados - Web of Science (2021)

Figura 14 – Principais áreas de pesquisas mais relevantes sobre o tema

Fonte: adaptado pelo autor, a partir da base científica de dados - Web of Science (2021)
37

Após um novo processo de refino utilizando os seguintes filtros: Artigo de revisão,


Elsevier, Ano de publicação 2021, Idioma inglês, Science Citation Index Expanded
(SCI-Expanded), Engenharia multidisciplinar foram selecionados 50 artigos.

Assim, foram desenvolvidos os seguintes critérios para ajudar a decidir quais estudos
incluir:
• O estudo centrou-se no escopo, considerando a pergunta de pesquisa e os
objetivos traçados para a pesquisa e em qualquer tipo de proximidade.
• Artigos publicados nos anos de 2021.
• Artigos mais citados no ano de 2021.

Foram manualmente excluídos todos os artigos não alinhados a esses critérios. Foram
identificados 07 artigos que enfocaram os conceitos sobre conteúdos relacionados
com os processos de condicionadores de ar e sistemas de manutenção empregados.

Para validar a amostra, foi dispensada uma atenção especial à confiabilidade e


validade dos periódicos utilizados, considerando as suas indexações nos referidos
bancos de dados. Assim sendo foi criado um arquivo biblioteca eletrônica com o
objetivo de guardar os artigos extraídos dos referidos periódicos.

4.3 VISÃO GERAL DA AMOSTRA DESCRITIVA

A amostra final contém 07 estudos, dos quais 03 tiveram um foco geral com conteúdo
sobre sistemas de condicionamento de ar e seus controles, operação e manutenção,
custos e conforto térmico. Os estudos estão disponíveis a partir do ano de 2021, sem
um pico claro em publicações relevantes para o nosso tópico, então foi o ponto de
partida da discussão acadêmica dos conceitos sobre o escopo da pesquisa. A tabela
4 mostra os 03 artigos prioritários, finalmente selecionados.
38

Tabela 4 – Artigos prioritários selecionados

Fonte: adaptado pelo autor, a partir da base científica de dados - Web of Science (2021)

Nossas descobertas descritivas sustentam nossa crença anterior na necessidade de


estudos conceituais que combinem insights de outros campos, como gestão ou
inovação, para fornecer bases para a reflexão crítica.

4.4 LOCAL DE APLICAÇÃO DO TRABALHO

O Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), Campus Vitória é uma instituição pública
federal localizada no Estado do Espírito Santo, Brasil, na Região Metropolitana, mais
precisamente no município de Vitória. Atualmente com um quadro de servidores de
3083 ativos, incluindo Técnicos Administrativos e Docentes. O Campus tem
regularmente matriculados em seus diversos cursos um total de aproximadamente 17
mil alunos.

O Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), Campus Vitória ocupa uma área de
aproximadamente 55.916,70 m². As edificações de salas de aula, laboratórios estão
divididos em 102 salas, todos contando com sistemas de refrigeração, a biblioteca
39

ocupa o prédio de três andares onde também está situada as salas de servidores e o
auditório, a administração e saguão também estão nas imediações.

Especificamente, a Unidade Administrativa que na data de 06 de novembro de 2020


passou a ter o nome de Zenaldo Rosa da Silva, será o nosso alvo de estudo. A
Unidade Administrativa ocupa uma área de 11.808,74 m2.

4.5 LEVANTAMENTO NA UNIDADE ADMINISTRATIVA

O estudo de campo na Unidade Administrativa Zenaldo Rosa da Silva, teve


autorização do Professor e Diretor Geral Hudson Luiz Côgo (Anexo B). Durante a visita
as informações primeiramente foram buscadas no setor de inventário, porém essa
busca não foi obtida com sucesso, pois o setor não tinha esses dados atualizados.
Então era necessário fazer manualmente, aparelho por aparelho, e assim foi feito.

A coleta dos dados contou com a coleta da quantidade de aparelhos condicionadores


de ar, coleta do número de protocolo desses aparelhos, seus modelos e cargas
térmicas.

O principal propósito de um sistema de informação de Inventário é coletar e manter


os dados dentro da empresa, para a tomada de decisões abrangendo o nível
estratégico até o operacional, ou seja, atualmente a acuracidade na gestão de
inventário é importante e que deve ser colocado como prioridade para os
supervisores, gerentes e diretores de qualquer empresa que busque atingir o objetivo
de eficiência operacional desejado. Segundo Francischini (2004). Os inventários
costumam conter a descrição do produto bem como a quantidade existente e o local
onde se encontra.
40

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 RESULTADOS OBTIDOS NO LEVANTAMENTO NA UNIDADE


ADMINISTRATIVA

No levantamento total de aparelhos condicionadores de ar instalados na Unidade


Administrativa do Ifes Campus Vitória foram encontrados 39 aparelhos distribuídos,
com uma carga térmica de 6.519.500 Btu/h (651,9KW), conforme mostra a Tabela 5.

Tabela 5 – Informações coletadas dos condicionadores de ar.


Número de
Item Local Modelo
Protocolo
1 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
101835 Branco
2 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
101834 Branco
3 Prédio Ar Condicionado Janela Springer Minimaxi 12.000 BTUs
31733 Branco
4 Prédio Ar Condicionado Janela Springer Minimaxi 12.000 BTUs
102286 Branco
5 Prédio Ar Condicionado Janela Springer Minimaxi 12.000 BTUs
14438 Branco
6 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100121 Branco
7 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100215 Branco
8 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
105286 Branco
9 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
105287 Branco
10 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
105288 Branco
11 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100695 Branco
12 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100655 Branco
41

13 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs


100352 Branco
14 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100333 Branco
15 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100332 Branco
16 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100395 Branco
17 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100394 Branco
18 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100560 Branco
19 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100537 Branco
20 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100454 Branco
21 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100455 Branco
22 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100453 Branco
23 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
110510 Branco
24 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
116405 Branco
25 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
101331 Branco
26 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
103036 Branco
27 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
101043 Branco
28 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100784 Branco
29 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
101686 Branco
30 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
100881 Branco
31 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
113746 Branco
42

32 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs


113744 Branco
33 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
13877 Branco
34 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
113878 Branco
35 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
113808 Branco
36 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
113876 Branco
37 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
113805 Branco
38 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
101835 Branco
39 Prédio Ar Condicionado Split Inverter Agratto 12.000 BTUs
101834 Branco
Fonte: adaptado pelo autor, a partir da revisão bibliográfica (2021)

5.2 IMPORTÂNCIA DA APLICAÇÃO CORRETA DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO

No horário da visita ao estudo de campo, foi obtido a oportunidade de conversar com


alguns trabalhadores locais da unidade administrativa. Estes trabalhadores
questionaram sobre o que para que era a pesquisa e ao saberem sobre o tema,
desabafaram quanto a manutenção dos aparelhos daquele local. A maioria das
reclamações eram sobre a má qualidade térmica que alguns aparelhos
proporcionavam e o mal-estar que isso gerava em dias quentes e abafados. Foi
observado também uma outra reclamação quanto ao tempo que um aparelho que não
está mais em sua vida útil, demora para ser substituído. Uma quantidade aproximada
de 2 aparelhos não estava em funcionalidade já a alguns anos. Com isso frisaremos
neste tópico a importância da aplicação correta de um plano de manutenção.

5.2.1 Importância da Aplicação da Gestão da Manutenção

A forma de melhor entendimento para aplicação da ISO 41001, foi sua junção com a
metodologia PDCA (Figura 10), como observamos no tópico 3.2. Essa junção foi
importante para separarmos as etapas de cada cláusula.
43

Na primeira etapa “Plan”, seu conteúdo deve compreender a organização, seu


contexto e suas necessidades. Devemos definir uma liderança que determine o
sistema de gerenciamento de instalações. Seguindo para o planejamento das
funções, responsabilidades, objetivos e ações. Na segunda etapa “Do”, é a etapa de
planejamento e controle operacional, onde deve haver uma coordenação e integração
dos serviços. Na terceira etapa “Check”, entra a avaliação do desempenho,
monitoramento, medição, análise e avaliação para revisão de gerenciamento. Na
última etapa “Act”, é um complemento da etapa de “Check” pois depende de seu
resultado para fazermos ações corretivas, preventivas e melhorias.

Este correto uso da gestão da manutenção na metodologia PDCA, tem influência


direta com a redução dos custos, pois teríamos conhecimento completo do nosso
processo de manutenção, com possibilidades de redução das equipes de
manutenção, conhecimento da vida útil dos equipamentos e confiabilidade no
processo.

Para que a gestão da manutenção seja eficaz, além de ter e conhecer o planejamento
de manutenção, devemos conhecer as maquinas que fazem parte do processo. Ao
conhecermos os equipamentos que iremos trabalhar a manutenção preditiva é o tipo
de manutenção mais recomendada. A manutenção preditiva garante a qualidade de
serviço e que o equipamento funcione durante toda sua vida útil. Reduzindo a
necessidade de manutenções preventivas e corretivas, com isso reduzindo também
os gastos com manutenções não necessárias.

5.2.2 Importância da Aplicação do Failure Mode and Effect Analysis – FMEA

Para o estudo da prevenção de falhas, o método “Failure Mode and Effect Analysis
(FMEA)” se torna viável e fundamental. Suas vantagens incluem a simplicidade da
ferramenta, confiabilidade do processo, redução dos custos em termos de produção
e produto e com isso elevando a satisfação do usuário, em nosso caso, quem estiver
utilizando o aparelho condicionador de ar.
44

No FMEA, consideramos cinco componentes importantes do Ar Condicionado para


realizar a análise, podemos observar os dados na Tabela 3. Em primeiro lugar, o
compressor é um componente vital na unidade A/C. Nesse caso, o compressor não
vai funcionar, as causas são baixo nível de lubrificante ou baixa pressão de gás. O
efeito potencial é que o A/C falha na produção de ar frio. Assim, os valores avaliados
são S = 8 muito alto, e a possibilidade de ocorrência não é tão alta com O = 7, a
possibilidade de detecção D é moderadamente alta com D = 4. A multiplicação desses
valores faz o (RPN) = 224. Para aumentar a detecção de falha e decreta a gravidade,
deve-se aplicar sensor de pressão de gás e medidor de nível de lubrificante, o que
pode nos dar um passo à frente no que diz respeito à quebra do compressor. Depois
de feita uma reavaliação dando a gravidade da falha S = 8, a possibilidade de
ocorrência O = 7, a possibilidade de detecção D = 1 e o novo RPN = 56.

Em segundo lugar, para a válvula de expansão, a falha potencial que vai ocorrer é o
processo de regulagem do líquido não ser realizado corretamente, as causas são
vazamentos ou uso extensivo de A/C em condições climáticas extremas sem cuidar
da unidade. O efeito dessa falha é que a temperatura da corrente de ar não é
controlável. Os valores avaliados para os fatores S, O e D respectivamente são 6, 6,
5 que resultam no RPN = 180. A ação recomendada para aumentar a detectabilidade
e os fatores de risco é adicionar sensor para problemas de vazamento, os fatores
reavaliados são S = 5, O = 6, D = 3 e o novo RPN = 90.

Em terceiro lugar, para o evaporador, a falha potencial é que o calor não será trocado
para produzir ar frio, as possíveis causas são vazamento ou bloqueio na própria
bobina. O efeito potencial que ocorreria seria a perda da capacidade de resfriamento.
Os fatores avaliados para este elemento são S = 7, O = 5 e D = 5 o RPN resultante =
175. A ação recomendada é adicionar calibre que detecte a quantidade de substância
que entra na bobina até sair dela, para verificar se há é um vazamento ou bloqueio.
Os fatores reavaliados são S = 4, O = 5, D = 3 e o novo RPN = 60.

Em quarto lugar, para o motor do ventilador, o modo de falha potencial que pode
ocorrer é a quebra do próprio motor, o efeito potencial é que o ventilador não pode
gerar ar, as causas são superaquecimento ou problemas elétricos. Os fatores
avaliados são S = 8, O = 3 e D = 4 resultando RPN = 96. A ação recomendada é
45

ajustar o termômetro do motor para auxiliar no processo de detecção. Os fatores


reavaliados são S = 8, O = 3, D = 1 e o novo RPN = 24.

Finalmente, a falha potencial do ventilador que pode acontecer, é a diminuição da


quantidade de fluxo de ar, as causas são deformações ou fraturas nas pás do
ventilador ou superaquecimento do motor do ventilador, os efeitos potenciais são a
corrente de ar indo para perto de algum lugar próximo à unidade de A/C que atendam
a corrente de ar e não conseguirem atingir a distância máxima a percorrer. Os fatores
avaliados são S = 4, O = 3 e D = 4 resultando RPN = 48. A ação recomendada é
adicionar um medidor de velocidade para o próprio ventilador do soprador e medidor
de temperatura no motor para aumentar a detectabilidade. Os fatores reavaliados são
S = 3, O = 3, D = 2 e o novo RPN = 18.

5.3 AÇÕES RECOMENDADAS PARA APLICAÇÃO DE UM PLANO DE


MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E CONTROLE - (PMOC)

Melhorar a eficiência energética em edifícios existentes é uma parte importante dos


movimentos atuais para a eficiência energética. O retrofit (designa o processo de
modernização de algum equipamento) de energia de construção (Wang B. et al.,
2014); (Wu Z. et al., 2019) e, consequentemente, a otimização do plano de
manutenção orientada para a energia são as principais abordagens com esse
propósito.

A junção de uma aplicação da gestão de manutenção, FMEA e um PMOC visa


sustentar o máximo de desempenho energético possível durante a operação, dado
um projeto de retrofit de energia do edifício implementado. Ye et al., (2015) levaram
em consideração o MPO (energy-oriented maintenance plan optimization) em um
projeto de readaptação leve para a eficiência energética sustentável e desempenho
financeiro a longo prazo.

Como processo metodológico recomendado para realização de um plano de


manutenção operação e controle, realizou-se um levantamento das ações, conforme
o Tabela 6.
46

Tabela 6 – Ações recomendadas para realização de um PMOC

Fonte: adaptado pelo autor, a partir da revisão bibliográfica (2021)

Para uma futura realização do PMOC, é recomendado estar envolvidos a Direção


Geral, Diretoria de Administração e Planejamento, Coordenadoria de Serviços
Auxiliares e Transportes, Coordenadoria de Engenharia e Manutenção,
Coordenadoria de Patrimônio, Materiais e Suprimentos e, assim como os
coordenadores, supervisores e demais responsáveis por cada setor.

5.4 PERIODICIDADE DO PLANO DE MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E CONTROLE -


(PMOC)

Estudos apresentados pela Associação Brasileira de Manutenção (ABRAMAM)


mostra que o custo de manutenção é fator decisivo, importante e fundamental na
viabilidade operacional de um equipamento ou processo (ABRAMAM, 2011). Dentro
do contexto industrial, o custo de manutenção chega a representar, em média, 20%
dos custos fixos dos produtos.

É importante ressaltar que qualquer tipo de Manutenção (corretiva ou preventiva)


incorre em custos tanto diretamente ligados à atividade da manutenção ou quanto aos
custos indiretos. Assim, aumentar de maneira não criteriosa a frequência de
manutenções preventivas por exemplo, visando reduzir o número esperado de falhas,
não é necessariamente uma boa estratégia (FERNANDES, RAFAEL DA SILVA,
2019).
Portanto a implementação de uma política ótima de manutenção (acompanhada por
um Plano de periodicidade), ótima no sentido de redução do custo total esperado da
manutenção, maior confiabilidade e durabilidade nos sistemas é de suma importância
47

para a saúde financeira da empresa. Esse problema tem sido abordado por vários
autores.

Corrêa, R. F., e Dias, A. (2016), mostrar que agir de maneira conservadora


relativamente ao custo de manutenção, com o objetivo de obter um bom
aproveitamento dos componentes, utilizando ao máximo sua vida útil, pode-se
também comprometer a confiabilidade do sistema devido à incerteza quanto à vida
útil de cada componente, (região de periodicidade 17 a 20 da Figura 16). Por
consequência, haverá possibilidade de reduzir o custo da manutenção e elevar o custo
do processo, devido à baixa confiabilidade, gerando indisponibilidade no processo.

Figura 16 – Efeito dos custos na periodicidade de manutenção preventiva

Fonte: adaptado pelo autor, a partir de: Correa e Dias (2014)

A Figura 16, mostra a região da periodicidade ótima (entre o nono e o decimo segundo
mês), região da figura que concede melhores resultados financeiros do sistema,
depende de vários fatores, como: custo da manutenção preventiva, lucratividade do
processo e, principalmente, conhecimento da vida útil dos sistemas. Para isso é
necessário um aprofundado controle estatístico das falhas e do tempo de ocorrência.
Para os gestores é importante observar, conforme a Figura 16, que a redução da
periodicidade propicia uma melhor confiabilidade, porém pode inviabilizar a
lucratividade do processo em função do aumento dos custos de manutenção.

Os especialistas afirmam que apesar de política de Manutenção Preventiva prever a


correção da avaria, antes que a falha ocorra, ela também gera indisponibilidade no
processo, pois para cada evento de manutenção existe a necessidade de parada do
48

processo, fazendo com que a configuração da periodicidade e do tempo de execução


de uma manutenção preventiva se torne complexa, devido a esse e a outros fatores
como apresentados na tabela 7.

Tabela 7 – Fatores que afetam a configuração da periodicidade de manutenção


A periodicidade de manutenção preventiva de cada equipamento deve ser combinada com a
1 de todos os equipamentos do processo, para gerar um melhor aproveitamento do tempo de
parada do processo.
Dificuldade de definir quais componentes serão trocados, a partir do conhecimento da sua vida
2
útil.
3 Dimensionamento de mão de obra para a execução das atividades.
4 Concentração do maior número de atividades possíveis, para aproveitar a parada do processo.
Fonte: adaptado pelo autor, a partir de: Correa e Dias (2014)

A NBR 13971 (ABNT, 2013) trata e impõe as orientações básicas no planejamento,


execução e acompanhamento das atividades e/ou serviços de manutenção
necessários em conjuntos e componentes de sistemas e equipamentos de
refrigeração, ventilação, condicionamento de ar e aquecimento.

Obedecendo a legislação vigente e conduzindo de forma coerente o Plano de


Manutenção Operação e Controle (PMOC), aplicado a sistemas de ar condicionado,
pode contribuir de forma expressiva, na prevenção de falhas, preservando a saúde
dos ocupantes de edificações climatizadas, prorrogando a vida útil do equipamento,
assim mantendo a edificação sustentável.

5.5 INFORMAÇÕES SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO


OPERAÇÃO E CONTROLE (PMOC) NA UNIDADE ADMINISTRATIVA

Na coleta e busca por informações, foram descobertos pela Coordenadoria de


Engenharia e Manutenção que o ainda não existe um contrato de manutenção dos
aparelhos de ar do campus. Essa manutenção anteriormente era realizada por um
servidor técnico de refrigeração e após sua aposentadoria, essas manutenções
passaram a acontecer de maneira corretiva. Com isso a equipe de manutenção
trabalhou para contratar uma empresa especializada.
49

De acordo com as informações passadas, a licitação para a contratação dessa


empresa irá ocorrer no dia 13/09/2022. A empresa a ser contratada deverá
apresentar o PMOC logo no início, desenvolvido por um profissional habilitado, a
partir de então o campus contará oficialmente com um plano de manutenção
vigente. O Anexo E consta um plano mínimo de manutenção preventiva no edital de
licitação e o Anexo F consta as definições quanto ao laudo de análise do ar deste
mesmo edital de licitação.
50

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a participação da Coordenadoria Geral de Gestão de Campo – (CGGC), do Ifes


Campus Vitória, o inventário foi muito importante para ter um diagnóstico em relação
a alocação, o tipo e a carga térmica total disponível na Unidade Administrativa Zenaldo
Rosa da Silva.

Junto ao estudo dos modos de falhas (FMEA) deduzimos as principais possíveis


falhas nos aparelhos condicionadores de ar e quais as possíveis soluções para
reduzirmos o número de prioridade do risco (RPN), seja aumentando a detectabilidade
do problema, diminuindo a severidade ou diminuindo sua ocorrência.

Devido a queixas em relação ao bem-estar dos profissionais envolvidos na Unidade


Administrativa Zenaldo Rosa da Silva e demora de realização nas manutenções e
trocas dos aparelhos condicionadores de ar. Um Plano de Manutenção mostra-se
necessário para resolução dessas pendencias. É fundamental que o setor de Obras e
Manutenção (OBM) faça o acompanhamento dos equipamentos instalados, ou seja,
podemos inferir que seguindo o recomendado para a Gestão de Manutenção, o estudo
dos modos de falhas (FMEA) e com isso a implantação de um plano de manutenção
(PMOC) as substituições de componentes, o custo com manutenção e equipamentos,
o consumo de energia e a qualidade do ar, será cada vez mais racional, isto é, estará
conforme as legislações (Norma ISO 41001:2018, Portaria N0 3.523, de 28 de agosto
de 1998 da ANVISA consubstanciada com as legislações Lei 13.589/2018 e com a
NBR 13.971/97), bem como o cumprimento correto do gerenciamento da manutenção
levarão à mitigação do desperdício desses fatores e proporcionando a melhora do
ambiente, garantindo a função dos sistemas por toda vida útil do equipamento,
proporcionando o suprimento das necessidades dos usuários.
51

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56

ANEXO A – FICHA PMOC (padrão Agencia Nacional de Vigilância Sanitária)


O documento, que é elaborado pela ANVISA, é dividido em dois anexos, sendo o
segundo reservado para a classificação de filtros, como apresentaremos nesta seção.

2.5.1 — Identificação do ambiente ou conjunto de ambientes


Nome(instalação)
Endereço N o.
Complemento Bairro: Cidade: UF

2.5.2 — Identificação do proprietário


Nome/Razão Social: CNPJ:
Endereço: Tel.

2.5.3 – Identificação da empresa responsável técnico


Nome/Razão Social: CNPJ:
Endereço Tel.
Registro no Conselho de Classe ART.
ART = Anotação de Responsabilidade Técnica

2.5.4 – Relação dos ambientes climatizados


Número de Identificação do Área
Tipo/Atividade Carga Térmica
Ocupantes Ambiente Climatizada

2.5.5 – Plano de Manutenção e Controle


Data da Executado Aprovado
Descrição da Atividade Periodicidade
Execução por: por:
57

2.5.6 – Recomendações aos usuários em situações de falha do equipamento e outras


de emergência
Descrição:

2.5.7 – Classificação de filtros de ar para utilização em ambientes climatizados,


conforme recomendação normativa 004-1995 da SBCC
Classe de filtro Eficiência (%)
Grossos
Finos
Absolutos
58

ANEXO B – CARTA DE AUTORIZAÇÃO DO ACADÊMICO PESQUISADOR


59
60
61

ANEXO C - PORTARIA GM/MS nº 3.523, de 28 de agosto de 1998


O Ministro de Estado da Saúde, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 87,
Parágrafo único, item II, da Constituição Federal e tendo em vista o disposto nos
artigos 6º, I, "a", "c", V, VII, IX, § 1º, I e II, § 3º, I a VI, da Lei nº 8.080, de 19 de setembro
de 1990; Considerando a preocupação mundial com a Qualidade do Ar de Interiores
em ambientes climatizados e a ampla e crescente utilização de sistemas de ar
condicionado no país, em função das condições climáticas; Considerando a
preocupação com a saúde, o bem-estar, o conforto, a produtividade e o absenteísmo
ao trabalho, dos ocupantes dos ambientes climatizados e a sua inter-relação com a
variável qualidade de vida; Considerando a qualidade do ar de interiores em
ambientes climatizados e sua correlação com a Síndrome dos Edifícios Doentes
relativa à ocorrência de agravos à saúde; Considerando que o projeto e a execução
da instalação, inadequados, a operação e a manutenção precárias dos sistemas de
climatização, favorecem a ocorrência e o agravamento de problemas de saúde;
Considerando a necessidade de serem aprovados procedimentos que visem
minimizar o risco potencial à saúde dos ocupantes, em face da permanência
prolongada em ambientes climatizados, resolve:
Art. 1º - Aprovar Regulamento Técnico contendo medidas básicas referentes aos
procedimentos de verificação visual do estado de limpeza, remoção de sujidades por
métodos físicos e manutenção do estado de integridade e eficiência de todos os
componentes dos sistemas de climatização, para garantir a Qualidade do Ar de
Interiores e prevenção de riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados.
Art. 2º - Determinar que serão objeto de Regulamento Técnico a ser elaborado por
este Ministério, medidas específicas referentes a padrões de qualidade do ar em
ambientes climatizados, no que diz respeito a definição de parâmetros físicos e
composição química do ar de interiores, a identificação dos poluentes de natureza
física, química e biológica, suas tolerâncias e métodos de controle, bem como pré-
requisitos de projetos de instalação e de execução de sistemas de climatização.
Art. 3º - As medidas aprovadas por este Regulamento Técnico aplicam-se aos
ambientes climatizados de uso coletivo já existentes e aqueles a serem executados e,
de forma complementar, aos regidos por normas e regulamentos específicos.
Parágrafo Único - Para os ambientes climatizados com exigências de filtros absolutos
ou instalações especiais, tais como aquelas que atendem a processos produtivos,
62

instalações hospitalares e outros, aplicam-se as normas e regulamentos específicos,


sem prejuízo do disposto neste Regulamento.
Art. 4º - Adotar para fins deste Regulamento Técnico as seguintes definições: a)
ambientes climatizados: ambientes submetidos ao processo de climatização. b) ar de
renovação: ar externo que é introduzido no ambiente climatizado. c) ar de retorno: ar
que recircula no ambiente climatizado. d) boa qualidade do ar interno: conjunto de
propriedades físicas, químicas e biológicas do ar que não apresentem agravos à
saúde humana. e) climatização: conjunto de processos empregados para se obter por
meio de equipamentos em recintos fechados, condições específicas de conforto e boa
qualidade do ar, adequadas ao bem-estar dos ocupantes. f) filtro absoluto: filtro de
classe A1 até A3, conforme especificações do Anexo II. g) limpeza: procedimento de
manutenção preventiva que consiste na remoção de sujidade dos componentes do
sistema de climatização, para evitar a sua dispersão no ambiente interno. h)
manutenção: atividades técnicas e administrativas destinadas a preservar as
características de desempenho técnico dos componentes ou sistemas de
climatização, garantindo as condições previstas neste Regulamento Técnico. i)
Síndrome dos Edifícios Doentes: consiste no surgimento de sintomas que são comuns
à população em geral, mas que, numa situação temporal, pode ser relacionado a um
edifício em particular. Um incremento substancial na prevalência dos níveis dos
sintomas, antes relacionados, proporciona a relação entre o edifício e seus ocupantes.
Art. 5º - Todos os sistemas de climatização devem estar em condições adequadas de
limpeza, manutenção, operação e controle, observadas as determinações, abaixo
relacionadas, visando a prevenção de riscos à saúde dos ocupantes: a) manter limpos
os componentes do sistema de climatização, tais como: bandejas, serpentinas,
umidificadores, ventiladores e dutos, de forma a evitar a difusão ou multiplicação de
agentes nocivos à saúde humana e manter a boa qualidade do ar interno. b) utilizar,
na limpeza dos componentes do sistema de climatização, produtos biodegradáveis
devidamente registrados no Ministério da Saúde para esse fim. c) verificar
periodicamente as condições física dos filtros e mantê-los em condições de operação.
Promover a sua substituição quando necessária. 57 d) restringir a utilização do
compartimento onde está instalada a caixa de mistura do ar de retorno e ar de
renovação, ao uso exclusivo do sistema de climatização. É proibido conter no mesmo
compartimento materiais, produtos ou utensílios. e) preservar a captação de ar
externo livre de possíveis fontes poluentes externas que apresentem riscos à saúde
63

humana e dotá-la no mínimo de filtro classe G1 (um), conforme as especificações do


Anexo II. f) garantir a adequada renovação do ar de interior dos ambientes
climatizados, ou seja, no mínimo de 27m3/h/pessoa. g) descartar as sujidades sólidas,
retiradas do sistema de climatização após a limpeza, acondicionadas em sacos de
material resistente e porosidade adequada, para evitar o espalhamento de partículas
inaláveis.
Art. 6º - Os proprietários, locatários e prepostos, responsáveis por sistemas de
climatização com capacidade acima de 5 TR (15.000 kcal/h = 60.000 BTU/H), deverão
manter um responsável técnico habilitado, com as seguintes atribuições: a) implantar
e manter disponível no imóvel um Plano de Manutenção, Operação e Controle -
PMOC, adotado para o sistema de climatização. Este Plano deve conter a
identificação do estabelecimento que possui ambientes climatizados, a descrição das
atividades a serem desenvolvidas, a periodicidade das mesmas, as recomendações
a serem adotadas em situações de falha do equipamento e de emergência, para
garantia de segurança do sistema de climatização e outros de interesse, conforme
especificações contidas no Anexo I deste Regulamento Técnico e NBR 13971/97 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. b) garantir a aplicação do PMOC
por intermédio da execução contínua direta ou indireta deste serviço. c) manter
disponível o registro da execução dos procedimentos estabelecidos no PMOC. d)
divulgar os procedimentos e resultados das atividades de manutenção, operação e
controle aos ocupantes. Parágrafo Único - O PMOC deverá ser implantado no prazo
máximo de 180 dias, a partir da vigência deste Regulamento Técnico.
Art. 7º - O PMOC do sistema de climatização deve estar coerente com a legislação de
Segurança e Medicina do Trabalho. Os procedimentos de manutenção, operação e
controle dos sistemas de climatização e limpeza dos ambientes climatizados, não
devem trazer riscos à saúde dos trabalhadores que os executam, nem aos ocupantes
dos ambientes climatizados.
Art. 8º - Os órgãos competentes de Vigilância Sanitária farão cumprir este
Regulamento Técnico, mediante a realização de inspeções e de outras ações 58
pertinentes, com o apoio de órgãos governamentais, organismos representativos da
comunidade e ocupantes dos ambientes climatizados.
Art. 9º - O não cumprimento deste Regulamento Técnico configura infração sanitária,
sujeitando o proprietário ou locatário do imóvel ou preposto, bem como o responsável
64

técnico, quando exigido, às penalidades previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de


1977, sem prejuízo de outras penalidades previstas em legislação específica.
Art. 10º - Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
65

ANEXO D - Resolução – RE/ANVISA nº 9, de 16 de janeiro de 2003


O Diretor da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso
da atribuição que lhe confere a Portaria nº 570, do Diretor Presidente, de 3 de outubro
de 2002; Considerando o § 3º, do art. 111 do Regimento Interno aprovado pela
Portaria n.º 593, de 25 de agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro
de 2000, Considerando a necessidade de revisar e atualizar a RE/ANVISA nº 176, de
24 de outubro de 2000, sobre Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior em
Ambientes Climatizados Artificialmente de Uso Público e Coletivo, frente ao
conhecimento e a experiência adquiridos no país nos dois primeiros anos de sua
vigência; Considerando o interesse sanitário na divulgação do assunto; Considerando
a preocupação com a saúde, a segurança, o bem-estar e o conforto dos ocupantes
dos ambientes climatizados; Considerando o atual estágio de conhecimento da
comunidade científica internacional, na área de qualidade do ar ambiental interior, que
estabelece padrões referenciais e/ou orientações para esse controle; considerando o
disposto no art. 2º da Portaria GM/MS n.º 3.523, de 28 de agosto de 1998;
Considerando que a matéria foi submetida à apreciação da Diretoria Colegiada que a
aprovou em reunião realizada em 15 de janeiro de 2003, resolve:
Art. 1º Determinar a publicação de Orientação Técnica elaborada por Grupo Técnico
Assessor, sobre Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em ambientes
climatizados artificialmente de uso público e coletivo.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
66

ANEXO E – PLANO MÍNIMO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DO EDITAL


67

ANEXO F – DEFINIÇÕES QUANTO AO LAUDO DE ANÁLISE DO AR DO EDITAL

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