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Universidade Federal da Bahia

Escola Politécnica
ENG 273 - Instalações Hidráulicas Sanitárias e Prediais
Docente: Cristiane Sandes Tosta
Discentes: Ana Clara Couto, Ênedy Fernandes, Luis Gabriel de Carvalho, Maria
Beatriz Meira, Quézia Barbosa e Victor Hugo Araújo

PROJETO RESIDENCIAL DE INSTALAÇÃO PREDIAL DE ÁGUA


FRIA

Salvador - Bahia
2019

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................... 3
2. DETERMINAÇÃO DO CONSUMO DIÁRIO ................................................................... 4
3. ALIMENTADOR PREDIAL ............................................................................................... 6
4. RESERVATÓRIO ............................................................................................................. 8
4.1 Dimensionamento dos Reservatórios Superior (RS) e Inferior (RI) ....................... 8
4.2 Dimensionamento das Tubulações dos Reservatórios ........................................ 10
5. SISTEMA DE BOMBEAMENTO ..................................................................................... 12
6. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO........................................................................................ 20
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 28
8. ANEXOS......................................................................................................................... 29
9. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 33

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1. INTRODUÇÃO

O Projeto de Instalação de Água Fria consiste no dimensionamento do


conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos para o
abastecimento dos aparelhos e pontos de utilização de água de uma edificação, em
quantidade suficiente e garantindo a qualidade da água proveniente do sistema de
abastecimento, seja da concessionária local ou de uma solução alternativa
individual.
Segundo a NBR 5626 - Instalação Predial de Água Fria da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) os sistemas de instalações de água fria
devem ser projetados a fim de atender aos seguintes critérios durante toda vida útil
da edificação:
● garantir o padrão de potabilidade da água;
● fornecer água de forma contínua, em quantidade adequada e com
pressões e velocidades condizentes com o funcionamento dos
aparelhos;
● favorecer a economia de água e energia;
● possibilitar a manutenção dos componentes do sistema de forma fácil
e econômica;
● evitar ruídos nas tubulações que possam causar algum tipo de
incômodo aos habitantes;
● fornecer conforto aos usuários garantindo, prevendo peças de
utilização corretamente localizadas, de fácil operação e com vazões
adequadas às necessidades dos usuários.
Para este projeto considerou-se um edifício residencial com oito pavimentos
e quatro apartamentos por andar, contendo cada um dois quartos sociais, sala,
cozinha e banheiro, conforme as plantas baixas e cortes em anexo. Com base
nessas informações, em dados fornecidos pela literatura e as recomendações da
NBR 5626, foi concebido um sistema indireto, com reservatório superior e inferior, e
um sistema de bombeamento.
A seguir serão apresentados o detalhamento do dimensionamento dos
reservatórios, conjuntos moto bomba, barrilete, colunas de distribuição, ramais e
sub-ramais.

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2. DETERMINAÇÃO DO CONSUMO DIÁRIO

Para o dimensionamento das estruturas que compõem o Projeto de


Instalações Prediais de Água Fria, deve ser previamente estabelecido qual o
consumo de água diário esperado na edificação. Para tal, devem ser definidos o
consumo per capita (q) e a população que ocupará a edificação (n).
O valor estimado do consumo per capita por dia varia com o tipo do uso do
edifício. Caso não seja possível obter dados diretamente com a concessionária de
saneamento da região, podem ser consultados valores da literatura, conforme
apresentado na Figura 1 .

Figura 1 – Valores indicativos de consumo predial diário

Fonte: CREDER, 2015.

Portanto, para o empreendimento em questão, será adotado o consumo


referente a apartamentos, sendo este equivalente a 200 L/hab.dia, conforme Figura
1.

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Para o cálculo do número de habitantes do edifício, via de regra, adota-se
uma taxa de ocupação de 2 pessoas por quarto social e 1 pessoa por quarto de
serviço. Como trata-se de um edifício com apenas 2 quartos sociais, o cálculo do
número total de pessoas a serem atendidas pelo projeto é feito da seguinte forma:

Nº. pessoas apt. = 2 quartos * 2 pessoas/quarto = 4 pessoas/apto


Nº. pessoas andar. = 4 pessoas/apto * 4 aptos/andar = 16 pessoas/andar
Nº. pessoas edifício = 16 pessoas/andar * 8 andares= 128 pessoas

Dessa forma, estima-se que o projeto deva atender ao consumo de 128


pessoas, já que estima-se que não haverá trabalhadores no prédio. A partir desses
resultados, é possível obter o valor do consumo diário da edificação, que
corresponde ao consumo per capita multiplicado pelo número de pessoas, como
mostrado na equação a seguir.

Assim, o resultado segue apresentado no Quadro 1:

Quadro 1 – Cálculo do Consumo Diário

Cálculo do Consumo Diário


População Total (hab.) Consumo per capita (L/hab.dia) Consumo Diário (L/dia)
128 200 25.600,0
Fonte: Os autores

Portanto, o sistema projetado deve atender a uma demanda de 25.600


L/dia.

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3. ALIMENTADOR PREDIAL

De acordo com a NBR 5626/1998, o alimentador predial é o conduto


compreendido entre a fonte de abastecimento e o reservatório de água doméstico.
Em termos práticos, é o trecho compreendido entre a medição do consumo - nos
hidrômetros - e a válvula do flutuador - a bóia - dos reservatórios.
O alimentador predial deve possuir adequada resistência mecânica, de forma
a suportar as grandes pressões e variações que podem ser apresentadas pela rede
de abastecimento. Este trecho pode ser encontrado nas edificações de forma
aparente, enterrado, embutido ou recoberto.
Caso seja encontrado enterrado, o alimentador predial deve estar acima do
nível de lençóis freáticos, distante cerca de 30 cm da geratriz superior das redes de
esgotamento sanitário e 3m de fontes poluidoras, como fossas e sumidouros.
O alimentador predial pode ser dimensionado de diversas formas: pelo ábaco
Fair-Whipple-Hsiao, pelo método de Hazen-Williams, pela fórmula universal, fórmula
da continuidade etc. Aqui, considerando que não há variação no diâmetro do
alimentador predial ao longo de seu comprimento e que a vazão que passa por ele é
constante, este conduto será dimensionado pela fórmula da continuidade.

Dessa forma, têm-se a vazão Q=CD=25.600 L/dia = 3,0x10-4 m³/s e a


velocidade no conduto como 0,8 m/s, como o ponto médio entre o intervalo de
velocidade nos condutos recomendado pela NBR 5626/1998, que é de 0,6 a 1,0
m/s.
Assim, têm-se o diâmetro do alimentador predial de 21,71 mm. Este método
de dimensionamento só se faz possível pois a NBR 5626/1998 já prevê diâmetros
mínimo e máximo para este conduto. Como o diâmetro mínimo recomendado é de
20 mm e por cálculo, tem-se um diâmetro maior, foram verificados o parâmetro da
velocidade para os diâmetros imediatamente superior e inferior listados pela norma,
neste caso 20mm e 25 mm. Assim, calcula-se novamente a velocidade, e verifica-se

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se o resultado se enquadra no intervalo estabelecido. A utilização do diâmetro de
25mm resulta em uma velocidade no alimentador de 0,604 m/s, já para o diâmetro
de 20mm têm-se uma velocidade de escoamento de 0,94 m/s. Dessa forma, é mais
prudente que se adote um diâmetro de 20 mm de forma a ter-se uma velocidade
mais distante dos limites, haja vista que a velocidade para este diâmetro é mais
distante do limite superior em comparação com a velocidade encontrada para o
diâmetro de 25 mm e sua distância para o limite inferior.
Vale ressaltar ainda que esta tubulação, via de regra, tem seu diâmetro
aumentado da entrada do reservatório, a fim de garantir a velocidade de entrada
correta, a partir da utilização de uma redução concêntrica. O diâmetro de entrada
direta no reservatório é dimensionado nos itens a seguir.
Como o alimentador predial dimensionado, é de 20mm, o ramal predial
também deve ser de 20mm, conforme a recomendação de Botelho & Junior (2014),
a seguir. O diâmetro do cavalete, corresponde ao diâmetro de saída do hidrômetro
(alimentador predial) e o ramal predial, compreendido entre a fonte de
abastecimento e a medição.

Figura 2 – Recomendações para Diâmetro do Ramal Predial e Abrigo do Hidrômetro

Fonte: Botelho e Junior (2014) apud Tosta (2018)

Ainda de acordo com a recomendação de Botelho & Junior (2014), tem-se


que as dimensões do abrigo do hidrômetro - e consequentemente da saída do ramal
predial e entrada do alimentador predial - devem ter as dimensões de 0,85 x 0,65 x
0,30 m (AxLxP). Neste projeto, o abrigo de dimensões conforme as especificadas, é
alocado de forma enterrada, de forma a dificultar fraudes e respeitando as normas
anteriormente citadas.

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4. RESERVATÓRIO

O reservatório é o componente do sistema de água predial destinado ao


armazenamento de água potável. Para isso, seu material, sua forma e suas
dimensões devem ser definidas de modo a preservar o padrão de potabilidade, sem
conferir sabor, cor, odor e nem criar condições favoráveis ao crescimento de
microrganismos na água.
A capacidade dos reservatórios deve ser concebida considerando o padrão
de consumo de água no edifício assim como a frequência e a duração de
interrupções do abastecimento. Assim, para garantir o abastecimento contínuo,
recomenda-se a adoção de um volume que corresponda ao consumo de 2 a 3 dias.
Além disso, os reservatórios devem dispor de uma reserva de incêndio, o qual
geralmente é adotado como sendo 20% do consumo diário.
Na maioria das edificações, são previstos no mínimo duas unidades
separadas de reservatórios, sendo um localizado entre o alimentador predial e a
estação elevatória (reservatório inferior) e o outro ligado à tubulação de recalque
destinado a alimentar a rede predial de distribuição (reservatório superior). Este tipo
de configuração caracteriza o sistema indireto.
A seguir, será descrito como foi feito o dimensionamento dos reservatórios e
das tubulações que os compõem.

4.1 Dimensionamento dos Reservatórios Superior (RS) e Inferior (RI)

Com base no CD obtido no item 2, foi calculado o volume total de


reservação, considerando um período de intermitência de 2,5 dias.
Volume máximo = 2,5 x CD
Dessa forma, obteve-se um volume de reservação igual á 64.000 L ou 64 m³.
Como o sistema proposto é do tipo indireto com dois reservatórios, inferior e
superior, os volumes dos mesmos foram obtidos considerando 60% do volume total
para o inferior e 40% para o superior. Aplicando essas proporções, obteve-se que o
volume do reservatório inferior correspondia a 38,40 m³ enquanto o volume do
reservatório superior correspondia 25,60 m³.

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Quadro 2 - Cálculo do volume dos reservatórios inferior e superior
Volume do Reservatório (m³)

Superior Inferior
25,60 38,40
Fonte: Os autores
Ao reservatório superior, foi acrescido o volume referente ao uso para
incêndios, considerado como sendo 20% do consumo diário.
Volume incêndio = 20% x CD
Aplicando essa relação, obteve-se uma volume de incêndio correspondente
a 5.120 L. Portanto, ficou definido que o reservatório superior teria uma capacidade
de 30,00 m³, e o inferior, capacidade de 38,40 m³.
A norma exige que reservatórios de grande capacidade como estes devem
ser divididos internamente em subcompartimentos para permitir operações de
manutenção sem interromper a distribuição de água. Portanto, cada reservatório
terá duas câmaras independentes.
Na prática, adota-se uma faixa de 3,0 a 4,0 m para a altura da lâmina da
água. Assim, foi estabelecido um valor de 3,20 m para o RI e 3,75 para RS.
A partir das alturas definidas, é possível proceder com o dimensionamento
da área da base de cada unidade e consequentemente, determinar os respectivos
lados, conforme Quadro 3.

Quadro 3 - Dimensões adotadas para os reservatórios


Volume Nº de
Adotado (m³) Câmaras Altura (m) Área da base (m³) Lado (m)
Superior 30,00 2 3,75 4 2,00
Inferior 38,40 2 3,20 6 2,45
Fonte: Os autores
Feito o dimensionamento, foi feita a representação em planta e os cortes do
reservatórios, apresentados nos Anexos deste memorial descritivo.

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4.2 Dimensionamento das Tubulações dos Reservatórios
Além das tubulações de entrada e saída de água, devem ser previstas em
cada reservatório tubulações de limpeza, extravasores e no RS, saída para combate
à incêndio.
As tubulações de entrada e saída foram dimensionadas de modo a
compatibilizar com as tubulações do alimentador predial/recalque e tubulação de
sucção/consumo, no RI e RS, respectivamente.
Para o dimensionamento da tubulação de limpeza, emprega-se a expressão
abaixo:

Onde:
S = seção da tubulação de limpeza (m²)
A = área da câmara (m²)
t = tempo de esvaziamento ( 2h)
h = altura inicial da água.

A expressão foi aplicada para os dois reservatórios, e obtidas as seções, em


m², correspondentes.

Quadro 4 - Cálculo das seções requeridas para as tubulações de limpeza.

Dimensionamento da Tubulação de Limpeza


Tempo de esvaziamento
Área da Câmara (m²) (h) Altura (m) Seção (m²)
RS 4 2 3,75 0,00080
RI 6 2 3,20 0,00111
Fonte: Os autores

A partir da seção, foram calculados os diâmetros com a fórmula da área de


uma seção circular (indicada abaixo), e os resultados foram aproximados para o
diâmetro comercial imediatamente superior. (Ver Quadro 5)

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Quadro 5 - Dimensionamento das tubulações de limpeza.

Diâmetro Calculado (mm) Diâmetro Adotado (mm)


RS 31,89 32
RI 37,53 40
Fonte: Os autores
Para o extravasor, adota-se o diâmetro comercial imediatamente superior à
tubulação de recalque. Como o diâmetro obtido na tubulação de recalque foi de 50
mm (Ver item 5), foi admitido o diâmetro de 60 mm para os extravasores tanto do RI
como para o RS.
Para a tubulação de incêndio foi adotado o diâmetro de 75 mm. Para garantir
a manutenção da reserva de incêndio, a tubulação de saída do RS foi posicionada a
partir de uma altura de 1,25 m do fundo do reservatório.

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5. SISTEMA DE BOMBEAMENTO

Com base no consumo diário mensurado, e consequentemente obtendo-se


assim a volume que precisa ser recalcado, será calculado o diâmetro de recalque e,
a partir dele, definido o diâmetro de sucção. Tais valores são importantes para saber
o modelo de bomba a ser utilizado.
Para tanto, será utilizada a fórmula de Forchheimer:

Onde:
Qr = Vazão de recalque
x = nº de horas de funcionamento da bomba/ 24 horas
Para determinar a vazão de recalque, será adotado 20% do consumo diário
calculado, como a capacidade horária mínima da bomba, valor comumente adotado
e que leva ao funcionamento da bomba por 5 horas ao dia. Como o consumo diário
obtido foi de 25.600 L, o volume a ser recalcado foi calculado adicionando-se a esse
valor 20% correspondente a reserva de incêndio (25.600 + 0,20 x 25.600 = 30.720
L). Logo, teremos:

20% de 30.720 L= 6,144 m³/h= 0,00171 m³/s


x = 5h/24h

Portanto:
Dr = 1,3.√0,00171.4√(5/24)
Dr = 0,036 m
Não havendo diâmetro comercial que atenda exatamente o calculado, Deve-
se adotar o imediatamente superior ao valor encontrado. O diâmetro de sucção
será, também, imediatamente superior ao de recalque.

Quadro 6 - Dimensionamento das tubulações de recalque e sucção.

Diâmetro (mm)
Recalque 50
Sucção 60
Fonte: Os autores

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Outro valor também muito importante para escolha da bomba é a altura
manométrica (Hman), que corresponde a soma da altura geométrica com as perdas
de carga localizadas e distribuídas da sucção e do recalque, conforme a equação
abaixo:

onde:
Hg = Altura geométrica;
hs = perda de carga de sucção;
hr = perda de carga de recalque
A altura geométrica ou altura estática total corresponde à diferença de cotas
entre os níveis dos reservatórios. A partir do corte C-C’ da edificação foi mensurada
a altura entre os níveis de água máximo do reservatório inferior e superior, obtendo-
se o valor de 30,59 m.
As perdas de carga são divididas em dois tipos: as localizadas, ocasionadas
pelo atrito ao longo da tubulação de sucção e recalque, e as distribuídas que são
decorrentes dos acessórios necessários para o funcionamento do sistema.
As perdas distribuídas foram calculadas com base na fórmula universal, a
qual será apresentada abaixo:

Onde:
f= fator de atrito
V= velocidade do escoamento, em m3/s
L= comprimento da tubulação de sucção e recalque
D= diâmetro das tubulações de sucção e recalque, em metros
g= aceleração da gravidade, em m2/s
Dos dados acima, apenas o fator de atrito (f) falta ser determinado. De
acordo com a formulação do mesmo apresentada a seguir, torna-se necessário o
cálculo do número de Reynolds. Para isso considerou-se a temperatura da água de
20 ºC, o que equivale a viscosidade de 1,01 x 10-6 m2/s (Figura 3).

Onde:

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ℇ=rugosidade do material da tubulação, adotou-se 0,06 mm para tubos de PVC,
conforme Figura 4.
D=diâmetro da tubulação de sucção e recalque
Re= número de Reynolds

Para o cálculo do número de Reynolds utilizou-se a seguinte fórmula abaixo:

Onde:
v= velocidade em m/s
D= diâmetro da tubulação de sucção e recalque
𝜈= viscosidade cinemática, em m²/s

Sendo que a velocidade para cada diâmetro foi obtida com base na equação
da continuidade: . A seguir seguem os valores obtidos, apresentados no
Quadro 7.
Figura 3 - Propriedades físicas da água - Sistema Internacional.

Fonte: Heller (2006).

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Figura 4 - Valores das rugosidades internas de tubos.

Fonte: Heller (2006).

Quadro 7 - Perdas de carga distribuídas da sucção e recalque.

Perda de Carga Distribuída (m)

Sucção Recalque

DN (m) 0,6 DN (m) 0,5

Comprimento Trecho 1 (m) 9,43 Comprimento Trecho 1


(m) 44,74
Comprimento Trecho 2 (m) 8,76

Velocidade (m/s) 0,0061 Velocidade (m/s) 0,008787

Re 3.594,63 Re 4.313,55

Fator de atrito 0,0419759835 Fator de atrito 0,039626793

Perda de carga unitária 0,0000001301 Perda de carga unitária 0,000000307


(m/m) (m/m)

Perda de carga - Trecho 1 0,00000123 Perda de carga (m)


(m) 0,0000137

Perda de carga - Trecho 2 0,00000114


(m)
Fonte: Os autores

Os comprimentos das tubulações de sucção e recalque foram obtidos por


meio do corte C-C’ - Sistema de Bombeamento.
As perdas de carga localizadas da sucção e do recalque foram calculadas
por meio da seguinte fórmula:

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Os valores dos coeficientes de K referentes a cada acessório foram retirados
da Figura 5.

Figura 5 - Valores aproximados do coeficiente de perda de carga localizada.

Fonte: Heller (2006).

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Quadro 8 - Perdas de carga localizadas da sucção e recalque

Perda de carga localizada (m)

Sucção Recalque

Acessórios K Acessórios K

Válvula de Pé (2 unidades) 1,75 Válvula de retenção (2 2,50


unidades)

Crivo (2 unidades) 0,75 Junção de 45º 0,40

Curva de 90º (2 unidades) 0,40 Curva de 90º 0,40

Válvula gaveta (2 unidades) 0,20 Válvula gaveta 0,20

∑K 6,2 ∑K 6,0

Velocidade (m2/s) 0,0061 Velocidade (m2/s) 0,0087

Perda de carga localizada 0,00111 Perda de carga localizada 0,00223


(m) (m)
Fonte: Os autores

Com base nos resultados apresentados pode-se obter a altura manométrica


dos dois conjuntos moto bomba.

● Hsucção= 0,00000123 + 0,00111 = 0,00111 m (Trecho 1)


● Hsucção= 0,00000114 + 0,00111 = 0,00111 m (Trecho 2)
● Hrecalque= 0,0000137 + 0,00223 = 0,00225 m
● Hm= 30,59 + 0,00111 + 0,00225 = 30,59 m (CMB 1)
● Hm= 30,59 + 0,00111 + 0,00225 = 30,59 m (CMB 2)

Apesar dos comprimentos das tubulações de sucção dos trechos 1 e 2 serem


diferentes as perdas de cargas obtidas foram muito próximas, logo as alturas
manométricas do dois conjuntos moto bombas são aproximadamente iguais. Dessa
forma, adotaremos duas bombas iguais que funcionarão em regime de revezamento
(Quadro 9).

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Quadro 9 - Ponto de funcionamento do sistema elevatório.

Altura manométrica (Hm) 30,59 m

Vazão de recalque (Qr) 6,144 m³/h

Fonte: Os autores
Com base no catálogo de motobombas da KSB e nos dados de altura
manométrica e vazão de recalque escolheu-se o modelo Hydrobloc CN 1500,
indicado para bombeamento de reservatórios e tanques de uso predial. A potência
dessa bomba equivale a 1,5 cv.

Figura 6 - Tabela de seleção da bomba modelo Hydrobloc CN

Fonte: Catálogo KSB (2018).

Figura 7 - Dados de operação da bomba modelo Hydrobloc CN

Fonte: Catálogo KSB (2018).

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A partir dos dados acima foi elaborada a curva de operação da bomba que
relaciona a altura manométrica em metros x vazão recalcada em m3/h.

Figura 8 - Curva de operação da bomba (Hydrobloc CN 1500)

Fonte: Os autores

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6. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
O sistema de distribuição é o conjunto de sub-ramais, ramais, colunas e
barriletes destinados a transportar a água dos reservatórios até os pontos de
utilização nas residências. O barrilete de distribuição interliga o reservatório superior
às colunas, que descem verticalmente alimentando os diversos pavimentos. Já os
ramais derivam-se das colunas e servem a um conjunto de aparelhos. Para cada
aparelho, deve haver uma derivação individual, definida como sub-ramal.
O dimensionamento dos sub-ramais é feito de acordo com uma tabela que
relaciona o tipo de aparelho, a vazão e o diâmetro requeridos. Para o
empreendimento em questão, foram identificados na planta arquitetônica a presença
do seguintes aparelhos em cada residência: pia de cozinha, tanque, lavadora de
roupas, lavatório, bacia sanitária e chuveiro.
Assim, foram previstos sub-ramais e consultadas as tabelas da NBR
5626/1998 que determina os diâmetros de referência para cada aparelho. O
dimensionamento dos sub-ramais segue apresentado no Quadro 10.

Quadro 10 - Dimensionamento dos sub-ramais

Sub-Ramal Aparelho atendido Vazão (L/s) Diâmetro (mm)

SR-01 Pia de Cozinha (Torneira) 0,25 15


Lavadora de Roupas (Registro
SR-02 0,30 20
de Pressão)
SR-03 Tanque (Torneira) 0,25 20
SR-04 Chuveiro (Misturador) 0,20 15
Bacia Sanitária (Caixa de
SR-05 0,15 15
Descarga)
SR-06 Lavatório (Torneira) 0,15 15
Fonte: Os autores

Para o dimensionamentos dos ramais, colunas e barriletes emprega-se o


critério do Consumo Máximo Provável, que baseia-se na probabilidade de
ocorrência do uso simultâneo de dois ou mais pontos do sistema. A aplicação desse
critério se dá por meio do Método dos Pesos Relativos, preconizado pela NBR 5626,
que atribui para cada aparelho hidrossanitário um peso relativo a ser utilizado no
cálculo da vazão nos ramais, conforme a equação abaixo:

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Na definição dos pesos foram adotados os valores recomendados pela NBR
5626/1198, conforme indicado no quadro abaixo.

Quadro 11 - Pesos relativos dos pontos de utilização em função do aparelho


sanitário
Aparelho Peso

Pia de Cozinha (Torneira) 0,70


Lavadora de Roupas (Registro
1,00
de Pressão)
Tanque (Torneira) 0,70

Chuveiro (Misturador) 0,40


Bacia Sanitária (Caixa de
0,30
Descarga)
Lavatório (Torneira) 0,30
Fonte: Os autores
O cálculo da vazão é feito a partir do somatório dos pesos atrelados à cada
ramal, aplicando a equação do Método dos pesos relativos. A partir da vazão, foram
definidos os diâmetros, as velocidades e as perdas de carga unitárias referentes a
cada trecho utilizando o ábaco de Fair-Whipple-Hsiao - entre outros que concatena,
a partir de uma relação de referência, estas informações para outros casos em que
se tenha apenas um desses parâmetros como referência, sendo neste caso, a
vazão.
Para fins deste dimensionamento, alguns critérios como velocidade, perda de
carga e pressão devem ser verificados para garantir o funcionamento do sistema de
maneira satisfatória. Para a velocidade, é verificado um valor máximo recomendado
de 3 m/s. Com relação às pressões mínimas e máximas, são admitidos os valores
de 1,0 m.c.a e 40 m.c.a, respectivamente.
Para o cálculo da perda de carga localizada, foi feito o método dos
comprimentos equivalentes, e para isso foi preciso considerar acessórios requeridos
em cada trecho de tubulação conforme determinação de Macintyre (1996), tendo em
vista que a tubulação é em PVC rígido. A tabela dos valores dos pesos equivalentes
pode ser visualizada na figura abaixo. Os comprimentos equivalentes considerados

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em cada um dos trechos sob dimensionamento são apresentados em tabala anexa
à este memorial descritivo.

Figura 9 - Comprimentos equivalentes para tubulações em PVC rígido ou de


cobre

Fonte: Macintyre (1996).

O cálculo de verificação de pressão é feito através da linha piezométrica do


escoamento. Utiliza-se o ponto de início do escoamento como sendo o nível d’água
mínimo do reservatório acima da reserva de incêndio (1,25m) e calcula-se a cota
piezométrica a jusante de cada trecho através da seguinte fórmula:
CPj = CPm - perda de carga no trecho
Após o dimensionamento, pôde-se observar que todas as pressões no
sistema encontram-se dentro do limite, com pressão mínima no fim do ramal igual a
1,2 mca e a pressão máxima na coluna igual a 16,75 mca.
Dessa forma, os valores de vazão e diâmetro calculados podem ser
observados no Quadro 12. Neste, os comprimentos reais foram obtidos a partir dos
traçados representados em planta.

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Quadro 12 – Dimensionamento dos ramais

Pesos
Vazão Diâmetro Velocidade
Trecho
Acumulad (L/s) (mm) (m/s) Comprimento (m)
Unitários os

R-01 0,70 3,80 0,58 25 1,46 1,46

R-02 1,00 3,10 0,53 25 1,40 1,89

R-03 0,70 2,10 0,43 25 1,05 0,63

R-04 0,40 1,40 0,35 20 1,60 2,55

R-05 0,30 1,00 0,30 20 1,30 0,80

R-06 0,70 0,70 0,25 20 1,00 0,65


Fonte: Os autores

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O dimensionamento das colunas e do barrilete é feita de maneira similar ao
dos ramais prediais. No caso das colunas, utiliza-se o peso correspondente a cada
trecho da tubulação, composto pelo somatório dos pesos dos ramais e sub-ramais
já dimensionados. E o dimensionamento do barrilete é feito com os pesos
correspondentes a cada tubulação de coluna. Para a edificação, foi adotado um
esquema com uma coluna para cada 2 apartamentos, e, portanto, foram
dimensionadas 2 colunas de água fria para todo o prédio. As vazões e os diâmetros
utilizados em cada trecho da coluna e para o barrilete podem ser verificados nos
quadros a seguir .

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Quadro 13 – Dimensionamento das colunas

Colunas
Perda de Carga
Pesos Comprimento (m) Pressão (m.c.a) Pressão
Vazão D
Coluna Trecho V (m/s) disponível final
(L/s) (mm) Equiva (m.c.a) (m.c.a)
Unitários Acumulados Real lente Total Unitária Total

A-B 7,60 60,80 2,34 40 2,20 2,20 10,5 12,70 3,80 0,130 1,651 4,35

B-C 7,60 53,20 2,19 40 2,10 2,75 7,3 10,05 4,35 0,120 1,206 5,90

C-D 7,60 45,60 2,03 40 2,00 2,75 7,3 10,05 5,90 0,115 1,156 7,49

D-E 7,60 38,00 1,85 40 1,80 2,75 7,3 10,05 7,49 0,100 1,005 9,24
AF-1
E-F 7,60 30,40 1,65 40 1,50 2,75 7,3 10,05 9,24 0,080 0,804 11,18

F-G 7,60 22,80 1,43 32 2,30 2,75 4,6 7,35 11,18 0,150 1,103 12,83

G-H 7,60 15,20 1,17 32 1,90 2,75 4,6 7,35 12,83 0,140 1,029 14,55

H-I 7,60 7,60 0,83 32 1,30 2,75 4,6 7,35 14,55 0,075 0,551 16,75

A-B 7,60 60,80 2,34 40 2,20 2,20 10,5 12,70 3,80 0,130 1,651 4,35

B-C 7,60 53,20 2,19 40 2,10 2,75 7,3 10,05 4,35 0,120 1,206 5,90

C-D 7,60 45,60 2,03 40 2,00 2,75 7,3 10,05 5,90 0,115 1,156 7,49

D-E 7,60 38,00 1,85 40 1,80 2,75 7,3 10,05 7,49 0,100 1,005 9,24
AF-2
E-F 7,60 30,40 1,65 40 1,50 2,75 7,3 10,05 9,24 0,080 0,804 11,18

F-G 7,60 22,80 1,43 32 2,30 2,75 4,6 7,35 11,18 0,150 1,103 12,83

G-H 7,60 15,20 1,17 32 1,90 2,75 4,6 7,35 12,83 0,140 1,029 14,55

H-I 7,60 7,60 0,83 32 1,30 2,75 4,6 7,35 14,55 0,075 0,551 16,75

Fonte: Os autores

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Quadro 14 – Dimensionamento do Barrilete

Barrilete
Perda de Carga
Pesos Comprimento (m) Pressão (m.c.a)
Vazão Diâmetro Velocidade Pressão
Trecho disponível
Acumulad (L/s) (mm) (m/s) Equivalen final (m.c.a)
(m.c.a)
Unitários os Real te Total Unitária Total

ÚNICO 60,8 121,6 3,31 50 2,20 2,74 9,1 11,84 4,75 0,080 0,947 3,803
Fonte: Os autores

26
Por fim, destaca-se que com o uso dos ábacos para a determinação dos
diâmetros, buscou-se a prudência da determinação dos diâmetros utilizandos,
considerando os diâmetros comerciais disponíveis que mantivessem as
características indicadas pelas relações do ábaco.

27
7. CONCLUSÃO

Por fim, com a elaboração deste Projeto de Instalações Prediais de Água


Fria, pôde-se colocar em prática os conceitos, técnicas e recomendações utilizados
no dimensionamento deste tipo de projeto, inerente à atuação do Engenheiro
Sanitarista. Além disso, foi possível observar em menor escala, algumas relações
hidráulicas, cálculos e ponderações técnicas já trabalhadas em disciplicas como
Hidráulica, Sistemas Urbanos de Água e Saneamento Ambiental.

28
8. ANEXOS

Ábaco de vazões e diâmetros em função dos Pesos

Fonte: CREDER, 2006.

29
Ábaco para perda de carga em tubulações de PVC rígido.

Fonte: Catálogo Tigre, 2016.

30
Ábaco de Fair - Whipple - Hsiao para dimensionamento do barrilete.

Fonte: Tosta (2018)

31
Lista de acessórios utilizados por ramal e seus comprimentos equivalentes
totais
Comprimento
D
Trecho Acessórios Equivalente
(mm)
Total
6 tês bilateral + 2
R-01 25 19,8
curvas de 90º
Tê de Saída Bilateral +
A-B 40 10,5
Joelho de 90º
B-C 40 Tê com saída bilateral 7,3
C-D 40 Tê com saída bilateral 7,3
D-E 40 Tê com saída bilateral 7,3
E-F 40 Tê com saída bilateral 7,3
F-G 32 Tê com saída bilateral 4,6
G-H 32 Tê com saída bilateral 4,6
H-I 32 Tê com saída bilateral 4,6
Entrada Normal + Tê
Barrilete 50 9,1
90º saída bilateral

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9. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 5626.


Instalação Predial de Água Fria. Rio de Janeiro. 1998.

HELLER.L; PADUA. V.L. Abastecimento de água para consumo humano.


Editora: UFMG, 2006.

KSB - Catálogo de Bombas e Motobombas. 2018.


Disponível em:<http://www.ksb.com.br/ksb-br-
pt/tipos.php?codtipo=1&codgrupo=1&codaplicacao=3&_pag=3>.
Acesso em: 19 de abril, 2019.

TIGRE - Catálogo Água Fria Predial. 2016.


Disponível em:<https://www.tigre.com.br/themes/tigre2016/downloads/catalogos-
tecnicos/ct-agua-fria.pdf>.
Acesso em: 19 de abril, 2019.

TOSTA, Cristiane Sandes. Notas de Aula de ENG273. Universidade Federal da


Bahia. 2018.

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