Você está na página 1de 62

Disciplina: COMPLEMENTOS DE HIDROLOGIA

Métodos de Estimativa da
“EVAPORAÇÃO
&
EVAPOTRANSPIRAÇÃO”
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,
ARQUITETURA E URBANISMO

PROGRAMA:
RECURSOS HÍDRICOS, ENERGÉTICOS E AMBIENTAIS

Marco Antonio Jacomazzi RA:078630


Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Zuffo
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,
ARQUITETURA E URBANISMO

PROGRAMA:
RECURSOS HÍDRICOS, ENERGÉTICOS E AMBIENTAIS

CONSIDERAÇÕES
GERAIS:
CONCEITO FÍSICO DA EVAPORAÇÃO

I. Mudança de fase do estado líquido ao gasoso devido


aumento da energia interna, proveniente da radiação
eletromagnética Solar;
II. “Renovação” da quantidade de vapor de água, por meio
de difusão turbulenta
H2O
Camada Atmosférica Vento
H2O Rs

H2O
H2O
H2O H2O

H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O H2O Tensão
HO HO HO HO HO HO HO HO HO HO HO HO Superficial
H2O2 H2O2 H2O2 H2O2 H2O2 H2O2 H2O2 H2O2 H2O2 H2O2 H2O2 H2O2

H2O H2O H2O H2O H2O H2O


H2O H2O H2O H2O H2O
TRANSPIRAÇÃO
I. Processo biofísico, da fisiologia das plantas, no qual a água é
“transferida” do solo à atmosfera por meio de fluxo de massa
regidos pelas diferenças de potenciais totais decrescentes;

Fonte: Aulas LEB 360 Meteorologia Agrícola Prof. Sentelhas


EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Fonte: Aulas LEB 360 Meteorologia Agrícola Prof. Sentelhas


UTILIZAÇÃO DA ETP

✓ Projeto de Grandes reservatórios e determinação das


perdas nas superficies líquidas;

✓ Balanço Hídrico Hidrológico e restituição das séries de


vazão;

✓ Irrigação;

✓ Zoneamento climatológico;

✓ Climatologia Física.
UTILIZAÇÃO DA ETP EM OLGORÍTMOS
DE MODELOS CHUVA VAZÃO
Cálculo da evapotranspiração no MGB-IPH
Wi ,kj = Wi ,kj−1 + (Pi − ETi , j − D sup i , j − D int i , j − Dbasi , j ) t

Fonte: I CURSO BÁSICO, arquivo ppt 17 a 21 outubro 2011


Walter Collischonn
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,
ARQUITETURA E URBANISMO

PROGRAMA:
RECURSOS HÍDRICOS, ENERGÉTICOS E AMBIENTAIS

MODELOS DE
ESTIMATIVA DA
EVAPOTRANSPIRAÇÃO:
METODOS DE ESTIMATIVA
Categoria Método de estimativa
1. Empíricos ▪ Método do tanque Classe A
▪ Método de Thornthwaite

▪ Método de Camargo

▪ Método de Makkink

▪ Método da Radiação – método FAO 2 da radiação

▪ Método de Linacre
▪ Método de Jesen-Haise
▪ Método de Hargreaves–Samani

▪ Método de Blaney–Criddle

2. Aerodinâmicos
3. Balanço de Energia ▪ Método da Razão de Bowen
▪ Método de Priestley–Taylor

4. Combinados ▪ Método de Penman


▪ Método de Penman–Monteith

5. Correlação dos Turbilhões


THORNTHWAITE (1948)

i. Equações foram ajustadas à partir do balanço hídrico de bacias


em lisímetros de pesagem, correlacionando as medidas da ET0
estimada apenas pela variável independente Temperatura
Média do Ar (Ta);
ii. A ET0 estimada é média mensal, considerando: (i) mês com 30
dias; (ii) fotoperíodo de 12 horas/dia; (iii) superfície padrão de
gramados;
iii. Desenvolvida para condições de Clima Úmido, logo, tende a sub
estimar para regiões de clima seco;
iv. Um dos modelos de estimativa de ET0 mais empregados no
mundo.
Equacionamento
THORNTHWAITE (1948)
SE 0<Tm<26,5°C
 NHD   NDM 
ac

ET0 = 16 * 10 * Tm  *
  * 
1-  I cr   12   30 
SE Tm>26,5°C
2-
ET0 = −415,85 + 32,24 * Tm − 0,43 * Tm 2
▪Tm – Temperatura média mensal (˚C);
▪NHD – Número de horas do dia (horas);
▪NDM – Número de dias no mês;
▪Icr – Índice de Calor Regional – Estimado pela Equação (03) – é
um coeficiente “padrão” da região;
▪ac – coeficiente de ajuste estimado pelo índice Icr;
THORNTHWAITE (1948)
Ajuste dos Parâmetros Regionais:

3 – Índice Regional de Calor

( )
1,514
 n

Icr = 12 * 0,2 *  Ti

 1
n 

4 – Coeficiente Regional ac:

ac = 0,49239 + 1,7912 * 10 −2 * Icr − 7,71 * 10 −5 * Icr + 6,75 * 10 −7 * Icr


2 3
FOTOPERÍODO (N)
Número máximo de horas de Brilho
FOTOPERÍODO (horas/dia) em Função da Época do Ano e da
Latitude
Latitude S (Graus)
Mês 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 60
Jan 12,00 12,26 12,53 12,80 13,09 13,40 13,74 14,12 14,56 15,07 15,71 17,69
Fev 12,00 12,16 12,32 12,49 12,67 12,86 13,06 13,29 13,55 13,85 14,22 15,27
Mar 12,00 12,04 12,07 12,11 12,15 12,19 12,24 12,29 12,34 12,41 12,49 12,71
Abr 12,00 11,89 11,78 11,67 11,55 11,42 11,29 11,13 10,96 10,76 10,52 9,83
Mai 12,00 11,77 11,55 11,31 11,06 10,79 10,50 10,18 9,81 9,37 8,84 7,23
Jun 12,00 11,71 11,42 11,12 10,80 10,46 10,08 9,66 9,18 8,60 7,89 5,57
Jul 12,00 11,74 11,47 11,19 10,89 10,58 10,24 9,85 9,41 8,89 8,24 6,22
Ago 12,00 11,83 11,66 11,49 11,31 11,11 10,90 10,66 10,39 10,08 9,70 8,59
Set 12,00 11,97 11,94 11,91 11,88 11,85 11,81 11,77 11,72 11,67 11,61 11,43
Out 12,00 12,11 12,22 12,34 12,46 12,59 12,73 12,88 13,06 13,27 13,51 14,21
Nov 12,00 12,23 12,46 12,71 12,96 13,23 13,53 13,86 14,24 14,69 15,23 16,88
Dez 12,00 12,29 12,58 12,88 13,20 13,55 13,92 14,34 14,83 15,40 16,12 18,44
15˚ Dia do Mês
FOTOPERÍODO (N)
Número máximo de horas de Brilho
FOTOPERÍODO (horas/dia) em Função da Época e da Latitude
15

14 Lat.0
Lat.20
Número de Horas de Brilho (horas/dia)

Lat.40
13

12

11

10

8
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
THORNTHWAITE (1948)
Adaptado por Camargo et al. (1999)

i. Adequação do modelo original para demais condições


climáticas;
ii. Substitui a temperatura média mensal (Tm) pela variável
Temperatura Efetiva (TEF), estimatimada pela (Equação 05),
que contabiliza a amplitude térmica média;

5 – Temperatura Efetiva (TEF):

TEF = 0,36 * (3 * TMAX − TMIN )


ORGANOGRAMA GERAL PARA ESTIMATIVA
DA ET0 PELO MÉTODO DE THORNTHWAITE

• Série histórica de tempertura (Tm, TMAX, Tmin);


• Latitude local

• Estimativa do Índice Regional de Calor – Icr (Equação 03)

• Estimativa do coeficiente ac (Equação 04)

• Calcular a ET0 pelas Equações 1, 2


THORNTHWAITE
Exemplo.1
Determinar ET0 para região de Barreiras, em 15/01/96,
considerando superfície gramada
a. Barreiras-> Latitude:ф = 12,15⁰
b. Superfície -> Gramado: r=0,23
c. Data -> 15/01/2003: N=12,6horas
d. Demais Dados Estação: Tmax=31,6⁰C; Tmin=19,4⁰C
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
TMED
(˚C) 24,7 24,7 24,6 24,3 23,4 22,4 22,2 23,6 25,9 25,9 25,3 24,7
N
(horas) 12,6 12,4 12,1 11,7 11,4 11,3 11,4 11,6 11,9 12,3 12,6 12,7
THORNTHWAITE
Exemplo.1
1 – Temperatura media annual - Ta
24.7 + 24.7 + 24.6 + ⋯ + 25.3 + 24.7
𝑇𝑎 = = 24.31℃
12
2 – Coeficientes regionais:
Ir = 12 ∗ 0.2 ∗ 24.31 1,514 = 131,514𝑚𝑚
a𝑐
= 0,49239 + 1,7912. 10−2 ∗ 131,514 − 7,71. 10−5 ∗ 131,5142 + 6,75. 10−7 ∗ 131,5143
= 𝑎𝑐 = 3,05

3 – Evapotranspiração mensal:
25,5 3.05
𝐸𝑇 = 16 ∗ 10 ∗ =120,56mm
131.514

4 – Correção para fotoperíodo e número de dias do mês:


𝐸𝑇 = 120.56 ∗ 31ൗ30 ∗ 12.6ൗ12 = 130.81𝑚𝑚 = 4,22𝑚𝑚/𝑑𝑖𝑎

5 – Considerando Temperatura efetiva


𝑇𝑒𝑓 = 0.36 ∗ 3 ∗ 31.6 − 19.4 = 27,144℃
27,144 3.05
𝐸𝑇 = 16 ∗ 10 ∗ 131.514
∗ 31Τ30 ∗ 12.6Τ12 =158.27m=5.10mm/d
BALANÇO DE RADIAÇÃO
i. Contabiliza as interações da energia com a superfície e a
atmosfera – “BALANÇO VERTICAL DE ENERGIA”;
ii. Energia incidente na Superfície (Rs) é a radiação Solar,
representanda pelo Balanço de Energia de Ondas Curtas (BOC);
iii. Energia Emitida pela Atmosfera representada pelo Balanço de
Energia de Ondas Longas (BOL);

Lei de Stefan Boltzmann:


EL =  *  * T 4

“….Todo corpo que aumenta a temperatura interna, emite radiação


eletromagnética proporcional à quarta potência da temperatura
total…”
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Balanço de Radiação na Superfície-1
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Balanço de Radiação na Superfície-2
BOC Q BOL
0
✓Q0 – Rad. Solar Topo Atmosfera;
✓Rs – Rad. Solar incidente na sup.;
QSUP ✓r*Rs – Rad. Incidente refletida;
QD QC ✓QATM – Fluxo energia emitida
pela atm;
r*RS QATM
✓QSUP – Fluxo energia emitida
pela sup.;
RS
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Parcelamento da Radiação Efetiva
Calor Latente:
Evapotranspiração
Λ = 2,45 MJ/L Fotossíntese

Rn =  * E + (H + G + P) + F Eq(06)

Calor Sensível
Aumento Temperatura

NET RADIATION – “RADIAÇÃO LÍQUIDA OU EFETIVA”


BALANÇO DE RADIAÇÃO
Parcelamento da Radiação Efetiva

Rn =  * E + (H + G + P) + F Eq(07)

E = (Rn − H)  Rn Eq(08)

E = BOC + BOL Eq(09)


BALANÇO DE RADIAÇÃO
E = BOC + BOL
Modelo de Angström - Prescott

  n 
BOC = Q0 * a + b *   * (1 − r ) Eq(10)
  N 
Razão de Insolação
✓a , b – coeficientes regionais;
✓r – albedo ou “reflexão”;
✓N – Número máximo de horas de luz ou Fotoperíodo;
✓ n – insolação ou número de horas de brilho ou céu limpo;
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Coeficientes Regionais da Eq. Agström-Prescott
Localidade
Campinas SP
UF Período
Annual
A
0,23
B
0,56
E = BOC + BOL
Ribeirão Preto SP Annual 0,13 0,73
Piracicaba SP Primavera-Verão 0,25 0,50
Piracicaba SP Outono-Inverno 0,28 0,51
Mococa SP Annual 0,40 0,41
Pindamonhangaba SP Annual 0,28 0,51
Monte Alegre do Sul SP Annual 0,19 0,61
Presidente Prudente SP Annual 0,19 0,39
Botucatu SP Annual 0,24 0,45
Pelotas RS Annual 0,35 0,46
São Luiz MA Annual 0,26 0,33
Fortaleza CE Annual 0,27 0,36
Teresina PI Annual 0,31 0,37
João Pessoa PB Annual 0,28 0,36
Recife PE Annual 0,30 0,38
Petrolina PE Annual 0,32 0,37
Propriá SE Annual 0,33 0,41
Paulo Afonso BA Annual 0,31 0,33
Irecê BA Annual 0,33 0,33
Salvador BA Annual 0,29 0,39
Manaus AM Annual 0,26 0,49
Viçosa MG Annual 0,23 0,38
Brasilia DF Annual 0,28 0,50
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Coeficientes Regionais da Eq. Agström-Prescott
E = BOC + BOL
Na ausência de Valores e Estimativas Regionais?

Glover & Mcculluch (1958):

a = 0,29 * cos()   60 
Eq(11)

Ribeiro (1980) – Estimativas Brasileiras:


a = −0,4192 + 0,6971 * cos( ) Eq(12)

b = 0,52
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Valores do Coeficiente de Reflexão (r) Albedo
Albedo Albedo
Tipo de superfície mínimo máximo
Água profunda 4% 8%
Solo úmido escuro 5% 15%
Solos claros 15% 25%
Solos secos 20% 35%
Areia branca 30% 40%
Grama, vegetação baixa 15% 25%
Savana 20% 30%
Floresta 10% 25%
Neve 80% 90%
Superf. Descoberta / exposta 10% 25%
Concreto 10% 35%
Asfalto 5% 20%
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Valores do Coeficiente de Reflexão (r) Albedo
Albedo Albedo
Tipo de superfície mínimo máximo
Grama…
...baixa, verde, não molhada 25% 35%
...baixa, verde, molhada 15% 20%
…alta, passada 25% 30%
Alagadiços 15% 20%
Florestas…
…de coníferas 5% 10%
…de latifoliadas 10% 15%
…mistas (coníferas+latifoliadas) 15% 20%
…tropical 15%
…Eucalipto 20%
Concreto 10% 35%
Asfalto 5% 20%
Fonte: Paula Lima (2008)
ILHAS DE CALOR
Alteração dos Valores de Albedo

Adaptado de Righetto (1998)


BALANÇO DE RADIAÇÃO
Radiação Solar no Topo da Atmosfera
Radiação no Topo da Atmosfera (Extratosfera) (MJ/m2.dia) em
Função da Época do Ano e da Latitde
Dia Mês Latitude

NDA

 2 * NDA  
Declinação Magnética  = 0,4093 * Sen   − 1,405  Eq(15)
 365  
 2 * NDA 
Distância Relativa Terra-Sol dr = 1 + 0,033 * Cos 
 365


Eq(16)

w s = ArcCos− Tan () * Tan ()


Ângulo Horário Por do Sol
Eq(17)
Q0 = 37,6 * dr * ws * Sen( )* Sen( ) + Cos ( )* Cos ( )* Sen(ws ) Eq(18)
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Modelo de Brunt: Eq(13) E = BOC + BOL
Para Clima Úmido:
−9
( 
)  n 
BOL = −4,903.10 * T * 0,56 − 0,25 ea 0,1 + 0,9 *  
4

  N 
Para Clima Seco:
−9
( 
)  n 
BOL = −4,903.10 * T * 0,34 − 0,14 ea 0,1 + 0,9 *  
4

  N 
✓T – Temperatura Média do Ar (Kelvin) – [T(⁰C)+273];
✓ea – pressão parcial do vapor de água na atm. (kPa);
✓N – Número máximo de horas de luz ou Fotoperíodo;
✓ n – insolação ou número de horas de brilho ou céu limpo;
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Aspectos Psicrométricos
GRÁFICO PSICROMÉTRICO
8

7 UR=100%
6
es (kPa)
Pressão de Vapor (kPa)

5
Déficit
4
Saturação
3
ea (kPa) es-ea
2

0
0 5 10 15 20 25 30 Ts
35 40 45
Temperatura (˚C)
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Aspectos Psicrométricos
“…. A atmosfera é um reservatório de vapor de água cujo
volume expande e contrai em função da temperatura…”
T – Temperatura em ⁰C

 17,27* T 

e s (kPa ) = 0,61 * e
 237,3 + T  Murray: Eq(13)
 

ea
UR = Umidade Relativa: Eq(14)
es
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Radiação Solar no Topo da Atmosfera
Radiação no Topo da Atmosfera (Extratosfera) (MJ/m2.dia) em
Função da Época do Ano e da Latitde
Latitude S (Graus)
Mês 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 60
Jan 36,12 37,94 39,51 40,83 41,88 42,66 43,18 43,44 43,45 43,22 42,80 41,62
Fev 37,40 38,49 39,31 39,84 40,10 40,06 39,75 39,15 38,29 37,18 35,83 32,55
Mar 37,89 38,03 37,87 37,43 36,71 35,70 34,43 32,89 31,11 29,09 26,85 21,79
Abr 36,82 35,87 34,65 33,18 31,46 29,51 27,35 24,99 22,45 19,76 16,94 11,04
Mai 34,81 33,09 31,14 28,99 26,65 24,14 21,50 18,73 15,88 12,99 10,08 4,50
Jun 33,43 31,36 29,09 26,66 24,07 21,36 18,55 15,67 12,77 9,88 7,07 2,05
Jul 33,82 31,88 29,73 27,40 24,91 22,28 19,53 16,70 13,82 10,93 8,09 2,85
Ago 35,60 34,26 32,68 30,86 28,83 26,60 24,19 21,62 18,92 16,11 13,23 7,42
Set 37,22 36,86 36,22 35,30 34,12 32,68 30,98 29,06 26,91 24,56 22,03 16,48
Out 37,38 38,09 38,51 38,65 38,51 38,08 37,37 36,38 35,14 33,65 31,92 27,85
Nov 36,36 37,95 39,29 40,36 41,17 41,69 41,95 41,94 41,67 41,16 40,44 38,56
Dez 35,61 37,60 39,36 40,87 42,12 43,12 43,85 44,34 44,58 44,60 44,45 43,92
15˚ Dia do Mês
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Exemplo.2

Determinar Rn para região de Ribeirão Preto, em


15/01/96, considerando superfície gramada

a. Ribeirão Preto -> Latitude:ф = 21,18⁰


b. Superfície -> Gramado: r=0,23
c. Data -> 15/01/96: n=9,3horas
d. Demais Dados Estação: Tmed=28,1 ⁰C e UR(%)=45%
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Exemplo.2
1 – Fotoperíodo em 15/01/1996 – N=13,2 horas
2 – Insolação no dia – n= 9,3 horas
3 – Razão de insolação no dia 15/01/1996 – n/N=0,7272
4 – Dia Juliano - NDA = 15
5 – Declinação magnética:
2𝜋∗15
𝜗 = 0,4093 ∗ 𝑠𝑒𝑛 − 1,405 = −0,3732𝑟𝑎𝑑
365
6 – Angulo horário:
𝜋∗−21,18°
𝑤𝑠 = 𝐴𝑅𝐶𝐶𝑜𝑠 −𝑡𝑎𝑛𝑔 180
∗ 𝑡𝑎𝑛𝑔 −0,3732 = 𝑤𝑠 = 1,723𝑟𝑎𝑑
7 – Distância relative Terra-Sol:
𝜋∗15
𝑑𝑟 = 1 + 0,033 ∗ 𝑐𝑜𝑠 = 1,0319
180
8 – Radiação no Topo da Atmosfera:
𝜋∗−21,18° 𝜋∗−21,18°
𝑄0 = 37,6 ∗ 1,0319 ൬1,723 ∗ 𝑆𝑒𝑛 ∗ 𝑆𝑒𝑛 −0,3732 + cos ∗ 𝑐𝑜𝑠 −0,3732 ∗
180 180

𝑠𝑒𝑛 1,723 ൰=42,10 MJ/d.m2


BALANÇO DE RADIAÇÃO
Exemplo.2
9 – Balanco de Ondas Curtas:
21,43𝑀𝐽
𝐵𝑂𝐶 = 42,1 ∗ 0.13 + 0.73 ∗ 0,7272 ∗ 1 − 0.23 = 𝑑.𝑚2

10 – Tensão de Saturação
17,27∗28,1
𝑒𝑠 = 0,61 ∗ 𝐸𝑋𝑃 = 3,79𝑘𝑃𝑎
237,3+28,1

11 – Tensão de Vapor de Água


𝑒𝑎 = 0,45 ∗ 3,79 = 1,7087𝑘𝑃𝑎

12 – Balanço de Ondas Longas


𝐵𝑂𝐿 = −4903. 10−9 ∗ 28,1 + 273 4
∗ 0,56 − 0,14. 1,7087 . 0,1 + 0,9 ∗ 0,7272
7,09𝑀𝐽
=−
𝑑. 𝑚2

13 – Radiação Líquida:
Rn= 𝐵𝑂𝐶 + 𝐵𝑂𝐿 = 21,43 − 7,09 =14,33MJ/d.m2
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Instrumentação
 Dimensões: 57 x 72 x 177mm

 Braço suporte: 0,02 x 0,75 m

Figura 1a. Net Radiometer REBS Figura 2. Radiometer Gier and


Q*7.1. Dunkle.
Fonte:
Eng. Jones Simon
Orientador: Luiz Roberto Angelocci
PENMAN (1948)
Modelos Combinados
i. “Somam” os efeitos do balanço de energia com o poder
evaporante do ar – transporte de massa “de ar”;
ii. Baseado em “princípios físicos corretos”;
Considerando….
b. Coeficiente Razão de Bowen
Partindo de….
a. Balanço de Radiação: To − Ta T
= 
Rn − G = E(1 + ) eo − ea e
c. Poder Evaporante do Ar:

Ea = f (U2 ) * (esa − ea )

Analogia do modelo de transporte de massa de Dalton


PENMAN (1948)
Modelos Combinados
i. “Somam” os efeitos do balanço de energia com o poder
evaporante do ar – transporte de massa “de ar”;
ii. Baseado em “princípios físicos corretos”;

(1) (2)
 Eq(19)
E =
s
(Rn − G) + Ea
s+ s+
Termo Termo
Energético “aerodinâmico”
PENMAN (1948)
Modelos Combinados

E =
s
(Rn − G) + Ea
s+ s+
e 4098 * es
s= =
T (T + 237,3 )2 Eq(20)

Constante Psicrométrica
P kPa  Eq(21)
 = 0,0016286 *
  
C

Ea = f (U2 ) * (esa − ea ) “Função Empírica” Eq(22)


PENMAN-MONTEITH
Conceito das Resistência a Transferência

O fluxo de água
para as camadas
superiores da
atmosfera deve
vencer a resistência
superficial (plantas)
e aerodinâmica
(camada mais baixa
de ar).

Allen (1998)
PENMAN-MONTEITH
Modelo Recomendado pela FAO
Modelo Geral para Qualquer tipo de Cobertura:
e
0s * (Rn − G) + 86400 *  * cp *
ra
 ( )
ET 0 = Eq(23)
s +  1 + rc
ra
Parametrização da FAO – Allen (1998):
•Cobertura: Gramado;
•Altura padronizada hc = 12 cm
•Relaçao: rc/ra=0,33U2 e ra=208/U2
 
0,408 * s * (Rn − G) +   * U2 * (es − ea )
900
(Tm + 273 ) 
ET 0 =  Eq(24)
s + (1 + 0,34 * U2 )
PENMAN-MONTEITH
Exemplo.3
Determinar ET0 para região de Uberlândia, em
16/06/2002, considerando superfície gramada

a. Radiação Efetiva ->Rn=8,5MJ/m2.dia


b. Calor Sensível no Solo-> G=0,8MJ/m2.dia
c. Temperaturas ->TMAX=30 ⁰C e TMIN=18 ⁰C
a. Tmed=(30+18)/2=24
d. Vento ->U2=1,8m/s
e. Umidade Relativa ->URMAX=100% e URMIN=40%
PENMAN-MONTEITH
Exemplo.3
1 – Pressão de Saturação media
17,27 ∗ 30
𝑒𝑠. 𝑇𝑚𝑎𝑥 = 0,61 ∗ 𝐸𝑋𝑃 = 4,23𝑘𝑃𝑎
237,3 + 30
17,27 ∗ 18
𝑒𝑠. Tmin = 0,61 ∗ 𝐸𝑋𝑃 = 2,056𝑘𝑃𝑎
237,3 + 18
𝑒𝑠.𝑇𝑚𝑎𝑥+𝑒𝑠.𝑇𝑚𝑖𝑛 4.23+2.056
𝑒𝑠 = = = 3.15𝑘𝑃𝑎
2 2
2 – Tensão atual de vapor:
1 + 0.4
𝑒𝑎 = ∗ 3.15 = 2,203𝑘𝑃𝑎
2
∆𝑒 = 3.15 − 2.203 = 0,95𝑘𝑃𝑎

3 – Declividade da tensão de saturação pela temperature:


4098 ∗ 3.15
𝑠= = 0.1891𝑘𝑃𝑎/°𝐶
24 + 237.3 2
900
0,408∗0.1891∗ 8.5−0.8 +0.063∗ 24+273 ∗1.8∗0.95
4 – 𝐸𝑇0 = = 3.16 𝑚𝑚Τ𝑑𝑖𝑎
0.1891+0.063∗ 1+0.34∗1.8
PENMAN-MONTEITH
Estação Automatizada Meteorológica
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL,
ARQUITETURA E URBANISMO

PROGRAMA:
RECURSOS HÍDRICOS, ENERGÉTICOS E AMBIENTAIS

MODELOS DE
ESTIMATIVA DA
EVAPORAÇÃO:
“EVAPORÍMETROS” OU
TANQUES DE EVAPORAÇÃO:
TCA – Tanque Classe A
▪Tanque cilíndrico construído com chapa de ferro galvanizado #22, com 1,21
metros de diâmetro e 0,255 m de profundidade.
▪Pintado internamente e externamente com tinta aluminizada;
▪Apoiado sobre estrado de madeira de 0,15 metros da superfície do solo, na cor
branca;
▪Área no entorno gramada;
“EVAPORÍMETROS” OU
TANQUES DE EVAPORAÇÃO:
TCA – Tanque Classe A

Fonte : Sabesp
“EVAPORÍMETROS” OU
TANQUES DE EVAPORAÇÃO:
GGI 3.000 – União Soviética
▪Tanque cilíndrico com fundo cônico, com 0,618 metros de diâmetro e 0,685 m de
profundidade no centro.
▪Tanque deve ser enterrado no solo com borda livre de 7,5 cm;

Tanque 20m2
▪Tanque cilíndrico com fundo plano, com 5 metros de diâmetro e 2,0 m,
resultando em superfície de evaporação de 20m2.
▪Tanque deve ser enterrado no solo com borda livre de 7,5 cm;
▪Medidas de evaporação são as mais próximas das condições de superfícies livres
dos reservatórios;
“EVAPORÍMETROS” OU
TANQUES DE EVAPORAÇÃO:
Tanque 20m2
“EVAPORÍMETROS” OU
TANQUES DE EVAPORAÇÃO:

Oliveira, 1971 para as condições de Piracicaba

E20 = 0,76 * ECA = 0,95 * EGGI 3000

Volpe & Oliveira, 2003 para as condições de Jaboticabal

E20 = 0,75 * ECA = 0,85 * EGGI 3000


“EVAPORÍMETROS” OU
TANQUES DE EVAPORAÇÃO:
EV = kp * ECA Eq(24)

Coeficiente do Tanque
Valores do Coeficiente de Tanque para Evaporação:
Estudos iniciais por Sleight (1917)
Seguidos pelos trabalhos de Gangopadhayaya (1966) e etc…

Oliveira 1971, em Piracicaba


Valores de kp no TCA: de 0,67 a 0,87 -> kpMED=0,76
Valores Recomendados entre 0,7 a 0,8
EVAPORAÇÃO
MÉTODOS DE BALANÇO DE ENERGIA:
Righetto, 1998, apresenta adaptação do modelo de Penman

s R l Eq(25)
EL = * + * Ea
s + l  s + l

 – Coeficiente Psicrométrico = 0,00065.P [kPa/˚C]


 ~ 0,67mb/K;
R – Saldo de Radiação na superfície [cal/cm2.dia];
Λ – Calor Latente de evaporação = 59 cal/mm ou 4,18MJ/mm
Ea – Evaporação estimada pelo termo aerodinâmico
EVAPORAÇÃO
MÉTODOS DE BALANÇO DE ENERGIA:
Eq(27) s. – Tangente da curva de pressão de saturação (mb/K)
4098 * es
s=
(T − 35,7)2
T – Temperatura da superfície evaporante [ kelvin];
es – pressão de saturação [ mb];
Eq(28) Ea – Evaporação da superfície (mm/dia)

Ea = 0,27 * (0,5 + 0,00625 * U2 ) * (es − e)

U2 – velocidade do vento [km/dia];


es e e – pressão saturação e parcial de vapor [mb];
EVAPORAÇÃO
MÉTODOS DE BALANÇO DE ENERGIA:

Eq(29) ETCA – Evaporação do Tanque Classe A (mm/dia)

ET CA = 7,518 * (0,37 + 0,00255 * U0,15T ) * (e1,5s − e1,5 )

U0,15T – velocidade do vento 0,152m acima do TCA [


km/dia];
e1,5s – pressão saturação de vapor d’água a 1,5 metros
da superfície do solo [ kPa];
e1,5 – pressão PARCIAL de vapor d’água a 1,5 metros
da superfície do solo [ kPa];
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Exemplo.4
Determinar Ev diária de uma superfície de lago
dispondo-se dos dados:
a. Radiação Efetiva ->Rs=390cal/cm2.dia
b. Constante Psicrométrica -> =0,67mb/ K
c. Temperaturas ->T=299K
d. Vento ->U2=173km/dia
e. Umidade Relativa ->UR=60%
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Exemplo.4
1 – Pressão de Saturação media
17,27 ∗ 299 − 273
𝑒𝑠. = 6,11 ∗ 𝐸𝑋𝑃 = 33,625𝑚𝑏
237,3 + 299 − 273
2 – Tensão atual de vapor:
𝑒𝑎 = 0,6 ∗ 33.625 =20,17mb
∆𝑒 = 33,625 − 20,17 = 13,45𝑚𝑏

3 – Declividade da tensão de saturação pela temperature:


4098 ∗ 33,625 1,987𝑚𝑏
𝑠= =
299 − 35,7 2 𝑘

4 – Termo aerodinâmico:
𝐸𝑎 = 0,27 ∗ 0,5 + 0,00625 ∗ 173 ∗ 13,45 = 5,75𝑚𝑚

1,987 390𝑐𝑎𝑙 Τ𝑐𝑚2 .𝑑 0,67


5 – 𝐸𝑣 = 1,987+0,67
∗ 59𝑐𝑎𝑙Τ𝑚𝑚 + 1,987+0,67 ∗ 5,75 = 6,4 𝑚𝑚Τ𝑑𝑖𝑎
BALANÇO DE RADIAÇÃO
Exemplo.4
Considerando superfície do reservatório igual a 21,15 km2 – Barrgem Jaguari-Jacareí, Qual
o volume diário perdido pela evaporação no exemplo anterior?

1 – Ev= 6,4mm/d = 6,4 L/m2.d = 6.400 m3/km2.d

2 – Volume evaporado: V.ev=21,15*6.400 = 135.360 m3/d

3 – Vazão media evaporada: Q.ev=V.ev/86400 = 135.3600/86400=1,57 m3/s

Sugestão: Dependendo do tamanho da superfície do reservatório, as perdas por


evaporação poderão ser significativas.
FATORES QUE AFETAM A TAXA
DE EVAPO(TRANSPI)RAÇÃO:
➢Umidade Relativa do Ar;

➢Temperatura do Ar;

➢Vento;

➢Tipo de Solo e de Vegetação;

➢Umidade e Tipo do Solo;

➢Tamanho da Superfície Evaporante;

➢Impurezas e Películas sobre a Superfície Evaporante;


ESCOLHA DOS MÉTODOS DE ESTIMATIVAS
DA EVAPO(TRANSPI)RAÇÃO:
➢Qual o melhor método para Estimar a ETP?

(Penman-Monteith é considerado o método de estimativa Padrão da FAO)

➢Fatores a considerar na escolha;

i. disponibilidade de dados meteorológicos

ii. representatividade espacial

iii. Escala de tempo da estimativa

iv. Região de estudo próxima as do ajuste das equações empíricas;

➢Excessivas críticas aos modelos empíricos, sendo utilizados de forma diversa


das condições da calibração;

➢Possibilidade de Calibração dos modelos empíricos à partir de um padrão


confiável;
LITERATURA CONSULTADA:
➢Ometto, J.C.“Bioclimatologia Vegetal”. Piracicaba, Ceres.
1981;

➢Pereira, A.R. et al.“Agrometeorologia Fundamentos e


Aplicações”. Piracicaba, Ed. Agropecuária. 2002;

➢Pereira, A.R.“Evapotranspiração”. Piracicaba, FEALQ. 1997;

➢Riguetto, A.M.“Hidrologia e Recursos Hídricos”. São


Carlos, EPUSP. 1998;

➢Vianello, R.L. “Meteorologia Básica e Aplicações”. Viçosa,


UFV. 1991;

Você também pode gostar