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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES

JOSÉ LUCIANO PINHEIRO NETO - 508410


ISAQUE DE OLIVEIRA SENA - 493949

RELATÓRIO DE AULA: DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE REAL DOS GRÃOS

FORTALEZA
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03
2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................. 04
3 APRESENTAÇÃO A ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................. 05
4 CONCLUSÕES ................................................................................................. 06
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 07
1. INTRODUÇÃO

Uma das principais propriedades do solo, se tratando de sua aplicação na engenharia, é


a densidade de seus grãos. Representado pelo símbolo Gs, essa propriedade é uma medida da
massa dos sólidos presentes no solo por unidade de volume, desconsiderando a massa
ocupada pelos seus vazios. A densidade real pode ser calculada como:

𝑀𝑠
● ρ𝑔 = 𝑉𝑠
; Cálculo da massa específica dos grãos (ρ𝑔)

ρ𝑔
● 𝐺𝑠 = ρ𝑤
; Cálculo da densidade relativa (Gs)

Onde Ms é a massa de sólidos, Vs, o volume ocupado por essa massa, e ρ𝑤, a massa
específica da água.
Essa é uma propriedade intrínseca do solo, e afeta diretamente o seu comportamento
mecânico. Consequentemente, possui inúmeras aplicações na mecânica dos solos, sendo uma
maneira indireta de determinação de outros parâmetros, como índice de vazios, umidade e
grau de saturação. Além disso, a densidade dos grãos serve como parâmetro de qualidade de
solo compactado, muito utilizado em diversas obras de geotecnia, como estradas e aterros
sanitários.
Por isso, é uma grandeza frequentemente analisada em ensaios de laboratório, por
diferentes métodos. Um deles é o método do picnômetro com bomba de vácuo, regularizado
pela NBR 6508, entretanto, o ensaio utilizado nessa prática foi o do picnômetro com
aquecimento, regularizado pela norma 093/94 do Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem (DNER), que consiste em realizar quatro medições de peso de um picnômetro em
quatro estados: seco, com a amostra, com a amostra e preenchido com água, e totalmente
preenchido com água. A equação de determinação da densidade relativa, a partir desse
método, é a seguinte:
𝑃2 − 𝑃1
𝐷𝑡 = (𝑃4 − 𝑃1) − (𝑃3 − 𝑃2)

Sendo P1 o peso do picnômetro seco, P2, o do picnômetro com a amostra, P3, o


picnômetro com a amostra, preenchido com água, e P4, o peso picnômetro com água.
2. MATERIAIS E MÉTODOS

Os materiais utilizados na prática foram:


● Três picnômetros, denominados, respectivamente, picnômetro 20, picnômetro 19 e
picnômetro 27;
● Uma peneira granulométrica de 2 milímetros;
● Água destilada;
● Termômetro;
● Balança;
● Fonte de calor, nesse caso, um fogão a gás.

Primeiramente, pesou-se os três picnômetros secos para obter os valores de P1. Em


seguida, foi separada a amostra previamente preparada, passando-a pela peneira
granulométrica, e pesando cerca de 10 gramas cada uma. Adicionando as amostras em cada
um dos picnômetros, eles foram novamente pesados, obtendo, assim, os valores de P2.
Após isso, com o intuito de remover o ar de dentro dos vazios do solo, adicionou-se
uma pequena quantidade de água destilada em cada um dos picnômetros, e eles foram levados
para o aquecimento em banho maria por cerca de 5 minutos. De acordo com a norma
rodoviária, o correto seria deixar o aquecimento acontecer por 15 minutos, entretanto, não foi
possível devido ao tempo curto de aula, portanto, os resultados podem acabar levemente
alterados.
Após o aquecimento, os picnômetros foram levados a água corrente para o
resfriamento. De acordo com a norma rodoviária, o correto seria deixar esse resfriamento
acontecer em temperatura ambiente, mas, pelo mesmo motivo do curto tempo de
aquecimento, não foi possível, sendo outro possível fator de resultados alterados. Com os
picnômetros resfriados, eles são enxugados e novamente pesados, para obtenção dos valores
de P3. Por fim, descarta-se a amostra, e enche novamente os picnômetros, dessa vez
totalmente com água destilada, e pesa-se novamente, obtendo os valores de P4.
Todo o ensaio foi realizado a temperatura de 24°C, determinado pelo termômetro.
Mas, o resultado da densidade real deve ser determinado à temperatura de 20°C, portanto,
deve-se multiplicar o resultado obtido por um fator de correção, denominado k. A tabela que
determina os valores de k para as diferentes temperaturas encontra-se na norma 093/94,
juntamente com a densidade relativa da água para essa temperatura. Para a temperatura de
24°C, o valor de k é de 0,991, e a densidade relativa da água é de 0,9973.
3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Por meio dos resultados obtidos com as medições feitas com o picnômetro, obtivemos
os valores da densidade real (Dt) para cada um deles, utilizando a fórmula já apresentada
𝑃2 − 𝑃1
anteriormente: 𝐷𝑡 = (𝑃4 − 𝑃1) − (𝑃3 − 𝑃2)

ENSAIO nº P1 P2 P3 P4 Densidade
real

1 (P20) 40,81 50,39 97,52 91,58 2,631

2 (P19) 29,23 39,32 85,71 79,45 2,634

3 (P27) 36,38 46,52 93,32 87,02 2,640

P20 = 2,631

P19 = 2,634

P27 = 2,640

Com esses valores, tiramos a média entre os dois primeiros: 2,631+2,634/2 = 2,632.

Então, podemos calcular o valor de D20, utilizando a fórmula: D20 = K20 x Dt, e com os
valores já obtidos, temos o resultado da equação em D20 = 2,629, aproximadamente.
4. CONCLUSÕES

A determinação da densidade real é crucial para entender a compacidade do solo, que,


por sua vez, afeta sua capacidade de suporte de carga, permeabilidade e comportamento sob
diferentes condições de carregamento.

Com os experimentos, foi possível notar que o último picnômetro teve um valor de
densidade real aquém do aceitável, o que pôde ter sido ocasionado por não ter sido feito o
procedimento de acordo com o previsto, visto que os ensaios deveriam ter sido colocados em
repouso por algumas horas para equilibrar a temperatura com o ambiente de maneira mais
eficiente, mas por falta de tempo foi colocado sob água corrente para que o resfriamento fosse
feito dentro do tempo de aula.

A partir dos resultados obtidos, é possível tomar decisões informadas sobre o tipo de
compactação necessária, prever o comportamento do solo ao longo do tempo e garantir a
segurança e a estabilidade das estruturas construídas sobre ele.

Além disso, a conformidade com as normas NBR 6508 e DNER-ME 93/94 assegura a
consistência e a confiabilidade dos resultados, permitindo a comparação com dados de outros
locais e projetos. Isso contribui para a padronização e aprimoramento das práticas em
mecânica dos solos.

Portanto, pode-se afirmar que, de acordo com os objetivos iniciais, todas as metas
foram alcançadas e os valores obtidos foram bem sucedidos.
REFERÊNCIAS

Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). DNER-ME 041-94: Solos –


Preparação de amostras para ensaios de caracterização. 1994.

Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER). DNER-ME 093-94: Solos –


Determinação de densidade real. 1994.

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