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Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Curso de Engenharia Mecânica

BRUNO AFONSO HAYAKI NAKA


EDUARDO PARPINELLI TELES
JAKSON ALBERTI

PROJETO DE AR CONDICIONADO – CÁLCULO DE CARGA


TÉRMICA

Pato Branco, 2014.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3
2 QUALIDADE DO AR ............................................................................................... 3
3 CONDIÇÕES DE PROJETO.................................................................................... 4
4 MEMORIAL DESCRITIVO DE CÁLCULO............................................................... 4
4.1 Considerações De Projeto .................................................................................. 4
4.2 Ganhos de calor .................................................................................................. 5
4.2.1 Insolação nas janelas ......................................................................................... 6
4.2.2 Ganhos de calor de paredes e tetos internos ..................................................... 7
4.2.3 Ganhos de outras transmissões de calor ........................................................... 8
4.2.4 Fontes internas (Sensíveis) ................................................................................ 8
4.2.5 Fontes internas (Latente) ................................................................................... 9
4.2.6 Resumo e subtotais das cargas ....................................................................... 10
4.2.6.1 Resumo de totais .......................................................................................... 10
4.2.7 Cálculo psicométrico ....................................................................................... 11
4.2.8 – Cálculo carga térmica módulo 2 .................................................................... 12
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 14
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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho acadêmico com o intuito de aprendizagem e obtenção de nota


parcial na matéria de ar-condicionado, apresenta o cálculo de carga térmica parcial
de uma câmera de vereadores localizada na cidade de Curitiba no Paraná. Os
cálculos serão realizados a partir de um croqui real da edificação fornecida pelo
professor Dr. Luiz Carlos Martinelli.
O cálculo de carga térmica será realizado através do método de busca de
valores tabelados para situações específicas. O método é simples porém apresenta
resultados bem precisos. Juntamente com o material e conhecimento obtido ao
longo do curso de ar-condicionado, serão buscados valores e especificações de
normas construtivas. A NBR 16401-1, 16401-2 e 16401-3 de 2008 regem as
instalações de ar-condicionado.

2 QUALIDADE DO AR

Hoje, passamos a maior parte de nosso tempo em locais fechados, onde o


mesmo ar circula e recircula ao longo deste período passando pelas tubulações de
um ar condicionado e sendo dividido entre muitas pessoas, isto facilita a transmissão
de microorganismos dispersos no ar.
Ambientes climatizados são chamados de “doentes” aqueles nos quais uma
porção significativa dos usuários, em torno de 20%, apresentam uma série de
sintomas, tais como: dor de cabeça, náuseas, cansaço, irritação dos olhos, nariz e
garganta, falta de concentração, problemas de pele, dentre outros.
O sistema de ar condicionado controla a qualidade do ar interior por meio de
renovação por ar exterior e pela filtragem de todo o ar insuflado. A renovação reduz
a concentração no ambiente de poluentes gasosos, biológicos e químicos, que não
são retidos nos filtros. A filtragem do ar tem como função reduzir a concentração no
ambiente dos poluentes trazidos do ar exterior e os gerados internamente, os quais
são transportados pelo ar recirculado, evitando sua acumulação no sistema.
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3 CONDIÇÕES DE PROJETO

As condições de projeto são todos os parâmetros, determinados pelo


projetista, que serão adotados para se obter resultados satisfatórios para o projeto, a
partir deles que os cálculos serão efetuados.
As condições para a determinação da carga de resfriamento são as de
especificação mais difícil, exigindo a definição da temperatura de bulbo seco, da
umidade e da intensidade de radiação solar.
Também são fatores relevantes, a localização geográfica do local, no caso
Curitiba a 25,52º de latitude sul encontrada na NBR 16401-1 pg. 42. A face onde
estão as janelas, que são os maiores fatores quanto a insolação, se encontram a 30º
na direção oeste. A Norma Tabela pag. 15 apresenta o pior horário e mês
respectivamente quanto a insolação relativa a localização, 16:00 h do mês de
fevereiro. A variação de temperatura diária é aproximadamente 9,5º, foi possível
obter esta variação com base na Tabela A7 da NBR 16401-1, para corrigir esta
temperatura com a temperatura externa, foi utilizada a Tabela 4 da mesma NBR.
Como o equipamento é o mesmo sempre, ele deve ser capaz de resfriar o ambiente
durante todo o tempo, não importando as condições externas. Assim, os cálculos
serão feitos para a cidade de Curitiba, no verão de fevereiro, durante as vinte e
quatro horas do dia.
Para adotar as condições externas da cidade foi utilizada a Tabela 6. NBR
16401-1 e são elas: temperatura de bulbo seco é de aproximadamente de 30ºC e a
umidade relativa de 60%. Para o ambiente interior foi seguida a mesma tabela e
norma, as condições pretendidas são: temperatura de bulbo seco de 24ºC, umidade
relativa de 50%, que em Curitiba gera uma umidade de 0,009876kg/kg de ar seco.

4 MEMORIAL DESCRITIVO DE CÁLCULO

4.1 Considerações De Projeto

A Figura 1 apresenta o modelo utilizado para fazer o cálculo da carga térmica,


apresenta os dados iniciais do levantamento e mostra os primeiros resultados
considerados para o caso.
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Figura 1 Dados iniciais cálculo carga térmica

Para chegar nos dados acima apresentados, foi utilizada para fins de cálculo
a carta psicométrica especifica das condições pré-estabelecidas do local.
Para Calcular o “Ar-exterior” foram adotados os valores das tabelas práticas
disponíveis e da norma que regulamenta e fiscaliza os sistemas de climatização,
NBR 16401-1. A figura 2 ilustra a fração da tabela de cálculo simplificado onde está
a variável de ar-exterior.

Figura 2 Cálculo ar-exterior

4.2 Ganhos de calor

Para os cálculos de ganhos de calor, divide-se basicamente em sete módulos,


o primeiro refere-se ao cálculo de insolação nas janelas, o segundo em ganhos nas
paredes e tetos externos, o terceiro em transmissões gerais, o quarto em infiltrações
sensíveis, o quinto em fontes de calor internas sensível, o seis refere-se a
infiltrações latente, e o sete para fontes internas.
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Estes sete módulos, são a base de coleta de dados para se chegara a uma
carga térmica, serão explicados e apresentados a seguir afim de dar sequência ao
cálculo da carga térmica.

4.2.1 Insolação nas janelas

A insolação nas janelas está entre os dois maiores fatores de ganhos de


calor, seu estudo quanto geometria dimensões e material deve ser levado
extremamente a sério.
A Figura 3 representa a parte do cálculo onde entram os fatores de insolação
nas janelas. As áreas das janelas são somadas e multiplicadas por um fator de
contribuição solar através do vidro, dependente da latitude e hora escolhidos para
dimensionamento do sistema. Ainda há um fator de correção “FS” para o caso
especifico.

Figura 3 Ganho de insolação nas janelas

A localização latitude e longitudinal das janelas, é definida pela sua


localização apresentada na planta baixa fornecida para realização do cálculo.
O fator específico de contribuição de ganhos pelos vidros, pode ser
encontrado na tabela 13 do material de apoio, foi adotado conforme latitude,
longitude e hora critica. O fator “FS” pode ser encontrado na tabela 14 do mesmo
material, este foi adotado para um vidro simples de 6 [mm] com persiana e calor
claro.
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4.2.2 Ganhos de calor de paredes e tetos internos

Nesta fase do cálculo são encontrados os ganhos de calor dos elementos


tetos e paredes que não estão em contato com um ambiente refrigerado, ou seja
que podem gerar transferência de calor considerável para o ambiente em estudo. A
figura 4 representa a fração da tabela de cálculo da carga térmica total que
compreendem as paredes e tetos externos.

Figura 4 - Ganhos de calor paredes tetos internos

Com a localização do prédio e suas dimensões fornecidas na planta baixa,


conseguimos obter as direções e metragem quadrada das paredes. A variação de
temperatura equivalente é encontrada na Tabela 16. do material fornecido pelo
professor, o coeficiente de transmissão global é também obtido no material na
Tabela 19. A correção de diferença equivalente de temperatura é feita através da
tabela 18 para 16 h.
As considerações para chegar a estes valores são as seguintes: um peso de
parede de 300 [Kg/m²], e tijolos maciços comum de 20 [cm] com reboco de gesso 10
[mm]. Para o teto foi utilizado o pior valor, com uma laje de 30 [cm] com reboco de
gesso de 10 [mm].
Somando os ganhos de calor para esta fase do cálculo temos um subtotal de
6302,0 [Kcal/h]
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4.2.3 Ganhos de outras transmissões de calor

Este cálculo leva em conta as partes da edificação que fornecem calor por
irradiação ao ambiente a ser climatizado. A representação é mostrada na figura 5.
O piso não será considerado no cálculo, pois o ambiente inferior está
climatizado e supostamente na mesma temperatura. O teto interno só se aplica em
caso de andar superior.
As paredes internas que se incluem a esta parcial do cálculo são paredes
com vizinhança a ambientes não climatizados.

Figura 5 Ganhos relativo a irradiação dos elementos do prédio

A planta baixa apresenta as metragens geral do prédio para obtermos a


metragem quadrada de cada item. A variação de temperatura de bulbo seco é
adotada nas condições de cálculo inicial, é adotado a partir da diferença de
temperaturas interna e externa do ambiente. O coeficiente de transmissão global é
encontrado na tabela 23, foi adotado vidro vertical simples e chassi simples, para as
janelas. As paredes foram consideradas de tijolo maciço de 30[cm] e com estuque
leve de 15 [mm].

4.2.4 Fontes internas (Sensíveis)

As fontes internas sensíveis são relativas as pessoas presentes no ambiente.


Este cálculo leva em conta o grau de atividade dos indivíduos, o tipo de aplicação ou
local desta ação e o metabolismo humano para esta atividade, está representado na
figura 6.
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Figura 6 Ganhos de fontes internas (sensível)

O número de pessoas presentes no ambiente foi adotado segundo


embasamento no layout mobiliário da planta. Luzes, motores e equipamentos
elétricos também foram estimados com base no número de pessoas e suas
possíveis atividades e ainda em suas possíveis funções. A tabela 28 do material
apresenta relações consideráveis em relação a potência dissipada para escritórios.
As pessoas foram consideradas sentadas e falantes para encontrar a carga
unitária de calor sensível na tabela 27.

4.2.5 Fontes internas (Latente)

Para buscar esta consideração do cálculo de carga térmica, adotamos o


mesmo procedimento visto acima, porém com o diferencial de busca por calor
latente. Esta representação esta na figura 7.

Figura 7 Ganhos de fontes internas


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A diferença está na busca de temperatura na tabela que deve ser adotada


como latente. O somatório desta fração de calor é 900 [Kcal/h].

4.2.6 Resumo e subtotais das cargas

A figura 8 apresenta um resumo das parciais de ganhos de calor. O subtotal é


somado ao coeficiente de segurança de 10% e a porcentagem para o ventilador do
sistema, também 10%.

Figura 8 Resumo somatório de cargas

4.2.6.1 Resumo de totais

Para chegarmos a carga total geral, somamos os outros fatores mostrados na


figura 9 e suas respectivas correções. O coeficiente de segurança relativo as fontes
internas foi adotado como 25%.
O ar externo é considerado na parte inicial dos cálculos e aqui é multiplicado
pela diferença de temperaturas entre bulbo seco e ar ambiente.
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Figura 9 Totais gerais de carga térmica

Chegamos a um total geral de 50766,82 [Kcal/h], que equivale a 16,79 [TR] e


por fim 201,480 [BTU].

4.2.7 Cálculo psicométrico

Esta etapa do cálculo da carga térmica é necessária para compreender o


comportamento do ar insuflado no ambiente que desejamos climatizar. A escolha
dos equipamentos de refrigeração e suas distribuições são embasadas nestes
valores.
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Figura 10 Cálculo psicométrico

Os valores são definidos através de estudo da carta psicométrica específica


da localização regional da edificação.

4.2.8 – Cálculo carga térmica módulo 2

O segundo piso da edificação conta além da sala de reuniões, com um hall de


entrada. O segundo módulo de cálculo para obtenção da carga térmica total geral
segue o mesmo roteiro do primeiro, são feitas apenas considerações diferenciadas
devido fatores incomuns dos ambientes.
Será apresentada na tabela a seguir, a tabela de cálculos do segundo
ambiente para o conhecimento dos valores obtidos.
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OBRA: FOLHA

LOCALIDADE:
ZONA
CARGA TÉRMICA CÁLC. DATA
DE VERÃO VERIF. DATA
USO DO LOCAL
DIMENSÕES DO LOCAL

9 m x 8 m = 72m2 x 4m = 288 m3
HORA 16 Hr BS (ºC) BU (ºC) UR (%) x (g/kg) h (kcal/kg)
CONDIÇÕES DE CÁLCULO MÊS Fev EXTERNAS 30-05 23.5 60 18 17.7
T DIÁRIO INTERNAS 24 16.8 50 11 11.9
LATITUDE 25.52S HRS OPER
TOTAL 5.5 7 5.8
ALTITUDE 908m 8Hr
______ PES x ______m3/h/PES PORTAS________PESS _______m
3
/h/PES
HIGIENIZAÇÃO

INFILTRAÇÕES
______ PES x ______m3/h/PES ABERTURAS ______m2______m3/h/m2
AR EXTERIOR 2 3 2
PISO ______m x ____m /h/m FRESTAS ________m ________m3/h/m
3
USE: 216 m /h EXAUSTÃO FORÇADA ______________
__________REN/h x _______m3

GANHOS DE CALOR (kcal/h) Resultados RESUMO (kcal/h) Resultados


1 INSOLAÇÃO JANELAS m2 (kcal/m2)/h FS 1 INSOLAÇÃO JANELAS 0
2 PAREDES, TETOS, EXT. 2629,7
3 OUTRAS TRANSMISSÕES 546,04
4 INFILTRAÇÕES (SENS) 0
5 FONTES INTERNAS (SENS) 2322,24
HORIZ. Subtotal 5497,98
Subtotal de 1 DUTO INSUF 5% 274,9
2 PAREDES, TETOS, EXT. m2 Teq K MOTOR VENTIL 10% 549,8
PAREDES COEF. SEG 10% 549,8

Sul 36 1 1.76 63.36


INTERNO SENSÍVEL 6872,48
m3/h/m2

6 INFILTRAÇÕES ( LAT ) 0
TETOS 72 13.3 2.68 2.566,4
7 FONTES, INTERNAS ( LAT) 930
Subtotal de 2 2.629,7
3 OUTRAS TRANSMISSÕES m2 T K COEF. SEG 25% 232,5
 JANELAS
m 3/ton

INTERNO LATENTE 1162,5


PAREDES INT. 68 5.5 1.46 546.04
TETO INTERNO
TOTAL INTERNO 8034,98
PISO

CALOR NO RETORNO

Subtotal de 3 546.04 AR EXTERIOR


216 m3/h x 1,074(31-24) 1391,9
4 INFILTRAÇÕES (SENSÍVEL)
m3/h /m² x
Pes/ton

TOTAL GERAL (kcal/h) 9426.9


5 FONTES INTERNAS (SENSÍVEL)
960 TOTAL GERAL (TR)
PESSOAS 15x 64 3,12

LUZES 40Wx72m²=2880x.055W x 0,86 1362,2


CÁLCULO PSICROMÉTRICO
MOTORES ___________________HP x 632
Fator de Calor Sensível (m)
EQUIP. ELÉT. ___________________W x 0,86
Interno Sensivel
 
m2/ton

Interno Total

Subtotal de 5 2.322,24 Condições Finais da Serpentina


6 INFILTRAÇÕES ( LATENTE )
3 ________ BS _________ BU __________ kcal/kg
m /h /m² x
7 FONTES INTERNAS ( LATENTE )
930 Vazão Ar _________________________ = ______________m3/h
DADOS COMPARATIVOS =

PESSOAS 15 X 62
( - )

VAPOR LIVRE ______________Kg/h x _____________ Condições Iniciais da Serpentina


________BS ________BU ____________kcal/kg
EQUIP.

TRANSMISSÃO ADP máximo BF máximo


VAPOR

Subtotal de 7 930
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Tabela 1 - Cálculo de carga térmica módulo 2

5 CONCLUSÃO

Com o fim dos cálculos fracionados de cada ambiente somados a seus


coeficientes de segurança, os valores de carga térmica total ficaram: para a sala de
reuniões do segundo piso da edificação 16,79 [TR] e para o hall de entrada 3,12
[TR]. A carga total geral dos dois ambientes demandou uma carga térmica de 19,91
[TR]
A partir deste valor podemos buscar um equipamento para atender a
necessidade de refrigeração do ambiente.
Devido a troca de ar necessária, não poderá ser utilizado o ar-condicionado
de expansão direta (split). Um sistema que atende nossas especificações seria o
módulo condensador “self-ar” modelo RVP200CP com capacidade de carga térmica
de 20 [TR] e vazão de ar de 13600 [m³/h].

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