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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

EM670 - Transferência de Calor II - Profa. Dra. Ingrid Lopes


Motta
Projeto 1 - Análise da Transferência de Calor em uma Placa
Finita com Condução, Convecção e Radiação

Caio Brait - 238420


Rafael Baleeiro Martins - 201354

CAMPINAS
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

2 DESENVOLVIMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.1 Parte 1: Parte numérica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.1.1 Discussão do método para resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.1.2 conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

3 PARTE 2: PARTE ANALÍTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8


3.1 Apresentação do problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.2 equações básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.3 Simplificação das equações de movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.4 Análise de escala . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.5 Equações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.6 Condições de contorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

4 PARTE 3: SIMULAÇÃO NUMÉRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13


4.1 Apresentação do método . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4.2 Resultados da análise por diferenças finitas . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.3 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

5 REFERENCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3

1 INTRODUÇÃO

Este relatório abordará a análise térmica do teto de um caminhão, considerando diferentes


condições de operação, materiais de construção e parâmetros de temperatura. O objetivo é
determinar a temperatura média da superfície externa do teto do caminhão (Ts,e ) e a carga térmica
imposta ao sistema de refrigeração em quatro cenários distintos.
Na primeira parte deste estudo, será aplicado um acabamento especial ao teto do cami-
nhão, com coeficientes de absorção solar (αs ) e emissividade (ε) específicos. Em seguida, serão
analisadas quatro situações operacionais diferentes, variando a velocidade de deslocamento do
caminhão e as condições de temperatura ambiente (T∞ ). O objetivo é calcular a temperatura mé-
dia da superfície externa do teto e determinar a carga térmica imposta ao sistema de refrigeração
em cada cenário.
Na segunda parte deste relatório, desenvolveremos as equações do momento e da energia
para descrever a transferência de calor na placa finita que constitui o teto do caminhão. Vamos
explicitar as considerações e simplificações feitas durante esse processo, bem como esclarecer o
significado físico dos termos presentes nas equações.
Finalmente, na terceira parte, empregamos a simulação numérica utilizando o software
ANSYS para avaliar a resposta térmica do teto do caminhão em quatro cenários operacionais
distintos. Além disso, implementamos as equações da continuidade, momento e energia por
meio dos softwares Octave e MATLAB, aplicando o método de diferenças finitas para resolver
as equações definidas na segunda parte do relatório. Ajustamos as condições de contorno para
representar a velocidade de deslocamento do caminhão e a temperatura do ar nas quatro situações
operacionais previamente analisadas. Em seguida, apresentamos como a temperatura na placa
finita varia com base nas condições variáveis de operação e nos materiais utilizados na construção
do teto do caminhão. Os resultados obtidos na simulação numérica serão comparados com os
resultados da parte numérica para validar as análises realizadas.
Este relatório visa fornecer uma compreensão abrangente da resposta térmica do teto do
caminhão em diferentes cenários de operação, utilizando análises numéricas e analíticas para
avaliar os impactos das variáveis relevantes.
4

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Parte 1: Parte numérica


2.1.1 Discussão do método para resolução
Para resolver o problema quantitativamente, foi escrito um programa em linguagem
Octave, utilizando a teoria vista em [INCROPERA]. As sequências de cálculo serão apresentadas
a seguir.
Inicialmente, no script principal, são definidos os casos de análise de “a” até “d”, que
contêm as informações de velocidade e temperatura da corrente livre:

O programa também retorna um feedback de execução, mostrando os parâmetros esco-


lhidos.
Em seguida, é realizado o chute inicial da temperatura da superfície externa, que será
utilizado para avaliar as propriedades do fluido. O programa, então, chama a função “caminhao”
com os parâmetros referentes à situação analisada. Essa função será chamada iterativamente,
até que a solução atinja a convergência, ou seja, até que a temperatura da superfície não varie
significativamente (comparando com um erro relativo). Ela também retornará a carga térmica
sobre o sistema de refrigeração.
Capítulo 2. Desenvolvimento 5

Enquanto ocorrem as iterações, o programa exibirá os resultados obtidos em cada passo.


O erro relativo tolerado foi 10-10, que possibilitou no mínimo 6 casas decimais exatas em poucas
iterações.
Dentro da função “caminhao”, inicialmente são definidas as constantes do problema:
espessura e condutividade dos materiais, dimensões, temperatura interna, parâmetros da radiação.

Em seguida, serão avaliadas as propriedades do ar na temperatura de filme (viscosidade


cinemática, condutividade, número de Prandtl). Com esse objetivo, os valores serão interpolados
dentro da tabela fornecida em [INCROPERA], que lista as propriedades do ar a cada 50 kelvin.
Para este problema, as temperaturas estão no intervalo entre 250 e 350 kelvin. Assim, as linhas
da tabela são armazenadas nas variáveis “Temps” e “props”:

A função “interplin” recebe as linhas da tabela e a temperatura de referência (de filme),


Capítulo 2. Desenvolvimento 6

retornando as propriedades desejadas. Ela faz isso gerando um fit linear (polinomial de ordem 1)
entre as propriedades fornecidas, em seguida avaliando esse fit na temperatura escolhida:

Voltando à função “caminhao”, o número de Reynolds (para o teto inteiro) é calculado


para classificar o regime de escoamento. Resultados preliminares mostraram que o Reynolds
crítico (105 para uma placa plana) foi ultrapassado, entrando em regime misto. Neste caso, a
correlação para o número de Nusselt médio é dada pela equação 7.38 de [INCROPERA]. Assim,
também é possível calcular o coeficiente convectivo médio.

O balanço de energia do problema, referente a um volume de controle próximo à superfí-


cie externa, foi desenvolvido em uma sequência de comentários no código. O resultado é um
polinômio de grau 4 envolvendo a temperatura do teto:

2
A resistência térmica foi dada relativa à área, ou seja, [Rt] = mWK . Para achar as raízes
do polinômio, foi empregada a função roots nativa do Octave, que recebe os coeficientes do
polinômio em ordem decrescente: [c1 c2 c3 c4 c5 ], sendo o polinômio c1 T 4 + . . . + c4 T + c5 = 0.
Como o polinômio possui 4 raízes, é escolhida aquela puramente real, que possui significado
físico.
Capítulo 2. Desenvolvimento 7

Por fim, a carga térmica de refrigeração é calculada, correspondendo ao calor transferido


por condução de fora para dentro do compartimento:

2.1.2 conclusão
Executando o programa para os 4 casos propostos, chegou-se nos resultados abaixo.
Foram exibidas apenas as temperaturas encontradas pela última iteração.
8

3 PARTE 2: PARTE ANALÍTICA

3.1 Apresentação do problema


Para iniciar a segunda parte, o teto do caminhão será representado como uma placa plana
em um fluxo paralelo, de acordo com o esquema abaixo:

Figura 1 – Esquema adotado para modelar o problema.

• As coordenadas adotadas formam um sistema cartesiano:

– x representa o comprimento do teto, medido a partir da frente do caminhão.


– y é uma distância vertical medida a partir da superfície do teto.
– z, não visível na figura, é medido na direção da largura do teto.

Deseja-se analisar o escoamento numa região próxima à placa, estudando os efeitos da


camada limite sobre a distribuição de velocidades e temperaturas. A camada limite de velocidades
é a manifestação dos efeitos viscosos; a camada limite de temperaturas, dos efeitos de difusão de
calor.

3.2 equações básicas


A primeira equação considerada é lei da continuidade, escrita em coordenadas cartesia-
nas:
Capítulo 3. Parte 2: Parte analítica 9

∂ρ ∂ρ ∂ ∂ ∂
+ ∇ · (ρ⃗V ) = + (ρu) + (ρv) + (ρw) = 0 (3.1)
∂t ∂t ∂ x ∂y ∂z
Adotando a hipótese de propriedades constantes, o que é razoável para uma região
pequena como o interior da camada limite, a continuidade reduz-se a:

∂u ∂v ∂w
∇ · ⃗V = + + =0 (3.2)
∂x ∂y ∂z
Também podem ser introduzidas as equações de Navier-Stokes para um fluido newtoni-
ano, nas direções de escoamento preferencial x e y:
Equação de Navier-Stokes na direção ⃗x:

∂ 2u ∂ 2u ∂ 2u
 
∂u ∂u ∂u ∂u 1 ∂p
+u +v +w =− +ν + + + gx (3.3)
∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂x ∂ x2 ∂ y2 ∂ z2

Equação de Navier-Stokes na direção ⃗y:

∂ 2v ∂ 2v ∂ 2v
 
∂v ∂v ∂v ∂v 1 ∂p
+u +v +w = − +ν + + + gy (3.4)
∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂y ∂ x2 ∂ y2 ∂ z2

Equação de Navier-Stokes na direção⃗z:

∂ 2w ∂ 2w ∂ 2w
 
∂w ∂w ∂w ∂w 1 ∂p
+u +v +w =− +ν + 2 + 2 + gz (3.5)
∂t ∂x ∂y ∂z ρ ∂z ∂ x2 ∂y ∂z

É necessário utilizar-se da equação da energia:

∂ 2T ∂ 2T ∂ 2T
   
∂T ∂T ∂T ∂T
ρCP +u +v +w =k + 2 + 2 + µΦ (3.6)
∂t ∂x ∂y ∂z ∂ x2 ∂y ∂z
Sendo

"  2  2 # 
∂u 2 ∂v ∂u 2 ∂w ∂v 2 ∂u ∂w 2
    
∂v ∂w
Φ=2 + + + + + + + +
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z ∂x
 2 (3.7)
2 ∂u ∂v ∂w
− + +
3 ∂x ∂y ∂z

3.3 Simplificação das equações de movimento


Se o escoamento e a difusão de calor na direção z são desprezíveis, o problema torna-se
bidimensional, produzindo os seguintes resultados:


w=0 quando =0 (3.8)
∂z
Capítulo 3. Parte 2: Parte analítica 10

Além disso, o problema pode ser analisado em regime permanente e desprezando as


forças gravitacionais, pois são pequenas em comparação com as forças viscosas e de pressão:


=0 e g=0 (3.9)
∂t
Aplicando tais resultados, as equações que governam o problema tomam as seguintes
formas:

∂u ∂v
+ =0 (3.10)
∂x ∂y

∂ 2u ∂ 2v
 
∂u ∂v 1 ∂p
u +v = − +ν + (3.11)
∂x ∂y ρ ∂x ∂ x2 ∂ y2

∂ 2u ∂ 2v
 
∂v ∂v 1 ∂p
u +v = − +ν + (3.12)
∂x ∂y ρ ∂y ∂ x ∂ y2

∂ 2T ∂ 2T
 
∂T ∂T ν
u +v =α + 2 + Φv (3.13)
∂x ∂y ∂ x2 ∂y Cp
com  2  2 !  2
∂u ∂v ∂v ∂u
Φv = 2 + + + (3.14)
∂x ∂y ∂x ∂y

3.4 Análise de escala


Para continuar simplificando as equações, deve-se avaliar as grandezas características do
problema. Definem-se as seguintes variáveis:

• Comprimento característico da placa: L

• Espessura da camada limite (medida sobre y): δ , sendo δ ≪ L

• Velocidade da corrente livre, na horizontal: U

• Velocidade máxima observada na direção vertical: V , sendo V ≪ U

Sendo assim, a magnitude de alguns termos das equações de movimento pode ser verificada:

∂ 2u U ∂ 2v V
∼ ≈0 ∼ 2 ≈0 (3.15)
∂ x2 L2 ∂x 2 L

∂ 2u U ∂ 2v V ∂ 2v
∼ ≫ ∼ =⇒ ≈0 (3.16)
∂ y2 δ 2 ∂ y2 δ 2 ∂ y2
Capítulo 3. Parte 2: Parte analítica 11

  2
UV V 2
     
∂u ∂u U VU ∂v ∂v
u +v ∼ + ≫ u +v ∼ + =⇒ (3.17)
∂x ∂y L δ ∂x ∂y L δ

 
∂v ∂v
=⇒ u + v ≈0
∂x ∂y

Então as equações de movimento tomam a seguinte forma:

∂u ∂u 1 ∂p ∂ 2u
u +v =− +ν 2 (3.18)
∂x ∂y ρ ∂x ∂y

1 ∂p
0=− (3.19)
ρ ∂y

A equação 2.19 diz que a distribuição de pressões é independente de y, ou seja, a pressão


é a mesma ao longo de qualquer seção transversal. Na equação 2.18, os termos à esquerda
representam o transporte de momento pelo campo de velocidades. À direita, o primeiro termo
representa a força de pressão e o segundo representa a difusão de momento pelos efeitos viscosos.
Uma posterior simplificação da equação 2.18 é possível ao avaliá-la na corrente livre,
onde a pressão é P e U é constante, isso implica que:

∂u ∂u ∂ 2u ∂p
u =v =ν 2 =0 ∴ =0 (3.20)
∂x ∂y ∂y ∂x
O campo de pressões dentro da camada limite pode ser aproximado ao do escoamento
livre, uma vez que a camada limite é extremamente fina. Isso tem como consequência:

∂u ∂u ∂ 2u
u +v =ν 2 (3.21)
∂x ∂y ∂y
Quanto à equação da energia, é possível simplificar a função de dissipação Φ ao notar
que o termo:

 2  2
∂u U
∼ (3.22)
∂y δ

tem ordem de grandeza dominante sobre os outros termos, assim como:

∂ 2T T ∂ 2T T ∂ 2T
∼ ≫ ∼ =⇒ ≈0 (3.23)
∂ y2 δ2 ∂ x2 L2 ∂ x2
Assim obtemos:
Capítulo 3. Parte 2: Parte analítica 12

2
∂ 2T
  
∂T ∂T ν ∂u
u +v =α + (3.24)
∂x ∂y ∂ y2 Cp ∂y
Na equação (3.24), os termos à esquerda representam o transporte de energia pela
movimentação do fluido. À direita, o primeiro termo representa a difusão de energia por condução,
e o segundo termo representa a dissipação de energia pelos efeitos viscosos.

3.5 Equações finais


As equações resultantes da sequência de simplificações são:

∂u ∂v
+ =0 (3.25)
∂x ∂y

∂u ∂u ∂ 2u
u +v =ν 2 (3.26)
∂x ∂y ∂y
2
∂ 2T
  
∂T ∂T ν ∂u
u +v =α + (3.27)
∂x ∂y ∂ y2 Cp ∂y

3.6 Condições de contorno


Se T∞ é a temperatura do escoamento não perturbado,

u(x, 0) = v(x, 0) = 0; u(x, ∞) = U; v(x, ∞) = 0

 
∂T
= q′′ conv = − q′′cond + q′′rad − q′′irrad

T (x, ∞) = T∞ ; −k
∂y y=0

pois, de um balanço de energia na superfície externa da ,

q′′entra − q′′sai = 0 =⇒ q′′ conv + q′′cond + q′′rad − q′′irrad = 0 (3.28)

Os termos de fluxo são os mesmos definidos na Primeira Parte:

(Ts,o − Ts,i )
q′′conv = h̄ (Ts,o − T∞ ) ; q′′cond = ; q′′rad = ε.σ .Ts,o
4
; q′′irrad = αs .G
Rt′′
com

t1 t2
Ts,o = T (x, 0); Rt′′ = 2 +
k p ki
13

4 PARTE 3: SIMULAÇÃO NUMÉRICA

4.1 Apresentação do método


A fim de resolver as equações governantes pelo método de diferenças finitas, foi escrito
um novo script em linguagem Matlab. Assim como o programa apresentado na Primeira Parte,
este script primeiro recebe as informações da situação analisada e os parâmetros fixos. Porém, ao
assumir que as propriedades serão constantes no domínio, elas serão interpoladas na temperatura
de corrente livre:

É importante notar que as equações governantes, após as simplificações desenvolvidas


na Segunda Parte, servem bem apenas para o caso laminar. Como o regime do problema é misto,
os resultados encontrados serão essencialmente qualitativos, e a devida atenção foi dada para
contornar as instabilidades no esquema numérico.
Sabendo que a espessura da camada limite, no caso laminar, é proporcional ao inverso da
raiz de Reynolds, o tamanho do domínio foi estabelecido deixando uma região livre acima da
placa:

As equações de continuidade e momento serão resolvidas por um esquema de varredura.


Inicialmente, a condição de não deslizamento é aplicada e o restante do domínio recebe as
condições de corrente livre.
Capítulo 4. Parte 3: Simulação Numérica 14

Depois disso, as equações são calculadas em todos os pontos internos, caracterizando a


primeira varredura (feita pelos 2 loops internos). As próximas varreduras garantirão a convergên-
cia dos resultados (loop externo). As derivadas em y são aproximadas por diferença centrada, as
em x por diferença adiantada.

Analogamente, a equação da energia é resolvida logo após encontrar o campo de ve-


locidades. Inicialmente, a malha recebe a temperatura de corrente livre. Os dois primeiros
loops, mostrados abaixo, calculam as derivadas em cada ponto e as utilizam para concluir uma
varredura:
Capítulo 4. Parte 3: Simulação Numérica 15

Porém, antes de iniciar uma nova varredura, a condição de contorno de fluxo é calculada
e aplicada à malha

Para impor a condição de fluxo, foi utilizado o esquema de diferença adiantada de 3


pontos, garantindo maior precisão:

−3 f (x0 ) + 4 f (x0 + h) − f (x0 + 2h)


f ′ (x0 ) ≈ (4.1)
2h

4.2 Resultados da análise por diferenças finitas


Tendo em mãos os perfis de velocidade e temperatura, foram elaborados gráficos que
permitem visualizar de maneira clara o comportamento da camada limite. Uma diferença crucial,
Capítulo 4. Parte 3: Simulação Numérica 16

em relação à Primeira Parte, é que a temperatura da superfície externa não é constante ao


longo da placa. Para comparar os resultados àqueles obtidos anteriormente, uma temperatura
de superfície média foi calculada, assim como a carga térmica de condução foi calculada pela
Regra do Trapézio.

Figura 2 – Resultados obtidos para: caminhão a 10 km/h pela manhã, considerando T∞ = 18◦ C.

Figura 3 – Resultados obtidos para: caminhão a 120 km/h pela manhã, considerando T∞ = 18◦ C.
Capítulo 4. Parte 3: Simulação Numérica 17

Figura 4 – Resultados obtidos para: caminhão a 10 km/h ao meio-dia, considerando T∞ = 35◦ C.

Figura 5 – Resultados obtidos para: caminhão a 120 km/h ao meio-dia, considerando T∞ = 35◦ C.

4.3 Conclusões

1. Pela observação do campo de velocidades, percebe-se que a espessura da camada limite


ao fim da placa é da ordem de:

• 20 mm para Reynolds na ordem de 106


• 5 mm para Reynolds na ordem de 107
Capítulo 4. Parte 3: Simulação Numérica 18

Isso, qualitativamente, mostra a influência do "vigor"do escoamento fazendo com que a


camada limite retraia-se.

2. Já que a temperatura da superfície não é imposta como constante, o teto do caminhão es-
quenta mais na porção da frente, pois sabe-se que ali o coeficiente convectivo é maior. Além
disso, as temperaturas médias encontradas são ligeiramente menores que as temperaturas
de superfície calculadas na Primeira Parte.

3. Também devido à temperatura da superfície não ser constante, as cargas térmicas calculadas
por integração numérica são menores que as calculadas na Primeira Parte. Isso indica que
o sistema de refrigeração teria sido sobredimensionado sob aquela simplificação.
19

5 REFERENCIAS

INCROPERA, F. P. Fundamentals of Heat and Mass Transfer. Hoboken, NJ: Wiley, 2013.

HERMANN SCHLICHTING (DECEASED); K. GERSTEN. Boundary-Layer Theory.


Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg, 2017.

R. BYRON BIRD; STEWART, W. E.; LIGHTFOOT, E. N. Transport Phenomena. New York:


Wiley, 2002.

KEYHAN QASEMI. "Solving Coupled Navier-Stokes and Energy Equation on a Surface using
MATLAB."YouTube, 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=pSLHxHI_
XXY>.

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