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ANÁ LISE TÉ RMICA DE UM GALPÃ O

INDUSTRIAL: Um estudo de caso

Autor: Moises Pereira Gomes

Orientador: Dr. Roberto Meira Junior

Engenharia Mecânica
SUMÁ RIO
1. Introdução
2. Referencial teórico
3. Metodologia e procedimento
4. Análise dos resultados
5. Conclusão
Referências.

Engenharia Mecânica
1 Introduçã o

• Ventilação Natural;

• Conforto térmico;

• Norma ABNT NBR 16401 (2008)

• Literatura Macintyre e Manual ar condicionado Carrier


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Engenharia Mecânica
1.1 Objetivos

Objetivo principal

Avaliar se o galpão industrial utilizado para atividades de


manutenção está de acordo com o que orienta literatura referente a
Ventilação Natural e Conforto Térmico

Objetivos específicos
• Avaliar as condições de ventilação natural e conforto térmico do
galpão
• Realizar a proposição de melhorias, caso necessário, para adequar
este galpão para os requisitos de uma adequada ventilação natural 4
e conforto térmico
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2 Referencial teó rico

• As diretrizes construtivas que envolvem o desempenho térmico de


um determinado ambiente industrial são determinadas na sua
maioria de forma empírica (OLIVEIRA, 2012).

• A eficiência da ventilação natural em uma determinada edificação


está relacionada ao número, posição, tipo e tamanho das aberturas
existentes para a passagem de ar e também à ação combinada das
forças do vento e das diferenças de temperatura (MAZON; SILVA;
SOUZA, 2006).
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Engenharia Mecânica
2 Referencial teó rico

• A ventilação industrial é definida como uma operação de controle


de temperatura, distribuição do ar, umidade e eliminação de
agentes poluidores do ambiente, como gases, vapores, poeiras,
microrganismos e odores, designados por contaminantes ou
poluentes (MACINTYRE, 1990).

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2 Referencial teó rico
Figura 1 - Classificação da ventilação geral

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Fonte: Reis (2015).

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2 Referencial teó rico
Figura 2 – Casos de configurações de entradas e saídas de ar para ventilação

8
Fonte: Macintyre (1990).
2 Referencial teó rico

Figura 4 – Correção dos efeitos


combinados dos ventos e da
Figura 3 - Correção para o caso de
aberturas de entrada e saída diferença de temperatura
desiguais

Fonte: Macintyre (1990).


3 Metodologia e procedimento

• Estudo de caso realizado em um galpão industrial;

• Aplicou-se o conceito e teoria da ventilação geral, com ênfase na


ventilação natural e conforto térmico.
• Foram utilizadas as normas NBR 16401-1, NBR 16401-2 de 2008 e
NBR 06401 de 1980, do Manual de Ar Condicionado Carrier 1980 e
do portal Weatherspark 2021, para dados e parâmetros para o
estudo.

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3 Metodologia e procedimento
Figura 5 – Portões de entrada do Galpão
Industrial lado Norte

Figura 6 – Portões de saídas do Galpão Industrial


lado sul

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3 Metodologia e procedimento
Figura 7 – Aberturas de saídas de ar triangulares das coberturas
em formato trapezoidal

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3 Metodologia e procedimento

Figura 8 – Valores das temperaturas na cidade de Itajubá - MG

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3 Metodologia e procedimento
Cálculo da Carga Térmica Externa e Interna do Galpão Industrial

• Determinação das cargas térmicas externas geradas pela parede


norte e pelo telhado conforme o Manual Ar condicionado Carrier
(1980).

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• Cálculo das cargas térmicas geradas internamente pelos
equipamentos elétricos presentes no interior deste ambiente e da
carga térmica do ar de renovação;

• Cálculo Psicrométrico para o Galpão Industrial para determinação


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do volume e características do ar a ser insuflado para Conforto
Térmico
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3 Metodologia e procedimento
Figura 9 – Carta psicrométrica para cidade de São Paulo

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3 Metodologia e procedimento
Figura 10 – O galpão industrial

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4 Aná lise dos resultados
Norma NBR 16401-1
• TBS = 31°C (conforme tabela A.6 – ABNT NBR 16401-1: 2008)
• TBU = 22,6°C (conforme tabela A.6 – ABNT NBR 16401-1: 2008)
• ∆Tmd = 8,3°C (conforme tabela A.6 – ABNT NBR 16401-1: 2008)
• f = 0,03 (conforme tabela A.2 – ABNT NBR 16401-1: 2008)
• Mês e hora a ser considerado = fevereiro - 14:00 h

Engenharia de Produção
Tabela 1 - Dados meteorológicos da cidade de São Paulo

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4 Aná lise dos Resultados
Tabela 2 - Fração da variação média diária de temperatura

TBSc = TBS-norma – f X ΔTmd

TBSc = 31 – 0,03 X 8,3


TBSc = 30,8 °C

TBUc = TBU-norma – f X ΔTmd 18

TBUc = 22,6
Engenharia – 0,03 X 8,3
de Mecânica
4 Aná lise dos Resultados
Com os dados das temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido
corrigidas, da carta psicrométrica tem-se:
UR = 50 %
Torv = 19,3°C
W = 15,4 g-agua/ kg-ar
h = 16,8 kcal/kg ar seco ou 70,29 kj/kg
v = 0,964 m3 /kg-ar

•Para determinação dos valores de projeto para as condições interna,


foi adotado segundo a NBR 06401, a condição recomendável para
ambientes com grandes cargas de calor latente e sensível conforme
demostrado a seguir.

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4 Aná lise dos Resultados
Tabela 3 - Valores de projeto para condições internas

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4 Aná lise dos Resultados
Figura 11 - Velocidade do vento em Itajubá

TBU = 15 °C
Ur = 40 %
Torv = 9,5 °C
W = 8 g-agua/ kg-ar
h = 10,5 kcal/kg ar seco ou 43,93 kj/kg 21
v = 0,932 m3 /kg-ar

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4 Aná lise dos Resultados

Tabela 4 - Resumo das variáveis para DTCRcorr e carga térmica da parede


PAREDE NORTE
VARIÁVEL VALORES
a (Interpolação tabela - 5) 0,2 °C
DTCRsombra (Tabela – 7) 3,3 °C
B 0,55
FGCIs (Tabela – 8) 54 Kcal/h.m²
FGCIpadrão (Tabela – 9) 119 Kcal/h.m²
DTCRm (Tabela – 7) 13,3 Kcal/h.m²
DTCRcorr 4,84 °C
U (Tabela – 6) 3,66 Kcal/h.m².°C 22
A 190 m²
Qtrans Engenharia de Mecânica 4151,53 Kcal/h
4 Aná lise dos Resultados
Tabela 5 -Resumo das variáveis para DTCRcorr e carga térmica do teto

TETO
VARIÁVEL VALORES
a (Interpolação tabela - 5) 0,2 °C
DTCRsombra (Tabela – 11) 6,7 °C
B 0,55
FGCIs (Tabela – 8) 569 Kcal/h.m²
FGCIpadrão (Tabela – 9) 550 Kcal/h.m²
DTCRm (Tabela – 11) 17,8 Kcal/h.m²
DTCRcorr 17,12 °C
U (Tabela -12) (4,6 W/m²K) = 3,96 Kcal/h.m².°C
A 4.524,4 m²
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Qtrans 236.141,10 Kcal/h
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4 Aná lise dos Resultados
Tabela 6 -Resumo das cargas térmicas
CARGAS TÉRMICAS CALOR SENSÍVEL (Kcal/h) CALOR LATENTE (Kcal/h)
PAREDE NORTE 4.151,53 0
TETO 236.141,10 0
ILUMINAÇÃO 80.410,00 0
PESSOAS 4.126,80 7.222,80
COMPUTADORES E
MONITORES 2.580,00 0
IMPRESSORAS 825,6 0
BANCADA ELETRÔNICA 82.560,00 0
MOTORES ELÉTRICOS 47.411,88 0
AR DE RENOVAÇÃO 5.152,14 14.272,07
TOTAL (Kcal/h) 463.359,05 21.494,87

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4 Aná lise dos Resultados
• Determinação da velocidade e predominância de direção dos ventos incidentes ao
galpão industrial;

Determinação do volume do galpão industrial

Medidas:
Comprimento do galpão industrial......................................................110 m
Largura do galpão industrial.................................................................30 m
Altura do pé direito.................................................................................9 m
Altura da cumeeira.................................................................................1 m
Comprimento da base cumeeira..........................................................40 m

• VG – Volume do galpão industrial

VG = (110 m x 30 m x 9 m) + (40 x 1 ÷ 2 x 110)


VG = 29700 + 2200
VG = 31900 m³

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4 Aná lise dos Resultados
Carga térmica total calculada do galpão Industrial = 484.853,92 Kcal/h → 1.922.769,10
Btu/h.

Q = Cr ÷ [ Cp x ρ x 60 (Ti – Te) ]
Q = 1.922.769,10 ÷ [ 0,24 x 0,075 x 60 (89,96 - 82,76) ]
Q = 1.922.769,10 ÷ 7,776
Q = 247.269,68 (pés cúbicos por minuto)
Vazão de ar necessária para remoção do calor gerado é de 247.269,68 cfm (pés cúbicos
por minuto).

Determinação da vazão de ar devido ação do vento

Q = 0,5 x 753,47 x 273,4


Q = 102999,34 ft³/min

Razão entre as áreas de entrada e saída de ar:


2540,28 ft^2 (área da saída de ar) ÷ 753,47 ft^2 (área da entrada de ar) = 3,37
Porcentagem de aumento a ser somada à vazão de ar por ação do vento calculada =
35%. 26

Qv = 102999,34 x 1.35
Qv= 139.049,1 ft³/min Engenharia de Mecânica
4 Aná lise dos Resultados
Determinação da vazão de ar devido ação da diferença por temperaturas (Efeito
Chaminé)
Qc = 9,4 x 138,6 √ 29,52 (96,8 – 89,42)
Qc = 9,4 x 138,6 x 14,75
Qc = 19.216,89 ft³/min

Determinação da vazão de ar total e vazão de ar total real


QT = Qv + Qc
QTR = Qc x φ

QT = Qv + Qc
QT = 139.049,1 + 19.216,89
QT = 158.265,99 ft^3/min

Fator de correção - Qc ÷ QT = 19.216,89 ÷ 158.265,99 = 0,12%

Vazão total real:


QTR = Qc x 7
QTR = 19.216,89 x 7
QTR = 134.518,23 ft^3/min 27

Logo, a vazão total real (QTR) para o galpão industrial estudado = 134.518,23 ft^3/min
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4 Aná lise dos Resultados
Tabela 7 – Resumo das variáveis
FCSint Fator de calor sensível interno 0,955 -
FCSef Fator de calor sensível efetivo 0,942 -
𝑄̇sArEf Carga térmica sensível do ar efetivo 617,75 kcal/h
𝑄̇lArEf Carga térmica latente do ar efetivo 6.750,57 kcal/h
𝑄̇sint Carga térmica sensível interna 463.359, 05 kcal/h
𝑄̇𝐿𝑖𝑛𝑡 Carga térmica latente interno 21.494, 87 kcal/h
𝑄̇𝑠𝐸𝑓 Carga térmica sensível efetiva 463.976,8 kcal/h
𝑄̇𝐿𝐸𝑓 Carga térmica latente efetiva 28.245,44 kcal/h
𝑄̇ 𝐸𝑓 Carga térmica total efetiva 492.222,24 kcal/h
𝑚̇𝐼𝑁𝑆 Vazão mássica insuflação 145.904,65 kg/h
𝑚̇ 𝑒𝑥𝑡 Vazão mássica externa 2.866,89 kg/h
𝑚̇ 𝑅 Vazão mássica de retorno 143.037,76 kg/h
TM Temperatura do ponto M da mistura 24,13 °c
𝑉̇ 𝑟𝑒𝑛 Vazão de renovação 2520 m³/h
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𝑉̇ 𝑖𝑛𝑠 Vazão de insuflação 119.204,09 m³/h
𝑉̇ 𝑅 Vazão de retorno 116.684,09 m³/h
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6 Conclusã o
• Foi verificado deficiência no projeto pelo sub-dimensionamento
das saídas de ar pelo efeito chaminé, o que gerou insuficiente
vazão de ar necessária para remoção da carga térmica do
galpão industrial e conforto térmico para seus ocupantes.

• Foi possível verificar que o aumento da área total de saída de ar


por efeito chaminé em 84%, o que constatou ser inviável pelo
fato que demandaria grandes alterações de projeto, elevados
custos financeiros e um grande tempo de inatividade das
atividades de manutenção ali executadas.

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6 Conclusã o
• Foi sugerido o dimensionamento e implementação de
ventiladores para insuflar a vazão de ar faltante necessária para
o galpão industrial, e em adição, atuando com estes
ventiladores, um sistema de umidificação para ajuste da
umidade relativa do ambiente do galpão para 84.

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Referências
• ABNT. 2008a. NBR 16401. Instalações de ar-condicionado - Sistemas centrais e unitários - Parte
1: Projetos das instalações. ABNT, 60 páginas.
• OLIVEIRA, E. H. Estudo de parâmetros da ventilação natural para maximização do conforto
térmico em pavilhões industriais. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Passo Fundo. 2012.
• MACINTYRE, A.J. Ventilação Industrial e Controle a Poluição. 2ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 1990.
• MAZON, Ana Amélia Oliveira; SILVA, Rodolfo Gonçalves Oliveira da; SOUZA, Henor Artur de.
Ventilação natural em galpões: o uso de lanternins nas coberturas. REM: Revista Escola de
Minas, v. 59, n. 2, p. 179-184, 2006.
• OLIVEIRA, E. H. Estudo de parâmetros da ventilação natural para maximização do conforto
térmico em pavilhões industriais. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Passo Fundo. 2012.
• REIS, Lucas Guedes dos. Conforto térmico de edificações: análise crítica das tecnologias
existentes. 2015. 74 f. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado - Engenharia Mecânica) -
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2015
• WEATHERSPARK (2022). Disponível em https://weatherspark.com/.

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