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Curso

PROJETISTA HVAC
AULA 3 - CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA PARTE 1
PARÂMETROS DE PROJETO
CÁLCULO DE
CARGA TÉRMICA
Nesta etapa são coletados os dados necessários para o
cálculo de carga térmica, definido o zoneamento dos
ambientes e elaborado os cálculos e planilhas de
resultados.

Também é importante, nesta etapa de projeto, definir


variáveis como carga de iluminação e equipamentos,
ocupação e o tipo de uso do empreendimento, verificando
a necessidade de condições especiais.

Após finalizados os cálculos de carga térmica, geramos


os relatórios contendo as capacidades parciais e vazões
de ar por ambiente, chegando a capacidade térmica
total do sistema.
Parâmetros de projeto
Como base para este projeto, utilizaremos a norma ABNT NBR
16401:2008, em suas 3 partes.

No desenvolvimento de projetos de engenharia é fundamental que


sejam observadas todas as legislações e normas pertinentes.

Além das legislações de nível nacional, alguns estados e municípios


possuem regulamentações específicas, bem como órgãos
fiscalizadores, que devem ser obedecidos.

Normas e regulamentações passam por constantes atualizações e


precisamos estar atentos também às novas versões.

Algumas instalações especiais como hospitais, industrias, entre


outros possuem regulamentações específicas que devem ser
prioritariamente aplicadas e respeitadas.
Dados climáticos do projeto
A norma ABNT NBR 16401-1 lista um conjunto de dados climáticos para diversas
localidades.

Supondo um projeto localizado na cidade do Rio de Janeiro, temos os seguintes dados


climáticos externos:

Frequência anual de 1% é adequada para projetos comerciais e residenciais.

Os dados climáticos internos são definidos de acordo com a ABNT


NBR 16401-2:

•Temperatura de bulbo seco = 23 ºC


•Umidade relativa= 60%

Para a Sala de TI foi definida uma temperatura de bulbo seco de 21 ºC.


Escopo do projeto
Pavimentos 1 e 2

Projetar sistema de climatização que atenda aos


pavimentos 1, 2, 3 e 4 da edificação,
considerando, em cada pavimento, as duas salas
maiores e sala de TI. A sala de TI deverá possuir
sistema independente, do tipo Split, com
backup. A finalidade de uso do sistema split com
backup na sala de TI é a de manter o ambiente
climatizado também nos horários sem ocupação
no edifício e em caso de falha de um dos
equipamentos.
Planta Baixa

O projeto será concebido a


partir das plantas fornecidas
pela equipe de arquitetura,
conforme esquema de cores.
Como é comum em edifícios
comerciais, todos os 4
pavimentos a serem
projetados possuem layout
idêntico.

PAVTO TIPO
Planta de Corte

CORTE
Metodologia para cálculo da
carga térmica

O cálculo das cargas A realização deste cálculo,


térmicas deve ser realizado exceto em sistemas
a cada hora do dia para demasiadamente simples, é
determinar em qual inviável sem o auxílio de
circunstância ocorrem as um programa de
máximas cargas parciais e computador.
totais do sistema. Mostraremos algumas
opções no próximo slide.
Softwares para cálculo da carga térmica
Existem diversos programas disponíveis no mercado. Os mais utilizados são capazes de
realizar cálculos de carga, análise de energia, dimensionamento e seleção de sistemas, projeto
de dutos, seleção de equipamentos e gerenciamento de edifícios.
Listamos dois exemplos que são, atualmente, os mais difundidos e utilizados no país.

CARRIER HAP TRANE TRACE


Envoltória
A transmissão de calor para dentro ou para fora do edifício se dá
através da sua envoltória. Os principais caminhos para essa
transferência de calor são listados abaixo:

Condução Radiação Térmica


O calor é conduzido Emissão e propagação de
através das fachadas e ondas de calor por meio
coberturas. das superfícies.

Infiltração Radiação Solar


Ganho ou perda de calor Penetração da energia
pelo fluxo de ar que ocorre radiante emitida pelo Sol
a partir de frestas. através de vidros.

Os dados técnicos da envoltória geralmente são informados pela


arquitetura, mas também podem ser encontrados em manuais e
normas técnicas. Listamos abaixo os dados do nosso edifício:
Dados Técnicos da Envoltória
Alvenaria

Paredes Externas
Coeficiente de transferência de calor (U): 2,36 W/(m².K)

Paredes Internas
Coeficiente de transferência de calor (U): 2,03 W/(m².K)

Tetos Internos
Coeficiente de transferência de calor (U): 2,91 W/(m².K)

Tetos Externos
Coeficiente de transferência de calor (U): 2,24 W/(m².K)

Áreas envidraçadas

Janelas: 915 x 1220 mm

Pele de vridro: comprimento x 3m

Vidraça dupla
Transmissão de luz visual: 0,81
Resistência Térmica (R): 0,3196 (m².K)/W
Coeficiente de ganho de calor solar: 0,76
Coeficiente de transferência de calor (U): 3,1288 W/(m².K)
Fontes internas de calor e umidade
Pessoas Iluminação

Dados obtidos na Tabela 1 da ABNT NBR 16401-3: Dados obtidos na Tabela C.2 da ABNT NBR 16401-1:

Densidade Potência dissipada: 16 W/m²


Salas 1 e 2: 20 pessoas/100m² (Escritório com alta densidade)
Sala de TI: 14 pessoas/100m² (Escritório com média densidade) Taxa típica de dissipação de calor pela iluminação em escritórios

Efetuando os cálculos Equipamentos


Sala 1 = 20 pessoas . 243m² = 49 pessoas
100 m²
Sala 2 = 20 pessoas . 189m² = 38 pessoas Dados obtidos na Tabela C.6 da ABNT NBR 16401-1:
100 m²
Sala TI = 14 pessoas . 33m² = 5 pessoas Potência dissipada: 21,5 W/m²
100 m²
Densidade típica alta de carga de equipamentos em escritórios
Dados obtidos na Tabela C.1 da ABNT NBR 16401-1:
Sala de TI: 1500W (Definido pela equipe de TI)
Calor Total: 130 W | Calor Sensível: 75 W | Calor Latente: 55 W

Calor liberado pelas pessoas em atividade moderada em trabalho


de escritório
Renovação de ar

Em ambientes fechados, os poluentes gasosos e vapores gerados


internamente, principalmente o dióxido de carbono
metabolizado pelas pessoas, não podem ser retidos nos filtros.
Para que a concentração desses poluentes não atinja níveis
considerados prejudiciais a saúde é necessário reduzi-la através
da diluição com injeção de ar externo no ambiente.
Ensinaremos agora como realizar o cálculo da vazão de ar
externo necessária.
Todas as instalações de ar condicionado, sem exceção,
independente da capacidade ou do tipo de instalação devem
adotar renovação de ar exterior.
A injeção de ar exterior também é importante para manter uma
leve pressão positiva no ambiente, o que ajuda a minimizar o
efeito da infiltração de ar não controlada.
Cálculo da vazão de Ar Exterior
Conforme ABNT NBR 16401-3 Trocas de ar por hora
Tabela 1 - Vazão eficaz mínima de ar exterior para ventilação Esta forma de cálculo para a vazão de ar externo é utilizada em
locais específicos, como, por exemplo, salas limpas e hospitais, ou
para manter uma leve pressão positiva no ambiente, o que ajuda
a minimizar o efeito da infiltração de ar não controlada.

Para ambientes de conforto consideramos uma taxa de 1,5 ren/h.

Estudos apontam que vazões de ar exterior nível 3 reduzem Vazão de ar externo adotada
reclamações e manifestações alérgicas.
Para cada ambiente do projeto deve-se calcular a vazão de ar
Vef = Pz*Fp + Az*Fa exterior de acordo com as três formas apresentadas e adotar o
maior valor encontrado.
Tabela 2 - Eficiência da distribuição de ar nas zona de ventilação

Vz = Vef/Ez

Conforme Portaria GM-MS 3.523/98


Taxa: 27m³/h/pessoa
Cálculo da vazão de Ar Exterior
Relatório de cálculo Resultados obtidos
Ambiente Portaria 3.523 Trocas por hora NBR 16.401-3 Vazão adotada

Sala 1 1.323 m³/h 985 m³/h 1.108 m³/h 1.323 m³/h


Sala 2 1.026 m³/h 766 m³/h 861 m³/h 1.026 m³/h
Sala de TI 135 m³/h 134 m³/h 128 m³/h 135 m³/h

Bônus
Preparamos e disponibilizamos uma planilha que calcula e compara
automaticamente a vazão de ar exterior na zona de ventilação pelos três métodos
apresentados.
PRÓXIMA AULA:

CÁLCULO DE CARGA
TÉRMICA [PARTE 2]
DADOS DE ENTRADA
NOS VEMOS NA PRÓXIMA AULA!

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