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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES

JOSÉ LUCIANO PINHEIRO NETO - 508410

RELATÓRIO DE AULA: DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO

FORTALEZA
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03
2 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................. 04
3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................. 05
4 CONCLUSÕES ................................................................................................. 06
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 07
1. INTRODUÇÃO

A água no solo pode ocorrer em várias formas distintas, cada uma delas
desempenhando um determinado papel na dinâmica hidrogeológica no ambiente superficial e
subterrâneo. Dentre as principais formas de ocorrência, estão:
Água Livre: A água que ocupa os espaços vazios entre as partículas do solo, que flui
sob influência da gravidade, sendo a principal forma presente em corpos d’água subterrâneos,
como lençóis freáticos;
Água Adsorvida: A água que adere à partícula do solo, retidas pelas forças de atração
superficial e com pequeno fluxo;
Água de Constituição: Água ligada quimicamente aos minerais presentes no solo,
incorporado diretamente em sua estrutura;
Água Capilar: A água que preenche espaços vazios extremamente pequenos, como
fissuras, se movendo devido à tensão superficial a ao efeito de capilaridade;
Água Higroscópica: Determinada pela umidade relativa do ambiente, uma forma de
ligação muito mais fraca do que a água adsorvida que geralmente é liberada quando a
umidade cai, como uma resposta à demanda de evapotranspiração do sistema.
A umidade é um dos diversos índices utilizados na mecânica dos solos para avaliar as
características e propriedades dos diferentes solos, se referindo à quantidade de água presente
no solo em relação à parte seca, em porcentagem. O estudo dos efeitos da umidade é essencial
para a realização de projetos de geotecnia e construção civil, por desempenhar um papel
importante na determinação de parâmetros como a densidade, compressibilidade, deformação
e resistência.
Essa umidade é resultado da interação entre a água e as partículas do solo, envolvendo
o processo de adsorção. A adsorção é um processo pelo qual moléculas, nesse caso, de água,
aderem à superfície de partículas maiores, nesse caso, o solo. Isso ocorre devido às forças de
atração entre as moléculas de água e essas partículas e pela polaridade da molécula de água. A
força de atração causada pela polaridade causada entre a superfície e a molécula de água é a
responsável por manter essa aderência da água ao solo.
Após tudo isso, podemos afirmar que o teor de umidade do solo é dado pela seguinte
equação:
Onde w é o teor de umidade, Mw, a massa de água e Ms, a massa de solo seco.
Portanto, nessa prática, foram abordadas maneiras de realizar a medição desse teor de
umidade.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Três métodos foram utilizados para determinação do teor de umidade: método do


Speedy, método da frigideira e método da estufa. Os materiais utilizados para cada um dos
métodos foram os seguintes:

Método Speedy:
• Uma cápsula de carbureto de cálcio;
• Medidor de umidade tipo Speedy;

Método da Frigideira:
• Frigideira;
• Fogão;

Método da Estufa:
• Três capsulas para armazenamento do solo;
• Estufa;
• Balança.

Procedimentos:
Primeiramente, para o método Speedy, foi colocado uma amostra de solo úmido dentro
do compartimento do aparelho junto com a ampola do carbureto de cálcio, fechando-os. Ao
agitar o Speedy, a ampola se rompe, liberando o carbureto de cálcio e o permitindo reagir com
a água presente no solo. Sua reação libera gás acetileno, gerando uma pressão que pode ser
aferida no medidor externo do Speedy, junto da umidade que também possui um medidor no
aparelho.
Para o método da frigideira, a amostra de solo úmido foi colocada dentro da frigideira
e pesado. Após isso, a frigideira foi levada a uma fonte de calor, nesse caso, o fogão, para ser
aquecida até um ponto onde deixou de se perceber uma mudança nas suas características.
Após isso, foi realizada outra pesagem. Com os valores do solo seco e do solo úmido,
o teor de umidade pode ser determinado pela seguinte equação:

Onde w é o teor de umidade, Mh a massa de solo úmido, e Ms a massa de solo seco,


após o aquecimento.
Para o último método, o método da estufa, três amostras de solo úmido foram
separadas e colocadas em três diferentes cápsulas, que foram pesadas com e sem a inclusão da
amostra.
Após isso, foram inseridas em uma estufa, em uma temperatura entre 100 e 110ºC,
onde devem ficar entre 16 e 24 horas, ou até o momento em que há uma estabilização na
massa da amostra, indicando que toda a umidade foi evaporada.
Após o processo, é realizado, novamente, a medição das três capsulas para obtenção
da massa seca das amostras. O teor de umidade, para esse método, pode ser indicado por:

Com Mh sendo a massa úmida, Ms a massa seca, e Mc a massa da cápsula onde a


amostra estava inserida.

3. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Pelo método Speedy, a amostra de 8,0 gramas de solo apresentou uma umidade de
5,0%, e uma pressão de 0,55 kgf/cm². Pelo método da frigideira, uma amostra de 50,0 g de
solo úmido acabou com uma massa de 48,02 g de massa seca. Aplicando a equação de
umidade, temos o valor de 4,1%. Por fim, os resultados do método da estufa podem ser
conferidos na Tabela a seguir, juntamente com os valores dos outros dois métodos para
comparação.
Tabela – Determinação do teor de umidade do solo
Cápsula Nº 100 200 300
Peso da Cápsula (g) 14,79 14,04 14,35
Peso da Cápsula + solo úmido (g) 63,85 63,60 56,85
Peso da Cápsula + solo seco (g) 62,12 61,82 55,37
Peso da água (g) 1,73 1,78 1,48
Peso do solo seco (g) 47,33 47,78 41,02
Umidade (%) 3,7 3,7 3,6
Umidade média (Método da estufa) 3,7%
Umidade (Método Speedy) 5,0%
Umidade (Método da frigideira) 4,1%

Realizando a comparação entre os dados obtidos, e assumindo o valor médio medido


pelo método da estufa como o mais próximo da realidade, podemos observar dois pontos
significativos:
Primeiramente que, aparentemente, o tempo que o solo ficou exposto à fonte de calor
durante o método da frigideira não foi suficiente, visto que apresentou uma umidade
consideravelmente mais algo que os valores das amostras da estufa.
O segundo seria a falta de acurácia do método Speedy, que apresentou um valor
consideravelmente mais alto de umidade em relação aos outros dois.

4. CONCLUSÕES

Para concluir, podemos destacar que a determinação da umidade do solo é um aspecto


fundamental da engenharia ambiental. Ao explorar métodos práticos, pudemos compreender a
importância de escolher a abordagem adequada para cada situação. O método Speedy
proporciona resultados rápidos em campo, enquanto o da frigideira, simplicidade e
acessibilidade, ao mesmo tempo em que o da secagem em estufa apresenta maior precisão.
Por fim, a escolha do método deve ser orientada pelos objetivos do projeto e pelas condições
do ambiente, garantindo a qualidade dos dados para a tomada de decisão.
REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457 - Determinação do


teor de umidade dos solos. NBR 6457:2016 - Solos - Determinação do teor de umidade. Rio
de Janeiro: ABNT, 2016.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 213-94 -


Determinação da umidade. Rio de Janeiro: DNER, 1994.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 052-94 -


Determinação da umidade pelo "Speedy". Rio de Janeiro: DNER, 1994.

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