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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ

INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

EXPERIMENTO: Placa de Orifício

Itajubá, 12 de setembro de 2022.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

EXPERIMENTO: Placa de Orifício

ANA JULIA MACIEL FERREIRA – 2019008179


TARCÍSIO DE OLIVEIRA KLEIN – 2019002630
VICTORIA DE SOUZA GONÇALVES - 2019010990

Professora: MARCIA REGINA BALDISSERA RODRIGUES

Itajubá, 12 de setembro de 2022.


RESUMO

O experimento realizado teve como objetivo determinar a vazão de um fluido


escoando numa tubulação de uma máquina hidráulica a partir de duas placas
de orifício de diferentes tamanhos, uma de 6 mm e outra de 12 mm. A
Equação de Bernoulli e a Equação da Continuidade foram indispensáveis nos
cálculos da vazão, visto que a mudança do diâmetro das placas ocasionou
num diferencial de pressão. A partir dos dados experimentais de temperatura,
altura, pressão e tempo que foram obtidos, foi possível calcular as vazões e
construir uma curva de calibração para ambas as placas de orifício, que
apresentou ajuste semelhante à função de calibração das placas. Ademais,
observou-se o impacto do coeficiente de descarga na determinação da vazão
teórica, apesar de não ter havido uma redução do desvio existente entre a
vazão experimental e a teórica.

PALAVRAS-CHAVE: Vazão, Equação de Bernoulli, Equação da


Continuidade, Placa de Orifício.

Objetivos: Obter a curva associada a calibração da placa de orifício e calcular a vazão a


partir da diferença de pressão no módulo hidráulico.
3

1. INTRODUÇÃO

Sabe-se por Filardi (2012), que um dos primeiros ensaios utilizando orifícios de vazão
datam da década de 30, no século passado, sendo que, “na época, o método de fabricação
empregado permitiu uma previsão aproximada da área do orifício acabado, mas a área
verdadeira utilizada no cálculo foi mensurada por meio de um microscópio.” (FILARDI,
2012).

Segundo a DIGIMAT, empresa especializada do ramo hidráulico, a placa de orifício


é uma chapa metálica com um furo dimensionado e preciso, sua instalação é
perpendicular ao eixo da tubulação, gerando assim uma alteração no perfil de escoamento
do fluido, causando uma variação na pressão, essa variação é medida e convertida em
vazão. É muito importante efetuar a medição e o controle da quantidade de fluxo, não só
para fins contábeis, como também para a verificação do rendimento do processo.

Figura 1. Funcionamento Placa de Orifício

Fonte: DIGIMAT, 2022.

O funcionamento de uma placa de orifício consiste em introduzir uma restrição do


diâmetro da tubulação localizada no ponto onde deve ser obtida a medição. Tal restrição
muda obrigatoriamente a velocidade do fluxo e provoca uma redução da pressão, como
mostra a Figura (1). Uma parte da energia é perdida devido à perda de carga e efeitos
viscosos, com isso provoca-se um diferencial de pressão. Uma vez medido este
diferencial, conseguimos indicar e controlar esta vazão.

De acordo com a FLOWMASTER, especializada em medições de vazão, existem


alguns tipos de placas de orifício, sendo a placa de orifício bordo reto, o tipo mais comum,
utilizada para liquido, gases e vapor que não contenham sólidos em suspensão. Também
a placa de orifício bidirecional possui as mesmas características da placa de bordo reto,
4

mas a sua construção permite o fluxo nos dois sentidos. Ademais, existem muitos outros
tipos de placa com aplicações hidráulicas variadas dispostas no mercado.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Materiais

Os materiais utilizados para a execução do procedimento estão apresentados abaixo:


• Água;
• Módulo hidráulico;
• Cronômetro;
• Termômetro de vidro;
• Celular;

Para minimizar a ocorrência de erros durante a realização dos cálculos e gráficos,


utilizou-se o software Microsoft Excel.

2.2. Metodologia

O módulo utilizado para a realização do experimento, indicado na Figura 2, já estava


pronto e devidamente ligado.

Figura 2. Sistema utilizado para a realização do experimento.

Fonte: Arquivo pessoal, 2022.

O experimento foi realizado com duas placas de orifício de tamanhos diferentes,


a primeira (P12), indicada na Figura 3, de 12mm e a segunda (P6) de 6mm.
5

Figura 3: Placa de orifício de 12mm.

Fonte: Arquivo pessoal, 2022.

Iniciou-se a prática entendendo o funcionamento da estação e do equipamento


medidor de pressão, ligou-se a bomba hidráulica para dar início ao escoamento do fluido
pela tubulação e abriu-se a válvula de contenção permitindo que o fluido escoasse pela
placa de orifício instalada na tubulação.

A partir da leitura da pressão, definiu-se um valor inicial para os primeiros dados


experimentais. Estes foram obtidos em triplicata visando reduzir os desvios e erros
presentes no experimento.

Utilizando-se do cronômetro digital do celular, com a caixa de água vazia, como


na Figura 4, cronometrava-se aproximadamente cinco segundos de escoamento de fluido
para o tanque. Após o tempo determinado, a mangueira de água era direcionada para a
caixa coletora destacada na Figura 5. Em seguida, utilizando-se da régua milimetrada no
interior do recipiente e com o auxílio de iluminação externa, verificava-se a altura da
coluna de água anotando os dados obtidos.

Figura 4. Tanque de armazenamento do fluido com régua milimetrada no interior.

Fonte: Arquivo pessoal, 2022.


6

Figura 5. Módulo utilizado no experimento com destaque em vermelho para o tanque responsável por
armazenar a água nos intervalos de medição.

Fonte: Elaboração própria, 2022.


Após a realização de três medições utilizando o valor de pressão definido,
utilizando-se do termômetro de vidro, obteve-se a temperatura da água em circulação no
módulo a partir da caixa de armazenamento de água indicada na Figura 5. Desta maneira,
repetindo-se o mesmo procedimento mais quatro vezes, obteve-se novos dados
associados a diferentes valores para a pressão, cujos estão discriminados em Pascal (Pa)
na Tabela 1.

Tabela 1. Valores de pressão empregados para a placa de orifício de 12mm.

ΔP (Pa)
6894,760
11031,616
13789,520
18615,852
23442,184
Fonte: Elaboração própria, 2022.

Após a substituição da placa de orifício de 12mm por outra de 6mm, utilizou-se


novos valores de pressão, logo, torna-se possível relacioná-los na Tabela 2.

Tabela 2. Valores de pressão empregados para a placa de orifício de 6mm.

ΔP (Pa)
48263,320
66189,696
96986,291
146168,912
165474,240
7

Fonte: Elaboração própria, 2022.

Na sequência, utilizando-se dos dados experimentais da altura, em média, e do


valor de área do tanque disponibilizado previamente ao experimento (0,063±0,007m²)
determinou-se o volume de cada sequência de testes com base na Equação 1:

𝑉 = 𝐴. ℎ (1)

Sendo que nesse sentido o volume 𝑉 [m³] seria equivalente ao produto da área do
tanque 𝐴 [m²] pela altura do fluido no tanque ℎ [m].

Utilizando-se dos valores de volume encontrados, calculou-se um valor


experimental para a vazão, cujo partiu da relação apresentada na Equação 2:

𝑉
𝑄𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 = (2)
𝑡

Nesse caso, utilizando o volume calculado 𝑉[m³] e o tempo medido 𝑡[s], para
obter 𝑄𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 em [m³/s].

A título de comparação, determinou-se também a vazão teórica, com base na


Equação 3:

𝜋. 𝐷02 ∆𝑃
𝑄𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 = . √2. (3)
4. √1 − 𝛽 4 𝜌

De acordo com a Equação 3, 𝐷0 remete ao diâmetro do orifício da placa em [m],


ou seja, um valor conhecido do início do experimento, assim como ∆𝑃, termo associado
à pressão de operação no experimento em [Pa]. Por outro lado, 𝜌, cujo tem unidade de
[kg/m³], foi obtido através de tabelas, segundo Gelson (2018), para as temperaturas
determinadas.

Ainda a respeito da vazão teórica, calculou-se o termo 𝛽 segundo a Equação 4:

𝐷0
𝛽= (4)
𝐷𝑇

Assim, 𝐷𝑇 seria dado em [m] e se remete ao diâmetro da tubulação por onde escoa
o fluido do experimento.
8

Além disso, a título de análise, ajustou-se uma curva de calibração da placa de


orifício baseando-se na Equação 5, para comparar averiguar a qualidade dos pontos
experimentais obtidos.

𝑄 = 𝐾√∆𝑃 (5)

Após analisar os dados calculados em relação às vazões real e teórica no


experimento, pôde-se explorar um novo elemento associado ao escoamento, que seria o
chamado coeficiente de descarga, cujo é dado pela Equação 6:

0,75
2,1 8 2,5
106
𝐶 = 0,5959 + 0,0312. 𝛽 − 0,1840. 𝛽 + 0,0029. 𝛽 .( ) (6)
𝑅𝑒

Seguindo, da Equação 6, temos o adimensional de Reynolds como uma variável


importante para a determinação do coeficiente de descarga. Nesse sentido, utiliza-se da
Equação 7, cuja é utilizada para obter a velocidade média de escoamento na tubulação
[m/s], elemento importante para determinar o valor de Reynolds de acordo com a Equação
8:

𝑄𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
𝑣𝑚 = (6)
𝐴

𝜌. 𝑣𝑚 . 𝐷𝑇
𝑅𝑒 = (7)
𝜇

Desta forma, obteve-se 𝜇 [Pa.s] por tabelas, segundo Gelson (2018), sendo os
outros parâmetros já conhecidos das etapas anteriores.

Enfim, com a determinação do coeficiente de descarga pela Equação 6, tornou-se


possível corrigir a vazão teórica, isto, utilizando-se da Equação 8, podendo-se comparar
o novo valor obtido com a vazão teórica sem correção e com a vazão obtida
experimentalmente.

𝜋. 𝐷02 ∆𝑃
𝑄𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 = 𝐶. . √2. (8)
4. √1 − 𝛽 4 𝜌
9

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Resultados e tratamento estatístico

Partindo dos primeiros cálculos, de acordo com os dados experimentais, pôde-se


obter os valores médios da altura e volume ocupado pelo fluido durante o tempo de
escoamento, apresentando-se os mesmos na Tabela 3.

Tabela 3. Volume calculado a partir dos valores médios de altura experimental para placa de
12mm.

H (m) V (m³)
−2
(2,60 ± 0,05) × 10 (1,64 ± 0,16) × 10−3
(3,60 ± 0,05) × 10−2 (2,27 ± 0,16) × 10−3
(4,00 ± 0,05) × 10−2 (2,52 ± 0,16) × 10−3
(4,77 ± 0,05) × 10−2 (3,00 ± 0,16) × 10−3
(5,43 ± 0,05) × 10−2 (3,42 ± 0,16) × 10−3
Fonte: Elaboração própria, 2022.

Observa-se, como já esperado, um aumento do volume para cada incremento de


pressão realizado no experimento.
Na sequência, tornou-se possível determinar as vazões experimentais médias para
cada valor de pressão utilizado, como estão discriminadas na Tabela 4, baseando-se nos
tempos medidos e no volume já calculado.

Tabela 4. Vazão média calculada para os tempos médios experimentais para placa de 12mm.

t (s) Q (m³/s)
5,24 (3,12 ± 0,16) × 10−4
5,21 (4,36 ± 0,16) × 10−4
5,27 (4,78 ± 0,16) × 10−4
5,27 (5,69 ± 0,16) × 10−4
5,30 (6,46 ± 0,16) × 10−4
Fonte: Elaboração própria, 2022.

Assim como ocorreu para o volume, verifica-se que houve um incremento na


vazão para cada etapa de elevação da pressão presente no módulo experimental.
Comparativamente, verifica-se através da Tabela 5 e 6, os valores determinados
de volume e vazão para a placa de 6mm de abertura.
10

Tabela 5. Volume calculado a partir dos valores médios de altura experimental para placa de
6mm.

H (m) V (m³)
−2
(2,00 ± 0,05) × 10 (1,26 ± 0,16) × 10−3
(2,37 ± 0,05) × 10−2 (1,49 ± 0,16) × 10−3
(2,77 ± 0,05) × 10−2 (1,74 ± 0,16) × 10−3
(3,23 ± 0,05) × 10−2 (2,04 ± 0,16) × 10−3
(3,37 ± 0,05) × 10−2 (2,12 ± 0,16) × 10−3
Fonte: Elaboração própria, 2022.

Tabela 6. Vazão média calculada para os tempos médios experimentais para placa de 6mm.

t (s) Q (m³/s)
5,24 (2,49 ± 0,16) × 10−4
5,21 (2,83 ± 0,16) × 10−4
5,27 (3,33 ± 0,16) × 10−4
5,27 (3,90 ± 0,16) × 10−4
5,30 (4,10 ± 0,16) × 10−4
Fonte: Elaboração própria, 2022.

Verifica-se, ao analisar as Tabelas 3 e 5, assim como as Tabelas 4 e 6, que o


aumento no orifício da placa provoca um aumento de vazão e consequentemente de
volume dentro de um mesmo tempo de análise, logo, quanto maior o orifício maior a
vazão e o volume coletado no tanque do experimento.
De uma outra perspectiva, como a perda de carga é muito elevada na placa de
orifício de 6mm quando comparada a de 12mm, isto por ser necessário utilizar maiores
valores de pressão para se obter resultados na placa com menor abertura, observa-se que
pequenas alterações nas dimensões do circuito de escoamento é o suficiente para
modificar todos os parâmetros de operação para uma tubulação.
Outro procedimento realizado em relação aos dados coletados se refere a ajustar
uma curva de calibração da placa de orifício aos pontos experimentais, dispostos num
gráfico linear. Tal procedimento, realizado inicialmente para a placa com abertura de
12mm apresenta-se no Gráfico 1.
11

Gráfico 1. Gráfico para a comparação do ajuste linear, pontos experimentais e curva de calibração placa
de 12mm de orifício com K=(4,13±0,06).

Fonte: Elaboração própria, 2022.

Do gráfico, observa-se que tanto os pontos, quanto os ajustes da função e linear,


possuem aproximadamente o mesmo comportamento, logo pode-se averiguar o bom
resultado experimental, e também, constatar graficamente a relação linear que existe entre
as diferenças de pressões e a vazão.
O mesmo ocorre para a placa de orifício com 6mm de abertura, observando-se do
Gráfico 2 um comportamento próximo dos dois elementos de ajuste dos pontos
experimentais.

Gráfico 2. Gráfico para a comparação do ajuste linear, pontos experimentais e curva de calibração placa
de 6mm de orifício com K=(1,05±0,02).

Fonte: Elaboração própria, 2022.


12

Nota-se que ambos os pontos experimentais, tanto para o Gráfico 1, quanto para
o Gráfico 2, apresentam uma relação próxima à linear no contexto das operações
realizadas, sendo que, além disso, o ajuste da Equação 5 possui proximidade com o
conjunto de dados obtidos.

Ademais, em relação aos valores encontrados experimentalmente para a vazão,


quando associados às determinações teóricas apresentam diferenças percentuais
consideráveis, como apresentado na Tabela 7.

Tabela 7. Diferenças entre a vazão teórica e a vazão determinada experimentalmente.

Orifício 12mm
Q (m³/s) Q teo(m³/s) Diferença (%)
(3,12 ± 0,16) × 10−4 (4,43 ± 0,02) × 10−4 29,58
(4,36 ± 0,16) × 10−4 (5,61 ± 0,02) × 10−4 22,28
(4,78 ± 0,16) × 10−4 (6,27 ± 0,02) × 10−4 23,68
(5,69 ± 0,16) × 10−4 (7,28 ± 0,02) × 10−4 21,79
(6,46 ± 0,16) × 10−4 (8,17 ± 0,02) × 10−4 20,99
Orifício 6mm
Q (m³/s) Q teo(m³/s) Diferença (%)
(2,49 ± 0,16) × 10−4 (2,79 ± 0,02) × 10−4 10,72
(2,83 ± 0,16) × 10−4 (3,27 ± 0,02) × 10−4 13,52
(3,33 ± 0,16) × 10−4 (3,96 ± 0,02) × 10−4 15,85
(3,90 ± 0,16) × 10−4 (4,86 ± 0,02) × 10−4 19,73
(4,10 ± 0,16) × 10−4 (5,17 ± 0,02) × 10−4 20,67
Fonte: Elaboração própria, 2022.

É possível observar que houve um aumento da diferença entre a vazão teórica e a


vazão experimental com a substituição da placa de 12mm pela placa de 6mm, assim como
há um maior desvio para a placa de 6mm, individualmente, com o aumento da vazão.
Logo, verifica-se que há maior confiabilidade nos dados obtidos se estes forem coletados
para pequenos valores de vazão e menores escalas, uma vez que, as simplificações
realizadas tem menor impacto no panorama geral do experimento.

Em sequência, pôde-se verificar o valor de C (coeficiente de descarga), utilizando-


se a Equação 6, inserindo-o em seguida como elemento de correção para a vazão teórica,
como na Equação 8, assim, permitindo-se verificar as diferenças entre os primeiros
13

valores de vazão calculados e aqueles modificados pela nova variável, como é


apresentado na Tabela 8 e 9.

Tabela 8. Novos valores de vazão com base no coeficiente de descarga P12.

Orifício 12mm
Q corrigido (m³/s) C Reynolds
(2,75 ± 0,06) × 10−4 (6,21 ± 0,06) × 10−1 (1,27 ± 0,64) × 104
(3,46 ± 0,06) × 10−4 (6,17 ± 0,06) × 10−1 (1,78 ± 0,64) × 104
(3,86 ± 0,06) × 10−4 (6,17 ± 0,06) × 10−1 (1,95 ± 0,64) × 104
(4,48 ± 0,06) × 10−4 (6,15 ± 0,06) × 10−1 (2,33 ± 0,64) × 104
(5,02 ± 0,06) × 10−4 (6,14 ± 0,06) × 10−1 (2,64 ± 0,64) × 104
Fonte: Elaboração própria, 2022.

Tabela 9. Novos valores de vazão com base no coeficiente de descarga de P6.

Orifício 6mm
Q corrigido (m³/s) C Reynolds
(1,69 ± 0,06) × 10−4 (6,04 ± 0,06) × 10−1 (5,09 ± 0,64) × 103
(1,97 ± 0,06) × 10−4 (6,04 ± 0,06) × 10−1 (5,77 ± 0,64) × 103
(2,39 ± 0,06) × 10−4 (6,03 ± 0,06) × 10−1 (6,80 ± 0,64) × 103
(2,93 ± 0,06) × 10−4 (6,03 ± 0,06) × 10−1 (7,96 ± 0,64) × 103
(3,11 ± 0,06) × 10−4 (6,02 ± 0,06) × 10−1 (8,37 ± 0,64) × 103
Fonte: Elaboração própria, 2022.

A partir dos novos valores calculados, verifica-se uma melhor aproximação dos
resultados de vazão teóricos em relação aos dados experimentais, além disso, pelo número
de Reynolds constata-se o regime turbulento de escoamento, informação que pode ser
utilizada para análises mais profundas em relação às perdas de carga associadas a vazão.

Enfim, pode-se analisar os desvios associados aos resultados experimentais e os


novos valores de vazão corrigidos pelo coeficiente de descarga através da Tabela 10.
14

Tabela 10. Diferenças entre a vazão teórica corrigida e a vazão determinada experimentalmente.

Orifício 12mm
Q (m³/s) Q corrigido(m³/s) Diferença (%)
(3,12 ± 0,16) × 10−4 (2,75 ± 0,06) × 10−4 -13,32
(4,36 ± 0,16) × 10−4 (3,46 ± 0,06) × 10−4 -25,87
(4,78 ± 0,16) × 10−4 (3,86 ± 0,06) × 10−4 -23,80
(5,69 ± 0,16) × 10−4 (4,48 ± 0,06) × 10−4 -27,19
(6,46 ± 0,16) × 10−4 (5,02 ± 0,06) × 10−4 -28,71
Orifício 6mm
Q (m³/s) Q corrigido(m³/s) Diferença (%)
(2,49 ± 0,16) × 10−4 (1,69 ± 0,06) × 10−4 -47,71
(2,83 ± 0,16) × 10−4 (1,97 ± 0,06) × 10−4 -43,21
(3,33 ± 0,16) × 10−4 (2,39 ± 0,06) × 10−4 -39,51
(3,90 ± 0,16) × 10−4 (2,93 ± 0,06) × 10−4 -33,20
(4,10 ± 0,16) × 10−4 (3,11 ± 0,06) × 10−4 -31,67
Fonte: Elaboração própria, 2022.

Da Tabela 10, verifica-se um maior distanciamento da vazão teórica corrigida em


relação a vazão experimental, após aplicar o coeficiente de descarga. Assim, em seguida
a averiguação dos cálculos, determinou-se que devido aos erros associados ao
experimento, existe um desvio intrínseco da cronometragem, uma vez que, o controle da
vazão no tanque e tempo não são realizadas individual e simultaneamente.

3.2. Causas de erro

Existem erros associados a presença de água no fundo do tanque devido a baixa


taxa de escoamento para realizar a próxima repetição do experimento, assim como uma
dificuldade de leitura que acaba por ser impactada pelo fenômeno da paralaxe, sabendo
que não é possível analisar a altura do fluido de maneira perpendicular.

Também a bomba e o módulo como um todo apresentam alguns pequenos


vazamentos, provocando uma variação na pressão durante os processos, dificultando
assim a confiança num único valor de pressão ao longo das repetições.

Outro fator importante a ser levado em consideração estaria associado ao


cronômetro e a parada de escoamento do fluido para o recipiente de análise, visto que,
não havia forma de garantir que os dois fossem controlados simultaneamente, além disso,
para valores de pedida e pressão há o erro associado ao termômetro e ao manômetro e
ainda, nos elementos utilizados para medir as dimensões dos itens utilizados.
15

Nesse caso, baseou-se na Equação 3 para propagação do erro na soma e subtração:

σc = √σ2a + σ2b (9)

E na Equação 4 para propagar erros de multiplicação e divisão:

σc σ𝑎 2 σ𝑏 2
= √( ) + ( ) (10)
𝐶 𝐴 𝐵

Para determinar os erros referentes às medidas do experimento, assim como dos


elementos calculados.

4. CONCLUSÃO

Com base nos dados nos Gráficos 1 e 2 temos a verificação da relação


praticamente linear entre vazão e pressão quando observadas em um trecho contendo uma
placa de orifício.

Além disso, compreende-se a importância do coeficiente de descarga, no entanto,


esse parâmetro não necessariamente converge para a melhora dos dados teóricos
comparativamente aos pontos experimentais, podendo-se verificar da Tabela 7 e 10 que
a presença do coeficiente provocou um desvio ainda maior na vazão teórica em
determinadas situações.

Por fim, confere-se que é essencial conhecer os elementos dentro de um circuito


que podem provocar perdas de carga, uma vez que, ajustes na vazão e pressão deverão
ser realizados para compensar ou controlar as variações encontradas, visto que, um
comportamento constante favorece o aumento da vida útil de equipamentos e maior
facilidade de controle dos processos.

Em relação as placas de orifício, enfim, são úteis à medição de vazão em


tubulações, o que é interessante conhecer para que quaisquer alterações ou modificações
que impactem nos parâmetros de vazão sejam analisados de maneira crítica.
16

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIGIMAT. Placas de Orifícios. Disponível em: < https://www.digimat.com.br/


produto/placas-de-orificio/>. Acesso em: 12 de set. de 2022.

FILARDI, M. Medição de vazão em pequenos diâmetros utilizando orifícios integrais.


Dissertação de Engenharia Mecânica. UNESP, 2012. Ilha Solteira, SP.

FLOWMASTER. Placas de Orifícios. Disponível em: < https://www.flowmaster.com.br


/produto/placa-de-orificio>. Acesso em: 11 de set. de 2022.

HOUGHTALEN, R. J., AKAN, A. O., HWANG, N. H. C. Engenharia Hidráulica.


Pearson Education do Brasil, 4ª Ed., 2012. São Paulo, SP.

LUZ, G. Massa específica da Água (kg/m³, g/cm³, g/ml, g/L e meu Infográfico!).
Materiais por Gelson Luz, [s. l], 2018. Disponível em: < https://www.
materiais.gelsonluz. com/2018/09/ massa-especifica-da-agua.html>. Acesso em: 11 de
set. de 2022.

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