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PME3332 - Mecânica dos Fluidos : Noções, Laboratório e Aplicações

Relatório dos Experimentos 2 e 3 -

Turma 03 - Docentes: Jorge Luis Baliño


Nome: Pedro Paulo Schmidt Coelho NUSP: 14657861
Nome: Filipe André Gaio NUSP: 11820468
Nome: João Vitor Kroneis Ribeiro NUSP: 12554032

São Paulo
2023
SUMÁRIO

Resumo 3
1. Objetivo 3
1.1. Vazão 3
1.2. Bombas 3
2. Fundamento teórico 4
2.1. Vazão 4
2.2. Bombas 4
3. Metodologia Experimental e descrição do aparato experimental 4
3.1. Metodologia 4
3.2. Descrição do aparato 4
4. Apresentação do Dados Experimentais 5
4.1. Vazão 5
4.2. Bombas 5
5. Questões propostas 6
5.1.1. Vazão 6
a) Traçar o gráfico da função h = h (Q), onde “ h “ é a diferença de cotas entre os
meniscos do mercúrio do manômetro diferencial. Justificar analiticamente a curva
características de calibração obtida: 6
b) Traçar o gráfico da função C = C (Re) 7
c) Desenvolver a curva característica do mesmo aparelho quando empregado na 9
d) Determinar a vazão de álcool etílico, a 36ºC, empregando o medidor usado na 10
5.2. Bombas 10
a) Levantar as curvas características da bomba. 10
b) Levantar as curvas representativas das bombas semelhantes à ensaiada. 13
c) A bomba que foi ensaiada com óleo de peso específico γ = 800 kgf/m3 à
temperatura θ = 20ºC. 14
d) Levantar as curvas características de uma bomba dinamicamente semelhante à
ensaiada com DP = 1/3 DM e NP = 2NM, para o mesmo fluido. 15
6. Conclusão 15
7. Referências bibliográficas 15

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Resumo
Os experimentos do medidor de vazão e da bomba foram realizados no dia
15 de dezembro no laboratório de mecânica dos fluidos da POLI-USP, onde foram
realizadas uma apresentação teórica para o embasamento e compreensão das
experiências e em seguida foram realizadas as medições. Por fim, foram fornecidas
questões para serem feitas no relatório e aprofundar os conceitos, assim foram
utilizados softwares para gerar os gráficos utilizados nos dados.
1. Objetivo
1.1. Vazão
No âmbito do Experimento 2, busca-se atingir três objetivos fundamentais.
Primeiramente, propõe-se calibrar um medidor de vazão utilizando o método das
pesagens, explorando uma variedade de valores de vazão. Esse processo visa
assegurar a precisão e confiabilidade do medidor em diferentes cenários
operacionais. Em seguida, o foco se volta para o desenvolvimento da curva
característica do medidor ao medir a vazão de querosene a 20ºC. Essa curva será
comparada com dados obtidos sob outras condições, e a análise das discrepâncias
observadas será devidamente justificada.
Adicionalmente, o experimento se estende a resolver um desafio prático.
Especificamente, pretende-se determinar a vazão de álcool etílico a 36ºC utilizando
o mesmo medidor de vazão, considerando cuidadosamente a diferença de cotas
dos meniscos. Essa aplicação prática não apenas valida a eficácia do medidor em
condições específicas, mas também destaca a capacidade de empregar os
resultados experimentais para solucionar problemas do mundo real relacionados à
medição de vazão. Portanto, o Experimento 2 abrange não apenas aspectos
técnicos da calibração e curva característica, mas também destaca a relevância e
aplicabilidade direta desses procedimentos em situações concretas.

1.2. Bombas
O Experimento 3 tem como objetivo realizar um teste em uma bomba
hidráulica acionada por motor elétrico, com a finalidade de determinar a potência
entregue ao eixo de acionamento da bomba. Para isso, é essencial efetuar
medições das grandezas elétricas envolvidas e compreender as curvas que
representam o rendimento do motor. O experimento busca apresentar conceitos
relevantes e um roteiro para calcular a potência efetiva no eixo, levando em
consideração as curvas características conhecidas do motor elétrico, como o fator
de potência e o rendimento. O propósito final é elaborar as curvas características da

3
bomba centrífuga, incluindo a altura manométrica e a potência consumida, para
análise e comparação com outras bombas dinamicamente semelhantes.
2. Fundamento teórico
2.1. Vazão
Para realização desta experiência foi utilizado um medidor de vazão
do tipo placa de orifício. Tal medidor consiste num disco com um orifício central com saída
em ângulo que deve ser montado concêntrico ao eixo do conduto cilíndrico, provido de duas
tomadas de pressão, uma a jusante e outra a montante do disco, conforme mostra a Figura

Imagem 1 - Corte lateral da placa de orifício

4
Pela aplicação da equação da energia entre as secções 1 e 2, tem-se:

5
Pode-se, então, definir um coeficiente experimental, denominado coeficiente de velocidade,

6
como segue

7
8
2.2. Bombas
Para a realização da experiência da bomba foram utilizados medidores de
tensão, corrente, potência do motor, vacuômetro, e manômetro (para medir a
pressão entregue pelo motor. Segue a descrição do experimento.

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Dessa forma utilizaremos apenas as variáveis Ch, Cq, e o rendimento para
avaliar a bomba.

3. Metodologia Experimental e descrição do aparato


experimental
3.1. Metodologia
A repetição do procedimento em cinco instâncias distintas contemplou
medidas em diversas variáveis, abrangendo desde a vazão máxima até a vazão
nula, com inclusão de três valores intermediários. Durante a condução do
experimento, foram realizadas medições detalhadas em grandezas como tensão,

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corrente e potência (em Watts) na bomba, a diferença de altura entre as colunas de
mercúrio ligadas à jusante e montante da placa de orifício, a massa de água no
reservatório antes e após a realização do experimento, o tempo necessário para o
reservatório atingir uma altura específica e a temperatura da água.
Por meio da análise do tempo, da variação de massa no reservatório e da
temperatura do líquido, tornou-se viável estabelecer comparações entre a vazão
experimental e a vazão teórica, esta última calculada com base em outros
parâmetros do sistema. Além disso, a experimentação permitiu elucidar o
comportamento da bomba, estabelecendo relações entre a vazão e a potência
fornecida, e delineando características específicas através da interpretação das
curvas correspondentes.

3.2. Descrição do aparato


O aparato experimental representado na Imagem 5 é uma instalação
dedicada a traçar as curvas características de uma bomba centrífuga, sendo o
mesmo para as duas experiências. Composta por uma série de elementos, incluindo
uma bomba centrífuga operando com rotação constante (N = Const.), um
manômetro e um vacuômetro nas seções de saída e entrada da bomba,
respectivamente, uma balança, uma válvula de três vias, um registro regulador de
vazão, um amperímetro e um voltímetro, essa configuração permite a medição e
controle de variáveis cruciais durante o experimento. A interação desses
instrumentos possibilita a condução de ensaios essenciais para a obtenção das
curvas características da bomba centrífuga, analisando a relação entre a altura
manométrica e a vazão, assim como a variação da potência consumida em relação
à vazão. Essa abordagem abrangente oferece insights valiosos sobre o
desempenho e o comportamento da bomba em diferentes condições operacionais.

Imagem 2 - Aparato experimental

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4. Apresentação do Dados Experimentais
4.1. Vazão

Temperatur g (m/s²) ρ Hg ρ Água visc ρ Quero. ρ Etanol


a (°C) (Kg/m³) (Kg/m³) (água/26°C) (Kg/m³) (Kg/m³)

26,4 9,807 13600 1000 0,00087 780 789


Tabela 1 - Medidas
4.2. Bombas
Voltímetr Amperímetr Wattímetr Manômetr Vacuômetr Mass Mass Temp ΔH
o(V) o (A) o (kW) o o (m H2O) a a o (s) (cm
(kgf/cm2) Inicial Final )
(Kg) (Kg)

185 3,5 0,875 2 - - - - -

185 4,25 1,3 1,5 0,85 11,6 120,5 42,8 29,6

185 3,9 1,3 1,7 0,375 11,6 125,3 42 14

185 3,75 1,15 1,75 0,28 11,6 122,1 84 9,5

185 3,6 1,12 1,8 0,14 11,6 124,8 108 6,2


Tabela 2 - Medidas coletadas no experimento

Rotação do motor da Diâmetro do tubo no Diâmetro do tubo Diâmetro Δh=ZS-Z


bomba (rpm) flange de entrada no flange de saída do rotor e(cm)
(mm) (mm) (mm)

1710 38,8 29,6 200 93


Tabela 3 - Outras medidas coletadas da bancada

Incertezas nas medidas

Voltímet Amperímet Wattímet Manômet Vacuôme Mass Mass Temp ΔH m J


ro (V) ro (A) ro (kW) ro tro a a o (s) Águ
(kgf/cm²) (mH2O) Inici Final a
al (Kg) (cm)
(Kg)

0,5 0,05 0,0125 0,005 0,005 0,05 0,05 0,2 0,07 0,0 0,0
1 5 5
Tabela 4 - Incerteza dos instrumentos de medida

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5. Questões propostas
5.1.1. Vazão
a) Traçar o gráfico da função h = h (Q), onde “ h “ é a diferença
de cotas entre os meniscos do mercúrio do manômetro
diferencial. Justificar analiticamente a curva características
de calibração obtida:
Para isso, calculou-se Qt a partir da equação obtida em sala e aplicando os
valores experimentais,vem:

Aplicando-se os valores de h medidos, vem:

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Imagem 3 - Gráfico Qt x h
Assim, notamos claramente uma relação de proporção entre a vazão e a altura de
pressão medida. Dessa forma, quanto maior a vazão de entrada, maior a pressão de
entrada, e, consequentemente, maior a diferença de altura.

b) Traçar o gráfico da função C = C (Re)


Da equação apresentada, temos:
C = Qm/Qt => C ~ 1.07

Imagem 4 - Gráfico

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Do gráfico teórico analisado, e para beta ~ 0.6 que é o caso apresentado, a
curva se mostraria tal como no exposto. Note que essa curva apresenta as curvas
para betas com dados experimentais próprios (gaussianas) e para betas utilizando
os dados experimentais semelhantes aos usados nesse experimento (logarítmicas).
Dessa forma, vê-se uma discrepância entre os cálculos próprios e os que possuem
uma taxa tão baixa de amostragem, com apenas 5 medições.

Imagem 5 - Gráfico C x Re

Ademais, da análise da tabela, logo nota-se uma grande discrepância entre


os valores reais e os teóricos no caso do 1.7. Contudo, na média, as medidas e os
cálculos se mostraram bastante próximos.

c) Desenvolver a curva característica do mesmo aparelho


quando empregado na
medição de vazão de querosene a 20ºC e compará-la com a obtida no item “a”,
justificando as diferenças
Para isso, calculou-se Q a partir da equação abaixo:

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em que p = Pquerosene = 780kg/m³

Aplicando-se os valores de h, vem:

Imagem 6 - Vazão x altura manométrica

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d) Determinar a vazão de álcool etílico, a 36ºC, empregando o
medidor usado na
experiência sendo a diferença de cotas dos meniscos h = 150mm.
Para isso, calculou-se Q a partir da equação abaixo:

em que p = Pálcool = 790kg/m³


Fazendo h = 150mm temos,
Qt = 0.0018 m³/s

5.2. Bombas
a) Levantar as curvas características da bomba.
Para isso, calculou-se Q a partir da fórmula abaixo e obteve-se os resultados
presentes na Tabela 4.
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑄= 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 · ρ𝐻2𝑂

Q (m³/s)

0,00254439

0,00270714

0,00131548

0,00104815
Tabela 5 - Valores da vazão em volume

Para obter uma das curvas características, precisamos achar Hm e para isso
utilizou-se a fórmula abaixo, determinando os dados da Tabela 5.
2 2
𝑃𝑠−𝑃𝑒 𝑉𝑠 −𝑉𝑒
𝐻𝑚 = γ
+ 2𝑔
+ ∆ℎ

Hm (m)

20,9198063

17
15,0752244

17,5480109

18,1424620

18,7818999
Tabela 6 - Valores da carga manométrica

Em sequência, para obter a outra curva característica, temos que achar W,


assim utilizamos a seguinte equação: 𝑊 = 3 𝑈 . 𝑖 . 𝑐𝑜𝑠φ, com isso alcançamos os
valores da tabela 6.

W (kW) Paparente (kVA) Fator de potência

1,3 1361,82 0,95

1,2 1249,67 0,96

1,15 1201,61 0,96

1,12 1153,55 0,97

0,875 1121,50 0,78


Tabela 7 - Valores da potência do eixo da bomba

Por fim, com a tabela de valores conseguimos traçar os seguintes gráficos:

Imagem 7 - Gráfico Hm x Q

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Imagem 8 - Gráfico W x Q

b) Levantar as curvas representativas das bombas semelhantes à ensaiada.


Para isso, calculou-se CH, CQ e η a partir da fórmula abaixo e obteve-se os
resultados presentes na Tabela 7 de acordo com as seguintes equações:
𝑔𝐻𝑚 𝑄 γ𝑄𝐻𝑚
𝐶𝐻 = 2 2 𝐶𝑄 = 3 η= 𝑊
𝑁𝐷 𝑁𝐷

CQ (Coeficiente de vazão) CH (Coeficiente Rendimento


manométrico)

0 6,03671899 0

0,004597141001 5,433115039 0,1651974201

0,005769632414 5,263480433 0,1956175772

0,01187343358 5,217781682 0,3824419671

0,01115961633 4,499457549 0,2861215891


Tabela 8 - Valores do rendimento e do coeficiente manométrico e de vazão

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Imagem 9 - Gráfico CH x CQ

Imagem 10 - Gráfico η x CQ

c) A bomba que foi ensaiada com óleo de peso específico γ = 800 kgf/m3 à
temperatura θ = 20ºC.
Tendo em mente que o ensaio foi feito com a mesma bomba, então Q e Hm

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são os mesmos dos cálculos anteriores, permanecendo o mesmo resultado. Além
disso, o peso específico do óleo dividido pelo peso específico da água equivale a
0,8. Assim, WÓLEO = (0, 8)W:

Imagem 11 - Gráfico WÓLEO x Q


d) Levantar as curvas características de uma bomba dinamicamente
semelhante à ensaiada com DP = 1/3 DM e NP = 2NM, para o mesmo fluido.

Imagem 12 - Gráfico Cq (eixo y) x Ch (eixo x)

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Imagem 13 - Gráfico rendimento (eixo y) x Cq (eixo x)

5.3. Conclusão
Durante a experiência foi possível notar empiricamente as leis físicas apresentadas
em aula sobre vazão e potência em fluidos. Como a equação de Bernoulli, coeficientes para
análise de escoamento, e rendimento da bomba. E, como um escoamento pode variar
dependendo do diâmetro das tubulações, e das perdas distribuídas na tubulação. Além
disso, os problemas apresentados, como a determinação de potência de uma bomba ou
vazão de uma tubulação hidráulica possuem diversas soluções.
Dessa forma, no caso do cálculo da vazão, pode-se fazer uma medição direta,
através do método das pesagens, ou indiretamente, como é o caso do Tubo de Pitot.
Contudo, esse instrumento apresenta uma certa dificuldade matemática de utilização, uma
vez que se necessita levantar a curva de velocidades para obtenção da vazão. Daí a
utilização dos métodos de Venturi, Placa de orifício e bocal que, a partir de cálculos mais
simples são capazes de fornecer uma precisão muito boa nessa medição. Finalmente,
pode-se notar isso na experiência realizada, em que os valores teóricos não se mostraram
satisfatórios tão distintos dos medidos.

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6. Referências bibliográficas
1. White F. M., "Mecânica dos Fluidos", 6ª edição, Bookman Mc Graw-Hill, 2011
2. Guia experimental "Experiência bomba", disponível no edisciplinas.usp.br na
disciplina PME3332 - Mecânica dos Fluidos : Noções, Laboratório e
Aplicações (2023)
3. Guia experimental "Experiência medidor de vazão", disponível no
edisciplinas.usp.br na disciplina PME3332 - Mecânica dos Fluidos : Noções,
Laboratório e Aplicações (2023)
4. POTTER, M. C. WIGGERT, D. C. Mechanics of Fluids. 2nd Edition. Prentice
Hall, 1997

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