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1º Entregável
Oficina Pedagógica de Química
Fontes e Tipos de Energia
8º ano Ensino Fundamental anos Finais
Santos
2022
Sumário
1. Introdução 3
2. Introdução à química 4
3. Matéria e Energia 6
3.1 Matéria 6
3.1.1 Estados da Matéria 6
3.2 Energia 7
4. Fontes de Energia 9
4.1 Energias Não Renováveis 9
4.2 Energias renováveis 11
Referências 15
1. Introdução
Este trabalho tem por objetivo efetuar uma revisão bibliográfica sobre a unidade
temática “Matéria e Energia”, que compõe um eixo do Ensino Fundamental, com ênfase na
habilidade “identificar e classificar diferentes fontes (renováveis e não renováveis) e tipos de
energia utilizados em residências, comunidades ou cidades”, do 8º ano do ensino
fundamental, conforme Base Nacional Curricular Comum, - BNCC, e visa explorar o
conteúdo que será abordado posteriormente na oficina pedagógica que será realizada,
conforme a disciplina de Laboratório de Ensino de Química, do curso de Licenciatura em
Ciências Biológicas, da UNISANTOS.
De acordo com a BNCC, esta temática contempla o estudo das matérias e suas
transformações, bem como de fontes e tipos de energia utilizados na vida em geral, em uma
perspectiva de construir conhecimento sobre a natureza da matéria e os diferentes usos da
energia, explorando os fenômenos relacionados à matéria e à energia no âmbito do sistema
produtivo e de seu impacto na qualidade ambiental, permitindo aos estudantes
fundamentar-se no conhecimento científico para, por exemplo, avaliar vantagens e
desvantagens da produção de produtos sintéticos a partir de recursos naturais, da produção e
do uso de determinados combustíveis, bem como da produção, da transformação e da
propagação de diferentes tipos de energia e do funcionamento de equipamentos que
possibilitam novas formas de interação com o ambiente, estimulando tanto a reflexão para
hábitos mais sustentáveis no uso dos recursos naturais e científico-tecnológicos quanto a
produção de novas tecnologias e desenvolvimento de ações coletivas voltadas para o
aproveitamento responsável dos recursos.
2. Matéria e Energia
2.1 Matéria
Sempre que tocamos, derramamos ou pesamos algo, estamos trabalhando com a
matéria. Toda a química está preocupada com as propriedades da matéria e particularmente
com a conversão de uma forma de matéria em outra.
Por matéria entende-se qualquer coisa que tenha massa e ocupe espaço. Assim, ouro,
água e carne são formas de matéria; por outro lado, radiação eletromagnética e justiça não são
considerados matéria. Sendo assim, matéria é qualquer espaço que compõe um corpo sólido,
líquido ou gasoso, bem como tudo que possui espaço e possui massa.
Substância é outro nome utilizado para a matéria. No entanto, em química, uma
substância é uma forma única e pura de matéria. Assim, ouro e água são substâncias distintas.
A carne é uma mistura de muitas substâncias diferentes e, no sentido técnico usado em
química, não é uma "substância". O ar é matéria, mas, sendo uma mistura de vários gases,
não é uma substância única. As substâncias, e a matéria em geral, vêm em diferentes formas,
chamadas estados da matéria. Os três estados mais comuns da matéria são sólido, líquido e
gasoso: Um sólido é uma forma rígida de matéria. Por sua vez, um líquido é uma forma
fluida de matéria que tem uma superfície bem definida; toma a forma da parte do recipiente
que ocupa. Já um gás é uma forma fluida de matéria que preenche qualquer recipiente que o
contenha. O termo vapor denota a forma gasosa de uma substância que normalmente é sólida
ou líquida. Assim, falamos de gelo (a forma sólida da água), água líquida e vapor de água
(vapor).
2.2 Energia
A energia é a base da civilização e todos os dias usa-se a energia em suas várias
formas para manter a vida, para nos mantermos suficientemente frios ou aquecidos, para nos
movimentarmos e para pensarmos, dentre diversas outras situações em que a energia
encontra-se presente. Todos esses processos envolvem a liberação, absorção, transferência ou
conversão de energia.
Algumas mudanças químicas liberam muita energia, ao que se chama de reação
exotérmica, ao passo que outras reações absorvem energia, e são as chamadas reações
endotérmicas. A compreensão do papel da energia é de significante importância para entender
os fenômenos químicos e as estruturas dos átomos e moléculas.
A palavra energia, em química, é definida como a capacidade de realizar trabalho.
Assim, a energia é necessária para fazer o trabalho de levantar um peso ou o trabalho de
forçar uma corrente elétrica através de um circuito, por exemplo. Quanto maior a energia de
um objeto, maior sua capacidade de realizar trabalho.
Segundo o princípio de Lavoisier, a energia não tem um início e um fim. Ela se
converte e se manifesta de formas diferentes, dependendo da interferência realizada. Trata-se
do princípio da conservação da matéria. A lei da conservação da energia é a observação de
que a energia não pode ser criada nem destruída. Uma região do universo - um átomo
individual, por exemplo - pode perder energia, mas outra região deve ganhar essa energia.
Dessa maneira, existem alguns tipos de energia, no que tange a sua forma de
incidência, como por exemplo a energia mecânica, a energia térmica, a energia elétrica, a
energia eletromagnética, energia química, energia atômica, a energia cinética, etc.
Para exemplificar, a energia cinética, diz respeito a energia relacionada diretamente
ao movimento dos corpos. É a energia que um corpo possui devido a seu movimento.
A energia potencial de um objeto é a energia que ele possui devido à sua posição em
um campo de força. Não existe uma fórmula única para a energia potencial de um objeto,
porque a energia potencial depende da natureza das forças que ele experimenta.
A energia eletromagnética é a energia do campo eletromagnético. É uma forma
invisível de energia que se dissipa na forma de onda transversal, como a energia transportada
pelo espaço por ondas de rádio, ondas de luz e raios X. Um campo eletromagnético é gerado
pela aceleração de partículas carregadas e consiste em um campo elétrico oscilante e um
campo magnético oscilante.
Já a energia elétrica se origina da energia potencial elétrica, baseada na geração de
diferenças de potencial elétrico. A eletricidade tem sido observada desde os tempos antigos
na forma de relâmpagos, como faíscas emitidas quando os metais colidem uns com os outros
e como choques de eletricidade estática.
A energia térmica é aquela que se manifesta na forma de calor. A variação de energia
térmica de um sistema ocorre através de trabalho ou de calor.
3. Fontes de Energia
Energia Eólica
O vento é uma forma de energia solar, resultado do aquecimento desigual da
atmosfera pelo sol, das irregularidades da superfície da terra, e da rotação da terra. Padrões de
fluxo de vento e velocidades variam muito entre diferentes locais do mundo, e podem ser
alterados por corpos de água, vegetação, e diferenças no terreno. Os seres humanos usam este
fluxo de vento, ou energia de movimento, para muitos propósitos: barcos a vela, empinar uma
pipa, e até mesmo a geração de eletricidade.
O termo energia eólica descreve o processo pelo qual o vento é usado para gerar
energia mecânica ou elétrica. As turbinas eólicas convertem a energia cinética do vento em
energia mecânica. Esta energia mecânica pode ser usada para tarefas específicas (tais como a
moagem de grãos ou bombear água) ou um gerador pode converter esta energia mecânica em
energia elétrica. Para gerar a eletricidade, uma turbina eólica de geração de energia funciona
ao contrário de um ventilador. Em vez de usar eletricidade para fazer ventar, como um
ventilador, as turbinas eólicas usam o vento para produzir eletricidade. O vento gira as pás,
que giram um eixo, que se liga a um gerador, produzindo eletricidade. O gerador são
basicamente dois ímãs que, ao girar um sobre o outro, produzem carga elétrica. Essa carga é
então direcionada para uma estação de armazenamento e é então distribuída pela a rede
elétrica.
Hidrogênio
O hidrogênio é amplamente considerado o combustível do nosso futuro,
É o elemento mais abundante no universo: é responsável por 89% de todos os átomos.
A maior parte do hidrogênio da Terra está presente como água, seja nos oceanos ou preso
dentro de minerais e argilas. O hidrogênio também é encontrado nos hidrocarbonetos que
compõem os combustíveis fósseis: carvão, petróleo e gás natural. Como a água é seu único
produto de combustão, o hidrogênio queima sem poluir o ar ou contribuir significativamente
para o efeito estufa.
O petróleo, o carvão e o gás natural estão se tornando cada vez mais raros, mas há
água suficiente nos oceanos para gerar todo o combustível de hidrogênio de que
precisaremos. O hidrogênio é obtido da água por eletrólise, mas esse processo só é
econômico onde a eletricidade é barata. Os químicos estão atualmente procurando maneiras
de usar a luz solar para conduzir a reação de divisão da água, a decomposição fotoquímica da
água em seus elementos.
O hidrogênio é um gás incolor, inodoro e insípido. Como suas moléculas são
pequenas e apolares e suas forças intermoleculares fracas, o hidrogênio não condensa em um
líquido até que seja resfriado a uma temperatura muito baixa. Uma propriedade física
impressionante do hidrogênio líquido é sua densidade muito baixa, menos de um décimo da
da água. Essa baixa densidade torna o hidrogênio um combustível muito leve. O hidrogênio
tem a maior entalpia específica de qualquer combustível conhecido (a maior entalpia de
combustão por grama), e assim o hidrogênio líquido é usado com oxigênio líquido para
alimentar os principais motores de foguete do ônibus espacial.
O hidrogênio é produzido como subproduto do refino de combustíveis fósseis e pela
eletrólise da água. Tem uma baixa densidade e forças intermoleculares fracas.
Etanol
O etanol (CH3CH20H) é produzido a partir da fermentação biológica dos amidos dos
grãos, principalmente do milho e da cana-de-açúcar. O átomo de oxigênio na molécula de
etanol reduz as emissões de monóxido de carbono e hidrocarbonetos, ajudando a garantir a
combustão completa.
O método mais utilizado para a produção de etanol se dá por meio do processo de
fermentação alcoólica, obtido por meio da transformação das moléculas de açúcar contidas
em diferentes matérias-primas por microrganismos em etanol e gás carbônico.
Para que se produza álcool via fermentação, o requisito indispensável na matéria-prima
são os açúcares, como a glicose ou a frutose, ou então a matéria-prima deve conter algum
composto que possa resultar nesses monossacarídeos por meio da hidrólise. Portanto, deve-se
utilizar matérias-primas que contenham moléculas de açúcar e possam ser transformadas em
álcool por meio do processo de fermentação alcoólica. Tais características são encontradas em
vegetais como a cana-de-açúcar, a beterraba, o milho, a batata, o trigo e a mandioca.
Além da fermentação, há outros processos mais complexos utilizados para a obtenção
de etanol, como p. ex. a hidratação do etileno, que é um gás incolor obtido com o
aquecimento de um tipo de carvão mineral. O método consiste em uma síntese química entre
as moléculas de água, às moléculas de etileno, resultando assim no etanol. Embora não seja
utilizado no Brasil, o método de hidratação de etileno é comumente utilizado nos EUA
A celulose na palha e nos talos de milho deixados como restolho quando os grãos são
colhidos agora está atraindo atenção, todavia o processo de extração é mais complexo, de
modo que pesquisas estão sendo conduzidas em enzimas que quebram a celulose em açúcares
que podem ser digeridos. Esse processo aumentaria muito a biomassa disponível para a
produção de combustível, porque palha, madeira, gramíneas e, de fato, quase todos os
materiais vegetais poderiam ser usados como combustível.
Metano
O metano (CH4), é encontrado em reservas subterrâneas como componente primário
do gás natural, mas também é obtido a partir de materiais biológicos, na forma de biogás,
onde encontra-se predominantemente o gás metano, mas também outros gases em parcela
menor. A digestão dos biomateriais pelas bactérias se dá de forma anaeróbica, o que significa
que ocorre na ausência de oxigênio. Atualmente, muitas estações de tratamento de esgoto
possuem digestores anaeróbios que produzem o metano utilizado para operar as usinas. Para
gerar metano por digestão anaeróbica em larga escala, materiais adicionais, como açúcares da
quebra enzimática da biomassa, precisam ser usados. O biogás seria menos útil do que o
etanol como combustível de transporte, porque é um gás e, portanto, tem uma baixa
densidade de entalpia (combustão por litro). No entanto, demonstra-se como um bom
substituto ao gás natural, já que pode ser usado nas mesmas vias pela qual o gás natural é
usado. O biogás, quando purificado, pode dar origem ao biometano, uma forma mais pura,
que pode ser utilizado como combustível de maior poder calorífico. O metano e o etanol
produzem dióxido de carbono quando queimados e, portanto, contribuem para o efeito estufa
e o aquecimento global. No entanto, eles geram menos dióxido de carbono por grama do que
a gasolina e podem ser renovados a cada ano.
Referências
ATKINS, Peter; JONES, Loretta. Chemical principles: The quest for insight. 4º ed. W. H.
Freeman and Company: New York, EUA. 2008.
COELHO et al. Atlas da Bioenergia do Estado de São Paulo. São Paulo: IEE-USP, 2020.
Disponível em:
http://gbio.webhostusp.sti.usp.br/sites/default/files/Atlas_Bioenergia_SP_2020_livro_DIGIT
AL_FinalV2.pdf; Acesso em: 29 de Agosto de 2022.