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NOVAS REGRAS

MICRO E MINI
GERAÇÃO
DISTRIBUÍDA
à O D E
DIVIS
U S I N A S

Conteúdo ENERGÊS

Produzido com imenso carinho e


dedicação para você Energista!!
12/2022

Arquivo Rastreável, proibida reprodução nos


termos da Lei nº 9610/98
DIVISÃO DE USINAS NA MICRO E
MINIGERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Quando um projeto se divide em dois ou mais, a


depender do objetivo dessa divisão, há
possibilidade de cair em uma ação não permitida: a
prática de divisão de usinas, também chamada de
desmembramento.

Tal prática era vetada pelo artigo 4º-A da REN 482 e


a mesma definição se manteve como sendo ilegal
na Lei 14.300/22, em seu artigo 11, §2º.

Sendo assim, é de fundamental importância analisar


previamente os principais pontos sobre esse
assunto, principalmente, porque tal questão pode
impedir e impactar a aprovação da conexão ou
incidência de penalidade nos projetos.

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O QUE DIZ A LEI 14.300 SOBRE
A DIVISÃO DE USINAS?

O Marco Legal da Geração Distribuída (Lei 14.300/22) traz


a proibição expressa para divisão de usinas nos termos
do §2º do art. 11 da Lei:

Mas o que significa essa


divisão de central geradora
ou desmembramento?

Em linhas gerais, o desmembramento significa dividir usinas


com uma determinada potência em duas ou mais, no mesmo
terreno ou terrenos vizinhos, que estejam sob a mesma
titularidade ou sob o mesmo grupo (ou outros critérios), em
potências menores.

Essa divisão tem por objetivo a mudança de enquadramento


das usinas para micro ou minigeração Distribuída, sendo:

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1 - Enquadramento da Potência nos
limites de Microgeração (75 kW)

Neste caso busca-se manter as usinas no limite de


potência da microgeração para evitar o pagamento
da demanda contratada, evitar a necessidade de
proteções para média tensão ou estudos e
processos mais complexos, os quais são exigidos de
empreendimentos de minigeração.

2 - Enquadramento da Potência nos


limites de Minigeração (*5 MW para
fontes despacháveis e 3MW fonte
Solar FV - a partir de janeiro de 2023).

Aqui, o objetivo principal e enquadrar o empreendimento


na minigeração distribuída para que essa participe do
sistema de compensação de energia (SCEE). Aqui, a
proibição ocorre porque a usina de maior porte, quando
extrapola os limites da minigeração, deve comercializar a
energia no mercado livre ou regulado, e não pode mais
aderir ao SCEE do mercado cativo.

* A lei modificou os limites de potência das usinas de minigeração,veja o e-book


novos limites de potência para saber mais sobre esse assunto.

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Porém, existem outros pontos mais delicados que não
estão explícitos na norma, mas que, dependendo da
distribuidora, da avaliação ou do avaliador, podem ser
caracterizados como divisão de usinas para
enquadramento em algum benefício, como:

·Divisões de Usinas de 112,5 kVA - Optante do Grupo


B;

·Divisões de Usinas <500kW - Ficar nas regras de


transição mais vantajosas (autoconsumo ou GC com 1
beneficiária com mais de 25%)

·Divisões de Usinas <500 kW - Pagamento da Garantia


de Fiel Cumprimento

·Divisões de Usinas de 2,5 MW – Tensão de Conexão


menor;

·Divisões de Usinas de 1 MW - Isenção de ICMS, etc.


Veja a explicação de mais pontos


citados na Nota Técnica 41 da
ANEEL ao final deste artigo

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Permissão para
divisão de usinas

Há uma única exceção à essa proibição de divisão de


usinas no §3º do art. 11, que trata das usinas
flutuantes de geração fotovoltaica.

Ou seja, no caso de usinas flutuantes, é possível fazer


divisão de usinas para se enquadrar nos limites de
micro ou minigeração distribuída.

Iremos discorrer melhor sobre esse assunto em outro e-book.

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Quais critérios considerar para verificar se
seu empreendimento se configura como
desmembramento/divisão de usinas?
A lei não traz critérios objetivos para a análise dessa proibição
de divisão de usinas.

Na REN 482/2012 temos que a análise deve ser realizada pela


distribuidora de energia elétrica local, com base em outros
critérios, considerando as particularidades de cada caso.

Contudo, você pode ficar atento à alguns pontos que podem


configurar divisão de usinas:

1- Distância dos empreendimentos: usinas


construídas em áreas contíguas (lado a lado) é um
sinal de alerta para a distribuidora de energia.

2 - Titularidade das usinas: Titularidades iguais, já


são casos de alerta para as distribuidoras. Além
disso, a ANEEL já se manifestou a respeito do tema,
e afirma que o fato de unidades consumidoras
estarem sob titularidades diferentes não é
suficiente para não caracterizar uma divisão de
central geradora (Ofício n° 0069/2021-SRD/ANEEL).

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Na prática
Exemplos de enquadramento da potência
nos limites de micro ou minigeração

Um proprietário deseja conectar uma usina de 150 kW. Então, ele decide dividir
essa potência em duas usinas de 75 kW, dividindo sua propriedade em 2 lotes, para
se enquadrar na Microgeração.

A mesma situação acontece se o proprietário deseja instalar 10 MW e decide dividir


esta capacidade instalada em dois lotes com duas Usinas Solares de Minigeração
de 5 MW.

Nesse sentido, a configuração das usinas em um determinado terreno ficaria


assim:

Perceba que em ambas as situações o proprietário deseja se enquadrar


nos limites de potência da micro e minigeração distribuída.
Ou seja, caso a usina não fosse dividida, o cenário seria diferente.

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Na prática
Exemplos de enquadramento da potência
nos limites de micro ou minigeração

É possível também que a distribuidora identifique como


desmembramento se as usinas estão em terrenos que foram divididos,
sem estarem ao lado do outro exatamente, ou mesmo quando as estão
próximas (na mesma rua ou bairro). Trata-se de uma análise subjetiva e,
portanto, complexa de avaliar.

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1. Ausência de critério objetivo
Ofício nº 0053/2021-SRD/ANEEL
Data: 18 /02/2021
Processo: 48513.032882/2020-00
Assunto: Quais critérios utilizar para a identificação de
tentativas de divisão?

Análise da ANEEL:
Sobre a regulamentação vigente, destaca-se que não foram
estabelecidos critérios para fins de aplicação uniforme aos
casos em que seja preciso avaliar a ocorrência da vedação
prevista no §3º do artigo 4º da REN nº 482/2012.

No item 6.1 do FAQ de Perguntas e Respostas sobre Geração


Distribuída, disponibilizado pela ANEEL, foi destacado que a
identificação dessas tentativas de divisão de central geradora
deve ser realizada pela distribuidora e “não se limita à
verificação da titularidade das unidades ou da contiguidade
das áreas nas quais as centrais de geração se localizam”.

Ao avaliar um empreendimento que envolva mais de uma


central geradora o que deve ser observado pela distribuidora
são os critérios utilizados pelo interessado na definição
da capacidade das centrais geradoras.

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Se essa definição teve como critério ou motivação principal o
enquadramento aos limites de potência definidos para
microgeração ou minigeração distribuída, de forma que a
configuração poderia ser diferente caso inexistissem tais
limites, fica caracterizada a divisão intencional de central
geradora, que é objeto de vedação normativa.

2. Microgeração com Titulares Distintos


Ofício nº 0069/2021-SRD/ANEEL
Data: 26/02/2021
Processo: 48513.000971/2021-00
Assunto: Geração Distribuída – Divisão de Centrais
Geradoras para se enquadrar na Microgeração

Análise da ANEEL:

No caso concreto encaminhado, existem três usinas de


microgeração de 72 kW cada, de titularidades distintas,
localizadas em terrenos contíguos.

Em vistoria, a CEMIG alertou, por meio de Termo de


Ocorrência e Inspeção, quanto ao possível enquadramento no
§ 3º do art. 4º na REN nº 482/2012 e orientou os clientes a
“realizar nova solicitação de acesso, requerendo aumento da
potência na usina já conectada, enquadrando-se como mini
geração distribuída com conexão em média tensão, celebrando
os devidos ajustes e complementos contratuais que se fizerem
necessários.”

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Ocorre que o projeto apresentado se constitui em três
empreendimentos com potência instalada conjunta
maior do que 75 kW e o fato de as unidades
consumidoras estarem sob titularidades diferentes
não é suficiente para afastar a aplicação do § 3º do Art.
4º da REN nº 482/2012.

Com isso, a agência conclui que a configuração atual é


uma tentativa de evitar o pagamento da demanda
que se aplica à minigeração distribuída. Com esse tipo
de configuração, o empreendimento usufruiria dos
ganhos de escala de uma usina de grande porte e
utilizaria a rede de distribuição da mesma forma que
um empreendimento de grande porte o faz, mas seria
dispensado de contratar demanda e remunerar
adequadamente a distribuidora pelo uso da rede.

Assim, com a reserva para que sejam apresentadas


informações adicionais que possam modificar a análise
apresentada, conclui-se que o caso concreto se
enquadra na vedação de que trata o art. 4º, §3 da REN
nº 482/2012.

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Qual a responsabilidade
das distribuidoras?
A REN 482 dispõe sobre a responsabilidade das
distribuidoras na Geração Distribuída estabelecendo que
cabe a elas identificarem os casos em que os acessantes
ao sistema elétrico estão de alguma forma tentando uma
divisão de usina para esse enquadramento.

Com a identificação, a distribuidora deve negar a


participação da usina no Sistema de Compensação.

Além disso, na nota Técnica nº 0030/2021-


SRD/SGT/SRM/SRG/SCG/SMA/ANEEL e seus anexos
propõem que, nos casos de descumprimento da vedação
à divisão, a distribuidora deve interromper a aplicação
do Sistema de Compensação e refaturar a unidade
consumidora desconsiderando a energia injetada pela
central geradora desde o início da irregularidade.

Além disso, manteve-se a obrigação de a distribuidora


negar a adesão ao Sistema de Compensação para os casos
de caracterização de divisão de sistemas ainda não
conectados.

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O que a NT n° 41 da ANEEL
fala sobre assunto ?
A NT aborda o assunto no item “III.3. Vedação à divisão de
central geradora” mantendo a vedação trazida pela lei e
ampliando alguns critérios para essa proibição.

É proibida a divisão de central geradora em unidades de


menor porte para:

I - se enquadrar nos limites de potência instalada da


microgeração ou minigeração distribuída;

II - evitar ou diminuir o pagamento da garantia de fiel


cumprimento, exigido para empreendimentos
potência instalada superior a 500 kW.

III - evitar o enquadramento na categoria de


autoconsumo remoto de potência superior a 500kW.

IV - usufruir de condições mais vantajosas aplicáveis às


centrais geradoras de menor porte

O item IV pode trazer uma série de questionamentos, já que


“condições vantajosas” podem se confundir com situações reais,
que podem não ter essa intenção

Leia o QR Code para acessar a nota técnica completa


ou acesse o link abaixo:
https://drive.google.com/drive/folders/1xsz3F-iUQzC-
WCenGxEZ9Bh5A2i7u5uR?usp=sharing

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O que a NT n° 41 da ANEEL
fala sobre assunto ?

Exemplo trazido pela NT 41: Desmembramento


para Não pagamento de Garantia de Fiel
Cumprimento

Proprietário gostaria de conectar à rede elétrica uma


usina solar de 1,5 MW. Entretanto, para garantir que
não será necessário o pagamento da garantia
financeira ele divide a usina em três de 500 kW

DESMEMBRAMENTO
USINA USINA A USINA B USINA C

LOTE A LOTE B LOTE C


USINA SEM DIVISÃO
USINA A + USINA B + USINA C EXCEDE O LIMITE DO
PAGAMENTO DA GARANTIA DE FIEL CUMPRIMENTO

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A Lei 14.300/22 traz a vedação expressa de divisão de central
geradora com o objetivo de mudar o enquadramento dentro
dos limites de potência (micro ou minigeração), não trazendo
muitos critérios objetivos para tanto.

A NT 41 da ANEEL, por sua vez, manteve essa disposição e


ampliou alguns critérios para essa proibição para os seguintes
casos:

Proibição de divisão com a finalidade de


enquadramento de micro e minigeração;

Proibição de divisão com a finalidade de


enquadramento na regra de transição;

Proibição de divisão com a finalidade de


enquadramento nas regras de garantia de
fiel cumprimento; e

Proibição de divisão com a finalidade de


que leve o empreendimento a ter
condições mais favoráveis.

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Acompanhe os outros
materiais da série.

VAMOS PASSAR MAIS TEMPOS JUNTOS?

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