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OFÍCIO Nº 0466/2020-SRD/ANEEL

Brasília,17 de novembro de 2020.

Ao Senhor
Alexis de Medeiros Torres
Gerente de Regulação do Serviço
LIGHT
Rio de Janeiro - RJ

Assunto: Divisão de central geradora em unidades de menor porte para se enquadrar nos limites de
potência de minigeração distribuída – Resolução Normativa nº 482/2012.

Referência: Ofício nº PRS-071/20 (Documento SIC nº 48513.028891/2020-00).

Senhor Gerente,

1. Reportamo-nos ao documento em referência, que apresenta três casos em que a


distribuidora questiona se estaria havendo tentativa de divisão de central geradora em unidades de
menor porte para se enquadrar nos limites de potência para minigeração distribuída, prática vedada pelo
parágrafo 3º do artigo 4º da REN nº 482/20121 para fins de adesão ao Sistema de Compensação de Energia
Elétrica.

2. O primeiro caso trata do Empreendimento H01 e H02 da Ikaros Engenharia e Consultoria


LTDA. Informa a distribuidora que o projeto é constituído de duas UFV de 5 MW cada, instaladas em
terrenos não contíguos, com separação física e elétrica, não havendo compartilhamento de subestação
de entrada e com pontos de conexão distintos. Uma única empresa é a responsável pelas duas solicitações
de acesso.

3. O segundo caso é do Empreendimento UFVRJ-I e UFVRJ-II. A informação é que o projeto é


constituído de duas UFV de 5 MW cada, instaladas em terrenos não contíguos, com separação física e
elétrica, não havendo compartilhamento de subestação de entrada e com pontos de conexão distintos.
As solicitações de acesso foram feitas por dois CNPJs distintos.

4. Por fim, no terceiro caso tem-se o Empreendimento da H2 Energy Consultoria Soluções e


Instalações Fotovoltaicas S.A. O projeto é constituído de seis UFV, duas em cada terreno, sendo os
terrenos não contíguos, com separação física e elétrica, não havendo compartilhamento de subestação
de entrada. Os pontos de conexão são compartilhados entre as usinas do mesmo terreno.

1 O § 3º do Art. 4º da REN nº 482/2012 estabelece que “é vedada a divisão de central geradora em unidades de menor porte para se enquadrar

nos limites de potência para microgeração ou minigeração distribuída, devendo a distribuidora identificar esses casos, solicitar a readequação
da instalação e, caso não atendido, negar a adesão ao Sistema de Compensação de Energia Elétrica”.
48554.002525/2020-00

Conteúdo licenciado para Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09


P. 2 do OFÍCIO Nº 0466/2020-SRD/ANEEL, de 17/11/2020.

Uma única empresa é a responsável pelas solicitações de acesso. Quanto à potência, no Terreno nº 910,
cada usina possui potência instalada de 825 kW e cada usina dos Terrenos nº 870 e nº 869 possui potência
instalada de 975 kW, totalizando 5,55 MW.

5. As orientações do presente ofício se aplicam exclusivamente aos casos concretos aqui


tratados e não podem ser genericamente utilizadas em complemento à regulamentação vigente, ainda
que em casos de presumida insuficiência de clareza normativa.

6. Com efeito, os casos apresentados se constituem em empreendimentos com potência


instalada maior do que 5 MW, e o fato de as unidades consumidoras estarem sob titularidades diferentes
não é suficiente para afastar a aplicação do § 3º do Art. 4º da REN nº 482/2012.

7. Diante do exposto, cada projeto em tela se enquadra como uma central geradora de maior
porte com divisão em diferentes unidades de minigeração distribuída, sendo vedado o enquadramento
no Sistema de Compensação de Energia Elétrica.

Atenciosamente,

(Assinado digitalmente)
CARLOS ALBERTO CALIXTO MATTAR
Superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição

RCS

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