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Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.a Margaret Luzia Froehlich
F925t
ISBN 978-85-515-0324-9
CDD 536.7
Impresso por:
Apresentação
Este livro tem o objetivo de apresentar os conceitos básicos da
termodinâmica acompanhados de uma breve revisão histórica de tais conceitos.
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – LEIS DA TERMODINÂMICA...................................................................................... 1
UNIDADE 2 – ENTROPIA...................................................................................................................... 73
VII
3 VARIAÇÃO DA ENTROPIA EM UM PROCESSO ISOTÉRMICO............................................ 82
4 CÁLCULO DA VARIAÇÃO DE ENTROPIA EM UMA EXPANSÃO ISOTÉRMICA............. 86
5 CÁLCULO DA VARIAÇÃO DA ENTROPIA COM A PRESSÃO............................................... 87
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 89
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 90
VIII
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 173
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 174
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 215
IX
X
UNIDADE 1
LEIS DA TERMODINÂMICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Em cada um deles, você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
PROCESSOS TERMODINÂMICOS
1 INTRODUÇÃO
Do grego (therme → calor e dynamis → potência), termodinâmica é a ciência
que estuda as transferências de energia em sistemas macroscópicos através da
relação entre trabalho e calor.
3
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Quando o sistema for uma substância em fase gasosa, seu volume será
o volume do recipiente em que se encontra, uma vez que a tendência
do gás é a de ocupar todo o recipiente, por não possuir forma ou
volumes próprios. A pressão de um gás é o resultado do choque de
seus átomos ou moléculas constituintes nas paredes do recipiente.
Assim, há uma força resultante por unidade de área, denominada
pressão do gás. A temperatura de um gás é uma medida do grau
de agitação de seus constituintes, ou seja, da quantidade de energia
(interna) da substância.
4
TÓPICO 1 | PROCESSOS TERMODINÂMICOS
5
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
termômetro
6
TÓPICO 1 | PROCESSOS TERMODINÂMICOS
Q>0 W>0
Sistema
Vizinhanças
(ambiente)
Q<0 W<0
Sistema
7
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Um gás pode ser considerado ideal quando sua pressão é baixa e sua
temperatura é alta, implicando baixa densidade. No caso, seus átomos
ou moléculas constituintes não influenciam o comportamento uns dos
outros, e não existem interações de repulsão ou atração. Por outro
lado, quando os gases estão submetidos a baixas temperaturas e altas
pressões, os efeitos passam a ser notáveis: a alta densidade do gás
faz com que suas partículas constituintes estejam próximas umas das
outras, a ponto de influenciarem no comportamento das partículas
vizinhas (PIZZO, 2015, p. 7).
PA
8
TÓPICO 1 | PROCESSOS TERMODINÂMICOS
pV = nRT (1)
dW = pAdx (2)
dW = pdV (3)
Vf
W = ∫ pdV (4)
Vi
P1 . V1 . T1 P2 . V2 . T2
FONTE: <http://trabalhandofisica.blogspot.com/>. Acesso em: 19 ago. 2018.
9
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
A
8
B
4
10
TÓPICO 1 | PROCESSOS TERMODINÂMICOS
A = (base x altura)retângulo
A = (0,4 – 0,2)(4.102) = 80
Vf
W
= ∫=
pdV 0
Vi (5)
30,0
V(m3)
O 0,050
FONTE: Young e Freedman (2008, p. 272)
11
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Vf
W= ∫ pdV =
Vi
p∆V (6)
1 2
P
Trabalho = Área =
P(V2 – V1) > 0
V
O V1 V2
FONTE: Young e Freedman (2008, p. 254)
Vf
WBC = ∫ pdV =
Vi
p∆V
105 N
=WBC 7 2 0,1m3 − 0,3m3 ( )
m
104 N
WBC = −14
m
12
TÓPICO 1 | PROCESSOS TERMODINÂMICOS
3x105 A
0 0,1 V (m3)
FONTE: A autora
Vf Vf
nRTdV
W
= ∫=
pdV ∫
Vi Vi
V
(7)
Vf
dV
=W nRT
= ∫Vi V nRT ( lnV f − lnVi ) (8)
Vf
W = nRTln (9)
Vi
13
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
2,0
isoterma
1,0
0,5
0
2 4 8 V (10-2m3)
FONTE: A autora
Vf
W = nRTln
Vi
14
TÓPICO 1 | PROCESSOS TERMODINÂMICOS
8.10−2 m3
W = ( 3mols )( 8,314 J / mol.K )( 283K ) ln
2.10−2 m3
W = 6,92kJ
B
A
2
Área = work
for process A
V
FONTE: Moran e Shapiro (1995, p. 48)
15
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
16
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Temperatura e calor.
b) ( ) Volume e trabalho.
c) ( ) Trabalho e calor.
d) ( ) Calor e pressão.
e) ( ) Trabalho e pressão.
17
4 O enunciado da lei zero da termodinâmica afirma que:
a) ( ) 150 J
b) ( ) 75 J.
c) ( ) 100 J.
d) ( ) 80 J.
e) ( ) 0.
p(103 N/m2)
0,50
0,25
18
a) ( ) 6,57 x 103 J,
b) ( ) – 7,5 x 103 J.
c) ( ) 100 x 103 J.
d) ( ) – 6,57 x 103 J.
e) ( ) 0.
p(N/m2)
4,0
isoterma
2,0
1,0
a) ( ) 0,57 x 105 J,
b) ( ) – 1,5 x 105 J.
c) ( ) 10 x 105 J.
d) ( ) – 1,1 x 105 J.
e) ( ) 1,1 x 105 J.
p (N/m2)
A B
9x105
3,5x105 C
19
9 Um certo gás sofre um processo cíclico. Qual é o trabalho realizado no
processo?
a) ( ) 45 J.
b) ( ) – 15 J.
c) ( ) 10 J.
d) ( ) – 56 J.
e) ( ) 0.
p(103N/m2)
4,0
2,0
1,0
a) ( ) 2,57 x 103 J,
b) ( ) – 11,5 x 103 J.
c) ( ) 100 x 103 J.
d) ( ) – 6,83 x 103 J.
e) ( ) 0.
20
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Quando estudamos um sistema termodinâmico, estamos interessados nas
transferências de energia envolvidas. No experimento do equivalente de calor,
Joule observou como o meio em um sistema fechado pode passar de um estado
de equilíbrio para outro estado de equilíbrio sem que haja troca de calor com o
meio externo. No processo, que é chamado de processo adiabático, consideramos
apenas as interações de trabalho W entre o meio e as vizinhanças, enquanto que
as interações de calor Q são nulas, portanto Q = 0.
21
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
p
Isotherms
Adiabatic process
Work done V
FONTE: <https://pt.solar-energia.net/termodinamica/processos-termodinamicos/processo-
adiabatico>. Acesso em: 18 ago. 2018.
Ef – Ei = –W (10)
22
TÓPICO 2 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Ef – Ei = Q – W (11)
∆K + ∆P + ∆U = Q – W (12)
∆U = Q – W (13)
23
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
∆U = nCV∆T (14)
∆U = –W (15)
A fórmula fornece:
dT R dV
= − (17)
T CV V
24
TÓPICO 2 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
R CP − CV CP
= = −1 = γ −1
CV CV CV
Tf Vf
dT dV
∫ =− ( γ − 1) ∫ (18)
Ti
T Vi
V
( γ −1)
Tf V
ln = ln i
Vf
Ti
T f V fγ −1 = TV
i i
γ −1
(19)
p f V fγ = piVi γ (20)
pVy = constante
Vf
W = ∫ pdV
Vi
25
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Vf
constante
W= ∫
Vi
Vγ
dV
W=
( constante )V21−γ − ( constante )V11−γ
1− γ
W=
( p V )V 2 2
γ 1−γ
2 (
− p1V1γ V11−γ )
1− γ
p2V2 − p1V1
W=
1− γ
p f V fγ = piVi γ
( ) ( )( )
1,5 1,5
p f 0, 2m3 = 3.105 Pa 0,1m3
p f = 1, 06.105 Pa
W
(=
1, 06.10 N / m )( 0, 2m ) − ( 3, 0.10 N / m )( 0,1m )
5 2 3 5 2 3
17, 6.103 Nm
1 − 1,5
26
TÓPICO 2 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
pV1,5 = constante
Utilizando:
∆K + ∆P + ∆U= Q − W
27
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
p f V fγ = piVi γ
( ) ( )
1,4 1,4
p f 60cm3 = (1, 2atm ) 460cm3
p f = 20,8atm
a) Vamos determinar a temperatura usando a lei dos gases ideais entre dois
estados termodinâmicos. Transformamos 40 0C em 313K.
p fVf piVi
=
Tf Ti
( 20,8 atm ) ( 60cm3 ) (1, 2 atm ) ( 460cm3 )
=
Tf 313K
T f 708
= = K 4350 C
b) A figura mostra o gráfico pV. A adiabática está traçada entre as duas isotermas.
FIGURA 16 – DIAGRAMA PV
FONTE: A autora
ΔU = W
W = nCVΔT
28
TÓPICO 2 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
piVi
n=
RTi
n
(=
1, 212.10 N / m )( 460.10 m )
5 2 −6 3
0, 0214mol
(8,31 J / mol.K )( 313K )
Convertemos a pressão de atm para Pa (N/m2) e o volume de cm3 para m3.
Substituindo os valores, encontramos:
W nCV ∆T
=
W (=
0, 0214mol )( 20,8 J / molK )( 395 K ) 176 J
Resposta:
p fVf piVi
=
Tf Ti
29
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
p2V2 = p1V1
p2 3V1 = ( 2,1atm ) V1
p2 = 0,9atm
p3V3γ = p1V1γ
( 0,9atm )V35/3 = ( 2,1atm )( 5L )
5/3
V3 = 8,3L
p fVf piVi
=
Tf Ti
V2 V3
=
T2 T3
15 L 8,3L
=
300 K T3
T3 = 166 K
pV
n=
RT
n
( 2,1atm )( 5L )
= 0, 427 mol
L
0, 082atm. .K ( 300 K )
mol
30
TÓPICO 2 | PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Vf
W = nRTln
Vi
15L
W (=
0, 427 mol )( 8,31 J / mol.K )( 300 K ) ln 1169 J
5L
W = p∆V
1, 01.10 N / m 2
5
1m3
( 0,9atm )
W= ( 8,3L − 15 L ) =−609 J
1atm 1000 L
p1V1 − p3V3
W=
1− γ
W=
( 2,121.10 N / m )( 5.10
5 2 −3
) ( )(
m3 − 0,909.105 N / m 2 8,3.10−3 m3 )
5
1−
3
306 Nm
W= = −459 J
−0, 6666667
ΔU = Q – W
0=Q–W
Q = W = 1169J
31
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
ΔU = Q – W
–715J = Q – (–609J)
Q = –1324J
32
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
33
AUTOATIVIDADE
a) ( ) isotérmica.
b) ( ) adiabática.
c) ( ) isocórica.
d) ( ) isobárica.
e) ( ) cíclica.
34
pressão, P
PB B
TB
A
PA
TA
VB VA volume, V
a) ( ) à energia interna.
b) ( ) ao calor.
c) ( ) à forma de trabalho.
d) ( ) à temperatura.
e) ( ) ao calor específico.
6 Uma amostra de gás ideal de 1,5 mol é mantida a 273,15 K durante uma
expansão de 3,0 x 10-3m3 para 9,0 x 10-3m3. Quanto trabalho é realizado
sobre o gás durante a expansão? Qual foi a variação de energia interna no
processo? Quanta energia na forma de calor é transferida entre o gás e as
vizinhanças no processo?
35
90 Temperatura Constante
2
20 1 3
V (m3)
0,06
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3
MÁQUINAS TÉRMICAS
1 INTRODUÇÃO
Os processos termodinâmicos que acontecem na natureza são irreversíveis, ou
seja, acontecem em um certo sentido e não no outro. O calor, por exemplo, flui de um
corpo com maior temperatura para um corpo com menor temperatura, nunca o oposto.
2 MÁQUINAS TÉRMICAS
No início do século XIX a termodinâmica começou a se firmar como
ciência, levando à evolução das máquinas térmicas. Os primeiros relatos da
utilização da energia térmica surgiram com a invenção de armas de fogo, em que
a energia térmica da explosão se transformava em movimento dos projéteis, ou
seja, transformando calor em trabalho útil. As primeiras tentativas de desenvolver
um motor ocorreram no século XVII, e a pólvora era usada para mover um pistão
dentro de um cilindro. Alguns relatos históricos apontam que Leonardo da Vinci
propôs a elevação de pesos por meio de fogo.
37
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
38
TÓPICO 3 | MÁQUINAS TÉRMICAS
Trabalho
Vapor
Calor
Calor
FONTE: Tipler e Mosca (2009, p. 637)
W
η= (21)
Qrecebido
Q = |Qrecebido| – |Qcedido|
(22)
Levando o resultado na primeira lei, com ∆U igual a zero, pois a energia
interna não varia, encontramos:
0=Q–W
(23)
Substituindo o calor total da equação (17) na equação (18) e passando W
para o outro lado da igualdade, vemos que:
39
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Qrecebido − Qcedido
η=
Qrecebido
Temos, então:
Qcedido
η = 1− (25)
Qrecebido
Solução:
W 2000 J
=η = = 0, 2
Qrecebido 10000 J
40
TÓPICO 3 | MÁQUINAS TÉRMICAS
Q = mLc
10000 = m46000000
10000 J
=m = 0, 00021739kg
46000000 J / kg
2000 J 25ciclos
=P = 50000 J / s
ciclo s
41
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Silenciador
Carburador
a) b) c) d)
FONTE: <http://profbebel.blogspot.com/2013/08/funcionamento-do-pistao-do-motor.html>.
Acesso em: 19 ago. 2018.
4 CICLO DE OTTO
O ciclo de Otto é um modelo idealizado dos processos termodinâmicos
em um motor com combustão interna. A figura a seguir representa o esquema de
operação de um motor com gasolina.
42
TÓPICO 3 | MÁQUINAS TÉRMICAS
QH
Expansão adiabática
3 (tempo motor)
b
W d
QC
a
V
O V rV
Compressão adiabática
1 (tempo de compressão)
ΔU = Q – 0
nCVΔT = Q
QH = nCV(Tc – Tb)
QC = –nCV(Ta – Td)
43
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Qutilizado
η=
Q fornecido
Q − QC
η= H
QH
(26)
nCV (Tc − Tb ) + nCV (Ta − Td )
η=
nCV (Tc − Tb )
η=
(Tc − Tb ) + (Ta − Td )
(Tc − Tb )
Ta ( rV )
γ −1
= TbV γ −1
Td ( rV )
γ −1
= TcV γ −1
Tb = Ta r γ −1
Tc = Td r γ −1
η=
(T r
d
γ −1
)
− Ta r γ −1 + (Ta − Td )
(T r d
γ −1
− Ta r γ −1 )
(Td − Ta ) ( r γ −1 − 1) (27)
η=
(Td − Ta ) r γ −1
1
η = 1− γ −1
r
44
TÓPICO 3 | MÁQUINAS TÉRMICAS
5 CICLO DE DIESEL
O ciclo de Diesel se assemelha ao de Otto, com a diferença de que não
existe combustível no cilindro. Ele é injetado posteriormente, no tempo do motor.
O calor entra no sistema durante o processo isobárico, caminha de b até c no
esquema da figura a seguir, enquanto que, no motor, o calor entra durante o
processo isocórico. Ainda, a taxa de compressão no ciclo de Diesel é mais alta,
variando de 15 a 20, devido ao fato de não existir combustível no cilindro durante
a maior parte do tempo de compressão, não ocorrendo a pré-ignição. A mistura
se inflama espontaneamente, graças ao calor resultante da compressão do ar. A
eficiência do ciclo de Diesel é um pouco mais elevada, sendo de 65% a 70%. No
caso do ciclo de Otto, a eficiência é bem menor quando se considera o caso real.
45
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
3 Expansão adiabática
(tempo motor)
W d
QC
V
O V rV
1 Compressão adiabática
(tempo de compressão)
6 REFRIGERADORES
O refrigerador opera de modo inverso ao da máquina térmica, discutida
na seção anterior. Ele remove o ar quente do interior de uma geladeira e o libera na
sua cozinha, onde a temperatura é mais elevada, assim como o ar-condicionado
remove ar quente da parte interna da sua casa para o exterior. O que ambos têm
em comum é o fato de transferirem calor de um reservatório de baixa temperatura
para um reservatório de alta temperatura.
46
TÓPICO 3 | MÁQUINAS TÉRMICAS
Sensor
Serpentina
condensada
(fora do refrigerador)
Qq
Qf (para fora)
(de dentro do
refrigerador Vapor à
para as alta pressão
serpentinas)
Trabalho
Motor
compressor
Serpentina de
resfriamento Vapor à baixa Tomada
(dentro do refrigerador) pressão elétrica
FONTE: Tipler e Mosca (2009, p. 641)
ΔU = Q – W
0=Q–W (28)
Qq = Qf + W
47
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Reservatório quente à
temperatura Tq
Refrigerador W
Qf
Qf
K= (29)
W
Qf
K= (30)
Qq − Q f
48
TÓPICO 3 | MÁQUINAS TÉRMICAS
TH TH
QH QH
Máquina Bomba
términa W de calor W
QL QL
TL TL
49
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
50
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Motor Stirling.
b) ( ) Motor Otto.
c) ( ) Motor Diesel.
d) ( ) Motor Bryton.
e) ( ) Motor Vankel.
51
a) ( ) Motor Stirling.
b) ( ) Motor Otto.
c) ( ) Motor Diesel.
d) ( ) Motor Bryton.
e) ( ) Motor Vankel.
a) ( ) 54 %, Qrejeitado = 4040 J.
b) ( ) 60 %, Qrejeitado = 4040 J.
c) ( ) 60 %, Qrejeitado = 2020 J.
d) ( ) 54 %, Qrejeitado = 2020 J.
e) ( ) 33 %, Qrejeitado = 3060 J.
a) ( ) 9,72 kJ.
b) ( ) 8,40 mJ.
c) ( ) 6,00 MJ.
d) ( ) 8,40 kJ.
e) ( ) 9,72 MJ.
52
UNIDADE 1
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Desde a antiguidade o homem tem procurado formas de melhorar o
ambiente que o circunda, tornando a vida mais prática e confortável. Há cerca
de 530 a.C. já se utilizava a expansão do ar quente para o aquecimento, e um
exemplo é o aquecimento central do templo da deusa Diana em Éfeso, na Ásia.
53
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Poderíamos pensar que uma máquina ideal seria aquela que transformasse
100% da energia térmica em trabalho mecânico útil. Veremos, porém, que
nem o mais hábil dos engenheiros conseguiria construir uma máquina dessas.
A incapacidade fundamental é o cerne da segunda lei da termodinâmica, que
estudaremos agora. Antes, no entanto, trataremos de um exemplo em que uma
máquina poderia ser mais eficiente do que as estudadas na seção anterior. A
máquina operaria em ciclos, utilizando somente dois processos reversíveis. O
ciclo ficou conhecido como o ciclo de Carnot.
2 CICLO DE CARNOT
A máquina de Carnot é um exemplo de máquina ideal, e o seu ciclo de
transformações termodinâmicas é chamado de ciclo de Carnot. Consiste de dois
processos adiabáticos e dois processos isotérmicos. Nenhuma máquina real
consegue ser perfeitamente reversível, mas o ciclo de Carnot permite estabelecer
um valor máximo de rendimento que nenhuma máquina, por mais perfeita que
seja, consegue ultrapassar.
54
TÓPICO 4 | SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
Vamos supor que o ciclo de Carnot seja descrito por um gás ideal para
facilitar a análise. Observe o gráfico p x V da figura a seguir. No caminho de 1
para 2 o gás é comprimido através de um processo isotérmico e o calor QF sai do
sistema mantendo a temperatura TF constante.
QQ Isotermas
2 TQ
Adiabáticas
QF 1 TF
V
FONTE: Knight (2009, p. 585)
55
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
V
Q
=Q W=
12 nRTQ ln 2 (31)
V1
nR
∆U = W23 =
1− γ
(TF − TQ ) (32)
V
−QF = W34 = nRTF ln 4 (33)
V3
nR
∆U = W41 =
1− γ
(TQ − TF ) (34)
56
TÓPICO 4 | SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
Wtotal
= W12 + W34 (36)
V V
=Wtotal nRTQ ln 2 + nRTF ln 4 (37)
V1 V3
W
η=
Qrecebido
V V
nRTQ ln 2 + nRTF ln 4
η= V1 V3
(38)
V
nRTQ ln 2
V1
V
TF ln 4
η = 1+ V3
V
TQ ln 2
V1
Tirando as razões de ambos os lados das equações (39) e (40), vemos que:
TQV2γ −1 TFV3γ −1
=
TQV1γ −1 TFV4γ −1
57
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
V2 V3
= (41)
V1 V4
V V
TF ln 4 −TF ln 3
η=
1+ V3 =
1+ V4
V V
TQ ln 2 TQ ln 2 (42)
V1 V1
T
η = 1− F
TQ
TF
η = 1−
TQ
293
η=
1− 0, 62
=
773
58
TÓPICO 4 | SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
Solução:
W TF
η= = 1−
Qrecebido TQ
W 400
= 1−
2500 600
w = 833,33 J
=W Qrecebido − Qcedido
QF = 2500 − 833 = 1667 J
O rendimento é:
400
η=
1− 0,3333
=
600
59
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
E
IMPORTANT
O calórico era idealizado como uma substância, uma espécie de fluido invisível
que percorria a matéria podendo realizar trabalho. Contudo, a teoria foi descartada mais
tarde, quando estudos mostraram que se tratava, na verdade, de energia na forma de calor
que surgia devido à diferença de temperatura entre os corpos.
FONTE: <https://www.nuclear-power.net/nuclear-engineering/thermodynamics/laws-of-
thermodynamics/second-law-of-thermodynamics/clausius-statement-of-the-second-law/>.
Acesso em: 26 ago. 2018.
60
TÓPICO 4 | SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
4 TEOREMA DE CLAUSIUS
A partir das equações (31) e (33) obtidas para o ciclo de Carnot, vamos
encontrar uma relação entre os calores QQ e QF e as temperaturas da fonte quente
TQ e da fonte fria TF:
V
QQ = nRTQ ln 2
V1
(43)
V V
−QF = nRTF ln 4 ↔ QF = W34 = nRTF ln 3
V3 V4
61
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Dividindo, temos:
V V
nRTQ ln 2 TQ ln 2
QQ V1 V1
= =
QF V V
nRTF ln 3 TF ln 3
V4 V4
QQ TQ
=
QF TF
Que leva a:
QQ QF
=
TQ TF
QQ QF
= −
TQ TF
QQ QF
+ 0
=
TQ TF
Ou seja:
Q
∑ 0
= (44)
T
Podemos mostrar que a equação (44) é válida para qualquer ciclo reversível,
ou seja, ela é válida para qualquer transformação reversível representada pelo
caminho C fechado de um diagrama pV.
62
TÓPICO 4 | SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
dQ
.
ϕ =0 (45)
T
V
FONTE: A autora
dQ
嚀
ϕ ≤0 (46)
T
63
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
LEITURA COMPLEMENTAR
Adilson de Oliveira
Com o fogo, a noite já não era mais tão perigosa, e diminuía a necessidade
de se esconder ou lutar. Acredita-se que a descoberta de seu uso tenha agido
diretamente sobre a nossa forma de pensar. O filme A guerra do Fogo (1981),
do diretor francês Jean-Jacques Annaud, retrata em forma de ficção como o fogo
influenciou a forma de viver dos primeiros hominídeos.
64
TÓPICO 4 | SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
O Turbinia, um dos primeiros barcos com turbinas movidas a vapor, em 1897: revolução
industrial movida pelo poder propulsor do fogo (Foto: Alfred John West)
Revolução Industrial
Essas primeiras máquinas foram usadas para extrair a água das minas de
carvão, mas logo foram aplicadas nas indústrias e no desenvolvimento dos trens.
Em poucas décadas, essas máquinas transformaram o mundo.
A resposta a essa questão não foi simples e mostrou que não se tratava
apenas de uma limitação tecnológica, mas sim de uma limitação da natureza.
Esses estudos levaram ao desenvolvimento de um novo ramo da física conhecido
como termodinâmica.
65
UNIDADE 1 | LEIS DA TERMODINÂMICA
Uma fogueira no lindo anoitecer. Para os primeiros hominídeos, o calor gerado pelo fogo era
importante para se proteger do frio e de algozes e cozinhar diversos alimentos (foto: Totte Jonsson)
Entretanto, nem toda a energia gerada, seja qual for o processo, poderá ser
sempre útil para nós. É um fato observado que, em todo processo no qual ocorre
uma transformação de energia, parte dela se transforma em uma energia que não
pode ser aproveitada, e é perdida para o ambiente na forma de calor.
66
TÓPICO 4 | SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA
A 1ª lei estabelece que a energia não pode ser criada nem destruída,
referindo-se à quantidade de energia. A 2ª lei qualifica isso, acrescentando que a
forma que a energia assume nas diversas transformações acaba se ’deteriorando’
em formas menos úteis de energia. Ela se refere, portanto, à ’qualidade’ da energia,
levando em consideração também a energia que se torna mais difusa e acaba se
degenerando em dissipação. A partir da 2ª lei é que chegamos ao conceito de
entropia, que está associada a uma medida de desordem de um sistema.
FONTE: OLIVEIRA, Adilson de. A descoberta que mudou a humanidade. 2010. Disponível
em: http://cienciahoje.org.br/coluna/a-descoberta-que-mudou-a-humanidade/. Acesso
em: 18 jun. 2019.
67
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
68
AUTOATIVIDADE
69
ESQUEMA DO FUNCIONAMENTO DE DOIS DISPOSITIVOS TERMODINÂMICOS
TH TH
QH QH
QL = QH QH = W
QL
TL Dispositivo Dispositivo W
a) b)
FONTE: Merle e Somerton (2017, p. 118)
4 Uma máquina a vapor tem uma caldeira que opera a 600 K. A energia do
combustível queimado muda a água para vapor, e este impele um pistão. A
temperatura do reservatório frio é a do ar externo, aproximadamente 330 K.
Qual é a eficiência térmica máxima da máquina a vapor?
a) ( ) 60%.
b) ( ) 33%.
c) ( ) 40%.
d) ( ) 45%.
e) ( ) 25%.
a) ( ) 60%, 5 x 103 J.
b) ( ) 33%, 2,1 x 102 J.
c) ( ) 40%, 0,5 x 102 J.
d) ( ) 45%, 0,21 x 103 J.
e) ( ) 20%, 5 x 102 J.
a) ( ) Clausius.
b) ( ) Lorde Kelvin.
c) ( ) Carnot.
d) ( ) Diesel.
e) ( ) Otto.
70
7 É impossível construir uma máquina térmica que, operando em um ciclo,
não produza efeito nenhum além da entrada de energia por calor de um
reservatório e a realização de igual quantidade de trabalho. Tal versão da
segunda lei da termodinâmica foi enunciada por:
a) ( ) Clausius.
b) ( ) Lorde Kelvin.
c) ( ) Carnot.
d) ( ) Diesel.
e) ( ) Otto.
71
72
UNIDADE 2
ENTROPIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir dos estudos desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. Em cada um deles, você
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
73
74
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A entropia é um dos conceitos mais abstratos da física. Embora esteja
relacionada ao calor e à temperatura nos processos termodinâmicos, não podemos
dizer que se trata de uma propriedade física específica, mas de uma função que
depende do estado do sistema.
75
UNIDADE 2 | ENTROPIA
Increase
in entropy
Highly
ordered
More disordered
FONTE: <http://www.verdadeilimitada.com.br/2017/11/14/voce-sabe-o-que-e-entropia/>.
Acesso em: 14 out. 2018.
FIGURA 2 – FOTOSSÍNTESE
FONTE: <https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/fotossintese-sugestao-
aula.htm>. Acesso em: 2 jan. 2019.
76
TÓPICO 1 | ENTROPIA E DESORDEM DO UNIVERSO
FONTE: <http://projetofotossintese.blogspot.com/2011/03/formula.html>.
Acesso em: 2 jan. 2019.
FONTE: <http://www.alterima.com.br/index.asp?InCdSecao=20&InCdEditoria=4&InCdMateria=
131&Veja+sistemas+auto+sustentavel+-+Rodas+Desequilibradas>. Acesso em: 1 abr. 2019.
78
TÓPICO 1 | ENTROPIA E DESORDEM DO UNIVERSO
dU = dQ – dW (1)
dQ = dW (2)
79
UNIDADE 2 | ENTROPIA
Entretanto:
dW = pdV (3)
nRT
p= (4)
V
nRT
dQ = dV (5)
V
Rearranjando:
dV dQ
= (6)
V nRT
dV dQ
≈ (7)
V T
dQ
dS = (8)
T
Q
∆S = (9)
T
80
TÓPICO 1 | ENTROPIA E DESORDEM DO UNIVERSO
Ligação de
hidrogênio
O
H H
Molécula
de água
Q = mL
Q = (1,5kg)(3,34 . 105J/kg) = 5,01 . 105J
5, 01∆105 J
S
∆= = 0,183∆105 J / K
273,15 K
2
dQ
∆S =∫ 1
T
(10)
2 2 2
dQA dQB dQC
∆S S 2 −=
= S1 ∫1 =
T ∫1 =
T ∫
1
T
(11)
82
TÓPICO 1 | ENTROPIA E DESORDEM DO UNIVERSO
D C
(1)
V
FONTE: Telles (2018, p. 307)
Solução:
2 Tf Tf
dQ mcdT dT
S ∫ =
∆= ∫ = mc ∫
1
T Ti
T Ti
T
373K
∆S =( 0,500kg )( 4190 J / kg.K ) ln
273K
∆S =654 J / K
83
UNIDADE 2 | ENTROPIA
Sistema
Meio
T
TO
Q
2
dQ
∆S =∫
1
T
Tf Tf
mcdT dT
∆S
= ∫
Ti
= mc ∫
T Ti
T
84
TÓPICO 1 | ENTROPIA E DESORDEM DO UNIVERSO
1200 J 273,15 K dT
S
∆= (12, 0∆10
kg −3
.K ∫ )
kg 263,15 K T
273,15 K
S
∆= ( )
12, 0∆10−3 kg (1200 J / kg .K ) ln
263,15 K
∆S = 0,537 J / K
2
dQ
1
T
∆S =∫
mL f
∆S =
T
∆S =
(
12, 0∆10 kg 3,33∆105 J / kg
−3
)( )
273,15 K
∆S =14, 63 J / K
Tf Tf
mcdT dT
∆S
= ∫
Ti
= mc ∫
T Ti
T
291,15
dT
S
∆= (12, 0∆10 −3
)
kg ( 4200 J / kg .K ) ∫ T
273,15 k
291,15 K
S
∆= (12, 0∆10 −3
)
kg ( 4200 J / kg .K ) ln
273,15 K
∆S =3, 22 J / K
∑ Qcedido + ∑ Qrecebido = 0
∑ Qcedido = − ∑ Qrecebido
Qcedido =− ( mcgelo ⋅ T + mL f + mcágua ⋅ T )
mcgelo ∆=
T (12, 0 ⋅10 −3
)
kg (1200 J / kg .K )( 273,15 K − 263,15 K=
) 14, 4 J
85
UNIDADE 2 | ENTROPIA
( )(
12, 0 ⋅10−3 kg 3,33 ⋅105 J / kg =
mL f = 3996 J )
mcágua ∆T= (8, 0 ⋅10 −3
)
kg ( 4200 J / kg .K )( 291,15 K − 273,15 K =
) 907, 2 J
− (14, 4 J + 3996 J + 907, 2 J ) =
Qcedido = −4917, 6 J
Q
∆S = cedido
T0
4917, 6 J
∆S =− =−16,89 J / K
291,15 K
ΔU = Q – W
Q = W = pdW
2
dQ
∆S =∫ 1
T
V2
pdV
∆S =∫
V1
T
nRT
p=
V
Encontramos que:
86
TÓPICO 1 | ENTROPIA E DESORDEM DO UNIVERSO
V2 V2
nRT dV dV
=∆S ∫V 1 =V T
nR ∫
V1
V
Integrando, o resultado é:
66, 0 L
=∆S (1mol )(8,314 J / mol.K ) ⋅ ln
22, 0 L
∆S =9,13 J / K
p2V2 = p1V1
Rearranjando, o resultado é:
V2 p1
=
V1 p2
Substituindo, encontramos:
p
∆S = nR ⋅ ln 1 (13)
p2
87
UNIDADE 2 | ENTROPIA
0,5atm
=∆S ( 0,5mol )(8,314 J / mol.K ) ⋅ ln
10atm
∆S =−12, 4 J / K
88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Algumas formas que descrevem a entropia são um tanto confusas, pois não
existe uma conexão entre os dois modelos que descrevem a entropia.
89
AUTOATIVIDADE
90
a) ( ) 2,00 J/K.
b) ( ) 1,27 J/K.
c) ( ) - 1,27 J/K.
d) ( ) - 2,00 J/K.
e) ( ) 0.
a) ( ) Massa da água do gelo 12,47 J/K e lago – 11,4 J/k. A temperatura do lago não
varia, pois a massa da água do lago é muito maior que a massa do gelo.
b) ( ) Massa da água do gelo 11,47 J/K e lago – 12,4 J/k. A temperatura do lago não
varia, pois a massa da água do lago é muito maior que a massa do gelo.
c) ( ) Massa da água do gelo 12,47 J/K e lago – 11,4 J/k. A temperatura do lago
aumentou, pois a massa da água do lago é muito maior que a massa do gelo.
d) ( ) Massa da água do gelo 11,47 J/K e lago – 12,4 J/k. A temperatura do lago
diminuiu, pois a massa da água do lago é muito maior que a massa do gelo.
e) ( ) Massa da água do gelo 11,47 J/K e lago – 12,4 J/k. A temperatura do lago
aumentou, pois a massa da água do lago é muito maior que a massa do gelo.
a) ( ) 546 J/K.
b) ( ) 719 J/K.
c) ( ) 454 J/K.
d) ( ) 610 J/K.
e) ( ) 800 J/K.
a) ( ) 0,267 J/K.
b) ( ) 7,190 J/K.
c) ( ) 0,454 J/K.
d) ( ) 6,108 J/K.
e) ( ) 0,800 J/K.
91
a) ( ) 0,267 J/K.
b) ( ) 7,190 J/K.
c) ( ) 0,112 J/K.
d) ( ) 6,108 J/K.
e) ( ) 0,800 J/K.
a) ( ) 0,267 J/K.
b) ( ) 7,190 J/K.
c) ( ) 0,112 J/K.
d) ( ) 0,256 J/K.
e) ( ) 0,800 J/K.
a) ( ) 6,08 J/K.
b) ( ) 12,4 J/K.
c) ( ) 0,32 J/K.
d) ( ) 0.
e) ( ) 1,24 J/K.
92
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Quando deixamos um pote de sorvete em contato com uma superfície mais
quente, ela ficará mais fria e o sorvete derreterá. Sabemos que, devido à diferença
de temperatura, há uma passagem de calor do corpo de maior temperatura para
o corpo de menor temperatura. Podemos imaginar que se a energia transferida
para o sorvete retornasse à superfície, o sorvete se solidificaria novamente. Nunca
vimos isso acontecer espontaneamente e se víssemos um filme em que isso
acontecesse teríamos certeza de que a gravação foi invertida.
93
UNIDADE 2 | ENTROPIA
dQ
嚀
ϕ =0 (14)
T
ϕ δ Q = QQ − QF = 0
嚀
δQ QQ QF
嚀
ϕ = − =0
T TQ TF
QQ QF
=
TQ TF
δQ
嚀
ϕ = 0 (15)
T ciclo − rev
W
η=
QQ
94
TÓPICO 2 | VARIAÇÃO DE ENTROPIA EM PROCESSOS TERMODINÂMICOS
Wrev Wirrev
>
Qrev Qirrev
(Q ) Q rev = ( QQ )
irrev
Concluímos que:
δ Q QQ ( QF )irrev
ϕ =
嚀 −
T TQ TF
QQ ( QF )irrev QQ QF
− < −
TQ TF TQ TF
Concluímos que:
δQ
嚀
ϕ < 0 (16)
T ciclo −irrev
95
UNIDADE 2 | ENTROPIA
TH
QH
Wrev
QL
TL
FONTE: Borgnakke e Sonntag (2018, p. 241)
Solução:
QQ QF
=
TQ TF
2500 J QF
=
750 K 400 K
QF = 1333 J
W= QQ − QF
W = 2500 J − 1333 J = 1167 J
96
TÓPICO 2 | VARIAÇÃO DE ENTROPIA EM PROCESSOS TERMODINÂMICOS
W
η=
QQ
1167
=η = 0, 4668
2500
δQ
嚀
ϕ = 0
T ciclo − rev
Solução:
.ÿ .ÿ
W QQ − QF
=
.ÿ .ÿ
QF = QQ − W = 2, 09 ⋅109 J / h − 6, 697 ⋅108 J / h
.ÿ
Q
=F 1, 42 ⋅109 J / h
b) Calculando o rendimento:
W
η = .ÿ
QQ
6, 697 ⋅108 J / h
=η = 0,32
2, 09 ⋅109 J / h
97
UNIDADE 2 | ENTROPIA
δQQQ
∫ =
T TQ
δQ −2, 09 ⋅109 J / h
∫ = −3,10 ⋅106 J / ( hK )
=
T 673K
δQQF
∫ =
T TF
δQ 1, 42 ⋅109 J / h
∫ = = 4, 40 ⋅106 J / ( hK )
T 323K
δ Q QQ QF
ϕ =
嚀 −
T TQ TF
δQ 106 J 106 J 106 J
嚀
ϕ 3,10 ⋅
= − 4, 40 ⋅ −1,30
=
T ( hK ) ( hK ) ( hK )
98
TÓPICO 2 | VARIAÇÃO DE ENTROPIA EM PROCESSOS TERMODINÂMICOS
ϕ δ Q = QF − QQ = 0
嚀
δQ QF QQ
嚀
ϕ = − =0
T TF TQ
W
= QQ − QF
Resulta em:
δ Q QF QQirrev
ϕ =
嚀 −
T TF TQ
QF QQirrev QF QQ
− < −
TF TQ TF TQ
99
UNIDADE 2 | ENTROPIA
δQ
嚀
ϕ < 0 (17)
T ciclo −irrev
δQ
嚀
ϕ ≤ 0 (18)
T ciclo
TH
QH
Wrev
QL
TL
FONTE: Borgnakke e Sonntag (2018, p. 243)
Solução:
100
TÓPICO 2 | VARIAÇÃO DE ENTROPIA EM PROCESSOS TERMODINÂMICOS
δQ
嚀
ϕ ≤ 0
T ciclo
2 2
δQ δ Q1 δ Q2
ϕ=
嚀
T ∫
1
T1
+∫
1
T2
δ Q Q1 Q2
ϕ =
嚀 +
T T1 T2
Assim:
101
UNIDADE 2 | ENTROPIA
Gerador
de vapor
W
Título
Turbina 3
90%,
15kPa
Condensador
Bomba Título 10%, 15kPa
FONTE: Borgnakke e Sonntag (2018, p. 244)
102
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Máquinas térmicas retiram calor de uma fonte quente e realizam trabalho com
esse calor, perdendo parte dele para uma fonte fria, ou seja, as vizinhanças.
A constatação levou Clausis a introduzir o conceito de entropia e a enunciar a
segunda lei da termodinâmica. Vimos também que em ciclos reversíveis a variação
de entropia é nula e em ciclos irreversíveis a variação da entropia é negativa.
103
AUTOATIVIDADE
1 Máquinas térmicas existem desde o século I d.C., mas somente a partir de 1698
que obtiveram interesse industrial, com a construção da máquina a vapor de
Savery que tirava água dos poços de minas de carvão. Acreditava-se que as
máquinas térmicas podiam ter um comportamento ideal e que, portanto,
seria possível obter um rendimento de 100% caso se acertasse no projeto.
Então, em 1824, Sadi Carnot construiu uma máquina a vapor operando em
ciclos entre dois reservatórios térmicos. Estudando a transformação de calor
em trabalho, descobriu que era impossível utilizar todo o calor fornecido
pela fonte quente. Por que a constatação ajudou Clausius, mais tarde, em
seus estudos de fluxo de calor?
a) ( ) Zero.
b) ( ) Maior que zero.
c) ( ) Menor que zero.
d) ( ) Depende dos processos envolvidos em cada etapa.
e) ( ) Nada se pode afirmar.
a) ( ) Zero.
b) ( ) Maior que zero.
c) ( ) Menor que zero.
d) ( ) Depende dos processos envolvidos em cada etapa.
e) ( ) Nada se pode afirmar.
104
4 Uma máquina térmica recebe 3,02.109J/h de uma fonte quente e produz
7,04.108J/h. Calcule: a) o fluxo de calor transferido para a fonte fria; b) o
rendimento térmico da máquina; c) a variação de entropia que ocorre na
fonte quente e na fonte fria, cujas temperaturas são, respectivamente, 700 k
e 400 k e d) a entropia do ciclo, supondo que o processo seja irreversível.
a) ( ) (a) 2,316.109J/h, (b) 0,23, (c) 1,48.106 J/Kh, (d) 5,79.106 J/Kh, (e) – 4,31.106 J/Kh.
b) ( ) (a) 2,316.109J/h, (b) 0,23, (c) – 4,31.106 J/Kh, (d) 5,79.106 J/Kh, (e) – 1,48.106 J/Kh.
c) ( ) (a) 1,48.106 J/Kh, (b) 0,30, (c) 2,316.109J/h, (d) 4,50.106 J/Kh, (e) 2,33.106 J/Kh.
d) ( ) (a) 2,33.106 J/Kh, (b) 0,30, (c) 2,316.109J/h, (d) 4,50.106 J/Kh, (e) 1,48.106 J/Kh.
e) ( ) (a) 2,33.106 J/Kh, (b) 0,30, (c) 4,50.106 J/Kh, (d) 4,50.106 J/Kh, (e) 0.
105
106
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A primeira lei da termodinâmica menciona que se uma reação ocorre, a energia
total do universo permanece inalterada, considerando-se como o todo o sistema e as
suas vizinhanças. Contudo, nada podemos dizer sobre o fato de que algumas reações
têm a tendência de acontecerem e outras não. Um pedaço de ferro oxida se deixado
ao relento, uma fruta apodrece com o tempo, a água desce pela montanha e não
observamos tais fenômenos ocorrendo na ordem inversa espontaneamente.
Como já havíamos dito, a entropia pode ser vista como um estado de ordenação
da matéria, ou seja, quanto mais desordenado for um sistema, maior é a sua entropia.
Já vimos que a variação de entropia no universo está sempre aumentando, mas que
em sistemas fechados ela é nula e quando o ciclo é reversível (modelo idealizado)
ou diminui em ciclos irreversíveis (modelo real). Ainda, em processos espontâneos
irreversíveis a variação da entropia sempre é maior que zero.
107
UNIDADE 2 | ENTROPIA
V1 V2
n1 n2
a) Remover barreira:
gases se misturam
p, T
Vtotal = V1 + V2
ntotal = n1 + n2
b)
FONTE: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/11504301032012Fundamentos_
de_Fisico-Quimica_aula_7.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2019.
108
TÓPICO 3 | INTERPRETAÇÃO MICROSCÓPICA DA ENTROPIA
Vamos supor que os sistemas estão isolados, que não há trocas de calor
e que a barreira é removida sem que a temperatura e a pressão se alterem. Não
existe troca de calor, Q = 0, a temperatura é mantida constante, ∆T = 0, e há uma
variação de energia interna nula, ∆U = 0. Pela primeira lei da termodinâmica, ∆U
= Q – W, temos trabalho nulo também, W = 0. No entanto, os gases se misturam,
ocupando o mesmo volume no fim do processo. Como a entropia é independente
do caminho, podemos ligar os dois estados, antes e após o processo.
Vf
∆S =nRln (19)
Vi
Vtotal
∆S1 = n1 R ⋅ ln (20)
V1
V
∆S 2 = n2 R ⋅ ln total (21)
V2
Remover
V1 barreira Vtotal
n1 n1
Gás 1
Remover
V2 barreira Vtotal
n2 n2
Gás 2
FONTE: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/11504301032012Fundamentos_
de_Fisico-Quimica_aula_7.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2019.
109
UNIDADE 2 | ENTROPIA
Vtotal V
∆Stotal = n1 R ⋅ ln + n2 R ⋅ ln total (23)
V1 V2
ngás Vgás
xgás
= =
ntotal Vtotal
n
ni nn
V
=∑ xi ∑
= ∑ i
=i 1 =i 1 ntotal
=i 1 Vtotal
n
− R ∑n1 ⋅ ln ( xi )
∆Stotal = (24)
i =1
Três caras,
uma coroa
Duas caras,
duas coroas
111
UNIDADE 2 | ENTROPIA
Quatro caras
FONTE: <https://pt.slideshare.net/kleytonrenato/cap07-termodinmica-a-segunda-e-a-terceira-
leis?next_slideshow=1>. Acesso em: 3 abr. 2019.
S = k . In (w) (25)
112
TÓPICO 3 | INTERPRETAÇÃO MICROSCÓPICA DA ENTROPIA
Três caras,
uma coroa
−23 J
k ⋅ ln ( w ) =
S= 1,38.10 ⋅ ln (1) =
0
K
−23 J
k ⋅ ln ( w ) =
S= 1,38.10 ⋅ ln (16 ) =
3,8.10−23 J / K
K
113
UNIDADE 2 | ENTROPIA
−23 J
k ⋅ ln ( w ) =
S= 1,38.10
K
( )
6, 02 ⋅10 ⋅ ln ( 2 ) =
23
5, 76 J / K
114
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
115
AUTOATIVIDADE
Estado 1 Estado 2
Isolante
Vácuo
5,0 L
2,0 L
116
a) ( ) 7,6 J/K.
b) ( ) 3,8 J/K.
c) ( ) 2,5 J/K.
d) ( ) 1,0 J/K.
e) ( ) 9,2 J/K.
117
118
UNIDADE 2
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos anteriores vimos que não há variação de entropia em um
ciclo reversível e que nos ciclos irreversíveis a variação é menor que zero. Nas
vizinhanças, a variação é maior que zero e, se somadas as entropias do sistema e
das vizinhanças, há um universo isolado, ocasionando variação de entropia maior
sempre e respeitando a segunda lei. Lima (2014, p. 59) afirma que “enquanto a
primeira lei diz que a energia do universo é constante, a segunda lei diz que a
entropia do universo está aumentando constantemente”.
a b c d
FONTE: Maia (2007, p. 264)
lim S = 0 (26)
T →0
Vamos supor que a variação da entropia seja dada pela seguinte expressão:
120
TÓPICO 4 | TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
S S (T ) − S0
∆=
T
C
S (T ) − S0 =
∫0 TP dT (27)
S0
T
isobáricas
FONTE: <http://fig.if.usp.br/~oliveira/terc-lei.pdf>. Acesso em: 4 nov. 2018.
lim S = 0 (28)
T →0
121
UNIDADE 2 | ENTROPIA
lim =
S S=
0 0
T →0
T
CP
S (T ) = ∫ dT (29)
0
T
T
CV
S (T ) = ∫ dT (30)
0
T
lim
= CP lim
= CV 0 (31)
T →0 T →0
3 EQUAÇÕES DE GIBBS
Para verificarmos se uma reação é espontânea, precisamos calcular as
variações de entropia do sistema e da vizinhança. Então, é preciso somar as duas.
Podemos poupar trabalho reunindo as variações de entropia do sistema e da
vizinhança em uma nova função de estado, a energia livre de Gibbs.
122
TÓPICO 4 | TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
δ Q = TdS (32)
δ W = pdV (33)
= δ Q − δW
dU (34)
dU
= TdS − pdV
(35)
TdS
= dU + pdV
H= U + pV (36)
TdS
= dH − Vdp (38)
Tds
= du + pdv (39)
Ts
= dh − vdp (40)
dG
= dH − TdS (41)
123
UNIDADE 2 | ENTROPIA
G= H − TS (42)
δ∆G
lim =0 (43)
T →0
δ T P
δ∆H
lim =0 (44)
T →0
δ T P
ΔG
ΔH
0 T
FONTE: A autora
124
TÓPICO 4 | TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
O termo entropia é usado tanto para a entropia total S (J/K) como para
a entropia específica s (kJ/kgK). Na região de saturação, a entropia pode ser
calculada em função do seu título:
(1 − x ) sl + xsv
s= (45)
s= sl + xslv (46)
125
UNIDADE 2 | ENTROPIA
FIGURA 23 – DIAGRAMA T - S
126
TÓPICO 4 | TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FIGURA 24 – DIAGRAMA H - S
127
UNIDADE 2 | ENTROPIA
TQ − TF
η=
TQ
493,15 K − TF
0, 25 =
493,15 K
TF = 369,86 K
FIGURA 26 – DIAGRAMA T - S
T(˚C)
1 2
220,00
96,71 3
4
128
TÓPICO 4 | TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
129
UNIDADE 2 | ENTROPIA
130
TÓPICO 4 | TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
s3 = sv ⋅ x3 + (1 − x3 ) sl
6, 2860
= kJ / kgK 7,3952kJ / kgK ⋅ x3 + (1 − x3 )1, 269 kJ / kgK
6, 2860kJ / kgK
= ( 7,3952kJ / kgK ) x3 + 1, 269 kJ / kgK − (1, 269 kJ / kgK ) x3
6, 2860kJ 1, 269 kJ 7,3952kJ 1, 269 kJ
− = x3 − x3
kgK kgK kgK kgK
5, 017 kJ / kgK = ( 6,1262kJ / kgK ) x3
x3 = 0,81894
s4 = sv ⋅ x4 + (1 − x4 ) sl
2,54027
= kJ / kgK 7,3952kJ / kgK ⋅ x4 + (1 − x4 )1, 269 kJ / kgK
2,54027 kJ / kgK
= ( 7,3952kJ / kgK ) 4 + 1, 269 kJ / kgK − (1, 269 kJ / kgK ) 4
2,54027 kJ 1, 269 kJ 7,3952kJ 1, 269 kJ
− = x4 − x4
kgK kgK kgK kgK
1, 27127 kJ / kgK = ( 6,1262kJ / kgK ) x3
x4 = 0, 2075
W
= QQ − QF
∆S (TQ − TF )
W=
( 6, 2860kJ / kgK − 2,54027kJ / kgK )( 493,15K − 369,86 K )
W=
3, 74573kJ
=W = (123,3K ) 462kJ / kg
kgK
= du + 0
Tds
du (47)
ds =
T
131
UNIDADE 2 | ENTROPIA
du = c (T ) dT
2
dT
∫c (T )
s2 − s1 =
1
T
(48)
T
s2 − s1 =
cmed ln 2
T1
T
= ln 2 0
s2 − s1 cmed= (49)
T1
132
TÓPICO 4 | TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
Solução:
∆s = s2 − s1
kJ kJ kJ
=∆s 5,171 − 4,878
= 0, 293
kg.K kg.K kg.K
3, 476 + 3,528 kJ
=cmed = 3,502
2 kg.K
Substituindo:
T
∆S =Cmed ln 2
T1
kJ 120 K kJ
=∆S 3,502
= ln 0, 265
kg.K 110 K kg.K
∆S real − ∆Sideal
Erro =
∆S real
0, 293 − 0, 265
=Erro = 0, 094
0, 293
133
UNIDADE 2 | ENTROPIA
Tds
= du + pdv
du = cV (T ) dT
RT
p=
v
RT
=Tds cV (T ) dT + dv
v
dT dv
=ds cV (T ) +R
T v
2
dT
v
s2 − s1
= ∫c (T ) T + Rln v
1
V
2
1
(50)
Ts
= dh − vdp
134
TÓPICO 4 | TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
dh = c p (T ) dT
RT
v=
p
RT
=Tds c p (T ) dT − dp
p
dT dp
=ds c p (T ) −R
T p
2
dT
p
s2 − s1
= ∫c (T ) T − Rln p
1
p
2
1
(51)
T v
s2 − s1 cv ,med ln 2 + Rln 2
=
T1 v1
(53)
T p
s2 − s1 c p ,med ln 2 − Rln 2
=
T1 p1
Solução:
135
UNIDADE 2 | ENTROPIA
T p
= s2 − s1 c p ,med ln 2 − Rln 2
T1 p1
320 K 610kPa
s2 − s1 (1, 005kJ / kgK ) ln − ( 0, 287 kJ / kgK ) ln
300 K 120kPa
=s2 − s1 0, 06486121kJ / kgK − 0, 4666526
= kJ / kgK 0, 40179kJ / kgK
p
s2 − s1 = s2 0 − s10 − Rln 2
p1
610kPa
=s2 − s1 (1, 76690kJ / kgK − 1, 70203) − ( 0, 287kJ / kgK ) ln
120kPa
− s1 0, 06487 − 0, 4666526kJ / =
s2= kgK 0, 4017826kJ / kgK
c) O erro é, então:
∆S real − ∆Sideal
Erro =
∆S real
0, 4017826kJ / kgK − 0, 40179kJ / kgK
Erro = 0, 0224
0, 4017826kJ / kgK
136
TÓPICO 4 | TERCEIRA LEI DA TERMODINÂMICA
FIGURA 30 – PROPRIEDADES DO AR
137
UNIDADE 2 | ENTROPIA
∆S 0 = ∑ nS m0 ( produtos ) + ∑ nS m0 ( reagentes )
=∆S 0 ( 2mol ) Sm0 ( NH 3 , g ) − {(1mol ) Sm0 ( N 2 , g ) + ( 3mol ) Sm0 Sm0 ( H , g )}
= ∆S 0 2 (192, 4 J / K ) − (191, 6 J / K ) + 3 (130, 7 J / K )
∆S 0 =−198,9 J / K
138
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
139
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Walter Nernst.
b) ( ) Sadi Carnot.
c) ( ) Lorde Kelvin.
d) ( ) Isaac Newton.
e) ( ) Josiah Willard Gibbs.
a) ( ) 0,427 kJ/kg.K.
b) ( ) 0,383 kJ/kg.K.
c) ( ) 0,100 kJ/kg.K.
d) ( ) 0,271 kJ/kg.K.
e) ( ) 0,307 kJ/kg.K.
140
4 Uma máquina de Carnot operando em ciclo, usando vapor de água como
fluido de trabalho e com eficiência de 20%. Transfere-se calor para o fluido
a 2000C e, durante o processo, o fluido passa de líquido saturado para vapor
saturado seco. a) Mostre o ciclo em um diagrama T-S que inclua as linhas de
líquido saturado e de vapor saturado. b) Calcule o título no início e no fim
do processo de rejeição de calor. c) Calcule o trabalho por kg de vapor.
a) ( ) Título no início: 0,1631, título no final: 0,8545, trabalho: 308 kJ/kg de vapor.
b) ( ) Título no início: 0,8545, título no final: 0,1631, trabalho: 388 kJ/kg de vapor.
c) ( ) Título no início: 0,8545, título no final: 0,3248, trabalho: 308 kJ/kg de vapor.
d) ( ) Título no início: 0,3883, título no final: 0,1631, trabalho: 854 kJ/kg de vapor.
e) ( ) Título no início: 0,3002, título no final: 0,2489, trabalho: 388 kJ/kg de vapor.
Na2O2 94,6
H2O 69,69
NaOH 64,18
O2 205
a) ( ) 202,83 J/molK.
b) ( ) 258,89 J/molK.
c) ( ) 461,72 J/molK.
d) ( ) 0.
e) ( ) 106,77 J/molK.
141
142
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• definir gases reais e utilizar a equação de Van der Waals para calcular a
pressão de um gás real.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em cinco tópicos. Ao final de cada um deles, você
poderá dispor de atividades que auxiliarão na fixação do conteúdo.
143
144
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Antes de entrarmos na teoria cinética propriamente dita, vamos discorrer
um pouco sobre a teoria atômica da matéria. Faremos uma leitura breve do
assunto apenas para relembrarmos alguns pontos, pois o assunto já foi abordado
em disciplinas anteriores, como em Fundamentos da Física e Química.
Para ter uma ideia mais clara do átomo, tornou-se necessário determinar
o tamanho e a massa do átomo e, assim, tentar entender a conexão do mundo
microscópico com o mundo macroscópico e estudar as propriedades do mundo
que nos rodeia. Surge então o conceito de mol, com a hipótese de Avogadro,
que se tornou fundamental e nos transfere da dimensão microscópica para a
dimensão macroscópica.
145
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
partículas últimas
146
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA PARA A MATÉRIA
FONTE: <http://cienciaehumanidade.blogspot.com/2010/01/o-movimento-browniano.html>.
Acesso em: 2 mar. 2019.
147
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
D C
148
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA PARA A MATÉRIA
3 GÁS IDEAL
Sabemos que um gás é composto por átomos e moléculas que se movem
aleatoriamente colidindo entre si e entre as paredes do recipiente. As partículas no
gás estão muito distantes umas das outras, assim, deve haver espaço vazio entre elas.
FONTE: <https://courses.lumenlearning.com/sanjacinto-atdcoursereview-chemistry1-1/chapter/
non-ideal-gas-behavior/>. Acesso em: 2 mar. 2019.
149
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
FONTE: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/teoria-cinetica-dos-gases.htm>.
Acesso em: 2 mar. 2019.
Mgz
n( z ) n0 exp(−
= ) (1)
RT
M
NA = (2)
m
150
TÓPICO 1 | TEORIA ATÔMICA PARA A MATÉRIA
N A 6, 02 ⋅1023
=
N Ma Ma
n
= = =
NA M mN A
151
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
Ma 220 g
= n
=
M 44 g / mol
220 g
=n = 5mol
44 g / mol
M
NA =
m
18 g
6, 02 ⋅1023 =
m
−23
m= 3 ⋅10 g
18cm3
Volume =
6, 02 ⋅1023
Volume= 3 ⋅10−23 cm3
= 3 3 ⋅10−23 cm3
Tamanho
Tamanho = 3,1.10−8 cm
Tamanho 3,1.10−10 m ≈ 3侌
=
152
RESUMO DO TÓPICO 1
153
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Movimento aleatório.
b) ( ) Movimento senoidal.
c) ( ) Movimento browniano.
d) ( ) Movimento desordenado.
e) ( ) Movimento preferencial.
a) ( ) Ao elétron.
b) ( ) Ao átomo.
c) ( ) À radiação cósmica.
d) ( ) À partícula alfa.
e) ( ) Ao neutrino.
154
4 Regiões em que existe um aglomerado maior de balões são mais densas.
Podemos pensar em um comportamento semelhante para as moléculas de
um gás. Regiões onde os corpos estão mais sujeitos à força gravitacional
possuem uma densidade de corpos maior. Sabemos que quanto mais perto
da superfície da Terra:
a) ( ) 6,0 mols.
b) ( ) 13,0 mols.
c) ( ) 4,0 mols.
d) ( ) 5,0 mols.
e) ( ) 10,0 mols.
155
156
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A matéria é composta por átomos e moléculas e pode assumir vários
estados de agregação, sendo que os principais tipos são os gases, os sólidos e
os líquidos. Existem outros estados que ocorrem em condições especiais como o
plasma, o condensado de Bose-Einstein e a superfluidez.
FONTE: <https://www.infoescola.com/quimica/estados-fisicos-da-materia/>.
Acesso em: 2 mar. 2019.
Vamos nos concentrar apenas no estado gasoso, que, por sua vez, pode ser
caracterizado como vapor ou gás. A diferença é que o vapor se encontra abaixo da
temperatura crítica, podendo, portanto, a qualquer momento, voltar para a fase
líquida. Por outro lado, o gás se encontra acima da temperatura crítica e não é
possível convertê-lo em líquido pelo simples aumento da pressão, sendo preciso
reduzir a temperatura para a liquefação.
157
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
DE FUSÃO
SÓLIDO
GÁS
PRESSÃO
PONTO
CRÍTICO
O PONTO LÍQUIDO AP
OR
DEV
SÃO
ES
PR
CURVA D
DA
RVA
CU
PONTO VAPOR
TRIPLO
TEMPERATURA
FONTE: <https://ceticismo.net/ciencia-tecnologia/o-que-e-ponto-triplo/>.
Acesso em: 2 mar. 2019.
FONTE: <https://ceticismo.net/ciencia-tecnologia/o-que-e-ponto-triplo/>.
Acesso em: 2 mar. 2019.
158
TÓPICO 2 | TEORIA CINÉTICA PARA A PRESSÃO EM UM GÁS
2 PRESSÃO DE UM GÁS
Como nós já havíamos discutido anteriormente, no final do séc. XIX chegou-
se à conclusão de que o calor não era um fluido, mas uma energia térmica em
trânsito que se estabelece através da passagem de energia cinética das partículas.
Pressão
FONTE: <https://processostermodina.wixsite.com/termodinamica/teoria-cintica-dos-gases>.
Acesso em: 16 maio 2019.
159
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
Temperatura (t)
Volúmen (V)
Presión (p)
número de
moles (n)
FONTE: <https://didactalia.net/pt/comunidade/materialeducativo/recurso/de-que-se-trata-la-teoria-
cinetica-de-los-gases/fdc30691-a552-4944-885c-ae5004fd5e06>. Acesso em: 2 mar. 2019.
160
TÓPICO 2 | TEORIA CINÉTICA PARA A PRESSÃO EM UM GÁS
A equação que relaciona as variáveis é conhecida como lei dos gases ideais
e se escreve como:
pV = nRT (3)
3 TRANSFORMAÇÕES TERMODINÂMICAS
A equação geral dos gases relaciona três variáveis principais, temperatura
T, pressão p e volume V. Em um processo termodinâmico, podemos relacionar
dois estados, um inicial e outro final, através da seguinte relação:
p1V1 p2V2
= (4)
T1 T2
P2 = P1 P3 = ?
P1 V2 V3 = V2
V1 T2 T3 = T1
T1
FONTE: <http://fisicaevestibular.com.br/novo/vestibulares-recentes/fisica-termica/vestibulares-
recentes-por-assunto-fisica-termica-20142013/>. Acesso em: 2 mar. 2019.
161
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
V1 V2
=
T1 T2
V
V2 = 1 T2
T1
V
p3 = p2 1
V2
p p
p2 p2
p1 p1
T1 T2 T V V
FONTE: A autora
162
TÓPICO 2 | TEORIA CINÉTICA PARA A PRESSÃO EM UM GÁS
p1V1 p2V2
=
T1 T2
(5)
p1 p2
=
T1 T2
8atm p2
=
333K 293K
p2 =
(8atm )( 293K )
333K
p2 = 7 atm
Exemplo: Um gás que está a uma temperatura de 270 K foi transferido para
um recipiente que suporta até uma pressão de 3,0 atm, permitindo uma temperatura
de até 1000K antes que suas propriedades físicas se alterem. Suponha que a pressão
inicial do gás seja de 1,0 atm, qual será a temperatura se o gás atingir a pressão
máxima que o recipiente admite? A temperatura vai derreter o recipiente?
1, 0atm 3, 0atm
=
270 K T2
T2 =
( 3, 0atm )( 270 K )
1, 0atm
T2 = 810 K
163
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
V2
V1 p
T1 T2 T V1 V2 V
FONTE: A autora
p1V1 p2V2
=
T1 T2
(6)
V1 V2
=
T1 T2
164
TÓPICO 2 | TEORIA CINÉTICA PARA A PRESSÃO EM UM GÁS
V1 V2
=
T1 T2
10litros V
= 2
293K 305 K
V2 = 10, 4litros
V1 V2
=
T1 T2
2litros V
= 2
293K 305 K
V2 = 10, 4litros
V1 V2
=
T1 T2
100litros 200litros
=
290 K T2
T2 = 580 K
Fonte: A autora
p1V1 p2V2
=
T1 T2 (7)
p1V1 = p2V2
p1V1 = p2V2
( 0,3atm )(1, 2 L ) = ( 0,1atm )V2
V2 = 3, 6 L
166
TÓPICO 2 | TEORIA CINÉTICA PARA A PRESSÃO EM UM GÁS
p1V1 = p2V2
p1 AL1 = p2 AL2
(1, 0atm )( 50, 0cm ) = p2 (10, 0cm )
p2 = 5atm
167
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
Reta
perpendicular
à parede
v sombreada
m
L
x
L
L
z
FONTE: Halliday (2016, p. 228)
(−mvx ) − (mvx ) =
∆px = −2mvx .
∆px −2mvx
= (8)
∆t ∆t
Podemos dizer que a distância percorrida pela partícula é igual a 2L, sendo
L a distância percorrida antes da colisão mais L percorrido depois da colisão. A
distância é dada pelo produto da velocidade vx com o intervalo de tempo ∆t. Assim:
2 L= vx ∆t
168
TÓPICO 2 | TEORIA CINÉTICA PARA A PRESSÃO EM UM GÁS
Fx
p=
L2
dp
Fx =
dt
∆p
Fx =
∆t
nM (vx2 ) méd
p= (10)
V
169
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
(v )
2
med
( )
= vx2
med
( )
+ vx2
med
( )
+ vx2
med
Somando:
(v )
2
med
( )
= 3 vx2
med
Isolando o componente em x:
(v ) 2
(v )
2
x med =
3
med
nM (v 2 ) méd
p= . (11)
3V
vrms = (v )2
rms
3 pV
(v ) 2
rms
=
nM
170
TÓPICO 2 | TEORIA CINÉTICA PARA A PRESSÃO EM UM GÁS
pV = nRT
Encontramos:
3RT
(v )
2
rms
=
M
(12)
3RT
vrms = (13)
M
Dióxido de carbono
44,0 412
(CO2)
171
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
3RT
vrms =
M
8,31J
3 .K ( 308 K )
mol
=vrms = −3
523, 7 m / s
28.10 kg / mol
172
RESUMO DO TÓPICO 2
• Definimos velocidade média quadrática como uma média das velocidades das
partículas.
173
AUTOATIVIDADE
a) ( ) O aumento da pressão.
b) ( ) A diminuição da pressão.
c) ( ) O aumento da velocidade.
d) ( ) A diminuição da velocidade.
e) ( ) A diminuição da energia.
a) ( ) 21,89 mols.
b) ( ) 18,76 mols.
c) ( ) 1,876 mols.
d) ( ) 2,189 mols.
e) ( ) 0,3425 mols.
174
5 Encontre a velocidade quadrática média de uma molécula de nitrogênio a
280C.
a) ( ) 100 m/s.
b) ( ) 517,6 m/s.
c) ( ) 320 m/s.
d) ( ) 411 m/s.
e) ( ) 124 m/s.
7 Em uma pressão constante, um gás é aquecido até que seu volume inicial
de 100 L caia pela metade. Se a temperatura inicial do gás era de 290K, qual
deve ser a temperatura final?
a) ( ) 145 K.
b) ( ) 200 K.
c) ( ) 320 K.
d) ( ) 410 K.
e) ( ) 120 K.
175
176
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Os estudos de Daniel Bernoulli, publicados em 1738, em Estrasburgo,
continham uma breve história da Hidráulica e da Hidrostática, além de um
esboço da teoria cinética dos gases em que ele chama de fluidos elásticos. Para
Bernoulli, o gás era composto por pequenas partículas que se moviam muito
rápido e colidiam com as paredes do recipiente, dando origem à pressão do fluido.
Contudo, somente no século XIX, com os conceitos da química sobre átomos e
moléculas, tornou-se possível o avanço da energia cinética.
FONTE: <https://www.researchgate.net/figure/The-distinguished-mathematician-and-physician-
Daniel-Bernoulli-1700-1782-and-the_fig1_267731220>. Acesso em: 4 mar. 2019.
177
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
178
TÓPICO 3 | ENERGIA TRANSLACIONAL E DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADES
vi
d
m0
vxi
z x
d d
FONTE: Serway (2014, p. 142)
1
K méd = ( mv 2 ) méd
2
1
K med =
2
m v2( ) rms
1 3RT
K med = m (14)
2 M
Sabendo que:
M
NA =
m
179
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
1 M 3RT
K med =
2 NA M
R
k=
NA
3
K med = kT (15)
2
3
K tr = N kT
2
Substituindo k:
3 R
K tr = N T
2 NA
Que fornece:
3
K tr = nRT (16)
2
180
TÓPICO 3 | ENERGIA TRANSLACIONAL E DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADES
3 J
=K tr (1,5mol ) 8,31 K ( ( 273 + 23) K )
2 mol
K tr = 5,53.103 J
3
=K med
2
( )
1,38.10−23 J / K ( 273 + 23)
K med = 6,13.10−21 J
181
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
r 2r
r v
v dt
r
d = ( v )( dt )
V = Ad
A área A é igual a
( 2r ) 4π r 2
2
=A π=
V = 4π r 2 vdt
182
TÓPICO 3 | ENERGIA TRANSLACIONAL E DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADES
N
dN = 4π r 2 vdt
V
dN N
= 4π r 2 v
dt V
dN 4π 2r 2 vN
=
dt V
O tempo livre médio, tmed, entre as colisões, pode ser obtido invertendo-se
a equação anterior, o que resulta em:
V
tméd = (17)
4π 2r 2 vN
λ = vtmed
V
λ= (18)
4π 2r 2 N
N pN Λ
=
V RT
N
=
( )(
2, 00.10 Pa 6, 02.1023 moléculas
−4
)
V 8,31J
.K ( 320 K )
mol
N
= 4,53.1016 moléculas / m3
V
V
λ=
4 2r 2 N
1
λ=
2d 2 ( N / V )
1
λ = 221m
( )( )
2
2 1,50.10−10 m 4,53.1016 moléculas / m3
pV = nRT
184
TÓPICO 3 | ENERGIA TRANSLACIONAL E DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADES
N
n=
NA
Substituindo:
N
pV = RT
NA
R
k=
NA
pV = NkT
Isolando V, temos:
NkT
V=
p
kT
λ= (19)
4π 2r 2 p
185
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
h=h
h=o
3/2
M
P ( v ) = 4π
2
v 2 e − Mv /2 RT
2π RT
186
TÓPICO 3 | ENERGIA TRANSLACIONAL E DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADES
2,0
Vrms
dv
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Velocidade (m/s)
FONTE: Halliday (2016, p. 234)
dP
=0
dv
2 RT
vP =
M
R k
=
M m
Encontramos:
2kT
vP =
m
(20)
kT
vP = 1, 41
m
187
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
8 RT
vmed =
πM
8kT
vmed = 1, 60 (21)
m
3RT
vrms =
M
Analogamente:
kT
vrms = 1, 73 (22)
m
4,0
T = 80 K
3,0
P(v) (10-3 s/m)
2,0
T = 300 K
1,0
188
TÓPICO 3 | ENERGIA TRANSLACIONAL E DISTRIBUIÇÃO DAS VELOCIDADES
4
He
20
Ne
40
Ar
132
Xe
−27 J
1,3810 ⋅ ( 300 K )
K
v= 1, 60 = 1, 78 ⋅103 m / s
med
( −27
2 1, 67 ⋅10 kg )
−27 J
1,3810 ⋅ ( 300 K )
K
v= 1, 73 = 1,93 ⋅103 m / s
rms
( −27
2 1, 67 ⋅10 kg )
−27 J
1,3810 ⋅ ( 300 K )
K
vP 1, 41
= = 1,57 ⋅103 m / s
( −27
2 1, 67 ⋅10 kg )
Resposta: A velocidade média é de 1780 m/s, a velocidade média quadrática
é de 1930 m/s e a velocidade mais provável da molécula de hidrogênio é de 1570 m/s.
189
RESUMO DO TÓPICO 3
190
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Rudolf Clausius.
b) ( ) Ludwig Boltzmann.
c) ( ) Walther Nernst.
d) ( ) Heinrich Streintz.
e) ( ) Svante Arrhenius.
191
5 Calcule a velocidade média quadrática dos átomos de Hélio, de massa
molar igual a 4,00.10-3 kg/mol a 1500 K.
a) ( ) 4,50.103 m/s.
b) ( ) 1,91.103 m/s.
c) ( ) 2,50.103 m/s.
d) ( ) 3,06.103 m/s.
e) ( ) 1,00.103 m/s.
a) ( ) 4,50.103 J e 7,30.10-21 J.
b) ( ) 1,91.103 J e 2,40.10-21 J.
c) ( ) 7,30.103 J e 4,30.10-21 J.
d) ( ) 7,30.103 J e 6,07.10-21 J.
e) ( ) 4,90.103 J e 6,07.10-21 J.
192
UNIDADE 3
TÓPICO 4
1 INTRODUÇÃO
Além do ar, que está sempre presente em nossas vidas porque precisamos
dele para respirar, existem muitos tipos de gases. Atualmente, os gases servem para
muitas finalidades. Ouvimos frequentemente falar de gases como o nitrogênio, que,
além de compor 78% do ar, tem larga aplicação nas indústrias química, alimentar,
elétrica e metalúrgica. O oxigênio, que ocupa 21% do ar, que pode ser usado para o
branqueamento do papel, por exemplo. O metano, utilizado em transformações de
energia como geração de calor ou eletricidade. O propano, o dióxido de carbono, o
argônio, entre outros. Todos os gases podem ser comercializados e, para tanto, são
envasados em recipientes e submetidos a altas pressões. Assim, é importante que se
conheça o maior número de características dos gases.
FONTE: <https://www.ehs.washington.edu/research-lab/compressed-gas-cryogenic-fluids>.
Acesso em: 4 mar. 2019.
193
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
FONTE: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAAeuucAB/primeira-lei-termodinamica>.
Acesso em: 3 mar. 2019.
194
TÓPICO 4 | EQUIPARTIÇÃO DE ENERGIA E CALOR ESPECÍFICO
FONTE: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAAeuucAB/primeira-lei-termodinamica>.
Acesso em: 3 mar. 2019.
FONTE: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAAeuucAB/primeira-lei-termodinamica>.
Acesso em: 3 mar. 2019.
195
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
FONTE: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAAeuucAB/primeira-lei-termodinamica>.
Acesso em: 3 mar. 2019.
3
K = kT
2
5
K = kT
2
3 CALOR ESPECÍFICO
Para estudar o calor específico de um gás, vamos considerar que o volume
não varia. Assim, não precisamos acrescentar as variações de energia devido ao
trabalho quando há variação de volume de modo que todo o calor fornecido ao
gás será empregado no aumento da energia molecular. Portanto, chamaremos de
CV o calor específico molar para o volume constante.
196
TÓPICO 4 | EQUIPARTIÇÃO DE ENERGIA E CALOR ESPECÍFICO
3
K med = kT
2
3
dK = NkdT
2
3 R
dK = N dT
2 NA
3
dK = nRdT
2
dQ = nCV dT
dQ = dK
3
nCV dT = nRdT
2
3
CV = R (gás monoatômico)
2
197
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
5
CV = R (gás diatômico)
2
5R/2 5R/2
2R Rotação
3R/2 3R/2
R
Translação
R/2
T (K)
0 25 50 100 250 500 1000 2500 5000 10000
198
TÓPICO 4 | EQUIPARTIÇÃO DE ENERGIA E CALOR ESPECÍFICO
3
Ideal 2 R = 12,5
Monoatômica
Real He 12,5
Ar 12,6
Ideal 5
2 R = 20,8
Diatômica
Real N2 20,7
02 20,8
Ideal 3R = 24,9
Poliatômica
Real NH4 29,0
CO2 29,7
FONTE: Halliday (2016, p. 239)
199
RESUMO DO TÓPICO 4
200
AUTOATIVIDADE
a) ( ) 5/2.
b) ( ) 3/2.
c) ( ) 1/2.
d) ( ) 3.
e) ( ) 6.
4 Uma sala está bem isolada e possui 120 m3 de ar. O ar da sala está a uma
temperatura de 294K. Quanto de calor devemos adicionar ao ar de forma
que a temperatura aumente para 295K.
201
a) ( ) 1,22.105 J.
b) ( ) 9,00.105 J.
c) ( ) 2,06.105 J.
d) ( ) 3,99.105 J.
e) ( ) 5,00.105 J.
a) ( ) 3,5.104 J e 2,5.104 J.
b) ( ) 1,5.104 J e 3,5.104 J.
c) ( ) 1,5.104 J e 2,5.104 J.
d) ( ) 3,5.104 J e 3,5.104 J.
e) ( ) 2,5.104 J e 2,5.104 J.
202
UNIDADE 3 TÓPICO 5
1 INTRODUÇÃO
Forças intermoleculares interferem nos fenômenos físico-químicos tais como
solubilidade, viscosidade, ponto de ebulição e ponto de fusão. As forças de interação
podem ser de diferentes tipos, dependendo da natureza dos componentes do sistema.
FONTE: <https://phys.org/news/2015-09-open-science-van-der-waals-interaction.html>.
Acesso em: 5 mar. 2019.
203
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
2 FORÇAS INTERMOLECULARES
Forças entre as moléculas do tipo íon-dipolo, dipolo-dipolo, dipolo
induzido - dipolo induzido e ligações de hidrogênio são chamadas de forças de
Van der Waals.
Na+
CI
CT
FONTE: <https://xquimica.blogspot.com/2014/09/forcas-intermoleculares-e-as.html?m=1>.
Acesso em: 5 mar. 2019.
FONTE: <http://www.quimicasuprema.com/2013/10/forcas-intermoleculares.html>.
Acesso em: 17 maio 2019.
204
TÓPICO 5 | GASES REAIS E A EQUAÇÃO DE VAN DER WAALS
FONTE: <http://experienciasemciencias.blogspot.com/2015/03/ligacoes-moleculares-ionicas-e.
html>. Acesso em: 17 maio 2019.
FIGURA 34 – LAGARTIXA
FONTE: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/forca-intermolecular-dipolo-induzido.
htm>. Acesso em: 17 maio 2019.
205
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
an 2
p + 2 (V − nb) =
nRT
V
Ponto crítico
T
cr =c
on
sta
nt
e
V
FONTE: Çengel e Boles (2013, p. 142)
206
TÓPICO 5 | GASES REAIS E A EQUAÇÃO DE VAN DER WAALS
∂P ∂2 P
=
0=e 2 0
∂V =T Tcr= const ∂V =T Tcr= const
27 R 2Tcr2
a=
64 Pcr
Para a constante b:
RTcr
b=
8 Pcr
Nos gases ideais não consideramos as interações das partículas entre si,
porém essa interação existe nos gases reais. A equação de estado de um gás de
Van der Waals é uma tentativa de descrever o comportamento em um gás real.
Exemplo: Calcule a pressão exercida por um gás de Van der Waals com
1,5 mol de ácido sulfídrico, confinado a 500 K em um cilindro de 150 cm3. Dado a
= 4,484 atm.L2 /mol2 e b = 4,34 x 10-2 L/mol.
Solução: Usando a expressão obtida para um gás de Van der Waals, temos:
an 2
p + 2 (V − nb) =
nRT
V
207
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
L2
( )
2
4, 484atm. 1,5mol
p+ mol 2 150.10−6 m3 1000 L − 1,5mol 4,34 .10−2 L =
2 3 ( )
1000 L 1m mol
150 .10 m 1m3
−6 3
= 1,5mol ( 0, 082Latm / Kmol )( 500K )
p + 10, 089atm 150.10−3 L − 65,110−2 L =
( )
61,50 Latm
(
)
2
−3
150.10 L
( )(
p + 448, 4atm / L2 84,89.10−3 L = 61,50 Latm)
( )
p 84,89.10−3 L + 38, 065 Latm =
61,50 Latm
p ( 84,89.10
= L ) 61,50 Latm − 38, 065 Latm
−3
p = 276atm
208
TÓPICO 5 | GASES REAIS E A EQUAÇÃO DE VAN DER WAALS
LEITURA COMPLEMENTAR
209
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
impacto das partículas nas paredes do recipiente. Maxwell foi mais adiante,
propondo que as velocidades das moléculas do gás se distribuem ao acaso, de
acordo com a “lei dos erros” de Gauss e Laplace. Nessa teoria cinético-molecular
dos gases, o calor seria a energia mecânica contida no movimento desordenado
das partículas microscópicas. Nas décadas finais do século XIX, o programa de
pesquisa de Boltzmann em Viena, que Einstein estudou durante o seu período de
formação, consistia na tentativa de obter a forma e o comportamento da função
entropia no contexto desse modelo de um gás de partículas.
Einstein adotou desde cedo uma visão realista, objetiva sobre a existência
de átomos e moléculas. Na sua tese de doutoramento Einstein analisa o fenômeno
de difusão das partículas do soluto em uma solução diluída (partículas de açúcar
em água) com o objetivo de obter estimativas para o número de Avogadro e o
diâmetro das partículas do soluto. As propriedades termodinâmicas das soluções
diluídas já tinham sido suficientemente estabelecidas (sabia-se, por exemplo, que
a pressão osmótica, exercida pela solução sobre uma membrana semipermeável,
impedindo a passagem do soluto, comporta-se de acordo com a lei dos gases
perfeitos). Na parte inicial da tese, Einstein faz um cálculo hidrodinâmico,
com base nas equações de Navier-Stokes para o escoamento de um fluido
incompressível, a fim de obter a viscosidade efetiva do fluido na presença do
soluto. No modelo adotado, as moléculas do soluto são esferas rígidas, não
interagentes, e bem maiores do que as moléculas do solvente. O resultado final,
que mais tarde precisou ser ligeiramente corrigido, é dado por:
η=
* η (1 + φ ),
4 3 ρNA η *
φ
= πa = − 1,
3 m η
210
TÓPICO 5 | GASES REAIS E A EQUAÇÃO DE VAN DER WAALS
RT
D= .
6π aη N A
211
UNIDADE 3 | TEORIA CINÉTICA DOS GASES
RT
x 2 2=
= Dt t,
3π N A aη
212
RESUMO DO TÓPICO 5
213
AUTOATIVIDADE
2 Calcule a pressão exercida por 1,0 mol de ácido sulfídrico. Considere como
sendo um gás de van der Waals confinado a 273,15K em 22,414 L. Dado a =
4,484 atm.L2/mol2 e b = 4,34 x 10-2 L/mol.
a) ( ) 3,00 atm.
b) ( ) 0,99 atm.
c) ( ) 1,58 atm.
d) ( ) 2,81 atm.
e) ( ) 9,81 atm.
3 Calcule a pressão exercida por 1,0 mol de ácido sulfídrico. Considere como
sendo um gás de van der Waals confinado a 500K em 150 cm3. Dado a =
4,484 atm.L2/mol2 e b = 4,34 x 10-2 L/mol.
a) ( ) 300 atm.
b) ( ) 185 atm.
c) ( ) 158 atm.
d) ( ) 2,81 atm.
e) ( ) 9,81 atm.
a) ( ) Monoatômico.
b) ( ) Ideal.
c) ( ) Poliatômico.
d) ( ) Real.
e) ( ) Comprimido.
214
REFERÊNCIAS
ATKINS, Peter; JONES, Loreta I. Princípios de química, questionando a vida
moderna e o meio ambiente. Bookman: Porto Alegre, 2012.
BAUER, Wolfgang; WESTFALL, Gary D.; DIAS, Helio. Física para universitários:
relatividade, oscilações, ondas e calor. Porto Alegre: AMGH, 2013.
NASCIMENTO, Cássius K.; BRAGA, João P.; FABRIS, José D. Reflexões sobre
a contribuição de Carnot à primeira lei da termodinâmica. Quim. Nova, São
Paulo, v. 27, n. 3, 2004.
PIZZO, Sandro Megale. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2015.
SOUZA, Rafaelle da Silva; SILVA, Ana Paula Bispo da; ARAUJO, Thiago Silva. James
Prescott Joule e o equivalente mecânico do calor: reproduzindo as dificuldades do
laboratório. Revista Brasileira do Ensino de Física, v. 36, n. 3, p. 1-9, 2014.
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. RJ:
LTC, 2009.
USHER, A. P. Uma história das invenções mecânicas. São Paulo: Papirus, 1993.
216