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001200/2023-00
OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL
Ao Senhor
Marcos Aurélio Madureira da Silva
Presidente
Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica - ABRADEE
Senhor Presidente,
Atenciosamente,
(Assinado digitalmente)
PEDRO MELLO LOMBARDI
Gerente de Regulação do Serviço de Distribuição
Superintendência de Regulação dos Serviços de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
DV e DJJB
1
48552.000568/2023-00
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48552.001200/2023-00
ANEXO
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Resposta da pergunta 1: Sobre o assunto, esclarecemos que os casos de conexão por meio de
“transformador exclusivo” da distribuidora devem ser tratados, para fins de análise de inversão
de fluxo do art. 73, §1º, de forma semelhante ao caso de um transformador particular (Grupo A),
ou seja, nesses casos a análise da inversão de fluxo deve ser realizada no nível de tensão
imediatamente superior, visto que não deve ser considerada a “inversão” no próprio
transformador exclusivo.
Assim, não deve ser exigido que o citado balanço “carga x geração” aconteça dentro da unidade
consumidora, visto que isso representaria um tratamento extremo e não isonômico com outras
unidades consumidoras do Grupo B atendidas por transformador não exclusivo.
Sobre o exemplo trazido na questão, observamos que o art. 73 contém alternativas que devem
ser avaliadas e apresentadas pela distribuidora ao consumidor, a exemplo da redução da
potência injetável, com a opção de instalações de sistemas de armazenamento, de modo que
cabe somente ao solicitante, conhecendo as alternativas tecnicamente viáveis e os respectivos
custos, optar por aquela que viabiliza o seu empreendimento.
Resposta da pergunta 2: Sim, conforme art. 73, §1º, V e §5º da REN 1.000/2021. Observa-se,
todavia, que a redução de potência é apenas uma das alternativas que a distribuidora deve
propor ao consumidor para sua escolha.
Resposta da pergunta 3: Não. A aplicação do art. 73, §1º não deve resultar em resposta de que
não é possível realizar a conexão, visto que as alternativas previstas devem conduzir a uma
solução técnica que permita a conexão, ou seja, a aplicação do art. 73 não suprime o direito do
consumidor e demais usuários a conexão ao sistema de distribuição, conforme art. 15 da REN nº
1.000/2021.
Nesse sentido, esclarecemos que o §2º do art. 17 é uma exceção, e deve ser aplicado
exclusivamente para os casos em que a conexão não pode ser realizada por motivo que não seja
de responsabilidade da distribuidora. Nesse dispositivo do art. 17, §2º se enquadram, por
exemplo, casos em que a conexão não pode ser realizada pela não obtenção de licença,
autorização ou aprovação de autoridade competente (art. 89, II), o consumidor não tiver
apresentado informações de sua responsabilidade (art. 89, I), nos casos em que ficar configurada
a ocupação irregular do solo (art. 67, VIII e IX) ou inadimplemento (art. 346, §2º)
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O art. 17, §2º também alcança os casos que em que existam impactos no sistema de transmissão
e, consultado acerca do caso concreto e específico, o ONS (art. 76) responda pela inviabilidade
da conexão e que não existe solução planejada, não havendo alternativas de obras no sistema
de distribuição para viabilizar o atendimento.
Resposta da pergunta 4: Não. A distribuidora deve avaliar a obra de mínimo custo global para
cada uma das alternativas dos incisos do art. 73, §1º.
Corrobora esse entendimento o art. 73, §2º, III que dispõe que a distribuidora deve explicitar as
responsabilidades do consumidor e da distribuidora em cada alternativa e o art. 69, §4º, que
estabelece que o orçamento de conexão deve conter as alternativas para seleção do consumidor,
demais obras de responsabilidade do consumidor e os outros itens do artigo, no que se inclui os
custos (e detalhamento) orçados para cada alternativa, os custos atribuíveis ao consumidor
(participação financeira) e o cronograma.
As informações precisam estar completas para que o consumidor possa exercer plenamente o
seu direito de optar pela alternativa viável que entender mais adequada ao seu caso, conforme
art. 83, §9º.
Resposta da pergunta 5: O art. 83, §9º estabelece uma condição específica e um direito para o
consumidor que, em função do problema da inversão do fluxo (art. 73, §1º), necessitará exercer
sua opção dentre as alternativas viáveis.
Nesse sentido, esclarecemos que nos casos de inversão de fluxo, a aplicação do art. 83, §9º
prevalece sobre o art. 83, §3º, ou seja, caso exista mais de uma alternativa viável, o consumidor
deve formalizar à distribuidora a sua opção, o que passa a efetivamente caracterizar a aprovação
do orçamento e a continuidade do processo de conexão. Importante ressaltar que o orçamento
de conexão deve conter as informações acerca do prazo para que o consumidor efetue sua
aprovação (art. 69, inciso I, alínea ‘e’).
Caso o consumidor não exerça sua opção dentre as alternativas viáveis nos prazos previstos no
art. 83, o orçamento de conexão perderá a validade.
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Todavia, nos casos em que, durante o processo de conexão, o consumidor optar por alguma das
alternativas de que trata o §1º do art. 73 que necessite de instalação de sistema de
armazenamento (como, por exemplo, no caso de redução de potência injetada de forma
dinâmica), a reapresentação das informações contendo o sistema de armazenamento (art. 83,
§9º) não se traduz como uma “nova” solicitação de orçamento, devendo a distribuidora dar
continuidade ao processo de conexão original (art. 83, §10).
Por fim, cabe relembrar que, mesmo nos casos em que seja necessário novo orçamento de
conexão, os consumidores que possuam GD I não necessariamente perdem o direito ao
enquadramento original ao instalarem sistemas de armazenamento. As hipóteses de perda do
enquadramento como GD I são aquelas descritas no §3º do art. 655-O e não incluem a instalação
de sistemas de armazenamento.
Resposta da pergunta 7: Não. A distribuidora não pode rever conexões já existentes. Além disso,
mesmo nos casos em que a conexão ainda não tenha ocorrido, mas que já tenha sido emitido
orçamento de conexão, a distribuidora não pode modificar o orçamento (exceto mediante
acordo com o consumidor), conforme determina o §5º do art. 83.
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9) As questões 13, 14, 15, 16, 23, 54 (regra de proporcionalização) foram respondidas
pelo Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL, bem como pela pergunta 3.13 do FAQ disponível no
site da Agência. Apesar das respostas, ainda restam dúvidas sobre como realizar a
aplicação da regra de proporcionalização.
Portanto, entende-se que para composição do orçamento a ser enviado ao cliente nas
situações abaixo, o cálculo de proporcionalidade deve ser realizado conforme
demonstrado:
Exemplo 1:
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Ainda considerando o exemplo citado, supõe-se que o usuário se conectou arcando com
50% do custo da obra. As demais conexões que poderão ocorrer, sendo viabilizadas pelo
escopo comum da obra custeada pelo primeiro usuário deverão, também, observar a
regra de proporcionalização? É correto o entendimento que somente o primeiro usuário
deve arcar com esse custo?
Por fim, com relação ao questionamento acerca da capacidade remanescente da rede após a
conexão da unidade consumidora, esclarecemos que a REN 1.059/2023 não alterou os aspectos
da REN 1.000/2021 sobre esse tópico, de forma que, quando da solicitação de nova conexão,
havendo capacidade remanescente na rede (e, portanto, não havendo necessidade de obras),
não haveria participação financeira do consumidor.
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Considerando que o custo total das obras de extensão rede de 13,8 kV necessárias para
seu atendimento é de R$ 2,0 milhões, que a demanda solicitada pelo consumidor é de
1.000 kW e que a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão é de 3.000 kW,
entende-se que a proporcionalização das obras a ser considerada no cálculo de
participação financeira do consumidor é 33,3% do valor total das obras (R$ 666,67 mil).
Esse valor de proporcionalidade corresponde à relação entre a demanda solicitada pelo
consumidor e a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão.
Resposta da pergunta 10: Com relação ao condutor utilizado para dimensionamento da obra,
ressaltamos que a distribuidora deve considerar o “menor dimensionamento técnico possível”,
de modo que, caso haja algum condutor de menor capacidade que viabilize o atendimento, este
deve ser considerado no cálculo da participação financeira.
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Dados do cliente
MUSD Contratado MUSD solicitado
(MW) (MW)
2,650 5,043
Demanda acrescida 2,393 MW
Conforme artigo 23, se a demanda a ser contratada for maior que 2.500 kW o
atendimento poderá ser realizado em tensão maior ou igual a 69 kV. Desta forma, em
função das restrições técnicas deste atendimento em média tensão, a solução de menor
custo global viável é a migração do cliente da rede de média tensão para a alta tensão a
partir do seccionamento de uma linha de distribuição 138 kV existente.
Desta forma, considerando o artigo 108, antes da REN 1059, o valor a ser pago pelo cliente
caso a distribuidora execute integralmente as obras será de R$ 8.508.146,09, o
equivalente a (54,23%) do valor total.
Contudo, podemos concluir que praticamente toda obra será paga pela distribuidora e
custeada por todos os clientes. Cabe destacar ainda que não é possível aproximar a
demanda disponibilizada pela obra à demanda do cliente, pois os equipamentos
disponíveis no mercado para aplicação em alta tensão possuem potências nominais
elevadas.
Quadro Resumo
Antes REN 1.059 Após REN 1.059
Valor total da PFC Valor PFC Valor
obra percentual percentual
R$ R$ 54,23% R$ 1,11%
15.688.281,80 8.508.146,09 174.320,25
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Ressaltamos, todavia, que, caso os estudos da distribuidora indiquem que a conexão em nível de
tensão inferior àqueles estabelecidos no caput do art. 23 seja a alternativa de menor custo global,
ela pode definir tensão de conexão diferente (desde que justificado pelo estudo e após
concordância do consumidor, conforme §5º do art. 23).
Resposta da pergunta 12: Como regra, a análise das solicitações de conexão deve ser realizada
de maneira individual (art. 63 da Resolução Normativa nº 1.000/2021), devendo a distribuidora
elaborar e fornecer o orçamento de conexão (art. 64), obedecendo à ordem cronológica dos
protocolos (art. 72, IV). No cálculo dos custos de conexão, a distribuidora deve levar em
consideração o critério de menor custo global (art. 79), a proporcionalização do orçamento da
obra (art. 108, § 1º), o Encargo de Responsabilidade da Distribuidora (art. 109) e calcular a
eventual participação financeira do consumidor (art. 108). Todas essas etapas são, em regra,
individualizadas (elaboradas para cada solicitação específica em ordem cronológica do pedido).
A exceção se dá nos casos de empreendimento de múltiplas unidades consumidoras, para os
quais a demanda do orçamento deve considerar “o somatório das demandas previstas em todas
as unidades projetadas” (art. 482).
De toda a forma, desde que exista interesse e solicitação expressa dos consumidores na emissão
de um orçamento único para realização de uma obra que viabilize a conexão simultânea de todas
as unidades consumidoras, a distribuidora pode ser acionada para avaliar uma possível análise
conjunta das solicitações de conexão, de modo a identificar sinergias no atendimento e avaliar a
possibilidade de otimizar as obras a serem realizadas. No caso, a proporcionalização deve ser
realizada de forma conjunta, bem como o pagamento de eventual participação financeira deve
ser realizado também de forma unificada.
Importante ressaltar que na avaliação do caso concreto deve ser verificada situação de eventual
desmembramento irregular de usinas (art. 655-E), e demais vedações previstas na regulação e
na legislação.
Com relação à aplicação da nova regra de proporcionalização trazida pelo §1º do art. 108,
esclarecemos que o prazo para as distribuidoras implementarem as alterações promovidas pela
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48552.001200/2023-00
REN 1.059/2023 encerrou-se em 1º de julho de 2023, de modo que todos os orçamentos emitidos
após essa data já devem ser elaborados com base na nova regulamentação.
Faturamento:
13) A questão 7 do Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL trouxe um exemplo da nova forma
de faturamento dos participantes do SCEE. Pela resposta contida no Ofício, contudo, não
foi possível se depreender se, de fato, a maneira apresentada é a correta. Sendo assim,
solicitamos que a ANEEL informe qual a forma correta dentre os exemplos apresentados
ou mediante um novo exemplo, caso entenda ser necessário.
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assinado ThatianeporMarleska Silva
Pedro Mello Gomes
Lombardi, - 044.490.761-09
Gerente de Regulação do Serviço de Distribuição, em 11/07/2023 às 09:28
48513.013798/2023-00
Ilustríssimo,
Carlos Alberto Calixto Mattar
Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição - SRD/ANEEL
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
SGAN 603, módulo I - 70830-030 - Brasília – DF
Respeitosamente,
Inversão de fluxo:
1) A pergunta 3.15 do FAQ disponibilizado no site da ANEEL esclarece que o posto de
transformação citado no artigo 73 engloba transformadores MT/BT. Essa mesma
resposta consta na questão 56 do Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL. Visando ilustrar tal
entendimento e buscar sua confirmação, a ABRADEE apresenta o seguinte exemplo:
4) Conforme previsto no artigo 73, devem ser apresentadas todas as alternativas avaliadas.
Porém, o projeto executivo, com os custos definitivos, cálculo de participação financeira
e cronograma de execução deve ser elaborado apenas para aquela alternativa de menor
custo global, mesmo que esta indique nível de tensão diferente do solicitado, correto?
Regra de proporcionalização:
9) As questões 13, 14, 15, 16, 23, 54 (regra de proporcionalização) foram respondidas pelo
Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL, bem como pela pergunta 3.13 do FAQ disponível no site
da Agência. Apesar das respostas, ainda restam dúvidas sobre como realizar a aplicação
da regra de proporcionalização.
Portanto, entende-se que para composição do orçamento a ser enviado ao cliente nas
situações abaixo, o cálculo de proporcionalidade deve ser realizado conforme
demonstrado:
Exemplo 1:
Ainda considerando o exemplo citado, supõe-se que o usuário se conectou arcando com
50% do custo da obra. As demais conexões que poderão ocorrer, sendo viabilizadas pelo
escopo comum da obra custeada pelo primeiro usuário deverão, também, observar a
Considerando que o custo total das obras de extensão rede de 13,8 kV necessárias para
seu atendimento é de R$ 2,0 milhões, que a demanda solicitada pelo consumidor é de
1.000 kW e que a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão é de 3.000
kW, entende-se que a proporcionalização das obras a ser considerada no cálculo de
participação financeira do consumidor é 33,3% do valor total das obras (R$ 666,67 mil).
Esse valor de proporcionalidade corresponde à relação entre a demanda solicitada pelo
consumidor e a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão.
disponibilizada pelo orçamento é imensa. Como isso, quase todo custo de atendimento
ficará com a distribuidora, ou seja, será universalizado para todos os clientes.
Dados do cliente
MUSD Contratado (MW) MUSD solicitado (MW)
2,650 5,043
Demanda acrescida 2,393 MW
Conforme artigo 23, se a demanda a ser contratada for maior que 2.500 kW o
atendimento poderá ser realizado em tensão maior ou igual a 69 kV. Desta forma, em
função das restrições técnicas deste atendimento em média tensão, a solução de menor
custo global viável é a migração do cliente da rede de média tensão para a alta tensão a
partir do seccionamento de uma linha de distribuição 138 kV existente.
Desta forma, considerando o artigo 108, antes da REN 1059, o valor a ser pago pelo
cliente caso a distribuidora execute integralmente as obras será de R$ 8.508.146,09, o
equivalente a (54,23%) do valor total.
Contudo, podemos concluir que praticamente toda obra será paga pela distribuidora e
custeada por todos os clientes. Cabe destacar ainda que não é possível aproximar a
demanda disponibilizada pela obra à demanda do cliente, pois os equipamentos
disponíveis no mercado para aplicação em alta tensão possuem potências nominais
elevadas.
Quadro Resumo
Faturamento:
13) A questão 7 do Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL trouxe um exemplo da nova forma de
faturamento dos participantes do SCEE. Pela resposta contida no Ofício, contudo, não
foi possível se depreender se, de fato, a maneira apresentada é a correta. Sendo assim,
solicitamos que a ANEEL informe qual a forma correta dentre os exemplos apresentados
ou mediante um novo exemplo, caso entenda ser necessário.