Você está na página 1de 18

48552.

001200/2023-00

OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL

Brasília, 11 de julho de 2023.

Ao Senhor
Marcos Aurélio Madureira da Silva
Presidente
Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica - ABRADEE

Referência: Carta Nº ABRADEE/ B31.CT2023- 0050, de 14/06/2023 (48513.013798/2023-00).


Caso responda este Ofício, indicar expressamente o nº 48552.001200/2023-00.
https://www.gov.br/aneel/pt-br/canais_atendimento/processo-eletronico.

Assunto: FAQ - Resolução Normativa n° 1.059/23.

Senhor Presidente,

1. Reportamos ao documento em referência, por meio do qual são apresentados


questionamentos adicionais acerca da regulamentação aplicável a microgeração e minigeração
distribuída (“FAQ REN 1.059 - 3ªedição - Questões Prioritárias”), em complemento àqueles já
apresentados na Carta ABRADEE/ B15.CT2023-0018, respondida por meio do Ofício n° 21/2023-
SRD/ANEEL1.

2. As respostas aos novos questionamentos estão apresentadas em destaque no


Anexo deste Ofício.

Atenciosamente,

(Assinado digitalmente)
PEDRO MELLO LOMBARDI
Gerente de Regulação do Serviço de Distribuição
Superintendência de Regulação dos Serviços de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica

DV e DJJB

1
48552.000568/2023-00

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

ANEXO

1) Pergunta 3.15 do FAQ disponibilizado no site da ANEEL esclarece que o posto de


transformação citado no artigo 73 engloba transformadores MT/BT. Essa mesma resposta
consta na questão 56 do Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL. Visando ilustrar tal entendimento
e buscar sua confirmação, a ABRADEE apresenta o seguinte exemplo:

Na baixa tensão, existem os transformadores compartilhados, que atendem


diversas unidades consumidoras, e os transformadores exclusivos, dedicados ao
atendimento de uma única unidade consumidora. No caso dos transformadores
compartilhados, haverá fluxo inverso sempre que a carga do circuito de BT
correspondente for inferior à potência injetada de geração neste mesmo circuito.
Logo, para garantir que não haja fluxo inverso nestes transformadores, será
necessário limitar a conexão de geração distribuída até o valor da menor potência
de carga (“carga leve”) do referido circuito. No caso dos transformadores
exclusivos, para garantir que não haja fluxo inverso no transformador, será
necessário que o balanço “carga x geração” aconteça dentro da unidade
consumidora com GD (de forma instantânea). Caso a unidade consumidora com
GD, atendida por transformador exclusivo, não possuir carga e sim, apenas a GD,
entende-se que não é possível a operação normal sem que resulte em fluxo
inverso no transformador exclusivo.

Desta forma, o entendimento das distribuidoras é que, caso as inversões de fluxo


descritas acima forem identificadas nos estudos para a conexão, deverão ser
estudadas as alternativas conforme disposto no artigo 73.

Como exemplo de aplicação do Art. 73, considere um pedido de acesso foi


protocolado na distribuidora para uma CGH de 1800kW de potência a ser
conectada em um alimentador de região rural.

Para atendimento ao cliente no alimentador mais próximo, em 15kV, seria


necessária uma obra estimada em R$190 mil, ao qual o ERD isentaria o cliente de
custos. Porém, ao avaliar o carregamento do alimentador, nota-se que este, na
carga leve, não possui carga suficiente para evitar inversão de fluxo. Desta forma,
viu-se a necessidade de estudar as opções do § 1º do Art. 73.

Desta forma, para aplicação do Art. 73 e consequente eliminação da possibilidade


de inversão de fluxo no disjuntor do alimentador, conseguimos comparar um
atendimento viável em 15kV, com inversão de fluxo e obras estimadas na ordem
de R$190 mil, e um atendimento também viável, porém em 69kV e sem inversão
de fluxo, com obras estimadas na ordem de R$10,4 milhões, ou seja, 5.373,00% a
maior. Este investimento inviabiliza o empreendimento proposto pelo cliente,
dificultando assim a sua conexão.

Considerando o exposto, questiona-se: O entendimento está correto?

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

P. 2 do Anexo do OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL, de 11/07/2023.

Resposta da pergunta 1: Sobre o assunto, esclarecemos que os casos de conexão por meio de
“transformador exclusivo” da distribuidora devem ser tratados, para fins de análise de inversão
de fluxo do art. 73, §1º, de forma semelhante ao caso de um transformador particular (Grupo A),
ou seja, nesses casos a análise da inversão de fluxo deve ser realizada no nível de tensão
imediatamente superior, visto que não deve ser considerada a “inversão” no próprio
transformador exclusivo.

Assim, não deve ser exigido que o citado balanço “carga x geração” aconteça dentro da unidade
consumidora, visto que isso representaria um tratamento extremo e não isonômico com outras
unidades consumidoras do Grupo B atendidas por transformador não exclusivo.

Sobre o exemplo trazido na questão, observamos que o art. 73 contém alternativas que devem
ser avaliadas e apresentadas pela distribuidora ao consumidor, a exemplo da redução da
potência injetável, com a opção de instalações de sistemas de armazenamento, de modo que
cabe somente ao solicitante, conhecendo as alternativas tecnicamente viáveis e os respectivos
custos, optar por aquela que viabiliza o seu empreendimento.

2) No caso de aplicação da alternativa de redução da potência injetada em horários


e patamares predefinidos, é possível que a distribuidora estabeleça horários predefinidos
para que ocorra a injeção de energia, devendo o usuário providenciar as adequações em
suas usinas (instalação de baterias, controles, etc)?

Resposta da pergunta 2: Sim, conforme art. 73, §1º, V e §5º da REN 1.000/2021. Observa-se,
todavia, que a redução de potência é apenas uma das alternativas que a distribuidora deve
propor ao consumidor para sua escolha.

3) Se mesmo com a aplicação das alternativas relacionadas no artigo 73, incluindo a


indicação de horários predefinidos ou outras que a distribuidora possa indicar, não seja
possível eliminar o fluxo inverso, a distribuidora deve informar, em resposta à solicitação
do orçamento de conexão, que não é possível a conexão, com base no artigo 17 da
Resolução Normativa nº 1.000/2021?

Resposta da pergunta 3: Não. A aplicação do art. 73, §1º não deve resultar em resposta de que
não é possível realizar a conexão, visto que as alternativas previstas devem conduzir a uma
solução técnica que permita a conexão, ou seja, a aplicação do art. 73 não suprime o direito do
consumidor e demais usuários a conexão ao sistema de distribuição, conforme art. 15 da REN nº
1.000/2021.

Nesse sentido, esclarecemos que o §2º do art. 17 é uma exceção, e deve ser aplicado
exclusivamente para os casos em que a conexão não pode ser realizada por motivo que não seja
de responsabilidade da distribuidora. Nesse dispositivo do art. 17, §2º se enquadram, por
exemplo, casos em que a conexão não pode ser realizada pela não obtenção de licença,
autorização ou aprovação de autoridade competente (art. 89, II), o consumidor não tiver
apresentado informações de sua responsabilidade (art. 89, I), nos casos em que ficar configurada
a ocupação irregular do solo (art. 67, VIII e IX) ou inadimplemento (art. 346, §2º)

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

P. 3 do Anexo do OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL, de 11/07/2023.

O art. 17, §2º também alcança os casos que em que existam impactos no sistema de transmissão
e, consultado acerca do caso concreto e específico, o ONS (art. 76) responda pela inviabilidade
da conexão e que não existe solução planejada, não havendo alternativas de obras no sistema
de distribuição para viabilizar o atendimento.

4) Conforme previsto no artigo 73, devem ser apresentadas todas as alternativas


avaliadas. Porém, o projeto executivo, com os custos definitivos, cálculo de participação
financeira e cronograma de execução deve ser elaborado apenas para aquela alternativa
de menor custo global, mesmo que esta indique nível de tensão diferente do solicitado,
correto?

Resposta da pergunta 4: Não. A distribuidora deve avaliar a obra de mínimo custo global para
cada uma das alternativas dos incisos do art. 73, §1º.

Corrobora esse entendimento o art. 73, §2º, III que dispõe que a distribuidora deve explicitar as
responsabilidades do consumidor e da distribuidora em cada alternativa e o art. 69, §4º, que
estabelece que o orçamento de conexão deve conter as alternativas para seleção do consumidor,
demais obras de responsabilidade do consumidor e os outros itens do artigo, no que se inclui os
custos (e detalhamento) orçados para cada alternativa, os custos atribuíveis ao consumidor
(participação financeira) e o cronograma.

As informações precisam estar completas para que o consumidor possa exercer plenamente o
seu direito de optar pela alternativa viável que entender mais adequada ao seu caso, conforme
art. 83, §9º.

5) A questão 5 do Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL tratou do encerramento contratual


de um usuário do grupo B que recebe um orçamento de conexão sem participação
financeira. Caso esse orçamento contenha as soluções do artigo 73, como o usuário
deverá realizar a ação disposta no parágrafo 9º do artigo 83, que trata da formalização
de sua opção dentre as alternativas oferecidas, uma vez que o aceite de seu orçamento
de conexão se dá de forma tácita?

Resposta da pergunta 5: O art. 83, §9º estabelece uma condição específica e um direito para o
consumidor que, em função do problema da inversão do fluxo (art. 73, §1º), necessitará exercer
sua opção dentre as alternativas viáveis.

Nesse sentido, esclarecemos que nos casos de inversão de fluxo, a aplicação do art. 83, §9º
prevalece sobre o art. 83, §3º, ou seja, caso exista mais de uma alternativa viável, o consumidor
deve formalizar à distribuidora a sua opção, o que passa a efetivamente caracterizar a aprovação
do orçamento e a continuidade do processo de conexão. Importante ressaltar que o orçamento
de conexão deve conter as informações acerca do prazo para que o consumidor efetue sua
aprovação (art. 69, inciso I, alínea ‘e’).

Caso o consumidor não exerça sua opção dentre as alternativas viáveis nos prazos previstos no
art. 83, o orçamento de conexão perderá a validade.

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

P. 4 do Anexo do OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL, de 11/07/2023.

6) Ao instalar sistemas de armazenamento em unidades consumidoras que já


possuem micro ou minigeração instalada, sem aumento da demanda original instalada, o
consumidor deve solicitar novo orçamento de conexão à distribuidora? Essa dúvida se faz
necessária em função de a instalação do sistema de armazenamento permitir a injeção
em horários diferentes dos originalmente previstos, podendo acarretar impactos no
sistema elétrico e, consequentemente, na necessidade de realização de obras para
possibilitar a injeção de energia.

Resposta da pergunta 6: Os casos em que é necessária a solicitação de orçamento de conexão


são aqueles previstos no art. 63 da REN nº 1.000/2021. No caso da instalação de sistema de
armazenamento, a solicitação será obrigatória caso os novos equipamentos impliquem em
“aumento da potência demandada ou elevação da potência injetada no sistema de distribuição”
(inciso II) ou ainda nas situações em que haja GD prévia conectada com restrições de injeção em
horários pré-estabelecidos (inciso VII).

Todavia, nos casos em que, durante o processo de conexão, o consumidor optar por alguma das
alternativas de que trata o §1º do art. 73 que necessite de instalação de sistema de
armazenamento (como, por exemplo, no caso de redução de potência injetada de forma
dinâmica), a reapresentação das informações contendo o sistema de armazenamento (art. 83,
§9º) não se traduz como uma “nova” solicitação de orçamento, devendo a distribuidora dar
continuidade ao processo de conexão original (art. 83, §10).

Por fim, cabe relembrar que, mesmo nos casos em que seja necessário novo orçamento de
conexão, os consumidores que possuam GD I não necessariamente perdem o direito ao
enquadramento original ao instalarem sistemas de armazenamento. As hipóteses de perda do
enquadramento como GD I são aquelas descritas no §3º do art. 655-O e não incluem a instalação
de sistemas de armazenamento.

7) Adicionalmente, considerando a evolução do sistema elétrico, com vistas a evitar


a inversão de fluxo, pode ser necessário que a distribuidora realize modificações nas
conexões já existentes, aplicando a alternativa disposta no artigo 73 quanto à restrição
de injeção em horários predefinidos. É permitido à distribuidora realizar esses ajustes,
contactando os consumidores que incorrem nessa condição?

Resposta da pergunta 7: Não. A distribuidora não pode rever conexões já existentes. Além disso,
mesmo nos casos em que a conexão ainda não tenha ocorrido, mas que já tenha sido emitido
orçamento de conexão, a distribuidora não pode modificar o orçamento (exceto mediante
acordo com o consumidor), conforme determina o §5º do art. 83.

8) Existe razoabilidade para limitar os horários de injeção de energia no período


diurno para os novos orçamentos de conexão emitidos, de modo a garantir que, em caso
de inversão de fluxo de potência no futuro, o período noturno seja reservado a novos
solicitantes?

Resposta da pergunta 8: Não, a regulamentação não prevê esse tipo de limitação.

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

P. 5 do Anexo do OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL, de 11/07/2023.

9) As questões 13, 14, 15, 16, 23, 54 (regra de proporcionalização) foram respondidas
pelo Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL, bem como pela pergunta 3.13 do FAQ disponível no
site da Agência. Apesar das respostas, ainda restam dúvidas sobre como realizar a
aplicação da regra de proporcionalização.

Pelos esclarecimentos prestados, entende-se que a demanda disponibilizada pelo


orçamento é a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão, analisando os
itens de forma conjunta, considerando exclusivamente os parâmetros regulados pela
ANEEL, a exemplo do nível de tensão e qualidade do fornecimento dispostos no Módulo
8 do PRODIST.

Portanto, entende-se que para composição do orçamento a ser enviado ao cliente nas
situações abaixo, o cálculo de proporcionalidade deve ser realizado conforme
demonstrado:

Exemplo 1:

A figura acima ilustra a solicitação de orçamento de conexão para atendimento a um novo


consumidor com demanda de 1.500 kW através do Sistema de Média Tensão de 13,8 kV.
O estudo realizado para elaboração do orçamento de conexão indicou como alternativa
de Mínimo Custo Global seu atendimento a partir da construção de nova subestação 138-
13,8 kV, a ser instalada próxima ao consumidor, além da construção de trecho de
extensão rede de 13,8 kV.

Considerando que o custo total das obras necessárias para atendimento é de R$ 23


milhões conforme detalhamento abaixo de cada obra, que a demanda solicitada pelo
consumidor é de 1.500 kW e que a máxima demanda disponibilizada no ponto de
conexão é de 3.000 kW, entende-se que a proporcionalização das obras a ser considerada
no cálculo de participação financeira do consumidor é 50% do valor total das obras (R$
11,5 milhões). Esse valor de proporcionalização corresponde à relação entre a demanda
solicitada pelo consumidor e a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão
(13,8 kV).

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

P. 6 do Anexo do OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL, de 11/07/2023.

Detalhamento do custo das obras necessárias para atendimento ao consumidor:


• Construção da subestação 138,8-13,8 kV com capacidade de 15.000 kVA: R$ 22
milhões;
• Construção de trecho de extensão de rede de 13,8 kV com capacidade de 3.000
kVA: R$ 1 milhão.

Ainda considerando o exemplo citado, supõe-se que o usuário se conectou arcando com
50% do custo da obra. As demais conexões que poderão ocorrer, sendo viabilizadas pelo
escopo comum da obra custeada pelo primeiro usuário deverão, também, observar a
regra de proporcionalização? É correto o entendimento que somente o primeiro usuário
deve arcar com esse custo?

Resposta da pergunta 9: Inicialmente, cumpre esclarecer que as obras para atendimento à


solicitação de conexão de uma unidade consumidora devem obedecer ao critério do mínimo
custo global, estabelecido no art. 79. Esse critério determina que as alternativas de conexão
contemplem o “menor dimensionamento técnico possível”. Dessa forma, no exemplo
apresentado, a distribuidora somente poderia incluir o transformador de 15 MVA no custo das
obras caso não houvesse alternativa técnica possível com menores dimensões. Caso a
distribuidora opte por obras com dimensões maiores do que as necessárias para a conexão, deve
assumir os custos adicionais, conforme art. 100 da REN 1.000/2021.

Com relação à proporcionalização, a distribuidora deve proporcionalizar o valor da obra de


mínimo custo global considerando a relação entre a demanda a ser atendida e a “máxima
demanda disponibilizada pelo orçamento no ponto de conexão” (art. 108, §1º).

Por fim, com relação ao questionamento acerca da capacidade remanescente da rede após a
conexão da unidade consumidora, esclarecemos que a REN 1.059/2023 não alterou os aspectos
da REN 1.000/2021 sobre esse tópico, de forma que, quando da solicitação de nova conexão,
havendo capacidade remanescente na rede (e, portanto, não havendo necessidade de obras),
não haveria participação financeira do consumidor.

10) Considerando as mesmas respostas discutidas na questão 09, apresenta-se um


segundo exemplo:

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

P. 7 do Anexo do OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL, de 11/07/2023.

A figura acima ilustra a solicitação de orçamento de conexão para atendimento a um novo


consumidor com demanda de 1.000 kW através do Sistema de Média Tensão de 13,8 kV.

O estudo realizado para elaboração do orçamento de conexão indicou como alternativa


de Mínimo Custo Global seu atendimento a partir da construção de novo trecho de
extensão rede de 13,8 kV.

Considerando que o custo total das obras de extensão rede de 13,8 kV necessárias para
seu atendimento é de R$ 2,0 milhões, que a demanda solicitada pelo consumidor é de
1.000 kW e que a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão é de 3.000 kW,
entende-se que a proporcionalização das obras a ser considerada no cálculo de
participação financeira do consumidor é 33,3% do valor total das obras (R$ 666,67 mil).
Esse valor de proporcionalidade corresponde à relação entre a demanda solicitada pelo
consumidor e a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão.

A demanda disponibilizada no ponto de conexão é definida através de simulações em


softwares de fluxo de potência. Nesse caso identificou-se que a máxima demanda
disponibilizada no ponto de conexão é de 3.000 kW, mesmo que o condutor indicado
possua capacidade térmica para atendimento a uma demanda de 10.000 kW, uma vez
que o atendimento à demanda superior a este valor no ponto de conexão implica em
violação dos parâmetros de qualidade dispostos no Módulo 8 do PRODIST.

Esse entendimento está correto?

Resposta da pergunta 10: Com relação ao condutor utilizado para dimensionamento da obra,
ressaltamos que a distribuidora deve considerar o “menor dimensionamento técnico possível”,
de modo que, caso haja algum condutor de menor capacidade que viabilize o atendimento, este
deve ser considerado no cálculo da participação financeira.

Quanto à demanda a ser utilizada na proporcionalização, esclarecemos que o valor de demanda


a ser utilizado é aquele referente à máxima demanda que os equipamentos disponibilizam no
ponto de conexão. Dessa forma, para o caso dos condutores, além da capacidade nominal do
equipamento, a avaliação da demanda disponibilizada no ponto de conexão deve também levar
em consideração os requisitos de qualidade da tensão regulamentados pela ANEEL.

11) Considerando as mesmas respostas discutidas na questão 09, apresenta-se um


terceiro exemplo:

Adicionalmente, destacamos que nas obras de conexão em alta tensão o efeito é o


contrário, pois a demanda disponibilizada pela obra, geralmente, tem valores muito
elevados. Desta forma, a relação entre a demanda atendida ou acrescida e a demanda
disponibilizada pelo orçamento é imensa. Como isso, quase todo custo de atendimento
ficará com a distribuidora, ou seja, será universalizado para todos os clientes.

Vejamos o caso a seguir:

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

P. 8 do Anexo do OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL, de 11/07/2023.

Dados do cliente
MUSD Contratado MUSD solicitado
(MW) (MW)
2,650 5,043
Demanda acrescida 2,393 MW

Conforme artigo 23, se a demanda a ser contratada for maior que 2.500 kW o
atendimento poderá ser realizado em tensão maior ou igual a 69 kV. Desta forma, em
função das restrições técnicas deste atendimento em média tensão, a solução de menor
custo global viável é a migração do cliente da rede de média tensão para a alta tensão a
partir do seccionamento de uma linha de distribuição 138 kV existente.

O custo total previsto para o atendimento é de R$ 15.688.281,80. Deste total serão


subtraídos da participação financeira do cliente os serviços técnicos (art. 98), a parcela da
distribuidora dos itens proporcionalizáveis (art. 108) e o Encargo de Responsabilidade da
Distribuidora (art. 109).

Desta forma, considerando o artigo 108, antes da REN 1059, o valor a ser pago pelo cliente
caso a distribuidora execute integralmente as obras será de R$ 8.508.146,09, o
equivalente a (54,23%) do valor total.

Pela nova metodologia, considerando uma demanda disponibilizada de 98 MW para uma


demanda acrescida de 2,393 MW teremos que a participação financeira do cliente será
de R$ 174.320,25 o que equivale a 1,11 % do total da obra.

Contudo, podemos concluir que praticamente toda obra será paga pela distribuidora e
custeada por todos os clientes. Cabe destacar ainda que não é possível aproximar a
demanda disponibilizada pela obra à demanda do cliente, pois os equipamentos
disponíveis no mercado para aplicação em alta tensão possuem potências nominais
elevadas.

Quadro Resumo
Antes REN 1.059 Após REN 1.059
Valor total da PFC Valor PFC Valor
obra percentual percentual
R$ R$ 54,23% R$ 1,11%
15.688.281,80 8.508.146,09 174.320,25

Considerando o exposto, a ABRADEE requer a confirmação da interpretação dos casos


apresentados. Caso ela esteja incorreta, a Associação solicita que seja apresentado um
exemplo demonstrando como realizar o cálculo.

Resposta da pergunta 11: De fato, conforme exemplo apresentado, caso a demanda


disponibilizada pela obra (considerando que essa obra seja a de menor dimensionamento técnico
possível) seja muito superior à demanda solicitada pelo consumidor, o percentual atribuído a ele

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

P. 9 do Anexo do OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL, de 11/07/2023.

no cálculo da participação financeira – conforme nova regra de proporcionalização – será


pequeno.

Ressaltamos, todavia, que, caso os estudos da distribuidora indiquem que a conexão em nível de
tensão inferior àqueles estabelecidos no caput do art. 23 seja a alternativa de menor custo global,
ela pode definir tensão de conexão diferente (desde que justificado pelo estudo e após
concordância do consumidor, conforme §5º do art. 23).

12) Para atendimento a solicitações de orçamento de conexão para 3 unidades


consumidoras com MiniGD de um mesmo interessado (2 MW cada) em uma mesma
região, ingressadas antes da vigência da REN 1.059/2023, foi identificada a necessidade
de ampliação de uma subestação e a implantação de um novo alimentador. Considerando
que a obra de ampliação da subestação e do novo alimentador atenderá as 3 unidades
consumidoras (montante total de 6 MW), seria adequado o agrupamento dos 3
orçamentos de conexão? Qual seria a regra de proporcionalização aplicável nesse caso?
Regra anterior ou a incorporada no §1º do artigo 108 da REN 1.000/2021, alterada pela
1.059/2023?

Resposta da pergunta 12: Como regra, a análise das solicitações de conexão deve ser realizada
de maneira individual (art. 63 da Resolução Normativa nº 1.000/2021), devendo a distribuidora
elaborar e fornecer o orçamento de conexão (art. 64), obedecendo à ordem cronológica dos
protocolos (art. 72, IV). No cálculo dos custos de conexão, a distribuidora deve levar em
consideração o critério de menor custo global (art. 79), a proporcionalização do orçamento da
obra (art. 108, § 1º), o Encargo de Responsabilidade da Distribuidora (art. 109) e calcular a
eventual participação financeira do consumidor (art. 108). Todas essas etapas são, em regra,
individualizadas (elaboradas para cada solicitação específica em ordem cronológica do pedido).
A exceção se dá nos casos de empreendimento de múltiplas unidades consumidoras, para os
quais a demanda do orçamento deve considerar “o somatório das demandas previstas em todas
as unidades projetadas” (art. 482).

De toda a forma, desde que exista interesse e solicitação expressa dos consumidores na emissão
de um orçamento único para realização de uma obra que viabilize a conexão simultânea de todas
as unidades consumidoras, a distribuidora pode ser acionada para avaliar uma possível análise
conjunta das solicitações de conexão, de modo a identificar sinergias no atendimento e avaliar a
possibilidade de otimizar as obras a serem realizadas. No caso, a proporcionalização deve ser
realizada de forma conjunta, bem como o pagamento de eventual participação financeira deve
ser realizado também de forma unificada.

Importante ressaltar que na avaliação do caso concreto deve ser verificada situação de eventual
desmembramento irregular de usinas (art. 655-E), e demais vedações previstas na regulação e
na legislação.

Com relação à aplicação da nova regra de proporcionalização trazida pelo §1º do art. 108,
esclarecemos que o prazo para as distribuidoras implementarem as alterações promovidas pela

Conteúdo Documento
licenciado para
assinado Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09
digitalmente.
Consulte a autenticidade deste documento em http:/ / sicnet2.aneel.gov.br/ sicnetweb/ v.aspx, informando o código de verificação D7ACC54C00737CEE
48552.001200/2023-00

P. 10 do Anexo do OFÍCIO Nº 99/2023-STD/ANEEL, de 11/07/2023.

REN 1.059/2023 encerrou-se em 1º de julho de 2023, de modo que todos os orçamentos emitidos
após essa data já devem ser elaborados com base na nova regulamentação.

Faturamento:
13) A questão 7 do Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL trouxe um exemplo da nova forma
de faturamento dos participantes do SCEE. Pela resposta contida no Ofício, contudo, não
foi possível se depreender se, de fato, a maneira apresentada é a correta. Sendo assim,
solicitamos que a ANEEL informe qual a forma correta dentre os exemplos apresentados
ou mediante um novo exemplo, caso entenda ser necessário.

Resposta da pergunta 13: Conforme resposta apresentada à questão 7 do Ofício nº 21/2023-


SRD/ANEEL, “dentre os casos apresentados, o Exemplo 1 é o que reflete mais adequadamente o
comando normativo disposto no art. 655-I da REN nº 1.000/2021”.

Conteúdo Documento
licenciado paradigitalmente
assinado ThatianeporMarleska Silva
Pedro Mello Gomes
Lombardi, - 044.490.761-09
Gerente de Regulação do Serviço de Distribuição, em 11/07/2023 às 09:28
48513.013798/2023-00

Brasília, 14 de junho de 2023.


ABRADEE/ B31.CT2023- 0050

Ilustríssimo,
Carlos Alberto Calixto Mattar
Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição - SRD/ANEEL
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
SGAN 603, módulo I - 70830-030 - Brasília – DF

Assunto: FAQ - Resolução Normativa n° 1.059/23.


Referência: Processo 48552.000568/2023-00
ANEXO: 20230607 FAQ REN 1059_3ªed_Questões Prioritárias.docx

A ABRADEE – Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica –


vem apresentar novo conjunto de dúvidas, aqui chamado de FAQ REN 1.059 -
3ªedição - Questões Prioritárias.
Após a publicação, em maio de 2023, do novo FAQ sobre micro e minigeração
distribuída no site da ANEEL, bem como, o envio do Ofício n° 21/2023-
SRD/ANEEL, contendo as respostas aos questionamentos enviados pela
Associação na Carta ABRADEE/ B15.CT2023-0018, de 09 de março de 2023,
identificamos pontos que ainda carecem de esclarecimentos. O arquivo anexo é
constituído de questões com as principais dúvidas remanescentes entre nossas
Associadas, com maior urgência para obtenção de esclarecimentos.
Sendo o que se apresenta na oportunidade, colocamo-nos à disposição para
prestar quaisquer esclarecimentos adicionais que se façam necessários.

Respeitosamente,

Marcos Aurélio Madureira da Silva


Presidente

Conteúdo licenciado para Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09


48513.013798/2023-00-1 (ANEXO: 001)

Inversão de fluxo:
1) A pergunta 3.15 do FAQ disponibilizado no site da ANEEL esclarece que o posto de
transformação citado no artigo 73 engloba transformadores MT/BT. Essa mesma
resposta consta na questão 56 do Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL. Visando ilustrar tal
entendimento e buscar sua confirmação, a ABRADEE apresenta o seguinte exemplo:

Na baixa tensão, existem os transformadores compartilhados, que atendem


diversas unidades consumidoras, e os transformadores exclusivos, dedicados ao
atendimento de uma única unidade consumidora. No caso dos transformadores
compartilhados, haverá fluxo inverso sempre que a carga do circuito de BT
correspondente for inferior à potência injetada de geração neste mesmo
circuito. Logo, para garantir que não haja fluxo inverso nestes transformadores,
será necessário limitar a conexão de geração distribuída até o valor da menor
potência de carga (“carga leve”) do referido circuito. No caso dos
transformadores exclusivos, para garantir que não haja fluxo inverso no
transformador, será necessário que o balanço “carga x geração” aconteça
dentro da unidade consumidora com GD (de forma instantânea). Caso a unidade
consumidora com GD, atendida por transformador exclusivo, não possuir carga
e sim, apenas a GD, entende-se que não é possível a operação normal sem que
resulte em fluxo inverso no transformador exclusivo.

Desta forma, o entendimento das distribuidoras é que, caso as inversões de


fluxo descritas acima sejam identificadas nos estudos para a conexão, deverão
ser estudadas as alternativas conforme disposto no artigo 73.

Como exemplo de aplicação do Art. 73, considere um pedido de acesso foi


protocolado na distribuidora para uma CGH de 1800kW de potência a ser
conectada em um alimentador de região rural.

Para atendimento ao cliente no alimentador mais próximo, em 15kV, seria


necessária uma obra estimada em R$190 mil, na qual o ERD isentaria o cliente
de custos. Porém, ao avaliar o carregamento do alimentador, nota-se que este,
na carga leve, não possui carga suficiente para evitar inversão de fluxo. Desta
forma, viu-se a necessidade de estudar as opções do § 1º do Art. 73.

Desta forma, para aplicação do Art. 73 e consequente eliminação da


possibilidade de inversão de fluxo no disjuntor do alimentador, conseguimos
comparar um atendimento viável em 15kV, com inversão de fluxo e obras
estimadas na ordem de R$190 mil, e um atendimento também viável, porém
em 69kV e sem inversão de fluxo, com obras estimadas na ordem de R$10,4
milhões, ou seja, 5.373,00% a maior. O orçamento a ser emitido deve ser o que
contém essa alternativa que elimina a inversão de fluxo, ou seja, a alternativa
mais cara.

Considerando o exposto, questiona-se: O entendimento está correto?

2) No caso de aplicação da alternativa de redução da potência injetada em horários e


patamares predefinidos, cabe ao usuário providenciar as adequações em suas usinas
(instalação de baterias, controles, etc) e arcar com os custos para atender os horários
estabelecidos pela Distribuidora à injeção?

Conteúdo licenciado para Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09


48513.013798/2023-00-1 (ANEXO: 001)

3) Se mesmo com a aplicação das alternativas relacionadas no artigo 73, incluindo a


indicação de horários predefinidos ou outras que a distribuidora possa indicar, não seja
possível eliminar o fluxo inverso, a distribuidora deve informar, em resposta à
solicitação do orçamento de conexão, que não é possível a conexão, com base no artigo
17 da Resolução Normativa nº 1.000/2021?

4) Conforme previsto no artigo 73, devem ser apresentadas todas as alternativas avaliadas.
Porém, o projeto executivo, com os custos definitivos, cálculo de participação financeira
e cronograma de execução deve ser elaborado apenas para aquela alternativa de menor
custo global, mesmo que esta indique nível de tensão diferente do solicitado, correto?

5) A questão 5 do Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL tratou da situação na qual um usuário do


grupo B recebe um orçamento de conexão sem participação financeira. Caso esse
orçamento contenha as soluções do artigo 73, como o usuário deverá realizar a ação
disposta no parágrafo 9º do artigo 83, que trata da formalização de sua opção dentre as
alternativas oferecidas, uma vez que o aceite de seu orçamento de conexão se dá de
forma tácita?

6) Ao instalar sistemas de armazenamento em unidades consumidoras que já possuem


micro ou minigeração instalada, sem aumento da demanda original instalada, o
consumidor deve solicitar novo orçamento de conexão à distribuidora? Afinal, a
instalação do sistema de armazenamento permitir a injeção em horários diferentes dos
originalmente previstos, podendo acarretar impactos no sistema elétrico e,
consequentemente, na necessidade de realização de obras para possibilitar a injeção de
energia.

7) Adicionalmente, considerando a evolução do sistema elétrico, com vistas a evitar a


inversão de fluxo, pode ser necessário que a distribuidora realize modificações nas
conexões já existentes, aplicando a alternativa disposta no artigo 73 quanto à restrição
de injeção em horários predefinidos. É permitido à distribuidora realizar esses ajustes
após a aprovação do orçamento de conexão?

8) Existe razoabilidade para limitar os horários de injeção de energia no período diurno


para os novos orçamentos de conexão emitidos, de modo a garantir que, em caso de
inversão de fluxo de potência no futuro, o período noturno seja reservado a novos
solicitantes?

Regra de proporcionalização:
9) As questões 13, 14, 15, 16, 23, 54 (regra de proporcionalização) foram respondidas pelo
Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL, bem como pela pergunta 3.13 do FAQ disponível no site
da Agência. Apesar das respostas, ainda restam dúvidas sobre como realizar a aplicação
da regra de proporcionalização.

Pelos esclarecimentos prestados, entende-se que a demanda disponibilizada pelo


orçamento é a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão, analisando os
itens de forma conjunta, considerando exclusivamente os parâmetros regulados pela

Conteúdo licenciado para Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09


48513.013798/2023-00-1 (ANEXO: 001)

ANEEL, a exemplo do nível de tensão e qualidade do fornecimento dispostos no Módulo


8 do PRODIST.

Portanto, entende-se que para composição do orçamento a ser enviado ao cliente nas
situações abaixo, o cálculo de proporcionalidade deve ser realizado conforme
demonstrado:

Exemplo 1:

A figura acima ilustra a solicitação de orçamento de conexão para atendimento a um


novo consumidor com demanda de 1.500 kW através do Sistema de Média Tensão de
13,8 kV.

O estudo realizado para elaboração do orçamento de conexão indicou como alternativa


de Mínimo Custo Global seu atendimento a partir da construção de nova subestação
138-13,8 kV, a ser instalada próxima ao consumidor, além da construção de trecho de
extensão rede de 13,8 kV.

Considerando que o custo total das obras necessárias para atendimento é de R$ 23


milhões conforme detalhamento abaixo de cada obra, que a demanda solicitada pelo
consumidor é de 1.500 kW e que a máxima demanda disponibilizada no ponto de
conexão é de 3.000 kW, entende-se que a proporcionalização das obras a ser
considerada no cálculo de participação financeira do consumidor é 50% do valor total
das obras (R$ 11,5 milhões). Esse valor de proporcionalização corresponde à relação
entre a demanda solicitada pelo consumidor e a máxima demanda disponibilizada no
ponto de conexão (13,8 kV).

Detalhamento do custo das obras necessárias para atendimento ao consumidor:

• Construção da subestação 138,8-13,8 kV com capacidade de 15.000 kVA: R$ 22


milhões;
• Construção de trecho de extensão de rede de 13,8 kV com capacidade de 3.000
kVA: R$ 1 milhão.

Ainda considerando o exemplo citado, supõe-se que o usuário se conectou arcando com
50% do custo da obra. As demais conexões que poderão ocorrer, sendo viabilizadas pelo
escopo comum da obra custeada pelo primeiro usuário deverão, também, observar a

Conteúdo licenciado para Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09


48513.013798/2023-00-1 (ANEXO: 001)

regra de proporcionalização? É correto o entendimento que somente o primeiro usuário


deve arcar com esse custo?

10) Considerando as mesmas respostas discutidas na questão 09, apresenta-se um segundo


exemplo:

A figura acima ilustra a solicitação de orçamento de conexão para atendimento a um


novo consumidor com demanda de 1.000 kW através do Sistema de Média Tensão de
13,8 kV.

O estudo realizado para elaboração do orçamento de conexão indicou como alternativa


de Mínimo Custo Global seu atendimento a partir da construção de novo trecho de
extensão rede de 13,8 kV.

Considerando que o custo total das obras de extensão rede de 13,8 kV necessárias para
seu atendimento é de R$ 2,0 milhões, que a demanda solicitada pelo consumidor é de
1.000 kW e que a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão é de 3.000
kW, entende-se que a proporcionalização das obras a ser considerada no cálculo de
participação financeira do consumidor é 33,3% do valor total das obras (R$ 666,67 mil).
Esse valor de proporcionalidade corresponde à relação entre a demanda solicitada pelo
consumidor e a máxima demanda disponibilizada no ponto de conexão.

A demanda disponibilizada no ponto de conexão é definida através de simulações em


softwares de fluxo de potência. Nesse caso identificou-se que a máxima demanda
disponibilizada no ponto de conexão é de 3.000 kW, mesmo que o condutor indicado
possua capacidade térmica para atendimento a uma demanda de 10.000 kW, uma vez
que o atendimento à demanda superior a este valor no ponto de conexão implica em
violação dos parâmetros de qualidade dispostos no Módulo 8 do PRODIST.

Esse entendimento está correto?

11) Considerando as mesmas respostas discutidas na questão 09, apresenta-se um terceiro


exemplo:

Adicionalmente, destacamos que nas obras de conexão em alta tensão o efeito é o


contrário, pois a demanda disponibilizada pela obra, geralmente, tem valores muito
elevados. Desta forma, a relação entre a demanda atendida ou acrescida e a demanda

Conteúdo licenciado para Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09


48513.013798/2023-00-1 (ANEXO: 001)

disponibilizada pelo orçamento é imensa. Como isso, quase todo custo de atendimento
ficará com a distribuidora, ou seja, será universalizado para todos os clientes.

Vejamos o caso a seguir:

Dados do cliente
MUSD Contratado (MW) MUSD solicitado (MW)
2,650 5,043
Demanda acrescida 2,393 MW

Conforme artigo 23, se a demanda a ser contratada for maior que 2.500 kW o
atendimento poderá ser realizado em tensão maior ou igual a 69 kV. Desta forma, em
função das restrições técnicas deste atendimento em média tensão, a solução de menor
custo global viável é a migração do cliente da rede de média tensão para a alta tensão a
partir do seccionamento de uma linha de distribuição 138 kV existente.

O custo total previsto para o atendimento é de R$ 15.688.281,80. Deste total serão


subtraídos da participação financeira do cliente os serviços técnicos (art. 98), a parcela
da distribuidora dos itens proporcionalizáveis (art. 108) e o Encargo de Responsabilidade
da Distribuidora (art. 109).

Desta forma, considerando o artigo 108, antes da REN 1059, o valor a ser pago pelo
cliente caso a distribuidora execute integralmente as obras será de R$ 8.508.146,09, o
equivalente a (54,23%) do valor total.

Pela nova metodologia, considerando uma demanda disponibilizada de 98 MW para


uma demanda acrescida de 2,393 MW teremos que a participação financeira do cliente
será de R$ 174.320,25 o que equivale a 1,11 % do total da obra.

Contudo, podemos concluir que praticamente toda obra será paga pela distribuidora e
custeada por todos os clientes. Cabe destacar ainda que não é possível aproximar a
demanda disponibilizada pela obra à demanda do cliente, pois os equipamentos
disponíveis no mercado para aplicação em alta tensão possuem potências nominais
elevadas.

Quadro Resumo

Antes REN 1.059 Após REN 1.059


Valor Valor
Valor total da obra PFC PFC
percentual percentual
R$ 15.688.281,80 R$ 8.508.146,09 54,23% R$ 174.320,25 1,11%

Considerando o exposto, a ABRADEE requer a confirmação da interpretação dos casos


apresentados nas questões 9, 10 e 11 desse documento. Caso ela esteja incorreta, a
Associação solicita que seja apresentado exemplos demonstrando como realizar o
cálculo e a proporcionalização dos custos.

Conteúdo licenciado para Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09


48513.013798/2023-00-1 (ANEXO: 001)

12) Para atendimento a solicitações de orçamento de conexão para 3 unidades


consumidoras com MiniGD de um mesmo interessado (2 MW cada) em uma mesma
região, ingressadas antes da vigência da REN 1.059/2023, foi identificada a necessidade
de ampliação de uma subestação e a implantação de um novo alimentador.
Considerando que a obra de ampliação da subestação e do novo alimentador atenderá
as 3 unidades consumidoras (montante total de 6 MW), seria adequado o agrupamento
dos 3 orçamentos de conexão? Qual seria a regra de proporcionalização aplicável nesse
caso? Regra anterior ou a incorporada no §1º do artigo 108 da REN 1.000/2021, alterada
pela 1.059/2023?

Faturamento:
13) A questão 7 do Ofício nº 21/2023-SRD/ANEEL trouxe um exemplo da nova forma de
faturamento dos participantes do SCEE. Pela resposta contida no Ofício, contudo, não
foi possível se depreender se, de fato, a maneira apresentada é a correta. Sendo assim,
solicitamos que a ANEEL informe qual a forma correta dentre os exemplos apresentados
ou mediante um novo exemplo, caso entenda ser necessário.

Conteúdo licenciado para Thatiane Marleska Silva Gomes - 044.490.761-09

Você também pode gostar