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Propriedade

CERTIEL
Associação Certificadora de Instalações Eléctricas
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Director: António Oliveira Barbosa


Edição: Direcção da Qualidade, Recursos e Inovação
Produção gráfica: EDITIDEIAS lead
Trimestral | 16 250 exemplares | Distribuição gratuita

EDITORIAL

JUl • SET 08
25
A microprodução de electricidade, como actividade de produção de
electricidade em baixa tensão com possibilidade de entrega de energia
à rede eléctrica pública, foi regulada pelo Decreto-Lei n.º 68/2002, de
25 de Março.
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As disposições então aplicáveis à gestão da capacidade de recepção de
electricidade nas redes do Sistema Eléctrico de Serviço Público, por
forma a permitir a recepção e a entrega de electricidade proveniente de
02 Microprodução na Região Autónoma
novos centros electroprodutores do Sistema Eléctrico Independente,
da Madeira
visavam todos os centros electroprodutores, independentemente da
sua potência nominal ou localização geográfica, conduzindo, assim, a 02 Obrigações dos Técnicos Responsáveis
uma excessiva centralização administrativa dos processos de licencia- por Instalações Eléctricas de Serviço Particular
mento de pequena ou microdimensão.
03 Simplificação de procedimentos
Isto levou a que, passados cinco anos, o número de sistemas de na Reanálise de Projectos
microprodução de electricidade licenciados e a funcionar ao abrigo
deste enquadramento legal não atingisse expressão significativa. 04 Validação da legitimidade na obtenção
Daí que o Governo viesse a estabelecer, através do Decreto-Lei de informações – Serviço de atendimento
n.º 363/2007, de 2 de Novembro, um novo regime jurídico aplicá- 05 Alterações no serviço de atendimento
vel à produção de electricidade por intermédio de unidades de micro- telefónico
produção, um regime simplificado designado por renováveis na hora.
Neste diploma prevê-se que a totalidade da electricidade produzida 06 Instalações eléctricas cuja utilização seja
seja entregue à rede eléctrica de serviço público. definida como “recinto para motor”
O regime de licenciamento existente foi substituído por um regime de 07 Perguntas mais frequentes
simples registo, sujeito a inspecção de conformidade técnica. A entrega
e a análise de projecto foram substituídas pela criação de uma base de
08 Curiosidades da Electricidade
dados de elementos-tipo pré-existente que o produtor deve respeitar,
LUIGI GALVANI
encurtando-se um procedimento com duração de vários meses a um
simples registo electrónico.

Foi ainda criado o Sistema de Registo da Microprodução (SRM), que


constitui uma plataforma electrónica de interacção com os produtores,
no qual todo o relacionamento com a Administração, necessário para
exercer a actividade de microprodutor, poderá ser realizado.

Os resultados estão à vista: desde Março deste ano já foram regista-


das 3298 unidades de microprodução: 3015 fotovoltaicas, 229 eólicas,
6 hídricas, 5 de cogeração a biomassa, 1 de pilhas de combustível
com base em hidrogénio proveniente de microprodução renovável e
42 combinadas destas fontes de energia.

Dando seguimento aos processos de registo iniciados em Abril passado


e na sequência do protocolo estabelecido com a DGEG no início do
corrente ano, que atribuiu à CERTIEL a responsabilidade pela coorde-
nação do processo de gestão da microprodução, alguns dos produto-
res registados encontram-se já a fornecer energia eléctrica à rede. E há
ainda muitos produtores em fila de espera para registo...

José Tomaz Gomes, Presidente da CERTIEL


02 SETEMBRO 2008

MICROPRODUÇÃO
NA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA
Na sequência da publicação do Decreto-Lei n.º 363/2007
e do Decreto Legislativo Regional n.º 16/2008/M, bem
como do protocolo estabelecido entre a CERTIEL e a
Direcção Regional do Comércio, Indústria e Energia, o
SRM aceita registos de Unidades de Microprodução da
Região Autónoma da Madeira.

Igualmente por acordo entre a CERTIEL e a EEM – Empre-


sa de Electricidade da Madeira, esta empresa ficou res- Acácio Quadrado da EEM - Empresa de Electricidade da Madeira
ponsável pela realização das inspecções das Unidades de
Microprodução instaladas nesta Região Autónoma, as
quais serão realizadas nos mesmos moldes das realizadas
no Continente.

Assim, e com o objectivo de preparar a certificação destas


instalações, esteve connosco no passado mês de Agosto
o Eng.º Acácio Quadrado, o qual participou numa acção
de formação tendo em vista a execução futura das ins-
pecções destas unidades de microprodução na Região
Autónoma da Madeira. Decurso de uma inspecção

Obrigações dos Técnicos Responsáveis por Instalações


Eléctricas de Serviço Particular
TÉCNICO RESPONSÁVEL PELA EXPLORAÇÃO
As inspecções de instalações eléctricas que carecem de daquele técnico, nos termos do artigo 14.º, número 6, do
Técnico Responsável pela Exploração devem ser efectua- Estatuto anteriormente referido.
das nos termos do Capítulo IV, Secção III, artigo 15.º do
Estatuto do Técnico Responsável por Instalações Eléctricas Face ao exposto, e independentemente do Técnico Res-
de Serviço Particular, publicado pelo Decreto Regulamen- ponsável pela Execução, quando for caso disso, estar
tar n.º 31/83, de 18 de Abril. obrigado a indicar no pedido de certificado de exploração
a apresentar nos termos do artigo 4.º, número 1, do
Para além das responsabilidades anteriores, o Técnico Decreto-Lei n.º 272/92, de 3 de Dezembro, que a ins-
Responsável pela Exploração deve, ainda, acompanhar o talação carece de Técnico Responsável pela Exploração,
Técnico Responsável pela Execução na inspecção final depois de ouvida a Direcção-Geral de Geologia e Ener-
feita por este para verificar se a instalação satisfaz todas gia, este responsável fica, sempre que o entenda e a partir
as prescrições de segurança regulamentares e regras da desta data, dispensado de comparecer na inspecção a
técnica, fazendo as medições necessárias à verificação efectuar pela CERTIEL, através da respectiva Entidade
daquelas condições, nomeadamente as previstas na regu- Regional Inspectora de Instalações Eléctricas, quando a
lamentação de segurança, sempre que a instalação careça ela houver lugar.
SETEMBRO 2008 03

SIMPLIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTOS
NA REANÁLISE DE PROJECTOS
Sem prejuízo do disposto na Portaria n.º 662/96, de 14 de
Novembro, que aprovou o Regulamento da Actividade das
Entidades Regionais Inspectoras de Instalações Eléctricas,
têm os nossos serviços vindo a aceitar, a título excepcio-
nal, alguns pedidos de reanálise pontual de projectos de
instalações eléctricas.

Estão nestes casos os projectos para os quais foram


emitidos pareceres desfavoráveis, mau grado os seus
autores, depois de questionados formalmente para o
efeito, terem prestado os esclarecimentos que lhes foram
solicitados de uma forma alegadamente atempada e
correcta.

Nestes casos, felizmente poucos, têm os autores de tais


projectos vindo a formalizar o pedido de reanálise do
parecer desfavorável através da apresentação dos três
exemplares do projecto, um dos quais com abraçadeira
de autenticação do parecer desfavorável (cor branca),
acompanhados de cópias dos documentos entregues e
que, no entender dos nossos serviços, não foram ou não
puderam ser considerados suficientes para suportarem a
aprovação dos mesmos.
fundamentado, ficando o envio dos três exemplares do
Porque, actualmente, dispomos de arquivos informáticos projecto para modificação do parecer inicial condicionado
onde constam todos os projectos (aprovados ou não pelos à eventual aceitação dos factos que nos foram colocados.
nossos serviços), solicita-se que, numa primeira fase, nos
seja apresentado o pedido de reapreciação devidamente Com efeito, o envio dos três exemplares do projecto só
se justificará quando, depois de concluída a reanálise pon-
tual, se verificar a necessidade de alterar, no nosso siste-
ma de gestão informática dos processos de aprovação de
projectos, o estado de desfavorável para aprovado e, con-
sequentemente, for necessária a remoção da abraçadeira
branca para aplicação posterior das abraçadeiras amare-
las em dois dos três exemplares, sendo então solicitado
ao técnico responsável o envio do projecto para concre-
tização destas tarefas, das quais será dado conhecimento
posterior a todas as entidades intervenientes de acordo
com o previsto na legislação em vigor.
04 SETEMBRO 2008

VALIDAÇÃO DA LEGITIMIDADE
NA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES
Serviço de atendimento:
Atendimento telefónico e atendimento presencial
A CERTIEL dispõe de um serviço de atendimento em duas para obter informações sobre um determinado processo,
vertentes essenciais, a saber: deve estar munida dos habituais documentos de identifi-
cação pessoal e profissional relacionados com o mesmo, pois,
Atendimento telefónico sempre que for julgado conveniente, os atendedores de
Atendimento geral: serviço poderão validar a legitimidade da pessoa que nos
Disponível entre as 9h00 e as 17h30 de qualquer dia útil. contacta para a obtenção das informações pretendidas.
Atendimento técnico:
Disponível entre as 9h30 e as 12h00 de Segunda a Na validação a que nos referimos anteriormente serão utili-
Quinta-Feira. zadas metodologias adequadas ao tipo de atendimento pres-
tado, a saber:
Atendimento presencial
Atendimento geral: Atendimento telefónico
Disponível entre as 9h00 e as 16h30 de qualquer dia útil. Serão feitas algumas perguntas, de carácter aleatório
Atendimento técnico: (Número de TR, número de identificação fiscal, qual-
Disponível entre as 9h30 e as 12h00 de Segunda a quer dígito que faça parte do número de qualquer
Quinta-Feira. destes documentos, ou outros que façam parte inte-
grante do processo em causa).
Estas duas vertentes do atendimento têm como objectivo a
prestação de informações relacionadas com a tramitação de Atendimento presencial
processos de aprovação de projectos ou de certificação de Serão solicitados os habituais documentos de identi-
instalações eléctricas, com aspectos técnicos relacionados ficação pessoal e profissional relacionados com o pro-
com estes processos ou com quaisquer outras questões de cesso em causa.
carácter genérico relativas à actividade dos nossos serviços.
Todas e quaisquer informações genéricas relacionadas com a
Tratando-se de informações relacionadas com um deter- formalização de pedidos de aprovação de projectos, de pedi-
minado processo, estão as entidades envolvidas no mesmo dos de certificados de exploração ou de ajuda na interpre-
subordinadas ao cumprimento da regulamentação aplicável, tação da regulamentação técnica aplicável e demais legisla-
com especial relevo para o Estatuto do Técnico Responsável ção em vigor serão prestadas sem quaisquer reservas, sendo
por Instalações Eléctricas de Serviço Particular e para o certo que terão prioridade no atendimento telefónico as
Código Deontológico que deste faz parte integrante, publi- informações relativas a processos em curso. No atendimen-
cado pelo Decreto Regulamentar n.º 31/83, de 18 de Abril. to presencial, como habitualmente, continuará a ser utilizado
o sistema de “ordenador de vez”.
Porque a CERTIEL se tem confrontado com algumas situa-
ções que parecem indiciar que terceiros, pessoas ou Com o ajustamento das metodologias de trabalho agora
entidades não envolvidas num determinado processo procu- adoptadas apenas pretendemos melhorar os nossos servi-
ram obter informações a que legalmente não têm direito, ços, contando desde já com a inestimável colaboração dos
vão ser tomadas algumas medidas que as possam evitar. muitos Técnicos Responsáveis por Instalações Eléctricas de
Serviço Particular que nos contactam para a sua completa
Assim, sempre que qualquer pessoa ou entidade (repre- divulgação junto das demais entidades, nomeadamente as
sentada por algum dos seus colaboradores) se dirija aos Entidades Requerentes e Proprietários envolvidos nos diver-
nossos serviços de atendimento telefónico ou presencial, sos processos.
SETEMBRO 2008 05

ALTERAÇÕES NO SERVIÇO
DE ATENDIMENTO TELEFÓNICO
Tendo como objectivo promover uma melhoria na selecção e encaminhamento interno
das chamadas, realizámos algumas alterações no serviço de atendimento telefónico.
Assim, quando os nossos clientes nos contactarem, irão poder escolher uma das
seguintes opções:

1 Atendimento Geral
2 Atendimento Técnico
1 Informação sobre processo de Inspecção ou Análise de projecto
em curso;
2 Informações técnicas sobre instalações de Unidades
de Microprodução;
3 Informação Técnica sobre a concepção e execução
de instalações eléctricas.

3 Atendimento geral sobre processos de “Unidades de Microprodução”


Ao aceder ao atendimento geral, caso opte pela opção 1, será possível, como já o é
hoje, obter todas as informações de carácter geral sobre os processos de certificação de
instalações, projecto e inspecção, designadamente informações sobre o ponto de
situação dos processos, datas e horas de inspecção…
Ao aceder ao atendimento técnico, opção 2, acede a um submenu onde deverá optar,
de acordo com o objectivo do seu contacto, novamente pela opção 1, 2 ou 3.
A opção 1 destina-se aos clientes que tenham um processo de inspecção ou análise
de projecto em curso, pelo que será obrigatória a informação do número de processo
sobre o qual pretende obter informações. A não indicação deste número impedirá a
aceitação da chamada.
A opção 2 é dirigida unicamente a clientes que pretendam consultoria técnica sobre
instalações de Unidades de Microprodução.
A opção 3 é dirigida unicamente a clientes que pretendam consultoria técnica
relativamente à concepção e execução de instalações eléctricas do tipo C.
Finalmente, caso pretenda obter informações gerais sobre processos de Unidades de
Microprodução, deverá aceder à opção 3.
Com estas alterações no modelo de atendimento, pretendemos conhecer melhor o perfil
dos clientes que nos contactam, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de serviço.
É igualmente objectivo destas alterações privilegiar o atendimento telefónico e dar
resposta aos clientes que têm processos em curso.
Dada a sobrecarga no serviço de atendimento telefónico nos períodos de atendimento
técnico, sugerimos aos nossos clientes que, caso pretendam apenas uma informação
enquadrada no atendimento geral, nos contactem preferencialmente no período da
tarde (das 13:00h às 17:30h). Será assim melhor e mais rapidamente atendido.
06 SETEMBRO 2008

Instalações eléctricas cuja utilização seja definida como “recinto


para motor”, destinadas a captação de águas (consumo humano,
rega, actividade industrial, produção de energia ou actividades
recreativas e de lazer), ou destinadas a outras utilizações
Sobre o assunto em título a Direcção-Geral de Energia e Geologia remeteu à Certiel, bem como a todos os operadores
da RESP – Rede Eléctrica de Serviço Público, ofícios alertando para o facto de muitas das instalações eléctricas (de
utilização) classificadas como “recinto para motor”, desde a concepção até à sua entrada em exploração,
evidenciarem uma utilização diversa da definida pelo Técnico Responsável por Instalações Eléctricas de Serviço
Particular na elaboração das correspondentes Fichas Electrotécnicas, tendo aquela Direcção determinado a adopção
dos procedimentos que a seguir se transcrevem:

“1 . Instalações eléctricas cuja utilização seja definida como “recinto para motor”, para
captação de águas (consumo humano, rega, actividade industrial, produção de energia
ou actividades recreativas e de lazer):

O Técnico Responsável, antes de elaborar a Ficha Electrotécnica, deve solicitar ao proprietário da instalação a
exibição do Título de Utilização de Recursos Hídricos ou a comprovação da dispensa do mesmo, através do
documento emitido pela CCDR – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da área de localização
da instalação, retendo, obrigatoriamente, uma cópia de tal documento para seu arquivo profissional.

Sempre que questionado para o efeito, o Técnico Responsável fica obrigado:

A exibir cópia do documento anteriormente referido junto dos serviços do operador da RESP – Rede Eléctrica de
Serviço Público, quando solicita que este vise a Ficha Electrotécnica, ou quando solicita o abastecimento da
instalação (Pedido de ramal);

A exibir cópia do documento anteriormente referido, quando solicitar a emissão do certificado de exploração da
instalação junto da Associação Nacional Inspectora de Instalações Eléctricas e/ou das Entidades Regionais
Inspectoras de Instalações Eléctricas (Pedido de certificado de exploração).

2 . Outras instalações definidas com “recinto para motor” não incluídas no Ponto 1:

O Técnico Responsável, antes de elaborar a Ficha Electrotécnica, deve solicitar ao proprietário da instalação a
exibição do documento que suporta o licenciamento da obra que vai ser dotada com a instalação eléctrica (de
utilização), emitido pelo respectivo município, ou entidade com competências para o efeito, quando for caso
disso, seguindo-se os procedimentos referidos no número anterior.

Estando os procedimentos anteriores no âmbito das responsabilidades confiadas aos Técnicos Responsáveis por
Instalações Eléctricas de Serviço Particular, poderão estes ser instados a comprovar junto do serviços desta
Direcção-Geral, ou qualquer outra entidade com poderes licenciadores e ou fiscalizadores, sobre a legitimidade
do estabelecimento, certificação e consequente entrada em exploração de uma qualquer instalação na qual
tenham sido intervenientes.”
SETEMBRO 2008 07

PERGUNTAS MAIS FREQUENTES


De modo a se poder concluir se uma instalação de utilização, características do equipamento, qual a informa-
situada num recinto destinado a espectáculos ou outras diver- ção de potência a considerar para esse efeito?
sões, por exemplo, uma associação recreativa ou desportiva, A informação da potência a considerar deverá ser a
carece de projecto aprovado nos termos do DL n.º 517/80, de potência PRP, Prime Power.
31 de Outubro, a potência deverá ser considerada critério?
Não. De acordo com a rescrição do Anexo I do DL n.º 517/80, Segundo as RTIEBT, os Quadros de Entrada estabelecidos em
de 31 de Outubro, feita pelo Artigo 3.º do DL n.º 101/2007, de 2 instalações de utilização do Tipo C estão obrigados a ser da
de Abril, todas as instalações de utilização nestas circunstâncias classe II de isolamento?
carecem de projecto aprovado, independentemente da sua potência Não. No entanto, de acordo com a Secção 801.2.2, as entradas
ou da potência total da edificação a licenciar, onde possam estar deverão ser da classe II de isolamento ou de isolamento equivalente
integradas. (Secção 413.2), facto que, nos casos em que a parte da entrada
esteja estabelecida no interior do invólucro do Quadro de Entrada,
Uma instalação de utilização, exclusivamente destinada a sem ser dotada de nenhum dos dois tipos de isolamento a que nos
alimentar um motor que permita a captação de água, referimos anteriormente, poderá implicar que o Quadro de Entrada
vulgarmente designada por Recinto Motor, deverá obriga- deva ser da classe II de isolamento.
toriamente garantir a necessária protecção contra contactos
indirectos, através do emprego de dispositivos diferenciais de A bainha metálica do cabo VAV pode ser utilizada como
alta sensibilidade, nos termos do disposto na Secção 705 das condutor de protecção numa instalação do Tipo C?
RTIEBT? Não. A bainha metálica deste tipo de cabo destina-se a garantir
Não. Uma instalação de utilização deste tipo, ainda que com fins protecção mecânica e não continuidade para fins de ligação à terra
que poderão ser agrícolas, nomeadamente captar água destinada a de qualquer massa metálica ou elemento condutor existente na
rega de culturas, não se insere no espírito da Secção 705.1.1, não instalação.
estando portanto sujeita às mesmas exigências mínimas. Contudo,
o valor estipulado da corrente diferencial-residual do dispositivo de Um condutor com identificação verde e amarela poderá ser
protecção deverá ser tal que garanta, em função do valor da marcado como condutor activo e empregue com esse fim
resistência de terra, uma tensão de contacto inferior ou igual a 50V, numa instalação do Tipo C?
nos termos da Secção 413.1.4.2. Não. Um condutor com identificação verde e amarela, no estrito
cumprimento da regra da exclusividade dos meios de marcação,
No âmbito do licenciamento de grupos electrogéneos, insta- referida na Secção 514.3.2 das RTIEBT e respectiva anotação, só
lações de carácter permanente com produção própria do Tipo C, poderá ser utilizado como condutor de protecção e nunca, em caso
nos termos do DL n.º 101/2007, de 2 de Abril, atendendo às algum, para outros fins.

Sopa de letras
Descubra na “sopa de letras”, da esquerda para a direita e de
cima para baixo, as palavras da coluna:
08 SETEMBRO 2008

Curiosidades da Electricidade
LUIGI GALVANI (1737 – 1798, ITÁLIA)
LUIGI GALVANI foi um médico e investigador italiano. Deu aulas de Anatomia na
Universidade de Bolonha, cidade onde viveu e morreu. Galvani foi um dos primeiros
a investigar experimentalmente um fenómeno ao qual chamou de bioeletroge-
nesis (electro-fisiologia). Ao iniciar uma série de experiências por volta de 1780,
constatou que a corrente eléctrica se distribuía ao ser aplicada em pernas e
músculos de alguns animais. Galvani chamou a esse fenómeno electricidade
animal, teoria sobre a qual escreveu diversos itens e distinguiu esta da electricidade
artificial que na época era gerada pela fricção (electricidade estática).

Luigi Galvani nasceu a 9 de Setembro de 1737, em Itália, Embora possuísse todos os dados necessários para elabo-
mais propriamente em Bolonha, cidade em que passou rar a teoria electrolítica, Galvani sempre defendeu a falsa
quase toda a sua vida. Muito do trabalho e da personalidade teoria da electricidade animal. A sua descoberta encheu
de Galvani foram condicionados pelo século em que viveu. de entusiasmo os cientistas da época, principalmente
Como cientista e homem de letras, os seus contemporâneos Alessandro Volta. Este repetiu, em 1792, as experiências de
descreviam-no como uma pessoa gentil, generosa e um Galvani, tendo aceite inicialmente a hipótese da electri-
grande homem de família. Orientado pelo pai, o médico cidade animal. No ano seguinte, no entanto, rejeitou radi-
Domenico Galvani, Luigi ingressou na Universidade de calmente tal teoria, provando que os músculos da rã não se
Bolonha, onde, com apenas 22 anos de idade, completou o contraem se a placa e o fio forem constituídos do mesmo
curso de medicina. metal. Iniciou-se então uma polémica calorosa entre eles.
Galvani chegou a demonstrar que as convulsões podiam
Desde muito cedo, Galvani começou a variar as condições ser obtidas mesmo sem a intervenção de qualquer arco
das suas experiências. Num dia tempestuoso, foi levado a metálico. Alessandro Volta considerou esse fenómeno como
acreditar que a electricidade atmosférica era capaz de uma simples decorrência de um estímulo mecânico e reba-
produzir os mesmos efeitos do que a sua máquina teu a hipótese do médico de Bolonha, expondo o princípio
electrostática. Em condições atmosféricas normais, porém, dos três condutores – um electrolítico e dois metálicos.
nada observou. Um dia, ao fixar um fio de cobre na espi- Eram esses os únicos elementos necessários para originar o
nal-medula de uma rã, Galvani fechou o circuito suspen- fluido eléctrico (como era chamada na época a corrente
dendo o fio numa rede de ferro; imediatamente as convul- eléctrica).
sões manifestaram-se. Desta vez, a experiência poderia ter
levado a conclusões certas: havia um circuito formado por Em 1796, Fabbroni, um químico de Florença, observou que,
três condutores – um electrolítico e dois metálicos. Mas quando duas lâminas de metais diferentes são colocadas em
Galvani, perseguido pela ideia de que a rã podia ser um contacto no interior de um líquido, uma delas fica oxidada.
detector de electricidade, atribuiu as convulsões observadas Intuiu então que deveria existir certa relação entre os dois
às variações do estado eléctrico da atmosfera. fenómenos – o eléctrico e o químico. Em 1800, Volta reafir-
mou essa relação, construindo a primeira pilha eléctrica,
hoje chamada pilha galvânica ou voltaica.

No último período de sua existência, Galvani, já fraco de


saúde e profundamente abalado pela morte de sua mulher,
empreendeu uma longa viagem ao Adriático. O seu objecti-
vo era estudar o comportamento dos torpedos, uma espé-
cie de peixe-eléctrico. Deduziu, das suas observações, que
era de natureza eléctrica o choque provocado pelo peixe
e que ele era particularmente intenso nos músculos do
animal. Faleceu pouco depois dessa viagem, no dia 4 de
Dezembro de 1798.

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