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CERTIEL – Associação Certificadora
de Instalações Eléctricas
Rua dos Anjos, 68 – 1150-039 Lisboa Março 2003
Tel.: 213 183 200 – Fax: 213 183 289
certiel@certiel.pt – www.certiel.pt
Director
António Oliveira Barbosa
Edição
Direcção da Qualidade, Recursos e Inovação
Produção gráfica
EDITIDEIAS – Edição e Produção, Lda.
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PEDIDOS DE CERTIFICADO
DE EXPLORAÇÃO
DE INSTALAÇÕES DE
Editorial
Novamente, dentro da regularidade que procuramos cumprir, está nas vossas mãos o
terceiro número do nosso despretensioso Boletim CERTIEL que, como dissemos desde o
primeiro número, nada mais quer ser que um elo de ligação entre nós e todos os
UTILIZAÇÃO DE ENERGIA técnicos envolvidos na elaboração de projectos e execução de instalações eléctricas,
ELÉCTRICA fazendo chegar a todos, de uma forma mais rápida e cómoda, a informação essencial
sobre a nossa actividade.
NOVAS TAXAS
3 DE CERTIFICAÇÃO DE
PROJECTOS E INSTALAÇÕES
ELÉCTRICAS
Como já tivemos ocasião de sublinhar no número anterior, a adesão a esta iniciativa,
pelos ecos e incentivos que nos têm chegado por parte dos seus destinatários, mostra
claramente que a iniciativa é oportuna e útil e merecedora de todo o empenho que a ela
temos dedicado desde o início. As respostas ao recente inquérito, incluído no número
WWW.CERTIEL.PT
anterior, ultrapassaram largamente as nossas expectativas e as opiniões nelas expressas
PÁGINA RENOVADA
dão-nos elementos preciosos para, a partir daí, melhorarmos a qualidade dos nossos
PEDIDOS NA INTERNET serviços. A todos quantos se dispuseram a perder um pouco do seu tempo livre a
ACESSO AO BALCÃO DIGITAL preencher e devolver os referidos inquéritos, o nosso muito obrigado.
A Direcção
NOVO REGULAMENTO
Seminários CERTIEL
Reportagem 5
DE SEGURANÇA DE
INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS
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RESULTADOS DO INQUÉRITO
À QUALIDADE DO SERVIÇO
Certificação de Produto
6 UMA FORMA DE GARANTIR
A QUALIDADE
8 SEUS ASSOCIADOS
Opinião da AGEFE
segundo uma organização que pretende dar resposta a todos os requisitos e
obrigações estabelecidos na norma NP EN 45011.
Pedidos de certificado de exploração
de instalações de utilização de energia eléctrica
As instalações eléctricas de serviço particular definidas no Regulamento – A instalação está totalmente executada de acordo com o projecto
de Licenças para Instalações Eléctricas, independentemente de care- aprovado, ou com a ficha electrotécnica devidamente visada pelo
cerem ou não de licença de estabelecimento de acordo com aquele distribuidor de energia conforme referimos anteriormente;
regulamento, podem estar ou não sujeitas a licenciamento municipal, – O pedido de certificado está devida e totalmente preenchido com
devendo os técnicos responsáveis por instalações eléctricas de serviço todos os elementos necessários ao seu tratamento, nomeadamente
particular e demais intervenientes cumprir um conjunto de proce- os dados completos do técnico responsável, da entidade instaladora
dimentos em função da respectiva situação: (quando diferente do técnico responsável) e do proprietário das
instalações a certificar;
Obras sujeitas a licenciamento municipal – A descrição das instalações a certificar coincide na quantidade, na
potência total instalada em cada uma das instalações de utili-
– Obras cuja instalação eléctrica carece de projecto zação e nos demais elementos técnicos da instalação;
– Obras cuja instalação eléctrica não carece de projecto – O valor correspondente às taxas de certificação, legalmente instituí-
do, deve acompanhar o pedido de certificado.
Na fase de licenciamento municipal de uma determinada obra o res-
pectivo processo de licenciamento municipal deverá conter as peças de A falta de qualquer dos elementos anteriormente indicados no pedido
especialidade correspondentes, as quais, no caso da electricidade, são de certificado de exploração implica a sua devolução ao técnico respon-
constituídas pelo projecto devidamente aprovado pelos nossos serviços sável que o elaborou, com os inconvenientes daí inerentes, nomea-
ou, não carecendo deste, da ficha (ou fichas) electrotécnica elaborada damente o atraso no início de fornecimento de energia por parte do
pelo técnico responsável pela execução de tal instalação, devidamente distribuidor.
visada pelo distribuidor de energia eléctrica.
Quando o técnico responsável pela execução de uma instalação não for
Na primeira situação, o distribuidor de energia analisa sumariamente o o autor da ficha electrotécnica que serviu de base ao licenciamento
projecto, remetendo-o posteriormente para os nossos serviços para municipal (obras sem projecto aprovado pela CERTIEL), devem ser
aprovação e certificação. Esta certificação tem como base o parecer observadas as regras previstas pelo Código Deontológico dos Técnicos
emitido pela respectiva Entidade Regional Inspectora de Instalações Responsáveis, que constitui o Anexo I do Estatuto do Técnico Respon-
Eléctricas (ERIIE), à qual o distribuidor remete o projecto que lhe foi sável por Instalações Eléctricas de Serviço Particular publicado pelo
confiado para análise (três exemplares). Depois de aprovado e certifi- Decreto Regulamentar nº 31/83 de 18 de Abril. Se durante a obra
cado, o referido projecto é remetido ao requerente (dois exemplares), se verificar que a instalação já licenciada não corresponde às necessi-
o qual posteriormente faz a sua entrega na câmara municipal para dades reais do cliente, o técnico responsável deve providenciar a elabo-
efeitos de licenciamento da obra que pretende realizar, dando a ração de uma nova ficha electrotécnica, que deverá seguir a tramitação
CERTIEL conhecimento deste facto, quer ao autor do projecto quer à anteriormente descrita de modo a que possa fazer parte integrante do
respectiva câmara municipal. processo de licenciamento municipal (substituindo a anterior), só então
podendo concretizar as alterações pretendidas e pedir a certificação em
Na segunda situação, o distribuidor de energia visa e devolve ao reque- conformidade.
rente a ficha (ou fichas) electrotécnica da instalação, para que este a
apresente na câmara municipal para efeitos de licenciamento da obra Obras não sujeitas
que pretende realizar. a licenciamento municipal
Em ambas as situações, o distribuidor de energia informa a CERTIEL do Nem todo o estabelecimento de uma instalação eléctrica de serviço
resultado da sua apreciação relativamente à possibilidade de alimen- particular está relacionado com a obtenção de qualquer licenciamento
tação da instalação eléctrica com as características constantes na ficha municipal de construção. Nestes casos, junto com o projecto ou com a
electrotécnica, inserida ou não num projecto, isto é, da potência a ficha electrotécnica desta instalação, para além dos procedimentos
alimentar (atribuição de um NIP, número de identificação do prédio a anteriormente descritos junto do distribuidor de energia eléctrica,
construir) e da quantidade de instalações de utilização e potência deverá o proprietário ou o técnico responsável pela execução declarar
total instalada em cada uma delas (local ou locais de consumo com expressamente que a obra não carece de licença municipal. No caso
indicação da respectiva PMA, potência máxima admissível da entrada de ser o técnico responsável pela execução a fazer tal declaração,
da instalação), com que a obra a licenciar vai ser dotada. a mesma deve ser incluída no respectivo pedido de certificado de
exploração da instalação a certificar.
Concluídas as instalações, o técnico responsável pela sua execução
solicita junto dos nossos serviços a emissão dos correspondentes certi- Elaborado de acordo com a legislação aplicável
ficados de exploração devendo, obrigatoriamente, ter em conta que: (Decretos-Lei nº 26852, 446/76, 517/80 e 272/92).
■ 42,05s (era de 39,90s), por cada instalação eléctrica As Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão vêm substituir
que careça de certificado de exploração, nos termos o actual Regulamento de Segurança de Instalações Eléctricas de Utilização de
do Decreto-Lei n.º 272/92 de 3 de Dezembro; Energia Eléctrica e de Instalações Colectivas de Edifícios e Entradas, publicado
■ 131,28s (era de 124,70s), por cada projecto de insta- com o Decreto-Lei N.º 740/74 de 26 de Dezembro, que pela sua idade e com os
lação eléctrica que careça de aprovação, nos termos progressos tecnológicos actuais se mostrava em alguns aspectos desactualizado.
do mesmo diploma;
■ 105,05s (era de 99,76s), nos casos em que, pela Na altura própria a CERTIEL irá promover as acções de formação necessárias
veri-ficação de não-conformidades em instalações para que os técnicos envolvidos em acções de elaboração de projectos e
eléctri-cas da responsabilidade do requerente, se torne execução de instalações eléctricas de baixa tensão possam tomar conhecimento
neces-sário proceder à sua reinspecção. da nova realidade regulamentar de forma simples e compreensível para todos.
Apreciação
sobre a actividade
da CERTIEL
Sugestões temáticas
Registamos aqui algumas sugestões obtidas
através do Inquérito sobre temas passíveis de
serem abordados em próximos Boletins.
Os 13 inquiridos são na generalidade profissionais de Quanto ao sugerirem temas para seminários futuros, muitos
longa data, a maioria com 20 a 30 anos de actividade, fizeram questão de realçar que até ao momento os temas
designadamente técnicos de electricidade, projectistas de têm sido bem escolhidos e actuais, não sentindo neces-
sidade de fazer qualquer sugestão para já. Entre os que
apresentaram sugestões, registamos o aprofundamento do
tema da instalação de piscinas e respectiva responsabili-
dade do técnico responsável, a concorrência desleal entre
fabricantes de material eléctrico cumpridores e não cum-
pridores das normas em vigor, a problemática das insta-
lações industriais e, pela pertinência da actualidade, o
novo regulamento de segurança para as instalações eléctri-
cas de baixa tensão.
Por todos, e independentemente de alguns serem estrean- Embora as acções de formação subordinadas ao tema
tes nestas iniciativas, esta foi classificada de importante e "Instalações Eléctricas em Locais de Habitação –
imprescindível para a actualização dos seus conhecimen- Ambientes Húmidos e Molhados" já tenham dado
tos, para a resolução de dúvidas que ocorrem no dia-a-dia início em Janeiro e alguns prazos de inscrição já
e também para relembrar e recapitular conhecimentos tenham terminado, vimos aqui alertar os interessados
adquiridos. Tudo o que se refere a legislação para o sector, que não tenham feito a sua inscrição e desejem assistir
novas normas e regulamentos por que se rege a actividade a estes seminários que podem, ainda, solicitar para a
foram assinalados como objectivos mais do que suficientes entidade respectiva (MRH – zona norte e AECOPS –
para suspender por um dia o trabalho e os compromissos zona sul) a sua participação, pois, caso haja vaga, a
profissionais. inscrição será aceite.
A certificação de produtos consiste na emissão de certificados e con- A CERTIF, no âmbito da certificação de produtos eléctricos, é respon-
cessão de uso de marcas de conformidade, por parte de um Organismo sável por assegurar as relações internacionais, participando e fazendo-
de Certificação, às empresas que demonstrem que um seu produto está -se representar nas mais diversas reuniões, a nível de Grupos de Acor-
conforme com as normas ou com as especificações técnicas aplicáveis dos europeus para a certificação, de modo a permitir a elaboração de
e que possuam um sistema de garantia da qualidade implementado de programas de certificação que respondam às solicitações apresentadas
acordo com os requisitos exigidos por cada esquema de certificação. pelas diversas entidades nacionais.
Amovível Disjuntor
Fusível Isolamento
Quadro Tomada
Canalização Fase
Interruptor Neutro
Terra Tubo
Opinião da AGEFE
Falar da CERTIEL ao jeito de balanço dos quatro anos da sua existência implica que, antes de tudo o mais,
falemos da situação que se verificava no nosso país quanto à aprovação de projectos e à certificação de insta-
lações eléctricas de 5ª categoria até 1 de Fevereiro de 1999, situação aquela que, recordemo-nos, se caracterizava
em boa verdade por ser muito pouco transparente e não dar garantias da prossecução dos objectivos da
segurança e da qualidade de tais instalações.
Desde logo porque o poder de aprovar projectos ou instalações estava exclusivamente cometido ao distribuidor
de energia eléctrica, que obviamente não é parte neutra nesta matéria e, por outro lado, porque o gigantismo, a
burocracia, heterogeneidade e discricionariedade de critérios da estrutura montada para tal efeito acabavam por
determinar que, entre outras coisas, um mesmo tipo de instalação, com um mesmo projecto, materiais e técnica
idênticos, aprovado numa determinada localidade, não o fosse numa outra a meros 20 km de distância, e os
próprios prazos de decisão poderiam ter diferenças de meses entre ambos. Mais grave ainda, apesar das vistorias,
era frequente a ligação de instalações tecnicamente mal executadas e/ou em que eram utilizados materiais
não conformes com os requisitos mínimos de segurança eléctrica.
Esta realidade, que ainda assim prevaleceu até quase ao final dos anos 90, apesar da forte contestação de que
era objecto por parte de todos aqueles agentes económicos cuja actividade estava mais directamente relacionada
com as instalações eléctricas, quer directamente quer através das suas estruturas associativas, de entre as quais
a AGEFE – Associação Portuguesa dos Grossistas e Importadores de Material Eléctrico, Electrónico, Electrodo-
méstico, Fotográfico e de Relojoaria, veio dar origem no início daquela década à realização de diversas reuniões
entre os representantes das várias partes envolvidas, sobre a égide da Direcção Geral de Energia.
Naquelas reuniões foram analisados os modelos de certificação na altura existentes em vários países europeus,
tendo em vista o estudo da sua eventual adequação à realidade portuguesa e, neste quadro, o modelo francês,
consubstanciado na Consuel, de quem se obteve franca e muito prestimosa colaboração, veio congregar um
alargado consenso.
Não obstante o empenhado envolvimento e forte aposta neste projecto das várias associações empresariais
originariamente envolvidas, de entre as quais a AGEFE, as múltiplas vicissitudes enfrentadas levaram a que só em
23 de Julho de 1996 viesse a ser realizada a escritura pública da CERTIEL.
Apesar dos naturais contratempos que se verificaram na fase de arranque, a que nem sempre foram alheios
alguns interesses instalados que procuraram resistir à mudança, é para a AGEFE motivo de orgulho, enquanto
sócia-fundadora da CERTIEL, constatar o papel de enorme relevo que esta vem desempenhando na melhoria da
qualidade das instalações eléctricas, quer através da sua actuação inspectora quer pela promoção de acções de
formação e da qualificação dos instaladores, acentuando os aspectos do “saber-fazer” e da responsabilidade liga-
dos à segurança e à qualidade dos produtos, como componentes essenciais da instalação.
Se mais não houvesse, bastaria a comparação da qualidade média das novas instalações, dos prazos, bem como
da coerência, transparência e homogeneidade dos critérios de certificação que são hoje aplicados, com a situação
anteriormente existente, para chegarmos à conclusão que a CERTIEL foi uma aposta ganha, na qual se depositam
as melhores esperanças quanto ao seu contributo para o incremento da segurança e da qualidade das insta-
lações eléctricas e, por via indirecta, para a modernização de todos os agentes económicos do sector.
Carlos Sousa
Presidente da AGEFE