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Número: 48554.

000558/2017-00

Ofício n° 0090/2017-SRD/ANEEL

Brasília, 21 de março de 2017.

Ao Senhor
Paulo Henrique Silvestri Lopes
Diretor Adjunto de Assuntos Regulatórios
CPFL Paulista
Campinas – SP

Assunto: Sistema de Compensação de Energia Elétrica – microgeração instalada em unidades


consumidoras localizadas no telhado de unidades já existentes.

Senhor Diretor,

1. Reportamo-nos à Carta nº 025/RR/CPFL PAULISTA/20171, de 09 de fevereiro de 2017,


mediante a qual V.Sa. solicita esclarecimentos sobre a possibilidade instalação de uma microgeração
distribuída em unidade consumidora localizada no telhado de outra unidade previamente existente.

2. A Resolução Normativa – REN nº 482/2012 não proíbe a existência de uma unidade


consumidora com micro ou minigeração distribuída situada sobre o telhado de outra unidade no mesmo
terreno, desde que observadas as normas aplicáveis ao assunto (em particular, a REN nº 414/2010).

3. Nesse caso, cumpre-nos esclarecer que o titular da unidade consumidora localizada sobre
o telhado de uma outra unidade deverá comprovar a propriedade ou posse do imóvel, nos termos da alínea
‘h’ do inciso II do art. 27 da REN nº 414/2010, sendo vedado o aluguel ou o arrendamento do imóvel em
reais por unidade de energia, conforme determina o art. 6º-A da REN nº 482/2012.

4. No caso apresentado por V.Sa., a contrapartida a ser paga pela EBES Sistemas de Energia
S.A. pelo aluguel do imóvel (de propriedade da Daltez Comércio e Logística de Alimentos Ltda.) se daria
pelo recebimento, pela Daltez, de parte dos créditos gerados pelo sistema de titularidade da EBES e não
pelo pagamento em R$/kWh. Assim sendo, o caso não se enquadra na vedação constante no art. 6º-A.

1 Documento SICNet nº 48513.004935/2017-00


48554.000558/2017-00

ASSINADO DIGITALMENTE POR CARLOS ALBERTO CALIXTO MATTAR


CÓDIGO DE VERIFICAÇÃO: 0B382B1E003D4D17 CONSULTE EM http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx
Número: 48554.000558/2017-00

Fl.2 do Ofício nº 0090/2017-SRD/ANEEL, de 21/03/2017.

5. Todavia, para operacionalização do caso de modo que uma unidade consumidora sob
titularidade diferente da EBES recebesse parte dos créditos, o sistema deveria se enquadrar como “geração
compartilhada”. Nesse caso, o titular da unidade consumidora onde se encontra a microgeração (telhado da
unidade existente) deveria ser um consórcio ou uma cooperativa (e não a EBES Sistemas de Energia S.A.)
e a unidade indicada para recebimento dos créditos como forma de pagamento do aluguel deveria pertencer
a esse mesmo consórcio ou cooperativa. Portanto, da forma como proposto (microgeração instalada em
uma unidade consumidora da EBES e parte dos créditos sendo destinada a uma unidade consumidora de
titularidade diferente), o caso não se enquadra nas regras estabelecidas pela REN nº 482/2012.

6. Lembramos que, na constituição do consórcio ou da cooperativa para enquadramento como


geração compartilhada, deve ser observada a legislação específica aplicável a essas duas figuras
jurídicas (incluindo eventuais limites na quantidade de participantes). Mais informações podem ser
encontradas no parecer nº 00433/2016/PFANEEL/PGF/AGU da Procuradoria Federal junto à ANEEL2.

Atenciosamente,

CARLOS ALBERTO CALIXTO MATTAR


Superintendente de Regulação dos Serviços de Distribuição

2Disponível em
http://www.consultaesic.cgu.gov.br/busca/dados/Lists/Pedido/Attachments/503073/RESPOSTA_PEDIDO_Parecer%200433_20
16.pdf

DV

ASSINADO DIGITALMENTE POR CARLOS ALBERTO CALIXTO MATTAR


CÓDIGO DE VERIFICAÇÃO: 0B382B1E003D4D17 CONSULTE EM http://sicnet2.aneel.gov.br/sicnetweb/v.aspx

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