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ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA PARA USO DE

TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS EM EDIFICAÇÕES UNIFAMILIARES


FELIPE PEREIRA CUNHA DE LA VEGA, GUILHERME DOS SANTOS DE OLIVEIRA E TAYANE PEREIRA MACHADO
PROF. DR. HAROLDO LUIZ NOGUEIRA DA SILVA
SUMÁRIO

 Tema
 Problema
 Hipótese
 Objetivos
 Metodologia
 Referencial Teórico
 Análise
 Resultados
 Considerações Finais
 Referências
APRESENTAÇÃO
Tema Hipótese
Análise de viabilidade econômica para uso de A utilização de painéis fotovoltaicos gera energia
tecnologias sustentáveis em edificações limpa e renovável para suprir as necessidades da
unifamiliares. edificação, podendo reduzir a conta de energia
elétrica.
Problema O uso de energia solar para aquecimento de água
Quais tecnologias sustentáveis, como o pode diminuir o consumo de eletricidade ou gás
aquecimento solar e a geração de energia elétrica para este fim, contribuindo para a redução da
por painéis fotovoltaicos, são mais atrativas no emissão de gases de efeito estufa e oferecendo
mercado brasileiro para serem implementadas em mais conforto aos usuários.
habitações unifamiliares, levando em consideração
sua viabilidade econômica?
METODOLOGIA

 O proposta deste trabalho é conduzir uma revisão bibliográfica que aborde os sistemas de
aquecimento solar e a geração de energia elétrica por meio da tecnologia fotovoltaica.
OBJETIVOS
Gerais Específicos
 Realizar a análise de viabilidade econômica,  Comparar o SAS com os métodos tradicionais de
dimensionar os componentes e destacar os aquecimento de água;
benefícios dos sistemas de energia sustentável,
 Analisar os custos de implementação do SAS,
como o aquecimento solar e a energia
incluindo o investimento inicial e os custos
fotovoltaica, destinados a uma edificação
operacionais ao longo do tempo, considerando a
unifamiliar.
vida útil dos equipamentos.
 Dimensionar os principais componentes de um
sistema fotovoltaico;
 Calcular a taxa de retorno do investimento (TRI) e
definir o tempo de retorno do investimento;
REFERENCIAL TEÓRICO
Potencial Solar no Brasil
 Índice de irradiação: Entre 4,1 e 6,5 kWh/m², superior a alguns países pioneiros.

 Subaproveitamento: O Brasil não aproveita totalmente seu potencial, devido a questões fiscais e falta de
conscientização.

Sistema de Aquecimento Solar (SAS)


 Amplamente adotado nas regiões Sul e Sudeste devido à alta incidência solar. (Segundo G1)

 Dados da ANEEL (2010) evidenciam sua utilização no aquecimento de água.

 Mais de 170 mil unidades de reservatórios térmicos e 1,42 milhões de m² de coletores solares térmicos
produzidos em 2020. (ABRASOL, 2020)
REFERENCIAL TEÓRICO
Energia Solar Fotovoltaica

A energia solar fotovoltaica é obtida através da


conversão direta da luz solar em energia elétrica (Efeito
Fotovoltaico), através de células fotovoltaicas.

“Módulo fotovoltaico é uma unidade básica, formada por


um conjunto de células fotovoltaicas, interligadas
eletricamente e encapsuladas, com o objetivo de gerar
energia elétrica.” (PINHO et al., 2014, p. 50)

Fonte: IPAM Cantagalo (2022).


REFERENCIAL TEÓRICO
Tipos de Células Fotovoltaicas
Segundo Pinho et al. (2014), as principais tecnologias aplicadas na produção de células e módulos fotovoltaicos
são classificadas em três gerações:

 A primeira geração é formada por duas cadeias produtivas, a de silício monocristalino (m-Si) e silício policristalino
(p-Si);

 A segunda geração, denominada de filmes finos;

 A terceira geração é composta por tecnologias experimentais e emergentes.


REFERENCIAL TEÓRICO
Tipificação dos Sistemas Fotovoltaicos
“Os Sistemas Fotovoltaicos podem ser classificados em duas principais categorias: isolados e conectados à rede.”
(PINHO et al., 2014, p. 255) e podem ser divididos em algumas modalidades:

 Sistema fotovoltaico isolado não conectado à rede (off grid);

 Sistema fotovoltaico conectado à rede (on grid ou grid tie);

 Sistema fotovoltaico com bateria conectado à rede.


REFERENCIAL TEÓRICO
Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede (on grid)

Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede ▪ Os sistemas fotovoltaicos conectados à rede


(grid tie ou on grid) podem ser considerados como
um acumulador infinito de energia elétrica. (ZILLES et
al., 2012)

▪ Os sistemas isolados grid-tie ou on-grid, são


compostos essencialmente por módulos fotovoltaicos
e inversores fotovoltaicos on-grid.

Fonte: MARCELO (2021).


REFERENCIAL TEÓRICO
Dimensionamento dos Principais Componentes
Para dimensionar os principais componentes de um Sistema fotovoltaico conectado à rede de baixa tensão
residencial e monofásica, é preciso determinar os seguintes itens:

 Consumo médio mensal de energia elétrica;

 Os dados solarimétricos e de georreferenciamento.


REFERENCIAL TEÓRICO
Média do Consumo Mensal de Energia Elétrica do Domicílio, Consumo de Energia Elétrica
em kWh,
São Paulo - Julho de 2018 a Abril de 2019
Mês KWh  Média mensal anual = 180,25 kWh
Janeiro 184,44  Média diária anual = 6,01 kWh
Fevereiro 178,78
Março 181,22
Abril 183,44
Maio 177,33
Junho 177,44
Julho 181,33
Agosto 178,11
Setembro 177,89
Outubro 183,44
Novembro 178,11
Dezembro 181,56
Fonte: Procel / Eletrobras – Adaptada (2019)
REFERENCIAL TEÓRICO
Dados Solarimétricos e de Georreferenciamento

 De acordo com o CRESESB, a


irradiação solar diária média anual no
Estado de São Paulo é de 4,38
kWh/m².

 Os dados de latitude e longitude


adotados no Município de São Paulo
são de aproximadamente, 23,68°S e
46,59°O, pois estão dentro do
retângulo envolvente da cidade.
(DataGeo, 2001)
Fonte: CRESESB (2023).
ANÁLISE
Chuveiro elétrico

Dimensionamento de 2 sistemas - Sistema convencional


com chuveiro elétrico e sistema de aquecimento solar.
Sendo os dados para o chuveiro elétrico, já para o
aquecimento solar leva-se em conta alguns dados para o
dimensionamento.
ANÁLISE
Chuveiro elétrico
Leva-se em conta alguns dados para o dimensionamento.

 Consumo de água quente

 2 banhos por dia x 8 minutos de banho x 5 L/ minuto X 4(número de pessoas) = Consumo de água quente diário
de 320 litros.
 ou 75% do consumo diário da residência = 240 Litros (volume ideal)

 Dessa forma adotar Boiler de 300 litros dos coletores

 Para cada 100 litros de água quente se utiliza um coletor de 1,5m2

 300/100 = 3 coletores de 1,5m2, totalizando 4,5m² de área de coletores

 Investimento inicial: R$6500,00

 Considerando o imóvel estar em São Paulo - SP


RESULTADOS
Payback- Aquecimento Solar
Considerando os seguintes dados:
 4 pessoas
 2 banhos diários
 Chuveiro com potência de 5500 W e média
de 8 minutos por banho.
 Vazão de 5L/ minuto
 Boiler de 300 litros
 Retorno calculado no prazo de 5 anos (com
uma inflação de 5% a.a.)
Fonte: Autoria Própria (2023).
RESULTADOS
Potência Total dos Painéis Fotovoltaicos
Para determinar a potência total dos painéis fotovoltaicos utiliza-se a seguinte equação:

Onde,
E = geração de energia diária necessária para a edificação (KWh/dia) = 6,01 kWh/dia
PT = potência total dos painéis fotovoltaicos (kWp)
T = tempo de exposição diário (horas/dia) = 4,38 horas/dia
R = rendimento das placas fotovoltaicas (%) = 80%

Portanto, a potência total dos painéis fotovoltaicos para suprir a necessidade de uma edificação com consumo médio
mensal de 180,25 kWh é igual a:
RESULTADOS
Quantidade de Painéis
Para fins de cálculo selecionou-se o Painel Solar Fotovoltaico Silício Policristalino da marca Canadian, modelo CSI
CS6P-265P – BR, com dimensões de 1,63 x 0,98 x 0,40m, 265 Wp de potência por ser indicado para sistemas
isolados conectados à rede (on grid).
Onde,
Nº Painéis = a quantidade de painéis para compor o sistema
PT = potência total dos painéis fotovoltaicos = 1,72 kWp = 1720 Wp
PPainel = potência nominal de cada painel fotovoltaico = 265 Wp

Nº Painéis = 1720 Wp / 265 Wp → Nº Painéis = 6,5 painéis fotovoltaicos ≃ 7 painéis fotovoltaicos


Sendo assim, a potência total nominal (PTN) dos painéis fotovoltaicos é igual a:
PTN = 7 Painéis x 265 Wp → PTN = 1,86 kWp

Optou-se por considerar 7 painéis solares na composição do sistema para maximizar a geração de energia elétrica.
RESULTADOS
Capacidade do Inversor
Para determinar a capacidade adequada do inversor, utiliza-se a potência total recalculada dos painéis fotovoltaicos para
as margens de variação adequadas, sendo:

Considerando uma variação de 20% a menos, obtém-se:


I = 1,86 kWp x 0,80 → I = 1,49 kWp
Considerando uma variação de 20% a mais, obtém-se:
I = 1,86 kWp x 1,20 → I = 2,23 kWp
Onde,
I = capacidade do inversor
RESULTADOS
Cálculo do Investimento – Sistema Fotovoltaico

De acordo com Greener (2020), o valor de investimento tem o custo de R$3,88/Wp, já considerando os valores dos
módulos, inversores, instalação e todos os custos envolvidos.

Utilizando os dados obtidos anteriormente, a potência nominal do sistema é igual a 1,86 kWp.

I = 1,86 kWp x R$3,88/Wp → I = R$7.216,80


RESULTADOS
Cálculo do Balanço Econômico - Sistema Fotovoltaico

De acordo com a Enel São Paulo (2023), o custo da tarifa de energia elétrica em novembro de 2023 para uma
instalação residencial (classificação B1) e monofásica é de R$ 0,649 (considerando isenção do ICMS).

B = 180,25 kWh x R$0,649/kWh x 12 meses → B = R$1.403,79


RESULTADOS
Cálculo do TRI – Sistema Fotovoltaico
Para determinar a taxa de retorno do investimento (TRI), adotou-se como base de cálculo a taxa básica de juros SELIC
de novembro de 2023 (1,02%), o cálculo do Investimento e do Balanço Econômico.

Não foram considerados no cálculo os valores de oscilação da tarifa de energia elétrica, o valor do ICMS, a degradação
da potência dos módulos fotovoltaicos durante sua vida útil, a reposição dos equipamentos ao final da garantia e a
possível necessidade de substituição de algum componente do sistema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Viabilidade econômica com aproveitamento de recursos naturais gratuitos.


 Alto índice de irradiação solar anual, variando de 1.500 kWh/m² a 2.350 kWh/m².
 Investimento inicial para sistema de aquecimento solar: R$6.500,00, com payback de aproximadamente 3,5 anos,
gerando economia de R$3.927,53 em 5 anos comparado ao chuveiro elétrico.
 Investimento inicial do sistema fotovoltaico: R$7.216,80, com retorno do investimento em aproximadamente 5 anos
e 3 meses.
 Tecnologias com retornos financeiros que garantem a viabilidade econômica a médio prazo, considerando os
investimentos iniciais.
 Agradecemos à todo o corpo docente da FATEC
Tatuapé por todos esses anos de aprendizado, em
especial ao Prof. Dr. Haroldo Luiz Nogueira Da Silva
pelo direcionamento na elaboração do TG.
 Deixamos aqui nossos agradecimentos à nossa
família que sempre nos apoiou até aqui.
REFERÊNCIAS
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15.569:2008. Sistema de aquecimento de água em
circuito direto. Projeto e instalação. Rio de Janeiro, 2008. Acesso em: 20/10/2023
 AYRÃO,Vinicius. Energia Solar Fotovoltaica no Brasil: Conceitos, Aplicações e Estudos de Caso. Rio de Janeiro: International
Copper Association Brazil, outubro, 2018. Disponível em: < https://abcobre.org.br/livro-energia-solar-fotovoltaica-no-
brasil/>. Acesso em: 09/10/2023.
 GALDINO, Marco. Análise de Custos Históricos de Sistemas Fotovoltaicos no Brasil. São Paulo: IV Congresso Brasileiro
de Energia Solar e V Conferência Latino-Americana da ISES, dezembro, 2012. Disponível em:
<https://anaiscbens.emnuvens.com.br/cbens/article/view/2246>. Acesso em: 17/10/2023.
 MACHADO, Carolina; MIRANDA, Fabio. Energia Solar Fotovoltaica: Uma Breve Revisão. Niterói: Revista Virtual de Química,
outubro, 2014. Disponível em:
<https://rvq.sbq.org.br/detalhe_artigo.asp?id=388&agreq=Energia%20Solar%20Fotovoltaica:%20Uma%20Breve%20Revis%C3%A3o&
agrep=jbcs,qn,qnesc,qnint,rvq>. Acesso em: 17/10/2023.
 MARCELO, Ana. Análise de Viabilidade Técnica da Implantação de Um Sistema Solar Fotovoltaico na Secretaria de
Meio Ambiente e Controle Urbano de Maracanaú. Fortaleza, 2021. Disponível em:
<https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/62792/3/2021_tcc_ampmarcelo.pdf>. Acesso em: 15/11/2023.
REFERÊNCIAS

 MUND, Lucas et al. Análise da viabilidade técnica e econômica de coletores solares para aquecimento de água em
residências. ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DE COLETORES SOLARES PARA AQUECIMENTO DE
ÁGUA EM RESIDÊNCIAS, [S. l.], p. 38-44, 1 set. 2014.
 PROCEL; ELETROBRAS. Pesquisa de Posse e Hábitos de Uso de Equipamentos Elétricos na Classe Residencial. São
Paulo, 2019. Disponível em: < https://q.eletrobras.com/pt/AreasdeAtuacao/ESTADOS_SAO_PAULO.pdf>. Acesso em: 10/11/2023.
 RELLA, Ricardo. Energia Solar Fotovoltaica no Brasil. Revista de Iniciação Científica. Criciúma, volume 15, número 1, p.
(28 - 38), novembro, 2017.Disponível em: <https://www.periodicos.unesc.net/ojs/index.php/iniciacaocientifica/article/view/2937>.
Acesso em: 05/11/2023.
 ROSA,Antonio; GASPARIN, Fabiano. Panorama de Energia Solar Fotovoltaica no Brasil. Revista Brasileira de Energia Solar, Rio
Grande do Sul, volume VII, número 2, p. (140 - 147), dezembro, 2016. Disponível
em: <https://rbens.org.br/rbens/article/view/157>. Acesso em: 05/11/2023.
 SOUZA, Luiz et al. Sistema Alternativo de Aquecimento Solar. Aquecedor solar: o que é, como funciona e benefícios, [S. l.], p.
3-4, 10 ago. 2018. Disponível em: <https://www.ipen.br/biblioteca/cd/conem/2000/DC8528.pdf>. Acesso em: 20/10/23.
REFERÊNCIAS

 PINHO, João; GALDINO, Marco et al. Manual de Engenharia Para Sistemas Fotovoltaicos. Rio de Janeiro: CEPEL –
CRESESB, março, 2014. Acesso em: 09/10/2023.
 Potencial de energia solar paulista. Potencial de Energia Solar Paulista. São Paulo, março, 2023. Acesso em: 10/09/2023.
 ZILLES, Roberto et al. Sistemas Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica. São Paulo: Oficina de Textos, 2012.
Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-
BR&lr=&id=fbgWDAAAQBAJ&oi=fnd&pg=IA5&dq=sistemas+fotovoltaicos+conectados+%C3%A0+rede+el%C3%A9trica&ots=
Aji03zMQZl&sig=SMO5fbsAqA20p1AByXX3qbW7Eu0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 26/10/2023.

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