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Universidade Federal Rural de Pernambuco

Unidade Acadêmica do Cabo de Santo


Agostinho

Atividade Semanal 1

Disciplina: Produção de Energia Elétrica

Professor: Marcel A. Araújo

Aluno: João Pedro de Sá Florentino

Cabo de Santo Agostinho – PE

Fevereiro – 2022
1. Definição geral de geração fotovoltaica - tipos, vantagens e desvantagens
A geração fotovoltaica é um sistema de geração que produz energia
elétrica através da conversão da radiação solar por células fotovoltaicas.
Considerado um sistema de geração de energia limpa, a quantidade de energia
elétrica produzida é proporcional à incidência de radiação solar sobre os painéis
fotovoltaicos. Os sistemas de geração fotovoltaica podem ser on grid (conectados
à rede), off grid (isolados) ou híbridos.
Nos sistemas on grid, a rede elétrica de distribuição abastece a unidade
consumidora em momentos em que não há sol. Durante a geração fotovoltaica, o
excedente de energia produzido é injetado na rede e segundo a Resolução
Normativa n.º 482 da Aneel, a energia ativa injetada na rede pela unidade
consumidora será convertida em créditos na quantidade de energia ativa a ser
consumida por um prazo de 60 meses. As vantagens do sistema on grid são: menor
custo do tipo de instalação em comparação aos outros tipos de sistemas
fotovoltaicos; proteção do consumidor contra inflação energética; pouca
necessidade de manutenção do sistema durante sua vida útil (PORTAL SOLAR).
Porém, a maior desvantagem do sistema on grid é a dependência da rede de
distribuição, que caso seja desenergizada o inversor é desligado para cessar
injeção de energia na rede (PORTAL SOLAR).
Os sistemas off grid utilizam baterias para armazenar o excedente de
energia produzida, que será consumida em períodos de baixa irradiação solar. As
vantagens destes sistemas são a independência da rede elétrica e a possibilidade
de instalação em locais remotos (PORTAL SOLAR). Como desvantagens esse
sistema traz um maior custo de instalação em relação ao sistema on-grid e é
dependente de condições climáticas (PORTAL SOLAR).
Os sistemas híbridos são uma mistura dos sistemas on grid e off grid, sendo
ligados à rede elétrica, mas também possuindo baterias para armazenamento do
excedente de energia. A vantagem deste sistema é que ele apresenta um grau de
liberdade tanto da rede elétrica como de condições climáticas (PORTAL
SOLAR). Suas desvantagens são o custo de investimento e o espaço requerido
para instalação (PORTAL SOLAR).

2. Definição geral de geração heliotérmica - tipos, vantagens e desvantagens


A geração heliotérmica é um sistema de geração cuja fonte de energia é
proveniente do sol. Diz-se que esse tipo de energia é obtido de forma indireta pois
o calor da luz do sol é armazenado e posteriormente convertido em energia elétrica
(PORTAL SOLAR). Os principais tipos de mecanismos de concentração da luz
solar são: calha parabólica, Fresnel, torre solar e disco parabólico (PORTAL
SOLAR).
Nestes sistemas de geração, há vantagem de armazenar energia na forma
de calor. Segundo (BRANCALIÃO, 2015) o conceito de armazenamento térmico
se trada de durante o período de geração, o excesso de calor ser desviado para um
material de armazenamento e usado em um período de alta demanda ou baixa
radiação. Porém, este tipo de sistema também traz a desvantagem de necessitar
uma grande extensão de área para sua implementação.
3. Principais componentes/equipamentos/estruturas e suas finalidades
Os sistemas fotovoltaicos on grid são compostos basicamente por: painéis
fotovoltaicos, que convertem a radiação solar em energia elétrica; inversor, que
converte a potência CC gerada em potência CA; medidor bidirecional, que liga o
sistema elétrico da unidade consumidora à rede elétrica de distribuição e permite
que a unidade consumidora receba e injete energia na rede elétrica; dispositivos
de proteção, tais como disjuntores e dispositivos de proteção contra surtos. Já os
sistemas off grid são compostos por: painéis fotovoltaicos; controlador de carga,
que regula a carga da bateria e a protege de sobrecargas e descargas excessivas;
banco de baterias, que armazena o excedente de energia produzida e abastece o
sistema em momentos de baixa irradiação (VILLALVA, 2015).
As plantas heliotérmicas são compostas por: sistema de captação de calor;
sistema de armazenamento térmico, na qual o calor captado aquece um fluído para
armazenar o calor; sistema eletromecânico, na qual um gerador é acionado pelo
fluido térmico, produzindo energia elétrica BRANCALIÃO, 2015).

4. Tecnologias/tipos de painéis – características e aplicações


Atualmente, as tecnologias de células fotovoltaicas mais comuns são as de
silício monocristalino, silício policristalino e filme fino de silício. As células
monocristalinas possuem um aspecto uniforme, apresentam a maior eficiência
entre as células produzidas em larga escala (entre 15 e 18%) e possuem o maior
custo de produção entre elas (VILLALVA, 2015). As policristalinas apresentam
manchas em sua coloração, possuem eficiência entre 13 e 15% e apresentam um
custo de produção menor que as monocristalinas (VILLALVA, 2015). Os filmes
finos são uma tecnologia mais recente na qual não há distinção entre módulo e
célula, possuem baixa eficiência e necessitam de maior área de módulos para
produzir a mesma energia que tecnologias cristalinas e apresentam baixo custo de
produção (VILLALVA, 2015).
Na geração heliotérmica, as tecnologias mais utilizadas atualmente são:
calha parabólica, Fresnel, torre solar e disco parabólico (PORTAL SOLAR).

5. Princípios de cálculo da potência de empreendimentos de geração


fotovoltaica
No dimensionamento de um sistema de geração fotovoltaica, leva-se em
consideração fatores como irradiação solar do local, área utilizada, orientação dos
painéis fotovoltaicos, carga/consumo médio da unidade consumidora, etc. Tais
fatores são considerados afim de se evitar um dimensionamento errôneo do
projeto. Para o cálculo de potência, de maneira geral, considera-se o consumo
médio da unidade consumidora ou é realizado um levantamento de carga, além de
se verificar a radiação local e o desempenho do sistema de geração. Pode-se obter
a potência de pico do sistema de geração através do consumo utilizando a seguinte
equação:
𝐸 ⁄𝑇𝐷
𝑃𝐹𝑉 (𝑊𝑃 ) =
𝐻𝑆𝑃𝑀𝐴
Onde: 𝑃𝐹𝑉 (𝑊𝑃 ) - potência de pico do painel fotovoltaico; 𝐸(𝑊ℎ⁄𝑑𝑖𝑎) - consumo
diário médio anual; 𝐻𝑆𝑃𝑀𝐴 – média diária anual de HSP incidente no plano do
painel fotovoltaico; 𝑇𝐷 – taxa de desempenho (PINHO e GALDINO, 2014).

6. Princípios para análise de viabilidade técnica, econômica e ambiental


Para uma análise de viabilidade técnica, considera-se os aspectos do
dimensionamento do projeto, tais como irradiação solar do local, área utilizada,
orientação dos painéis fotovoltaicos, carga/consumo médio da unidade
consumidora, etc. Além disso, o projeto deve estar de acordo com as normas
submetidas pela distribuidora local.
Para uma análise de viabilidade econômica é necessário avaliar qual o
retorno financeiro que o projeto terá. Para (LAPPONI, 2007), deve ser utilizado
em uma análise de investimento os seguintes métodos de avaliação: Payback
Simples e Descontado; Métodos do Valor Presente Líquido e da Taxa Interna de
Retorno. Com tais métodos, obtêm-se o risco entre o retorno esperado e o efetivo.
Para uma análise de viabilidade ambiental, avalia-se os impactos que o
empreendimento terá no ambiente e na sociedade no local onde ele será realizado.
Segundo (BARBOSA, 2017) alguns pontos a serem avaliados são: impactos em
relação à fauna; impactos em relação ao meio físico; impactos no meio
socioeconômico; impacto visual; geração de resíduos no canteiro de obras.

7. Documentação para licenciamento ambiental


Segundo (CANAL SOLAR, 2019), “a Resolução CONAMA Nº 001/1986
estabelece que as atividades que causam significativa alteração no meio ambiente
demandam prévia elaboração de EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e
respectivo Relatório)”. Tal estudo faz uma análise técnica de diversos aspectos de
potenciais impactos ambientais, sociais e econômicos. Para atividades de menor
impacto podem ser realizados estudos mais simples, como o RAS (Relatório
Ambiental Simplificado) (CANAL SOLAR, 2019).
O procedimento do licenciamento ambiental normalmente possui três
fases:
• Licença Prévia (LP): aprova a localização e concepção do projeto,
atestando a sua viabilidade;
• Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação da atividade ou
empreendimento;
• Licença de Operação (LO): autoriza o início da operação da
atividade ou empreendimento.

8. Documentação para licenciamento e conexão ao sistema elétrico


Para a elaboração de um projeto de Geração Distribuída e obtenção do
parecer de acesso, deve-se entregar um conjunto de documentos solicitados pela
ANEEL, tais como: Formulário de solicitação de acesso contendo os dados da
unidade consumidora e o tipo de geração distribuída projetada; Memorial Técnico
descritivo do projeto; Diagrama Unifilar do projeto; Termo de responsabilidade
técnica (ART), Inmetro do inversor utilizado; Lista de rateio apresentando o
percentual de créditos utilizados em cada unidade consumidora.
No caso de aprovação do projeto, será emitido um parecer de acesso, sendo
realizado uma vistoria para verificar se a instalação foi realizada como descrito no
projeto aprovado. Com a instalação em conformidade com o projeto, o medidor
unidirecional é substituído pelo medidor bidirecional.

9. Potencial fotovoltaico brasileiro e mundial


Segundo (PORTAL SOLAR) o Brasil possui uma matriz energética
predominantemente renovável, possuindo também um grande nível de insolação
e reservas de quartzo com qualidade para a distribuição de energia solar. Ainda
por (PORTAL SOLAR), “o país conta com níveis de irradiação solar superiores
aos de países onde projetos de aproveitamento de energia solar são explorados em
larga escala, como Alemanha, França e Espanha”. A termos comparativos,
observa-se que em 2019 a geração fotovoltaica em alguns países com potencial
fotovoltaico menor que o Brasil representava os seguintes percentuais em suas
matrizes elétricas: Itália (9,2%), Japão (7,8%), Chile (5,5%), Bélgica (5%), Suíça
(4,3%), Holanda (3,9%), Espanha (3,6%) e Dinamarca (3,2%). Enquanto isso, a
geração fotovoltaica do Brasil representava 1,5% da geração elétrica total
(PORTAL SOLAR).
REFERÊNCIAS:
A Energia Solar no Mundo. Portal Solar. Disponível em:
https://www.portalsolar.com.br/energia-solar-no-mundo . Acesso em 23 fev. 2022.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. RESOLUÇÃO
NORMATIVA Nº 482, DE 17 DE ABRIL DE 2012. ANEEL, 17 de abr. de 2012.
Disponível em: https://www2.aneel.gov.br/cedoc/atren2012482.pdf . Acesso em: 23
fev. 2022.
BARBOSA FILHO, Antônio Nunes. Segurança do Trabalho e Gestão Ambiental.
4. Ed. São Paulo, 2017.
BRANCALIÃO, Nathan. SISTEMAS HELIOTÉRMICOS: RECURSO SOLAR,
TECNOLOGIA E INFRAESTRUTURA. Dissertação (Graduação em Engenharia
Mecânica). 67p. Brasília. Universidade de Brasília, 2015. Disponível em:
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/13562/1/2015_NathanF.S.Brancaliao.pdf.
Acesso em 23 fev. 2022.
CANAL SOLAR. Licenciamento ambiental de usinas solares fotovoltaicas. Canal
Solar, 1 mar. 2019. Disponível em: https://canalsolar.com.br/licenciamento-
ambiental-de-usinas-solares-fotovoltaicas/ . Acesso em: 23 fev. 22.
Energia Fotovoltaica. Portal Solar. Disponível em:
https://www.portalsolar.com.br/energia-fotovoltaica.html . Acesso em: 23 fev. 2022.
Energia heliotérmica (termossolar). Portal Solar. Disponível em:
https://www.portalsolar.com.br/energia-heliotermica-entenda-como-funciona .
Acesso em: 23 fev. 2022.
LAPPONI, Juan Carlos. Projetos de investimento na empresa. Rio de Janeiro:
Campus, 2007.
PINHO, João; GALDINO, Marco. Manual de Engenharia para Sistemas
Fotovoltaicos. Rio de Janeiro, 2014. Disponível em:
http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV_20
14.pdf .Acesso em 20 fev. 2022.
Tipos de Sistemas Fotovoltaicos. Portal Solar. Disponível em:
https://www.portalsolar.com.br/tipos-de-sistemas-fotovoltaicos . Acesso em: 23 fev.
2022.
VILLALVA, Marcelo Gradella. Energia Solar Fotovoltaica: Conceitos e
aplicações de Sistemas Isolados e Conectados à Rede. 2a edição. São Paulo: Érica,
2015.

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