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Conversor CC-CC Buck: Características de carga e alimentação de carga

RLE
João Pedro de Sá Florentino

Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica do Cabo de Santo Agostinho-UACSA, Disciplina de Eletrônica de Potência, Prof. Italo Silva

CARACTERÍSTICA DE CARGA DO CONVERSOR BUCK CONVERSOR BUCK ALIMENTANDO CARGA RLE

Introdução Introdução

A curva característica de carga de um conversor CC-CC expressa a relação Figura 1: Circuito de um conversor CC-CC buck com filtro LC. Por ter como característica o fornecimento de uma tensão CC, o conversor Figura 4: Circuito de um conversor CC-CC buck alimentando carga RLE.
entre o ganho estático do conversor e a carga que alimenta, levando em buck também encontra aplicações na alimentação de cargas do tipo RLE,
consideração os modos de condução contínua e descontínua, e tornando como acionamento de motores CC e carregamento de baterias.
evidente a operação crítica, que ocorre no limite da descontinuidade. A Figura 4 é apresentada uma topologia básica de um conversor buck
Na Figura 1 é apresentada uma topologia básica de um conversor buck alimentando uma carga RLE. Diferentemente da topologia com filtro LC na
alimentando uma carga resistiva com filtro LC na saída. Neste trabalho será saída, a tensão de saída do conversor buck alimentando carga RLE possui
considerado que as tensões de entrada e saída possuem valores uma forma de onda não-retificada.
constantes iguais aos seus valores médios.

Fonte: [1] Fonte: [2]

Obtenção da curva característica de carga do conversor Buck Modo de Condução Contínua - MCC Modo de Condução Desontínua - MCD Modo de Condução Crítica - MCCr

Para se obter a curva característica de carga do conversor Buck, deve-se Figura 2: Curvas de operação do conversor CC-CC buck com Em MCC, o conversor possui duas etapas de Em MCD, além das duas etapas de operação Este modo de condução é uma região de limiar
realizar uma análise do modo de condução descontínua (MCD). As curvas filtro LC em MCD, considerando T=200 μs, D=40%, Vi=30V, operação, que consistem em quando a chave de analisadas na operação em MCC, o conversor crítico de condução localizada entre as regiões de
L=15μH, C=47μF e R=3,6Ω. potência está aberta ou fechada. possui uma terceira etapa (etapa 3), na qual operação em MCC e MCD. Nele, a corrente il
de operação do conversor são apresentadas na Figura 2 Observa-se na
curva da tensão no indutor (𝑣𝑙 ) que, durante um período 𝑇, a variação do indutor se descarrega antes do período de anula-se exatamente ao fim do período T. Tal
fluxo magnético no indutor é constante, de modo que 1ª Etapa (0<t≤DT): Consiste na etapa de chaveamento terminar. como em MCD, o valor de Im é nulo, porém, td = toff,
carregamento do indutor durante o tempo ton=DT, o que torna Dcd unitário e, consequentemente,
onde ton é o período em que a chave conduz, T é o 1ª Etapa (0<t≤DT): Assemelha-se a 1ª etapa de V0=DVi. No modo crítico, pode-se aplicar as
período total do chaveamento e D é o ciclo de operação em MCC, diferenciando-se no fato que equações para operação em MCC, tendo em conta
onde ton=DT é o período de condução da primeira etapa de operação no
trabalho. Nesta etapa a tensão sobre os terminais Im=0, ou seja, i indutor é carregado a partir de uma que Im=0.
intervalo 0<t<DT, e td=Ti-DT é o período de condução descontínua da
da chave (vs) é idealmente nula e a corrente no condição inicial nula. Considerando Vi e a frequência de chaveamento (f)
segunda etapa de operação durante o intervalo DT<T<Ti, em que D é o ciclo
indutor (il) aumenta exponencialmente partindo de constantes, e utilizando uma aproximação por
de trabalho de condução.
um valor mínimo (Im) até um valor máximo (IM), 2ª Etapa (DT<t≤Ti): Também semelhante a série de Taylor, podemos determinar um valor
No conversor buck, a corrente média na carga (I0) é igual a corrente média com um comportamento descrito por: operação em MCC, consistindo na etapa de crítico de indutância Lcr que possibilita a operação
no indutor (Il), sendo descrita por descarregamento do indutor, porém ocorre em em MCCr.
um intervalo de tempo td=Ti-DT, de modo que
td<toff.
em que τ = L/R é a constante de tempo de carga.
Nota-se também que a corrente na chave (is) é a 3ª Etapa (Ti<t≤T): Consiste na etapa em que o
própria corrente no indutor e a tensão nos indutor está completamente descarregado. Desta
trminais do diodo (vd) é negativa, estando o diodo forma, nesta etapa não há circulação de corrente
onde 𝛾=(2L/TVi) I0 denota uma corrente relativa em função do valor médio em bloqueio. nos elementos do circuito. Nesta etapa a tensão
da corrente de saída. Para se obter a curva que descreve o limite entre as de saída v0 é iagual a EC, o que significa o valor
regiões entre MCD e MCC, representa-se 𝛾 em função apenas de V0/Vi. 2ª Etapa (DT<t≤T): Consiste na etapa de médio da tensão de saída V0 em MCD não
Assim, pode-se escrever 𝛾 como descarregamento do indutor toff=(1-D)T, sendo toff depende somente do valor médio da tensão de
o período em que a chave está aberta. Nesta etapa entrada Vi e do cilo de trabalho D. O valor médio
o indutor inicia o descarregamento, polarizando da tensão de saída pode ser determinada por:
diretamente o diodo de modo que a tensão vd é
descrevendo a relação entre o ganho estático no limite da descontinuidade nula. A corrente no indutor reduz
e a carga. Diante do exposto, obtemos as seguintes relações para o ganho exponencialmente do valor inicial IM até Im, tendo o
estático: comportamento descrito por:
onde Dcd é o ciclo de trabalho de condução de
Fonte: [1] corrente il na etapa 2, dado por
Em MCD: Em MCC:
em que t’=t-DT.

Curva característica de carga do conversor Buck Curvas de operação do conversor Buck alimentando carga RLE

Esta seção apresenta a curva característica de carga de um conversor CC-CC Buck, que pode ser obtida a partir do exposto na seção Esta seção apresenta as curvas de operação de um conversor CC-CC Buck alimentando uma carga RLE nos modos de Condução
anterior. Contínua - MCC, Condução Descontínua -MCD e Condução Crítica - MCCr.

Figura 3: (a) curva característica de carga do conversor buck no limite da descontinuidade; (b) curva Figura 5: Curvas de operação do conversor CC-CC Figura 6: Curvas de operação do conversor CC-CC Figura 7: Curvas de operação do conversor CC-CC
característica de carga do conversor buck para diferentes valores de razão cíclica. buck com carga RLE em MCC, considerando T=100 buck com carga RLE em MCD, considerando T=100 buck com carga RLE em MCCr, considerando T=100
μs, D=50%, Vi=100V, R=1Ω, L=40μH e Ec=10V. μs, D=50%, Vi=100V, R=1Ω, L=40μH e Ec=40V. μs, D=50%, Vi=100V, R=1Ω, L=125μH e Ec=40V.

(a) (b)

Fonte: [1]
Fonte: [2] Fonte: [2] Fonte: [2]

Conclusão Referências

Neste trabalho foram estudadas duas topologias do conversor CC-CC Buck: conversor CC-CC Buck com filtro LC na saída e [1] SILVA, Italo. Notas de aula – Característica de carga do conversor buck. Edição do autor.
carga resistiva e o conversor CC-CC Buck alimentando carga RLE. [2] SILVA, Italo. Notas de aula – Conversor buck alimentando carga RLE. Edição do autor
Para a primeira topologia foi estudado a característica de carga do conversor, sendo obtida a curva que limita os modos
de condução contínua e descontínua, além de observar a característica de carga para diferentes valores do ciclo de
trabalho de condução.
Para a segunda topologia foram observados três modos de condução: Modo de Condução Contínua - MCC, Modo de
Condução Descontínua - MCD e Modo de Condução Crítica - MCCr, sendo obtidas as curvas de operação para cada modo
de condução.

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