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Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

Centro de Ciências e Tecnologia – CCT

Unidade Acadêmica de Engenharia Química – UAEQ

Laboratório de Engenharia Química I - LEQ I

Relatório 1
DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE DINÂMICA E CINEMÁTICA DE
FLUIDOS

Aluno:
Professor: Eudésio De Oliveira Vilar
Turma: 01

Campina Grande
2022
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 4

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 4

4. METODOLOGIA.................................................................................................. 11

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................ 13

6. CONCLUSÕES ................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 19
3

1. INTRODUÇÃO

A matéria apresenta-se no estado sólido ou no estado fluido, este abrangendo


os estados líquido e gasoso. O espaçamento e a atividade intermoleculares são
maiores nos gases, menor nos líquidos e muito reduzido nos sólidos.
Um fluido é um conjunto de moléculas que estão aleatoriamente arranjadas e
mantidas juntas por forças coesivas fracas entre moléculas e por forças exercidas
pelas paredes de um recipiente(...) (HALLIDAY; RESNICK,1994). Todos os fluidos
possuem um certo grau de compressibilidade e oferecem pequenas resistências à
mudança de forma.
Quando em equilíbrio, os fluidos não suportam forças tangenciais, ou seja,
forças cisalhantes, por isso que muitas vezes definimos também que um fluido é uma
substância que se deforma continuamente sob a ação de uma tensão cisalhante
podendo assim ser classificados quanto a taxa de deformação e a tensão de
cisalhamento e são chamados de Newtonianos e não Newtonianos.
Viscosidade é a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido
ao escoamento, em líquidos a viscosidade é diretamente proporcional à força de
atração entre as moléculas e a viscosidade diminui com o aumento da temperatura. A
viscosidade dinâmica (μ) é dada em termos de força requerida para mover uma
unidade de área a uma unidade de distância. A viscosidade cinemática (ν) é a relação
entre a viscosidade dinâmica (μ) pela densidade (ρ).
O presente trabalho abrange a compreensão dos dois diferentes conceitos de
viscosidade, o dinâmico e o cinemático, a aplicação desses termos, associada ao
estudo dos fluidos como um todo, é de extrema importância dentro da Engenharia
Química. Além disso, a mecânica dos fluidos é aplicada no dimensionamento de
bombas, no cálculo de perda de carga, no regime de escoamento, na vazão de
alimentação, na previsão do comportamento dos fluidos entre outros, confirmando
assim a relevância desse estudo.
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2. OBJETIVOS

2.1 Gerais
Determinação da viscosidade dinâmica e cinemática de diferentes fluidos
mediante a aplicação da Lei de Stokes e da Equação de Hagen-Poiseuille.

2.2 Específicos
Determinação da viscosidade dinâmica do óleo de soja comercial e do
detergente através da aplicação da Lei de Stokes para corpos esféricos bem como
suas densidades experimentais utilizando um picnômetro.
Determinação da viscosidade cinemática da água destilada, do álcool
isopropílico (P.A), do álcool etílico 99,5% (P.A) e do álcool 70 (comercial), por meio de
um procedimento instrumental, fazendo o uso do Viscosímetro Capilar Schott.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Fluidos
Um fluido é um conjunto de moléculas que estão aleatoriamente arranjadas e
mantidas juntas por forças coesivas fracas entre moléculas e por forças exercidas
pelas paredes de um recipiente. Um fluido, ao contrário de um corpo sólido, não possui
forma definida, sendo determinada pelo recipiente que o contém, já que estes não
podem resistir a uma força paralela a sua superfície (H. R. Walker et.al).
Os fluidos podem ser dinâmicos ou estáticos, ou seja, podem estar parados
ou em movimento, quando um fluido está em movimento, seu fluxo é um dentre dois
tipos principais. O fluxo é chamado regular, ou laminar, se cada partícula do fluido
segue uma trajetória plana de modo que as trajetórias de diferentes partículas nunca
se cruzam uma com a outra. Portanto, em fluxo constante, a velocidade do fluido em
qualquer ponto permanece constante no tempo. O termo viscosidade é comumente
utilizado na descrição de fluxo de fluido para caracterizar o grau de atrito interno. Para
Serway e Jewett (2014, pág.107):
Esse atrito interno, ou força viscosa, está associado com a resistência que
duas camadas adjacentes de fluido têm em se mover uma em relação à outra.
Porque a viscosidade representa uma força não conservativa, parte da energia
cinética de um fluido é convertida em energia interna, quando as camadas de
fluido deslizam uma após a outra. Essa conversão é semelhante ao
5

mecanismo no qual um objeto deslizando em uma superfície horizontal áspera


sofre uma transformação de energia cinética para energia interna.
Quando em equilíbrio, os fluidos não suportam forças tangenciais ou
cisalhantes. Todos os fluidos possuem um certo grau de compressibilidade e
oferecem pequena resistência à mudança de forma. Os fluidos podem ser
classificados quanto a taxa de deformação e a tensão de cisalhamento e são
chamados de Newtonianos quando a tensão de cisalhamento é diretamente
proporcional à taxa de deformação, ou seja, a viscosidade é a mesma independente
da taxa de força aplicada e do tempo e não newtonianos quando a tensão não é
diretamente proporcional à taxa de deformação.

3.2 Tensão de cisalhamento e viscosidade


Considere um fluido contido entre duas placas planas paralelas, de área A,
separadas por uma distância y. Uma força F é aplicada na parte superior,
movimentando a placa a uma velocidade u constante em relação à placa inferior, que
é mantida fixa, conforme mostra a Figura 01.
A força F dá origem a uma força de mesma intensidade, porém em sentido
contrário, a força de cisalhamento, que existe somente devido às forças de coesão do
fluido com as paredes da placa e entre as camadas de fluido, em caso de regime
𝑑𝑣
laminar. A força de cisalhamento dá origem a um gradiente de velocidade 𝑑𝑦
entre as

placas. Supondo que não haja deslizamento do fluido nas paredes das placas, a
velocidade do fluido será igual a zero na placa inferior e terá seu valor máximo na
placa superior.
O vetor força dividida pela área é o vetor de tensão, a componente normal da
força dividida pela área é a tensão normal e a força tangencial dividida pela área é a
tensão de cisalhamento. A tensão de cisalhamento, por sua vez, é proporcional ao
gradiente de velocidade, ou seja, a taxa de variação da velocidade em x por y, pois
ela cresce ou decresce no sentido do eixo das ordenadas. Logo, adicionando um fator
de correção para que haja uma igualdade entre a relação, chega-se, a Lei de Newton
da Viscosidade, onde 𝜇 é o coeficiente de viscosidade dinâmico do fluido.
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FIGURA 01 - Força aplicada em uma placa

fonte:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/371659/mod_resource/content/1/REO
LOGIA%20DE%20FLUIDOS%20-%20apostila.pdf. Acesso em: 01/11/2022

Devido ao fato do transporte de momento linear através do fluido, na direção


y, ocorrer no sentido contrário ao gradiente de velocidade de escoamento, adiciona-
se um sinal negativo na equação.

𝑑𝑣 (01)
𝜏 = −𝜇 ∗
𝑑𝑦

A diferença primordial entre sólidos e líquidos, é o que o segundo não


apresenta um limite de elasticidade, ou seja, sob ação de uma tensão cisalhante sofre
uma deformação com ângulo característico θ, desde que não seja excedido o limite
de elasticidade do sólido.
A viscosidade é uma propriedade que sofre influência da temperatura. Sendo
que em fluidos líquidos, quando se aumenta a temperatura a viscosidade diminui, e
em fluidos gasosos, quando se aumenta a temperatura a viscosidade aumenta. Sendo
que essa variação de temperatura pode ser explicada examinando se o mecanismo
de viscosidade.
A unidade no Sistema CGS para a viscosidade dinâmica é o poise (p), cujo
nome homenageia a Jean Louis Marie Poiseuille. porém é mais usado o seu
submúltiplo: o centipoise (cp) devido a água ter uma viscosidade de 1,0020 cp a 20
°C.
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3.2.1 Viscosidade dinâmica


O movimento de fluidos em tubos ou de corpos no interior de fluidos é objeto
da fluido mecânica. De maneira geral, o campo de velocidades gerado pelo movimento
relativo de sólidos e fluidos só é bem-comportado em situações de velocidade relativa
baixa. Nesta situação, afirmamos que o regime do movimento é laminar. Neste regime,
o fluido se comporta como se fosse composto por camadas muito finas que deslizam
umas sobre as outras, com atrito. A forma dessas camadas depende da simetria do
problema tratado. Nessas condições, podemos definir a viscosidade absoluta, ou
dinâmica. Ela é o coeficiente de proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento 𝜏
que é aplicada sobre uma camada do fluido e a velocidade 𝑑𝑉𝑥 que esta adquire em
relação à camada adjacente, dividida pela espessura dy da camada.

3.2.2 Viscosidade cinemática


A palavra cinemática está relacionada a movimento, portanto, a viscosidade
cinemática é resistência oferecida pelo fluido para o seu próprio movimento. Se
ocorrer uma força sobre este, além do valor de sua viscosidade cinemática, ele irá
escoar. O instrumento utilizado para determinar a viscosidade cinemática é o
viscosímetro. O valor se dá pelo tempo que o fluido leva para percorrer uma
determinada distância através de um tubo graduado. A viscosidade cinemática é a
relação entre a viscosidade dinâmica pela densidade.
𝜇 (02)
𝑣=
𝜌

3.2.3 Viscosímetro
Um viscosímetro consiste num instrumento usado para medição da
viscosidade de um fluido, os quais podem ser classificados em dois grupos: primário
e secundário. A escolha do tipo de viscosímetro a ser utilizado depende do propósito
da medida e do tipo de líquido a ser investigado.
No grupo primário estão os instrumentos que realizam medidas diretas da
tensão e da taxa de deformação do fluido, entre eles há o de disco, o de cone-disco e
o de cilindro rotativo, todos eles visando a reprodução do escoamento entre placas
planas paralelas visto acima. Os viscosímetros do grupo secundário inferem a razão
entre a tensão aplicada e a taxa de deformação por meios indiretos, isto é, sem medir
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a tensão e deformação diretamente. Nesta categoria estão o viscosímetro capilar, e o


viscosímetro de Stokes.
● O viscosímetro capilar não é adequado para líquidos não
newtonianos, pois não permite variar a tensão de cisalhamento, mas é bom
para líquidos newtonianos de baixa viscosidade. O fluido é bombeado no
sentido de A para B, deslocando-se pelo capilar até preencher totalmente os
reservatórios R1 e parte do R2. Quando o fluido atinge o ponto de Limite
Máximo de Preenchimento (LM) a sucção é interrompida. Neste instante o
fluido começa a escoar no sentido inverso ao descrito anteriormente. Quando
a superfície livre passa pela fotocélula superior, a contagem do tempo é
acionada até que ela passe pela fotocélula inferior, quando é então cessada.
● O viscosímetro rotacional é o mais indicado para estudar líquidos
não-newtonianos. A viscosidade é medida pela velocidade angular de uma
parte móvel separada de uma parte fixa pelo líquido.

FIGURA 02 - Esquema de um viscosímetro capilar.

Fonte: Special Glass

• Viscosímetro de stokes, possibilita a medição da velocidade de


queda de uma esfera no seio de uma amostra de fluido, cuja viscosidade se
pretende determinar. Este tipo de viscosímetro é baseado na lei de Stokes.
Este método consiste em diversos tubos contendo líquidos padrões de
viscosidades conhecidas, com uma bola de aço em cada um deles. O tempo
que a bola leva para descer o comprimento do tubo depende da viscosidade
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do líquido. Colocando-se a amostra num tubo semelhante, pode determinar-se


aproximadamente a sua viscosidade por comparação com os outros tubos.

3.3 Lei de Stokes


O movimento de um corpo em um meio viscoso é influenciado pela ação de
uma força viscosa, 𝐹𝑣 , proporcional à velocidade,𝑉, é definida pela relação 𝐹𝑣 = 𝑏𝑉,
conhecida como lei de Stokes. A lei de Stokes, como o próprio nome indica, foi
descoberta pelo físico e matemático irlandês George Gabriel Stokes, que nasceu em
Skreen, em 13 de agosto de 1819 falecendo em Cambridge, em 1 de fevereiro de
1903.
A Lei de Stokes relaciona o tamanho de uma esfera e a velocidade de queda
dela. Existem três forças que atuam sobre a esfera: uma força gravitacional
descendente (Fg), uma força de flutuação ascendente (Fb) e uma força de arraste de
sentido para cima (Fd).
FIGURA 03 - Esquema de aplicação de forças

fonte:https://www.engquimicasantossp.com.br/2013/10/lei-de-stokes.html. Acesso em:


01/11/2022
De acordo com a lei de Stokes, a força de atrito, Fb, aumenta de forma
diretamente proporcional ao raio da esfera, à velocidade do líquido e à viscosidade
dinâmica deste.

𝑓𝑏 = 6 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 ∗ 𝜇 ∗ 𝑣𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 (03)

Onde r é o raio da esfera, é a viscosidade dinâmica. Além da força de arraste


agem sobre a esfera a força gravitacional e a força do empuxo:
𝑚
𝑓𝑔 = 𝑚 ∗ 𝑔 → 𝜌 = 𝑑𝑎í 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑓𝑔 = 𝜌𝑠 ∗ 𝑣𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 ∗ 𝑔 →
𝑣
4∗𝜋∗𝑟 3 4∗𝜋∗𝑟 3
𝜌 = 𝜌𝑠 ∗ 3
∗ 𝑔 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝐸 = 𝜌𝑙 ∗ 3
∗𝑔 (03.1)
10

4∗𝜋∗𝑟 3 (04)
𝐸 = 𝜌𝑙 ∗ 3
∗𝑔

A relação entre a força peso, a força de atrito e a força de empuxo é dada por:

𝑓𝑔 = 𝑓𝑏 + 𝐸 (05)

Daí teremos:
4∗𝜋∗𝑟 3 4∗𝜋∗𝑟 3
𝜌𝑠 ∗ ∗ 𝑔 = (𝜌𝑙 ∗ ∗ 𝑔) + 6 ∗ 𝜋 ∗ 𝑟 ∗ 𝜇 ∗ 𝑉𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
3 3

2 2 1 (06)
𝜇= ∗ 𝑟 ∗ 𝑔 ∗ (𝜌𝑠 − 𝜌𝑙 ) ∗
9 𝑣𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙

Correção da velocidade terminal com o efeito de borda:


𝑟 (07)
𝑣𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑣𝑚é𝑑𝑖𝑎 ∗ (1 + 2,4 ∗ )
𝑅

Onde R é o raio do recipiente (proveta) e r o raio da esfera.

3.4 Equação de Hagen-Poiseuille


Diferente da Lei de Stokes, que é utilizada para a determinação da
viscosidade dinâmica, a Equação de Hagen-Poiseuille é o principal fundamento para
a determinação da viscosidade cinemática por meio do viscosímetro capilar. Segue
abaixo a relação que a rege:

𝜋 ∗ 𝜌 ∗ 𝜙 4 ∗ 𝛥𝑝 (08)
𝜇= ∗ 𝛥𝑡
128 ∗ 𝑙 ∗ 𝑚

Onde 𝜇 é a viscosidade dinâmica do fluido, 𝜌 é a densidade do fluido, 𝜙é o


diâmetro capilar, 𝛥𝑝 é a queda de pressão obtida no capilar, 𝑙 é o comprimento do
capilar, e 𝑚 é a taxa mássica de fluido que escoa pelo capilar
a qual é dada pela quantidade de massa por unidade de tempo.
Por sua vez, como a viscosidade cinemática (𝑣) é a razão entre a viscosidade
dinâmica (𝜇) e a massa específica (𝜌) e as demais grandezas que acompanham o 𝛥𝑡
podem ser reunidas em uma única constante (K) fornecida pelo fabricante do capilar,
temos:
𝑣 = 𝑘 ∗ 𝛥𝑡 (09)
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4. METODOLOGIA

Antes de realizar o experimento foi feita uma revisão teórica para ambas as
partes no qual foi dividido, na parte I observamos o efeito da viscosidade dinâmica e
na segunda parte a viscosidade cinemática de um fluído.

4.1 Viscosidade dinâmica

● Materiais utilizados

Os materiais necessários para que o experimento fosse possível estão


listados tabela 01.
TABELA 01- Materiais utilizados para o experimento.

Balança Analítica (AND, Hr-200) Fita Adesiva Régua Graduada

Picnômetro Cronômetro Detergente (Brilux)

Provetas Bolinhas de vidro Óleo comestível (Confiare)

Fonte: Autor, 2022.


● Procedimentos
Verificou-se a temperatura do ambiente e logo após utilizando a Balança
analítica pesou-se 5 esferas de vidro de densidade 2,57 𝑔/𝑐𝑚3 , então com a régua
graduada mediu-se o raio da proveta utilizada e a distância dos pontos superior e
inferior marcados com a fita adesiva (os pontos estavam abaixo do nível do óleo).
Em seguida jogou-se uma esfera de vidro e mediu-se com um cronômetro o
tempo que ela gasta para atravessar o ponto superior até o ponto inferior da proveta,
logo após, repetiu-se a experiência com as outras 4 esferas de vidro.
Repetiu-se o experimento para a proveta preenchida com detergente.
Anotaram-se todos os dados desta parte nas tabelas da próxima seção.
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FIGURA 03- Esquema do experimento Viscosidade dinâmica

Fonte: Notas de Aula. Exp 1: Determinação da viscosidade pela lei de stokes, Renan César.

4.2 Viscosidade cinemática

• Materiais utilizados
Os materiais utilizados nesta parte do experimento estão tabelados abaixo.
TABELA 02- Materiais utilizados no experimento.

Álcool etílico 70% e 99,5%


Água destilada Pipetas de 20 ml
(P.A)

capilares 520013 e 520010 Álcool isopropílico Viscosímetro (Schott, AVS


(Schott-Gerate) (99,8% P.A.) 350) Comentado [Ês1]: Colocar marca

Fonte: Autor, 2022.

● Procedimentos
Inicialmente lavou-se com água destilada o capilar utilizado e logo após com
o auxílio de uma proveta foi-se medido 20 ml de água e colocado cuidadosamente no
capilar o qual foi encaixado no viscosímetro e conectado ao tubo de pressão, em
seguida ligou-se o Viscosímetro a fim de determinar o tempo de escoamento do
líquido. Fez-se o procedimento de escoamento 3 vezes e anotaram-se os valores nas
tabelas expostas na próxima seção. O procedimento foi repetido com o álcool
isopropílico e etílico 70% e 99,5%.
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FIGURA 04- Viscosímetro (viscosidade cinemática).

Fonte: Fornecido pelo Autor, 2022. Comentado [Ês2]: Colocar foto tirada do experimento

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

● Viscosidade cinemática
Temperatura: 24°C
TABELA 03 - Tempo que as esferas demoraram a percorrer a trajetória da
proveta.

Esferas de vidro Detergente Óleo comestível

Tempo (s)

1° 15,69 1,67

2° 15,62 1,74

3° 15,2 1,72

4° 13,67 1,83

5° 16,93 1,56

Média 15,42 1,70

Fonte: Autor, 2022.


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Nos atendo ao fato de que o raio necessário para o cálculo seria difícil de se
medir pois, as esferas eram pequenas demais para medir, foi feita uma pesagem e
logo em seguida relacionando fórmulas matemáticas chegamos à uma expressão que
foi necessária para o cálculo do raio das pequenas esferas.
A pesagem das esferas na balança analítica, não foi devidamente tratada,
porque não atentamos em verificar se ela estava fechada, fazendo com que não
entrasse ar, modificando o valor real da massa das esferas. A medida entre as
distâncias das marcações das fitas adesivas nas provetas e o diâmetro delas foram
observadas e marcadas a olho nu, com uma régua graduada, sendo assim, os valores
encontrados não têm um nível alto de exatidão. Tendo em vista uma série de possíveis
erros, ainda foi possível fazer os cálculos da viscosidade, fazendo com que
utilizássemos os conhecimentos abordados em sala.
TABELA 04 - Dados para cálculo da viscosidade dinâmica
Densidade do óleo (teórica) 0,939 𝑔 ∗ 𝑐𝑚−3

Densidade do detergente 1,04 𝑔 ∗ 𝑐𝑚−3

Massa média das bolinhas de vidro (óleo) 0,055 g

Massa média das bolinhas de vidro (detergente) 0,0544 g

Diâmetro da proveta com óleo 8,0 cm

Diâmetro da proveta com detergente 6,2 cm

Distância entre as faixas da proveta com óleo 24,8 cm

Distância entre as faixas da proveta com detergente 24,6

Densidade das bolinhas de vidro 2,57𝑔 ∗ 𝑐𝑚−3

Fonte: Autor, 2022.


Para o cálculo da viscosidade dinâmica precisamos das densidades dos
fluidos que utilizamos para encontrar suas viscosidades e das velocidades terminais
em que as esferas ultrapassam as barreiras delimitadas na proveta, portanto para
encontrar a viscosidade de cada um seguiremos os seguintes passos.
Para a determinação da densidade do detergente foi-se pego o picnômetro e
adicionado o fluido a ser determinada a densidade tomando o cuidado para não haver
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bolhas. Após isso, levou-se à balança e pesado, a massa de fluido é determinada a


partir da diferença de peso do picnômetro cheio e vazio, determinado o peso basta
apenas dividir pelo volume do picnômetro e teremos a densidade do fluido.
Para calcular as velocidades das esferas, usou-se a razão entre o
comprimento percorrido e o tempo médio medido da queda.
𝐿
𝑉=𝑇 (10)

Onde L é a distância entre as duas faixas e T é o tempo médio em que a


esfera percorre as duas faixas. Fazendo os cálculos obtivemos que a velocidade
média das esferas é de 1,59 𝑐𝑚 ∗ 𝑠 −1 para o óleo e 14,56 𝑐𝑚 ∗ 𝑠 −1 para o detergente,
como já foi dito, a viscosidade representa a resistência que um fluido oferece a sua
deformação. Portanto, como o detergente possui uma viscosidade maior, este fluido
ofereceu uma maior resistência às esferas que passaram por ele e, por isso, a
velocidade delas foi menor do que a velocidade das que percorreram a proveta
contendo óleo. Devido as esferas utilizadas serem pequenas, não há possibilidade de
medir o seu raio diretamente, sendo assim são necessárias manipulações
matemáticas para encontrá-lo. Relacionando a densidade com o volume da esfera
podemos encontrar o raio delas, portanto, encontrada a expressão, aplicamos os
valores obtidos experimentalmente e encontramos que o raio médio das esferas é de
0,172 cm para as utilizadas no óleo e 0,171 cm no detergente.
4 𝑚
𝑉 = ∗ 𝜋 ∗ 𝑟3 (11) 𝜌= (12)
3 𝑉

3 3∗𝑚
𝑟 = √4∗𝜋∗𝜌 (13)

Fazendo a correção da velocidade terminal utilizando a Equação 05 com o


efeito de borda, temos um valor de 16,06 𝑐𝑚 ∗ 𝑠 −1 para o óleo e 1,81 𝑐𝑚 ∗ 𝑠 −1 para o
detergente. Sabendo que a viscosidade dinâmica é dada pela equação 04 teremos os
seguintes valores para as viscosidades.
TABELA 05- Viscosidades

Viscosidade dinâmica do óleo 65,53 CP

Viscosidade dinâmica do detergente 543,85 CP

Fonte: Autor, 2022.


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Para avaliar o experimento, calcularam-se os erros percentuais da


viscosidade dinâmica, tomando-se os valores da literatura como os teóricos. Segundo
BROCK (2008) a viscosidade dinâmica do óleo de cozinha a temperatura de 24°C é
por volta de 50 cp, já para o detergente, segundo a ficha de informação de segurança
de produtos químicos da marca ypê a densidade e viscosidade são 1,03 g/cm³ e 370
cp. Sendo assim fazendo os cálculos de erro, obtivemos que em relação à
determinação da viscosidade do óleo 31,06% , e de 46,99% para o detergente.
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑙𝑖𝑡𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎
𝐸= 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑙𝑖𝑡𝑒𝑟𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎
∗ 100 (15)

Também foi calculada a viscosidade cinemática dos fluidos através da


equação 2, os resultados estão expostos na tabela a seguir.

TABELA 06– viscosidade cinemática do detergente e do óleo de cozinha.


Óleo de cozinha 69,78 cm²/s²
Detergente 523,38 cm²/s²
Fonte: Autor, 2022.
● Viscosidade cinemática

Já vimos anteriormente como se dá o funcionamento de um viscosímetro do


tipo capilar e que o tempo que o processo toma permite a avaliação do valor da
viscosidade. Podemos observar quanto ao segundo experimento, que ao utilizar o
viscosímetro a taxa de erro é menor que, quando determinado manualmente. Para
este experimento utilizamos o viscosímetro da marca Schott AVS 350 fabricado na
Alemanha e os capilares 520013 de constante 𝑘 = 0,03338 𝑚𝑚2 ∗ 𝑠 −1 e 520010 de
constante 𝑘 = 0,001954 𝑚𝑚2 ∗ 𝑠 −1 (utilizado apenas para o álcool etílico 70%).
TABELA 07- Tempo em segundos que o líquido levou para percorrer o
capilar.

Medições Água Álcool etílico 70% Álcool etílico 99,5% Álcool isopropílico

1ª 30,72 s 175,49 s 62,08 s 84,77 s

2ª 30,73 s 175,77 s 62,68 s 84,95 s

3ª 30,72 175,42 s 62,77 s 86 s

Fonte: Autor, 2022.


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Com os dados obtidos podemos assim descobrir a viscosidade cinemática dos


fluidos. Através das médias de tempo calculadas utilizou-se a equação 09 e calculou-
se a viscosidade cinemático, os resultados estão na tabela a seguir.
TABELA 08- Resultados de viscosidade cinemática

Álcool etílico Álcool etílico Álcool isopropílico


Água Unidade
70% 99,5% (P.A)

Viscosidade
1,06E-02 3,43E-03 2,09E-02 2,85E-02 cm²/s
cinemática

Fonte: Autor, 2022.


Através dos dados obtidos no viscosímetro para determinar a viscosidade
cinética podemos comparar os valores teóricos com os práticos e encontrar os erros
percentuais através da equação 15. Tomaram-se valores de pesquisas como sendo
os valores teóricos.
TABELA 09- Valores teóricos e erro percentual do experimento.

Água Álcool etílico 70% Álcool etílico 99,5% Álcool isopropílico

Valor teórico 0,0089 0,00135443 0,0111 0,0205

Erro (%) 16% 61% 47% 28%

Fonte: Autor, 2022.


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6. CONCLUSÕES

Através deste experimento foi possível compreender os conceitos de


viscosidade de um fluido e a forma como este se comporta ao movimentar-se. Fatores
como cronometragem, temperatura ambiente, mal funcionamento ou manuseamento
da balança, podem ter influenciado nas medidas aferidas, ocasionando erros
percentuais consideráveis em relação aos dados da literatura.
A partir da realização do experimento, pode-se observar que os objetivos
foram alcançados, visto que é possível determinar a viscosidade dinâmica de uma
substância a partir da Lei de Stokes com erros menores que 50%. E a viscosidade
cinemática através de um equipamento, para esta etapa do experimento pode-se
observar que quanto menor a quantidade de água na substância maior é sua
viscosidade cinemática, o erro médio para as determinações nesta etapa foi de 38%.
Além de que, foi possível esclarecer o conceito entre viscosidade dinâmica e
cinemática, sendo a viscosidade cinemática a resistência oferecida pelo fluido ao
transporte da quantidade de movimento e a viscosidade dinâmica a resistência à
deformação, ao escoamento.
No geral, o experimento foi muito importante, pois o estudo do comportamento
dos fluidos é de suma importância para o avanço científico e tecnológico nas mais
variadas áreas do conhecimento. As aplicações não se restringem somente aos
estudos de Engenharia Química, como também à Medicina. O conhecimento das
características e propriedades viscosas dos fluidos nos possibilita fazer a escolha
mais adequada para uma determinada aplicação.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
H. R. Walker et al., Fundamentos de física: Gravitação, Ondas e Termodinâmica,
Vol. 2 (2002)

BENNETT, C. O., MYERS, J. E. Fenômenos de Transporte, Quantidade de Calor


e Massa, McGraw-Hill do Brasil LTDA, 1978.

BIRD, R. B., STEWARD, W. E., LIGHTFOOT, E. N. Transport Phenomena, John


Wiley & Sons Inc., 1960.

COELHO. Pedro. viscosidade: dinâmica e cinemática. 2016.Disponível em:


https://www.engquimicasantossp.com.br/2015/04/viscosidade-dinamica-e-
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VIEIRA. Simone. Viscosímetro e óleos lubrificantes. 2010. Disponível em:


http://www.ebah.com.br/content/ABAAAeqUMAG/vicosimetros-oleos-lubrificantes .
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