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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE ENGENHARIA QUÍMICA I

DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE

Acadêmicos: Eduardo Corrêa Leite Costa RA 115239


Mharía Eduarda Jasper Benavides RA 112421
Gabriel Girotto Zanutto RA 112431
Pedro Henrique Siscato RA 117082
Victor Hugo Lopes Benedito RA 118234

Turma: 216/03
Professora: Isabela Dancini Pontes

MARINGÁ, 14 DE SETEMBRO DE 2022.


1. Introdução
A viscosidade é uma propriedade física que caracteriza a resistência de um
fluido ao escoamento, em determinada temperatura. Quanto maior a viscosidade,
menor será a velocidade em que o fluido se movimenta.
E os fluidos são substâncias que exibem a capacidade de fluir ou escoar, por
não poderem resistir a uma força que é paralela à superfície, isso é a tensão de
cisalhamento. Os líquidos e gases são considerados fluidos, porque seus átomos
não estão organizados de forma simétrica e rígida, os fluidos sempre assumem o
formato do recipiente onde estão confinados.
Em geral, a viscosidade pode ser afetada por vários fatores, sendo alguns
deles, a temperatura, o tamanho e a forma das moléculas, e as interações entre
elas. Fluidos com maiores moléculas, sendo elas mais complexas, irão ter uma
viscosidade mais alta, porque as moléculas tendem a se enredar umas com as
outras, o que impede seu movimento.
Nesta prática os métodos que foram utilizados para a determinação da
viscosidade são o viscosímetro de bola e o viscosímetro capilar.

2. Objetivos
O objetivo deste experimento é determinar a viscosidade de dois líquidos, a
água e a sacarose. O primeiro método é o viscosímetro de bola, que se baseia na
queda livre de uma esfera que se move em condição de escoamento laminar, com
velocidade constante, em que possibilita a utilização da Lei de Stokes para
determinar a viscosidade. O segundo método é o viscosímetro capilar e ele se
baseia em um balanço de forças num capilar, onde escoa um fluido de densidade
conhecida.

3. Revisão bibliográfica

De início é necessário definir o que é um fluido, que pode ser escrito como
uma substância que se deforma continuamente sob aplicação de uma tensão de
cisalhamento tangencial, independentemente do quão pequena seja essa tensão.
Estes conceitos podem ser visualizados quando imaginamos uma situação
onde um fluido ocupa o espaço entre duas placas planas infinitas, onde a placa
inferior é móvel e a placa superior é fixa; ao aplicarmos uma força Ft tangencial à
placa inferior, está adquire uma velocidade v e por conta da condição de não
deslizamento, as partículas do fluido em contato imediato com a placa adquirem a
mesma velocidade da placa. Desta forma, o fluido sofre uma deformação constante
quando a quantidade de movimento se transfere de uma camada à outra do fluido,
de tal forma que a velocidade do fluido diminui a cada camada, até atingir a camada
mais superior que apresenta velocidade zero e está em contato direto com a placa
fixa.

Imagem 1: Ilustração da situação de placas paralelas.

A quantidade de movimento neste caso é transmitida por meio do atrito entre


as partículas do fluido, que é conhecido como a viscosidade do fluido (µ). Desta
forma, temos então que a força tangencial (Ft) aplicada a placa inferior se distribui
por uma área, o que define a tensão de cisalhamento.
A viscosidade é responsável pela resistência interna do fluido ao
escoamento, de tal forma que é possível observar o surgimento de um perfil de
velocidade no fluido. Se L é a distância entre as placas, podemos definir o gradiente
de velocidade.

De acordo com BRUNETTI (2008), nos estudos de Newton foi descoberto


que, para muitos fluidos, a tensão de cisalhamento é proporcional à variação de
velocidade, isto é, a variação da velocidade com y. Estes fluidos recebem o nome
de fluidos newtonianos como a água, ar e óleos.

A constante que correlaciona a proporcionalidade entre a tensão de


cisalhamento e a variação da velocidade do fluido é denominada viscosidade
absoluta, ou apenas coeficiente de viscosidade (µ).

Eq. 1

Devido à condição de líquidos serem aproximadamente incompressíveis, a


pressão pouco influencia na densidade e, portanto, pode ser desprezada. Já a
temperatura, tem interferência direta e mais significativa. O estudo das propriedades
de fluidos quanto a deformação ou escoamento sob a aplicação de uma força ou
tensão é denominado de reologia.

O comportamento newtoniano de um fluido é uma propriedade reológica, e


podem ainda existir outras classificações quanto à viscosidade de um fluido. Alguns
fluidos apresentam um comportamento onde a viscosidade aumenta ou diminui
quando uma tensão é aplicada ao fluido (Dilatantes ou Pseudoplásticos,
respectivamente), existem ainda fluidos que dependem de uma tensão inicial para
iniciar o escoamento, e fluidos nos quais a viscosidade varia com o tempo de
aplicação da tensão.

Um dos equipamentos utilizados para determinação empírica de viscosidade


é o viscosímetro de esferas, neste caso entende-se que a massa específica do
fluido, a viscosidade e a velocidade de deslocamento da esfera no fluido são
constantes. Sobre a esfera, existe um somatório de forças no equilíbrio (Imagem 2),
da segunda lei de Newton (Σ𝐹 = 0), provocadas pelo fluido sobre o sólido: a força
peso (W), o empuxo (E), arrasto (D).

Imagem 2: Diagrama de corpo livre para a esfera submersa no líquido.

O empuxo neste caso é igual à massa do volume do fluido deslocado quando


o corpo é submerso, e o arrasto são as tensões de cisalhamento na superfície do
sólido.

Onde ρ(s) é a densidade da esfera, ρ(l) é a densidade do líquido em estudo,


g é a aceleração da gravidade e d é o diâmetro da esfera. Além disso, para o
arrasto se define o escoamento de Stokes, onde o número de Reynolds é muito
pequeno (Re<<1), ou seja, é um escoamento muito lento de forma que o
escoamento é dominado pela viscosidade do fluido e não pelas forças inerciais.
Desta forma, o arrasto que atua sobre uma esfera imersa em um fluido é dado por:

Com isso, podemos definir uma equação para a viscosidade para o


viscosímetro de esferas.

Eq. 2

A Eq. 2 descreve, de fato, a força de atrito que age sobre a esfera, porém
com precisão apenas em casos onde o diâmetro interno do tubo de medição
preenchido com o líquido de teste for substancialmente maior que o diâmetro da
esfera, desconsiderando assim os efeitos da parede do tubo sobre o corpo de
prova. essa proximidade com a parede do tubo aumenta o gradiente de velocidade
no fluido em torno da esfera, aumentando, consequentemente, a força viscosa e
tornando necessário corrigir a expressão da viscosidade (Eq. 2).

Desta forma, podemos selecionar uma substância qualquer cuja viscosidade


seja conhecida para as dadas condições de temperatura e pressão e determinar
uma constante de correção para a esfera utilizada através da Eq. 3.

Eq. 3

Por fim, podemos utilizar a constante de correção da esfera para calcular


corretamente a viscosidade absoluta do fluido utilizado. Para isso, utilizamos uma
variação da Eq. 3.

Eq. 4
Outra maneira de se determinar a viscosidade de um fluido é utilizando um
equipamento chamado de viscosímetro capilar. Neste caso, para um fluido
newtoniano escoando por um tubo de seção circular em regime estacionário e com
escoamento laminar, a equação de Newton da viscosidade se resume à seguinte
equação.

Eq. 5

onde Trz é a tensão de cisalhamento em r, Vz a velocidade do fluido na direção do


escoamento e µ a viscosidade do fluido. O método do viscosímetro capilar baseia-se
na aplicação da Lei de Newton da Viscosidade na parede do duto (em r = R), logo:

Desta forma, para determinarmos µ é necessário expressar a variação da


velocidade e a tensão de cisalhamento em termos de grandezas mensuráveis. A
tensão de cisalhamento, Trz, pode ser determinada em r=R a partir de um balanço
de forças em um comprimento L do tubo.

E, portanto, temos que:


Eq. 6

Onde ΔP é a diferença de pressão piezométrica em L e T0 é a tensão na


parede do tubo.
Já o gradiente de velocidade pode ser determinado a partir do perfil de velocidades
do fluido em regime laminar.

Onde Q é a vazão volumétrica do fluido. Desta forma, temos que o gradiente


de velocidade é dado por:
Eq. 7

Desta forma, a viscosidade é dada pela razão entre as equações 6 e 7,


porém para o método experimental, primeiramente é necessário saber o diâmetro
do tubo utilizado. Para isso, utiliza-se uma substância com densidade e viscosidade
conhecidas e a equação de Hagen-Pouseville, onde D=2R.

Eq. 8

Com isso, podemos reescrever a Eq. 8 em termos da vazão mássica, m=ρQ


e de ΔP=ρgΔh.

Eq. 9

Assim, o diâmetro D do capilar é determinado a partir da média das vazões


mássicas m para várias alturas Δh. Após o cálculo de D, é possível prosseguir para
a construção da curva reológica (T0 x gradiente de velocidade) da viscosidade da
substância desconhecida e calcula-se µ a partir do coeficiente angular da reta
gerada. Neste caso, T0 (Eq. 10) e o gradiente de velocidade (Eq. 11) são dados
como a seguir.

Eq. 10

Eq. 11
4. Materiais
Para o primeiro experimento, utilizando o viscosímetro de bola, foram
utilizados os seguintes materiais:
● Estojo com esferas de diferentes tamanhos e densidade;
● Viscosímetro de bola;
● Paquímetro;
● Balança analítica;
● Água;
● Sacarose;
● Cronômetro;
● Termômetro;

Já para o segundo experimento, utilizando o capilar, foram utilizados os


materiais listados abaixo:
● Viscosímetro capilar;
● Termômetro
● Tubo capilar;
● Papel milimetrado;
● Béquer;
● Água;
● Sacarose;
● Cronòmetro;

5. Métodos
Foram realizados dois experimentos com tipos diferentes de viscosímetro,
sendo eles.
5.1 Viscosímetro de bola

Escolheu-se a esfera a ser utilizada no experimento determinando sua


densidade, através da massa e do seu diâmetro (com diâmetro calculamos o volume
da esfera).
Dentro do viscosímetro colocou-se um termômetro para determinação da
temperatura da água na região externa no viscosímetro, essa água é utilizada para
esse controle de temperatura.

O experimento foi realizado em duas etapas, sendo a primeira realizada com o


viscosímetro preenchido por água e na segunda etapa o viscosímetro foi preenchido
com sacarose.

Com o viscosímetro preenchido, a bola é colocada para percorrer o interior do


aparelho, medindo-se o tempo total para o deslocamento da bola entre as duas
marcações já existentes no equipamento. Este processo foi realizado nas duas etapas
do experimento (viscosímetro com água e viscosímetro com sacarose), tomando
sempre o cuidado de não existir bolhas de ar no interior do equipamento.

O processo foi repetido duas vezes em cada etapa do experimento, e o tempo


final a ser utilizado foi calculado pela média dos dois tempos obtidos
experimentalmente.

Com os resultados obtidos pelo experimento com água, podemos calcular a


constante de correção K pela equação 3. Com a constante calculada, podemos
calcular a real viscosidade da sacarose utilizando a equação 4.

5.2 Viscosímetro capilar

Neste experimento, o viscosímetro capilar foi preenchido primeiramente com


água e posteriormente com sacarose.

Após preencher o equipamento e verificar a inexistência de possíveis


vazamentos, um béquer é colocado em um eixo móvel num eixo vertical e acima dele
está a outra extremidade do tubo capilar que sai do viscosímetro. O objetivo é observar
como a diferença de altura entre a ponta do tubo capilar com o viscosímetro afeta na
vazão, por isso, foi medido o quanto de água cai dentro do béquer num período de 20
segundos (a massa de água é medida posteriormente com a ajuda da balança). Este
mesmo procedimento é realizado duas vezes para a mesma altura. O processo é
realizado em 5 alturas diferentes, tendo 40mm de variação.
Tudo isso é novamente realizado novamente com o viscosímetro preenchido
pela sacarose a fim de se determinar sua viscosidade.

Com todos os valores anotados, podemos realizar o cálculo do diâmetro do


capilar pela seguinte fórmula usando a equação 9, e consequentemente, após
calculado o diâmetro foi realizado a montagem de um curva reológica (T0 x gradiente
de velocidade) pelas equações 10 e 11 e ao final, com a curva já estabelecida
calculamos a viscosidade da sacarose a partir do coeficiente angular da própria reta.

6. Resultados e discussões.

Viscosímetro capilar: Seu comprimento é 𝐿 = 208, 7 𝑐𝑚. A temperatura


aferida no dia do experimento foi 𝑇𝑎𝑚𝑏 = 22 °𝐶. Pela tabela da viscosidade dinâmica

em função da temperatura (LUZ, 2018) e uma interpolação linear obtemos


−2
µ𝐻 𝑂 = 7, 253. 10 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑒. Ainda na mesma temperatura, utilizando uma tabela
2

termodinâmica (ÇENGEL, Y. A., 2013), obtemos a massa específica da água


−3
também por interpolação linear: ρ𝐻 𝑂 = 0, 9976 𝑔. 𝑐𝑚 . Além disso utilizamos
2

−2
𝑔 = 980, 665 𝑐𝑚 . 𝑠 .
As medições feitas no experimento para a água e outras variáveis calculadas
estão dispostas na tabela a seguir:

Tabela 1: Dados experimentais obtidos para a partir da queda da água no viscosímetro capilar.
Béquer ∆ℎ - ref Massa Massa Massa Tempo Vazão D (cm)
(cm) béquer béquer água (g) (s) mássica
(g) + água (g/s)
(g)

1 4 21,08 21,55 0,47 20 0,0235 0,1388

2 8 22,65 23,66 1,01 20 0,0505 0,1413

3 12 21,46 22,87 1,41 20 0,0705 0,1388

4 16 21,44 23,34 1,9 20 0,095 0,1391


5 20 23,07 25,38 2,31 20 0,1155 0,1382
Fonte: Elaborado pelo autor.

∆ℎ já teve a referência descontada (20mm). O diâmetro do tubo capilar foi


calculado através da seguinte equação:

128 . µ𝐻 𝑂 . 𝐿 . (𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑚á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑎)


1/4
𝐷 = ( 2
2 )
π . ρ𝐻 𝑂 . 𝑔 . ∆ℎ
2

Então calculamos o diâmetro médio: 𝐷𝑚é𝑑 = 0, 1393 𝑐𝑚. Logo:

𝑅𝑚é𝑑 = 0, 0696 𝑐𝑚.

Viscosímetro de bolas: Neste momento do experimento aferimos o diâmetro


da esfera com um paquímetro e sua massa com a balança analítica, então
calculamos seu volume e densidade: 𝐷𝑒 = 1, 55 𝑐𝑚. 𝑚𝑒 = 4, 4132 𝑔.

4 3 3
𝑉𝑒 = 3
π (𝐷𝑒/2) = 1, 950 𝑐𝑚 .

𝑚𝑒 −3
ρ𝑒 = 𝑉𝑒
= 2, 263 𝑔. 𝑐𝑚 .

Em seguida, fizemos o procedimento descrito nos métodos e obtemos os


seguintes resultados para a água e sacarose:

Tabela 2: Dados experimentais obtidos para a partir da queda da água e sacarose no viscosímetro
de bolas.
Marcação Tempo de queda da Tempo de queda da
esfera imersa na água esfera imersa na
(s) sacarose
(s)

1 10,05 12,38

2 9,97 12,46

3 10,06 12,58
Fonte: Elaborado pelo autor.

Através de uma média simples temos os tempos de queda para os dois


fluidos: 𝑡𝑚é𝑑, 𝐻 𝑂 = 10, 03 𝑠; 𝑡𝑚é𝑑, 𝑠𝑎𝑐 = 12, 48 𝑠.
2
Então por meio de um piquinômetro obtemos a densidade da sacarose por
meio de duas medidas, respectivamente 10 mL e 25 mL. Sua média é o que nos
interessa:
−3
ρ𝑠𝑎𝑐 = 1, 066 𝑔. 𝑐𝑚 .

Mediante os parâmetros tabelados obtidos da água, a equação abaixo foi


essencial para determinar a constante de conexão da esfera:
µ𝐻 𝑂
−4 2 −2
𝐾 = 2

( ρ𝑒 − ρ𝐻 𝑂) . 𝑡𝑚é𝑑, 𝐻 𝑂
= 5, 715. 10 𝑐𝑚 . 𝑠 .
2 2

Logramos a viscosidade dinâmica da sacarose pela constante obtida, pelos


parâmetros da sacarose, pela equação abaixo que é dada pelo catálogo do
viscosímetro:
−2
µ𝑠𝑎𝑐 = 𝑡𝑚é𝑑, 𝑠𝑎𝑐 (ρ𝑒 − ρ𝑠𝑎𝑐) . 𝐾 = 0, 8537. 10 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑒.

Para verificar se a sacarose é um fluido Newtoniano, plotamos um gráfico da


tensão de cisalhamento pela velocidade do fluido no eixo radial, abaixo estão as
equações usadas e os dados obtidos tabelados:

ρ𝑠𝑎𝑐 . 𝑔 . ∆ℎ . 𝑅𝑚é𝑑 𝑑𝑣𝑧 4 . (𝑣𝑎𝑧ã𝑜 𝑚á𝑠𝑠𝑖𝑐𝑎). 𝑔 . ∆ℎ . 𝑅𝑚é𝑑


τ0 = 2.𝐿
; − 𝑑𝑟
|𝑟=𝑅 = 3
π . ρ𝑠𝑎𝑐 . 𝑅𝑚é𝑑

Tabela 3: Tensão de cisalhamento e gradiente de velocidade para a sacarose obtidos a partir das
equações acima.
−1 −2 𝑑𝑣𝑧 −1
τ0 sacarose (𝑔. 𝑐𝑚 . 𝑠 ) − |𝑟=𝑅 (𝑠 )
𝑑𝑟

0,70 61,9

1,40 129,1

2,09 217,6

2,79 283,0

3,49 346,7
Fonte: Elaborado pelo autor.

O gráfico obtido está disposto a seguir:


Gráfico 1: Curva reológica da sacarose obtida pelo gráfico da Tabela 3.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Observamos uma reta, portanto a sacarose é um fluido newtoniano. A


viscosidade dinâmica experimental é a inclinação da reta obtida, ou seja:
−2
µ𝑠𝑎𝑐, 𝑒𝑥𝑝 = 0, 96 . 10 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑒. Comparando com o valor obtido anteriormente pelo
−2
catálogo do viscosímetro, tomando-o como referência: µ𝑠𝑎𝑐 = 0, 8537. 10 𝑃𝑜𝑖𝑠𝑒,

temos um desvio relativo de 12%.

Consultando a literatura, podemos verificar os parâmetros de nossa sacarose


com o intuito de compararmos com um valor teórico.

Tabela 4: Densidades da sacarose em função de sua % em peso.


Temperatura 1% sacarose em 10% sacarose em 50% sacarose em
(°C) peso peso peso

15 1,00322 1,03811 1,19168

20 1,00236 1,03692 1,19062

25 1,00126 1,03554 1,18926

Fonte: International Journal of Food Properties.


Por interpolação linear, na 𝑇𝑎𝑚𝑏 = 22 °𝐶, temos:

Tabela 5: Densidades da sacarose em função de sua % em peso na T = 22°C.


Temperatura 1% sacarose em 10% sacarose em 50% sacarose em
(°C) peso peso peso

22 1,00177 1,0363 1,1900

Fonte: International Journal of Food Properties.

Novamente, utilizando uma interpolação linear, porém agora com base na %


em peso de sacarose e a massa específica obtida anteriormente:
−3
ρ𝑠𝑎𝑐 = 1, 066 𝑔. 𝑐𝑚 , obtemos a % em peso da sacarose utilizada no experimento:

% 𝑠𝑎𝑐𝑎𝑟𝑜𝑠𝑒 𝑒𝑚 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑒𝑥𝑝 = 17, 72%

Tabela 5: Viscosidades de soluções de sacarose (cP).


Temperatura 20% sacarose em 40% sacarose em 60% sacarose em
(°C) peso peso peso

15 2,275 7,496 74,90

20 1,197 6,223 56,70

25 1,170 5,206 44,02

Fonte: Theory, Determination and Control of Physical Properties of Food Materials.

Usando interpolação linear, temos as viscosidades na 𝑇𝑎𝑚𝑏 = 22 °𝐶:

Tabela 5: Viscosidades de soluções de sacarose (cP) na T = 22°C.


Temperatura 20% sacarose em 40% sacarose em 60% sacarose em
(°C) peso peso peso

22 1,326 5,850 52,364

Fonte: Theory, Determination and Control of Physical Properties of Food Materials.

Pela última vez, por meio de interpolação linear a % em peso de sacarose


utilizando a viscosidade dinâmica experimental da sacarose: da literatura utilizando
a % em peso de sacarose da nossa solução:
% 𝑒𝑚 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑙𝑖𝑡 = 25, 11%.
7. Conclusão

As porcentagens em peso experimental e da literatura diferem por apenas


7,39%, neste sentido, concluímos que obtemos um resultado satisfatório.
A diferença entre entre os resultados teóricos e experimentais pode ser
explicado pela presença de impurezas nos equipamentos utilizados em ambos os
experimentos (viscosímetro capilar e de bola) que pode ter ocasionado uma
mudança em relação às propriedades e comportamento da água utilizada; também
há o erro de manuseio dos alunos.

8. Referências

https://www.lactea.com.br/entenda-tudo-sobre-a-viscosidade-e-a-sua-importancia-pa
ra-a-industria/#:~:text=A%20viscosidade%20%C3%A9%20a%20propriedade,que%2
0o%20fluido%20se%20movimenta. <Acessado no dia 04 de Setembro de 2022<;
Apostila de determinação da viscosidade; Postado no Classroom.

HAYNES, W. M.; LIDE, David R.; BRUNO, Thomas J. CRC Handbook of Chemistry and
Physics. [S. l.: s. n.], 2014. Disponível em:
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4557662/mod_resource/content/1/CRC%2
0Handbook%20of%20Chemistry%20and%20Physics%2095th%20Edition.pdf. Acesso
em: 17 ago. 2022.

LUZ, Gelson. Viscosidade da Água (Tabela). Materiais por Gelson Luz, [s. l], 2018.
Disponível em:
https://www.materiais.gelsonluz.com/2018/12/viscosidade-da-agua-tabela.html
Acesso em: 14 de set. 2022.

ÇENGEL, Y. A. PROPERTY TABLES AND CHARTS (SI UNITS). 2013.

TEIXEIRA, A. A.; M. O. BALABAN. Temperature and Concentration Dependence of


Density of Model Liquid Foods. International Journal of Food Properties, 2017.
Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/233266779_Temperature_and_Concentrat
ion_Dependence_of_Density_of_Model_Liquid_Foods. Acesso em: 14 set. 2022.

Theory, Determination and Control of Physical Properties of Food Materials. Series


in Food Material Science: Volume I. 1975. Disponível em:
https://books.google.com.br/books?id=GMjoCAAAQBAJ&pg=PA15&lpg=PA15&dq=I
nternational+Critical+Tables+Binghan,+E.+C.+And+Jackson&source=bl&ots=Bv2Q23
BtS0&sig=ACfU3U0aFxSnpvuKpKwHHywuaHbVMi4D6g&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUK
Ewi86s6-zJP6AhWyLLkGHZk0DrIQ6AF6BAgdEAM#v=onepage&q&f=false. Acesso
em: 14 set. 2022.

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