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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – UMC

EXPERIÊNCIA 1

VISCOSIDADE PELO MÉTODO DE STOKES

Prof. Ms. Sandro Diniz de Oliveira

Bruna Jeniffer de Oliveira Rocha – RGM: 11162501050

Bruno Ferreira Nigre – RGM: 11161102594

Daniel Santos Montenegro – RGM: 11161502574

Erikson Ferreira Lima – RGM: 11161502503

Leonardo Nunes Mineiro – RGM: 11161102343

Lucas Mateus Cortez – RGM: 11161100102

Marcos Almeida – RGM: 11161502180

Matheus Fernandes Viana – RGM: 11161102519

Queila Karen Gomes – RGM: 11161102271

Robson Gomes da Silva – RGM: 11161502867

Mogi das Cruzes, 2017


UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – UMC

EXPERIÊNCIA 1

VISCOSIDADE PELO MÉTODO DE STOKES

Prof. Ms. Sandro Diniz de Oliveira

Engenharia Civil – 4º Período – Turma B

Bruna Jeniffer de Oliveira Rocha – RGM: 11162501050

Bruno Ferreira Nigre – RGM: 11161102594

Daniel Santos Montenegro – RGM: 11161502574

Erikson Ferreira Lima – RGM: 11161502503

Leonardo Nunes Mineiro – RGM: 11161102343

Lucas Mateus Cortez – RGM: 11161100102

Marcos Almeida – RGM: 11161502180

Matheus Fernandes Viana – RGM: 11161102519

Queila Karen Gomes – RGM: 11161102271

Robson Gomes da Silva – RGM: 11161502867

Mogi das Cruzes, setembro de 2017


1. VISCOSIDADE PELO MÉTODO STOKE

1.1 INTRODUÇÃO TEÓRICA

Fluidos são substâncias que não têm formas próprias, e consequentemente,


assumem o formato do seu recipiente. Quando o fluido é submetido a uma força
tangencial, deforma-se constantemente, ou seja, não atinge uma nova
configuração de equilíbrio estático. Com esse conceito podemos começar a
entender a tensão de cisalhamento.

Tensão de cisalhamento média define-se como sendo o quociente entre o


módulo da componente tangencial da força e a área sobre a qual está aplicada.
A tensão de cisalhamento tem como unidades de medida o kgf.s/m² do sistema
MK*S (técnico), o dina/cm² no sistema CGS e o N/m² no Sistema Internacional.

Viscosidade absoluta, ou simplesmente viscosidade é a resistência


apresentada por um fluido aos movimentos internos de suas moléculas, ou seja,
as forças de atrito que impedem as diferentes camadas do fluido de escorregar
entre si. Por tanto, de maneira geral, a viscosidade de um fluido indica a sua
resistência ao escoamento. Os fluidos são divididos em duas categorias,
dependendo de suas características de fluxo. São eles: newtonianos e não
newtonianos.

Figura 1.
Para os fluidos newtonianos tem-se uma relação entre a tensão de
cisalhamento aplicada e a velocidade da deformação (Figura 1), de forma que a
viscosidade não se altera.

Para os fluidos não newtonianos a viscosidade varia dependendo da força


aplicada, de forma que ela possa aumentar ou diminuir.

Fluidos reais, como o ar, água, óleo, sangue, xampu (do inglês shampoo),
não obedecem perfeitamente a equação de Bernoulli por conta de um parâmetro
chamado perda de energia ou perda de carga, devido a viscosidade possuída
pelo fluido. Consequentemente, situações reais, como o efeito da tensão
superficial, e da viscosidade, também não podem ser descritas perfeitamente
pela equação de Bernoulli.

Para fluidos que se movem através de tubos, a viscosidade leva a uma


força resistiva. Esta resistência pode ser imaginada como uma força de atrito
agindo entre o fluido e as paredes do tubo, e também, entre o próprio fluido,
cujas partes estão se movendo a velocidades diferentes, convertendo parte da
energia cinética em calor. O fluido que escoa muito perto das paredes do tubo,
por exemplo, se move muito mais lentamente do que o fluido que se movimenta
no centro do mesmo.

Contudo, fluidos distintos possuem valores de viscosidade também


distintas, por exemplo, a água é um fluido com pequena viscosidade, mas, por
outro lado, líquidos como xampu ou xaropes possuem densidades maiores. A
viscosidade também depende da temperatura. O óleo de um motor, por exemplo,
é muito menos viscoso a temperaturas mais altas do que quando o motor está
frio.

Em mecânica dos fluídos, muitos instrumentos são utilizados para a


medição de propriedades dos fluidos. Para o caso particular do aferimento da
viscosidade utilizando-se esferas, o viscosímetro de esfera, constituído de um
tubo cilíndrico de altura conhecida com o líquido a ser estudado, é o instrumento
a ser utilizado.
Para que se determine a viscosidade de um fluido a partir de um
viscosímetro de esfera, é necessário obter o tempo no qual uma esfera leva para
cair em um fluido contido no tubo, sendo que, por cair entende-se a distância
conhecida que a esfera percorre ao se deixa-la cair no líquido.

A equação que determina a viscosidade é obtida quando a velocidade


com que a esfera cai no fluido é constante e, a partir desse momento,
cronometrar o tempo de sua queda no fluido. Para tanto, faz-se necessário que
as forças que agem na esfera estejam em equilíbrio. Na esfera agem as
seguintes forças:

Peso:

4
𝑃 = 𝑉. 𝛾𝑒𝑠𝑓𝑒𝑟𝑎 = . 𝜋. 𝑟 3 . 𝛾𝑒
3

Empuxo:

4
𝐸 = 𝑉. 𝛾𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 = . 𝜋. 𝑟 3 . 𝛾𝑙
3

Força de resistência ou arrasto:

𝐹𝑎 = 6. 𝜋. 𝜇. 𝑟. 𝑣

A força de arrasto irá aumentar devido a viscosidade do fluido e,


consequentemente, haverá a diminuição da aceleração na esfera decorrida pela
força peso até que a esfera atinja uma velocidade limite, passando a ser
constante, dada por:

𝐿
𝑣=
𝑡
Na condição de equilíbrio, tem-se:

𝑃 = 𝐹𝑎 + 𝐸

ou

4 4
. 𝜋. 𝑟 3 . 𝛾𝑒 = . 𝜋. 𝑟 3 . 𝛾𝑙 + 6. 𝜋. 𝜇. 𝑟. 𝑣
3 3

2𝑟 2 (𝛾𝑒 − 𝛾𝑓 )𝑡
𝜇=
9. 𝐿

De outro modo:

2𝑟 2 . 𝑔. 𝑡(𝜌𝑒 − 𝜌𝑓 )
𝜇=
9. 𝐿

Contudo, faz-se necessário introduzir o fator de correção Lademburg, uma


vez que as dimensões transversais do tubo não são infinitas. Portanto, para
determinar a viscosidade do fluido em estudo, tem-se:

2𝑟 2 . 𝑔. 𝑡(𝜌𝑒 − 𝜌𝑓 ) 𝑅
𝜇= .
9. 𝐿 (𝑅 + 2,4𝑟)

A partir destas noções e conceitos acerca dos fluidos, o presente relatório


tem por objetivo geral investigar o movimento de uma esfera em meio viscoso.
Por objetivos específicos, esta investigação irá analisar os movimentos de três
esferas distintas, visando determinar a viscosidade de dois fluidos, a saber, água
e detergente, no qual estas se movimentam.
1.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

O experimento ocorre em duas provetas de plástico com capacidade de 1000mL,


cada uma contendo um líquido, sendo água o conteúdo de uma das provetas, e,
na outra, uma solução de detergente. Além disto, são utilizadas três esferas
distintas, a saber, uma feita de material à imitação de pérolas, mas com uma
perfuração que atravessa integralmente o seu diâmetro de 0,78cm, daqui em
diante chamada de esfera pequena; outra de mesmo material da primeira, porém
não vazada e com diâmetro de 1,56cm, classificada como esfera grande; e, por
último, uma esfera de vidro, também conhecida no Brasil como “bola de gude”,
com diâmetro de 1,84cm, denominada simplesmente como esfera de gude.

Tendo em vista os equipamentos cedidos pela faculdade e a metodologia


apresentada e explicada pelo professor, o experimento consiste em se
cronometrar o tempo de caída para cada tipo de esfera dentro das provetas
preenchidas pelos líquidos, processo realizado nos dois fluidos supracitados,
obtendo-se cada medida de tempo e anotando-se em uma folha também cedida
pelo professor. Destarte, através deste procedimento, torna-se possível observar
claramente a resistência dos líquidos utilizados para cada tipo de esfera.

1.3 RESULTADOS

Encontra-se a seguir tabelas informando os dados aferidos em cada situação do


experimento, bem como os devidos resultados obtidos através do método de
Stokes com o fator de correção de Ludenburg. Estão disponíveis também tabelas
e gráficos que representam as propriedades de cada esfera – raio e massa – e
as respectivas medições de tempo e distância percorrida por estas, na mesma
sequência em que o procedimento foi realizado, a fim de se obter uma leitura
mais clara de cada situação. Ao final deste relatório encontra-se anexo a folha
original, a título de consulta, com os dados e resultados calculados.
Propriedades das esferas e dos fluidos
Massa Massa
Tipo de Massa Raio da Esfera Volume da
Específica Específica
Esferas (g) (cm) esfera
no CGS(g/cm³) no SI (Kg/m³)
Pequenas 0,25 0,39 2,48*10^-1 1,00 1008
Grandes 2,17 0,78 1,99 1,09 1090
Gude 8,03 0,92 3,26 2,46 2463
Água 0,98 980
Dados
Detergente 0,98 980

1.3.1 Esfera pequena

Fluido Tempo (s) Distância (m) Raio da Esfera (cm) Massa da Esfera (g)

1,09 0,12 0,39 0,25


Água
Esfera Pequena 1,88 0,12 0,39 0,25
Média (s) 1,485
104,56 0,12 0,39 0,25
Detergente
125,38 0,12 0,39 0,25
Média (s) 114,97

16

14

12

10

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

Tempo(s) Distância (m) Raio da Esfera (cm) Massa da Esfera (g)

Gráfico 1. Esfera pequena na água.


140

120

100

80

60

40

20

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5
-20

Tempo(s) Distância (m) Raio da Esfera (cm) Massa da Esfera (g)

Gráfico 2. Esfera pequena no detergente.

Água
Raio da Viscosidade Dinâmica Viscosidade Viscosidade
Tempo
Esfera no CGS (g/cm*s = Dinâmica Cinemática
(s)
(cm) poise) no SI (N*s/m²=Pa*s) no SI(m²/s)
0,39 1,09 8,3655*10^-4 8,3655*10^-5 8,53622449*10^-8
0,39 1,88 6,3761*10^-4 6,3761*10^-5 6,50622449*10^-8
Detergente
0,39 104,56 9,06730067*10^3 9,06730067*10^2 9,25234762*10^-1
0,39 125,38 6,91651673*10^3 6,91651673*10^2 7,05767013*10^-1
Raio Proveta = 3,01
L= 12 cm cm

1.3.2 Esfera grande

Fluido Tempo (s) Distância (m) Raio da Esfera (cm) Massa da Esfera (g)

0,85 12 0,78 2,17


Água
Esfera Grande 0,81 12 0,78 2,17
Média (s) 0,83
44,88 12 0,78 2,17
Detergente
41,85 12 0,78 2,17
Média (s) 43,37
16

14

12

10

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

Tempo(s) Distância (m) Raio da Esfera (cm) Massa da Esfera (g)

Gráfico 3. Esfera grande na água

50

40

30

20

10

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

-10

Tempo(s) Distância (m) Raio da Esfera (cm) Massa da Esfera (g)

Gráfico 4. Esfera grande no detergente.


Água
Raio da Viscosidade
Viscosidade Dinâmica no Viscosidade
Esfera Tempo (s) Dinâmica no CGS
SI (N*s/m²=Pa*s) Cinemática no SI(m²/s)
(cm) (g/cm*s = poise)
0,78 0,85 1,02864667*10^3 1,02864667*10^2 1,04963946*10^-1
0,78 0,81 6,34212713*10^2 6,34212713*10^2 6,47155830*10^-2
Detergente
0,78 44,88 5,374369*10^4 5,37436910*10^3 5,48405
0,78 41,85 3,31357040*10^4 3,31357040*10^3 3,38119388
Raio Proveta = 3,01
L= 12 cm cm

1.3.3 Esfera de gude

Fluido Tempo (s) Distância (m) Raio da Esfera (cm) Massa da Esfera (g)

0,44 24 0,92 8,03


Água
Esfera de Gude 0,5 24 0,92 8,03
Média (s) 0,47
3,06 24 0,92 8,03
Detergente
3,03 24 0,92 8,03
Média (s) 3,045

30

25

20

15

10

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

Tempo(s) Distância (m) Raio da Esfera (cm) Massa da Esfera (g)

Gráfico 5. Esfera de gude na água.


30

25

20

15

10

0
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

-5

Tempo(s) Distância (m) Raio da Esfera (cm) Massa da Esfera (g)

Gráfico 6. Esfera de gude no detergente.

Água
Raio da Viscosidade Viscosidade
Viscosidade Dinâmica
Esfera Tempo (s) Dinâmica no CGS Cinemática no
no SI (N*s/m²=Pa*s)
(cm) (g/cm*s = poise) SI(m²/s)
0,92 0,44 5,46249319*10^3 5,46249319*10^2 5,57397264*10^-1
0,92 0,50 3,15103574*10^3 3,15103574*10^2 3,21534259*10^-1
Detergente
0,92 3,06 3,53899824*10^4 3,53899824*10^3 3,61122269
0,92 3,03 2,04146890*10^4 2,04146890*10^3 2,08313153
Raio Proveta = 3,01
L= 24 cm cm

1.4 DISCUSSÃO

A partir dos dados de tempo e distância medidos para cada situação, pode-se
observar que para as três esferas o tempo necessário para que cada uma delas
percorresse o fluido é maior no detergente do que na água. Percebe-se ainda
que esta diferença é acentuada quando se leva em consideração o volume de
cada uma delas, isto é, quanto menor o seu volume, a esfera sofre mais
resistência para movimentar-se no fluido e, consequentemente, mais tempo para
locomover-se.

Os resultados determinados a partir da equação de Stokes, mostram


ainda a grande diferença entre a viscosidade da água e do detergente, sendo
esta maior do que aquela. Tais constatações estão de acordo com as
encontradas na literatura, porém não os seus valores.

1.5 CONCLUSÃO

O experimento, apesar de comprovar um valor maior do coeficiente de


viscosidade do detergente em relação ao da água, apresenta valores
consideravelmente discordantes aos encontrados na literatura. Essa situação
pode ser fruto da carência de exatidão e precisão nos instrumentos de medição
utilizados, uma vez que a medida da distância foi estipulada por régua e o tempo
medido por um cronômetro no qual a contagem era acionada e, posteriormente,
pausada a partir da observação a olho nu do movimento das três esferas. Pode-
se acrescentar ainda o fato de o experimento ter sido repetido apenas duas
vezes para cada esfera, o que foge da necessidade de repetir um experimento
à exaustão a fim de se obter resultados mais satisfatórios e conclusivos.
Contudo, o experimento contribuiu para a formação acadêmica do grupo
participante à medida que exigiu a realização do cálculo de viscosidade pelo
método de Stokes, que unido ao fator de correção de Ludenburg, traduz-se numa
ferramenta valiosa para a determinação do coeficiente de viscosidade de fluidos
líquidos a partir do viscosímetro de esferas. Ainda que os valores obtidos não
permitam um conhecimento exato, ou ao menos muito próximo das medidas
reais de viscosidade dos fluidos analisados, o experimento apresentou um
resultado geral da diferença entre a viscosidade da água e do detergente já
esperado pelos membros do nosso grupo.
1.6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 10719:


Apresentação de relatórios técnico-científicos. – Rio de Janeiro, 1989.

BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. 2ª ed. rev. – São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2008.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; KRANE, Kenneth S. Física 2. 5ª ed. – Rio


de Janeiro: LTC, 2004.

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física,


volume 2: gravitação, ondas e termodinâmica. 10ª ed. – Rio de Janeiro: LTC,
2016.

MUNSON, Bruce Roy; YOUNG, Donald F.; OKIISHI, Theodore. H.


Fundamentos da mecânica dos fluidos. 4ª ed. São Paulo: E. Blücher, 2004

TIPLER, Paul Allen; MOSCA, Gene. Física para cientista e engenheiros,


volume 1: mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica. 6ª ed. – Rio de Janeiro:
LTC, 2002.

YOUNG, Hugh D; FREEDMAN, Roger A. Sears & Zemanscky Física II:


Termodinâmica e ondas. 12ª ed. – São Paulo: Addison Wesley, 2009.

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