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os nanotubos de carbono e fulerenos. O termo grafeno foi proposto como uma combinação
de grafite e o sufixo -eno por Hanns-Peter Boehm.[2][3] Foi ele quem descreveu as folhas de
carbono em 1962.[4]
Quando de alta qualidade, costuma ser muito forte, leve, quase transparente, um
excelente condutor de calor e eletricidade. É o material mais forte já encontrado,
consistindo em uma folha plana de átomos de carbono densamente compactados em uma
grade de duas dimensões.[5] É um ingrediente para materiais de grafite de outras
dimensões, como fulerenos 0D, nanotubos 1D ou grafite 3D.[5]
Estrutura
Ver artigo principal: Química orgânica
Ligação
Os orbitais de carbono 2 , 2p , 2p formam o orbital híbrido sp² com três lóbulos
s x y
Três dos quatro elétrons da camada externa de cada átomo em uma folha de grafeno
ocupam três orbitais atômicos híbridos sp² – uma combinação dos orbitais s, px e py — que
são compartilhados com os três átomos mais próximos, formando ligações σ. O
comprimento dessas ligações é de cerca de 0,142 nanômetros.[8][9][10]
Geometria
Imagem de microscopia de sonda de varredura de grafeno.
A estrutura de rede hexagonal de grafeno de camada única isolado pode ser vista
diretamente com microscópio eletrônico de transmissão (MET) de folhas de grafeno
suspensas entre barras de uma grade metálica.[15] Algumas dessas imagens mostraram
uma "ondulação" da folha plana, com amplitude de cerca de um nanômetro. Essas
ondulações podem ser intrínsecas ao material como resultado da instabilidade dos cristais
bidimensionais,[16][17][18] ou podem se originar da sujeira ubíqua vista em todas as imagens
MET de grafeno. Resíduos fotorresistentes, que devem ser removidos para obter imagens
de resolução atômica, podem ser os "adsorbatos" observados em imagens MET, e podem
explicar a ondulação observada.[19]
Estabilidade
Métodos ab initio mostram que uma folha de grafeno é termodinamicamente instável se
seu tamanho for menor que cerca de 20 nm e se torna o fulereno mais estável (como
dentro do grafite) apenas para moléculas maiores que 24 000 átomos.[21]
Propriedades
O grafeno é um material que possui propriedades únicas, devido a sua alta mobilidade
eletrônica, por volta de 2*〖10^5 (cm^3)/Vs〗^ ele se torna um dos melhores materiais
condutores que existem, senão o melhor. O grafeno também um dos melhores condutores
térmicos e o material com o maior módulo de Young existente, por volta de 1TPa ou seja é
um dos materiais mais resistentes e duros da atualidade, é um dos únicos materiais 2D
existentes, devido a sua espessura atômica.[22]
Eletrônico
O grafeno é um semicondutor de zero-gap, porque suas bandas de condução
e valência se encontram nos cones de Dirac. Os cones de Dirac são seis locais no espaço
do momento, na borda da zona de Brillouin, divididos em dois conjuntos não equivalentes
de três pontos. Os dois conjuntos são identificados como K e K '. Os conjuntos dão ao
grafeno uma degenerescência de vale de gv = 2. Em contraste, para semicondutores
tradicionais, o principal ponto de interesse é geralmente Γ, onde o momento é zero.
[9]
Quatro propriedades eletrônicas o separam de outros sistemas de matéria condensada.
No entanto, se a direção no plano não fosse mais infinita, mas confinada, sua estrutura
eletrônica mudaria. Eles são chamados de nanofinas de grafeno.[24] Se for "zig-zag", o
bandgap ainda seria zero. Se for "poltrona", o bandgap seria diferente de zero (veja a
figura).[25]
A rede hexagonal do grafeno pode ser considerada como duas redes triangulares
intercaladas. Esta perspectiva foi usada com sucesso para calcular a estrutura de banda
para uma única camada de grafite usando uma aproximação de ligação forte.[9]
Espectro eletrônico
Elétrons que se propagam através da rede de favo de mel do grafeno efetivamente
perdem sua massa, produzindo quasipartículas que são descritas por um análogo 2D
da equação de Dirac ao invés da equação de Schrödinger para partículas de spin 1⁄2.[26][27]
Elétrons 'massivos'
A célula unitária do grafeno tem dois átomos de carbono idênticos e dois estados de
energia zero: um em que o elétron reside no átomo A, o outro em que o elétron reside no
átomo B. No entanto, se os dois átomos na célula unitária não são idênticos, a situação
muda. Hunt et al. mostram que colocar nitreto de boro hexagonal (h-BN) em contato com
grafeno pode alterar o potencial sentido no átomo A contra o átomo B o suficiente para que
os elétrons desenvolvam uma massa e um gap de cerca de 30 meV [0,03 Eletron Volt
(eV)].[28]
A massa pode ser positiva ou negativa. Um arranjo que aumenta ligeiramente a energia de
um elétron no átomo A em relação ao átomo B dá a ele uma massa positiva, enquanto um
arranjo que aumenta a energia do átomo B produz uma massa de elétron negativa. As
duas versões se comportam da mesma forma e são indistinguíveis por meio
de espectroscopia óptica. Um elétron viajando de uma região de massa positiva para uma
região de massa negativa deve cruzar uma região intermediária onde sua massa torna-se
novamente zero. Esta região é sem intervalos e, portanto, metálica. Modos metálicos que
limitam regiões semicondutoras de massa de sinal oposto são uma marca registrada de
uma fase topológica e exibem praticamente a mesma física que os isolantes topológicos.[28]
Se a massa no grafeno pode ser controlada, os elétrons podem ser confinados a regiões
sem massa, circundando-os com regiões massivas, permitindo a padronização de pontos
quânticos, fios e outras estruturas mesoscópicas. Ele também produz condutores
unidimensionais ao longo da fronteira. Esses fios seriam protegidos
contra retroespalhamento e poderiam transportar correntes sem dissipação.[28]
Novas aplicações
Mais recentemente, empresas de semicondutores realizaram testes a fim de substituir
o silício pelo grafeno devido à sua altíssima eficiência em comparação ao silício.
Um grupo de cientistas chineses, liderados por Qunweu Tang, Xiaopeng Wang, Peishi
Yang e Benlin He, desenvolveu uma placa fotovoltaica que é capaz de produzir energia a
partir dos raios solares e também pelas gotas de chuva, sendo eficiente independente das
condições climáticas, graças ao grafeno.
O óxido de grafeno também pode extrair substâncias radioativas das soluções de água. A
descoberta do fenômeno deve possibilitar a purificação da água (incluindo as águas
subterrâneas) contaminada por radiação, tal como ocorreu na área afetada pelo acidente
nuclear de Fukushima.[39]
Computação neuromórfica
Uma equipe de pesquisadores da Penn State, tentou trabalhar para transmitir a estrutura
da rede neural no cérebro humano e a natureza analógica de nossos cérebros para
computadores. De acordo com suas descobertas, a equipe descobriu que resistores de
memória baseados em grafeno (memristor) são promissores para esta forma
de computação. Memristor é um dispositivo eletrônico que existe em estados de
condutância / resistência que dependem da quantidade de carga que passou por eles.
Como o memristor pode existir em muitos estados diferentes, ele pode ser usado para
melhorar substancialmente o desempenho de redes neurais artificiais - sistemas que
poderiam um dia rivalizar e até mesmo substituir os computadores convencionais.[44] A
equipe criou um memristor baseado em grafeno, que tem 16 estados condutores que
podem ser armazenados e lidos de forma confiável. Neste dispositivo, os dados e a
capacidade de processamento são carregados em uma camada de grafeno, através da
aplicação de um breve campo elétrico na folha de grafeno. Além disso, o uso desses
dados e da capacidade do processo é moldado de acordo com a região e com que
intensidade a eletricidade fornecida no processo é realizada. É assim que vários estados
de memória podem ser mantidos em uma única superfície de grafeno. A equipe acredita
que essa tecnologia pode ser disponibilizada em escala comercial.[45] Além disso, o
dispositivo de memristor de óxido de estanho dopado com Ag/GO/ flúor seria um candidato
potencial para futuras aplicações de computação neuromórfica.[46]
Produção no Brasil
Um dos projetos pioneiros para a produção de grafeno no mercado brasileiro está sediado
em Minas Gerais. A iniciativa, que começou em junho de 2016, prevê investimentos
da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) da ordem de
R$ 21,3 milhões, em três anos, para desenvolver a tecnologia e implantar uma fábrica
piloto no Brasil. Denominado MG Grafeno, o projeto é realizado em parceria com o Centro
de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear/Comissão Nacional de Energia
Nuclear (CDTN/CNEN), por meio do Laboratório de Química de Nanoestruturas de
Carbono (LQN), e com a Universidade Federal de Minas Gerais, por intermédio do
Departamento de Física.
A futura planta, com capacidade instalada para até 30 kg de grafeno por ano, deverá ser
construída na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A estatal mineira diz que serão
produzidas soluções que possam atender ao mercado, considerando que o grafeno será
um ativo tecnológico customizado, conforme as necessidades da aplicação, não se
limitando a um nicho específico. O projeto também prevê a demonstração e a adequação
do material produzido a aplicações como baterias, compósitos poliméricos, filmes finos
condutores, sensores/dispositivos, dentre outras, permitindo a atração de parceiros
industriais. Além disso, existem universidades brasileiras com diversas pesquisas na área,
algumas já produzindo Grafeno. Vem sendo realizadas pesquisas para o desenvolvimento
de baterias para veículos elétricos, combinando nióbio e grafeno.[47]