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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

Campus Sorocaba
Departamento de Física, Química e Matemática

Relatório do Laboratório de Física Moderna

CÉLULA FOTOVOLTAICA

Nome: Thais Pereira Rosinha de Oliveira R.A.: 600229

Prof. Dr. Johnny Vilcarromero Lopez

Sorocaba
25/09/2017
SUMÁRIO

1. Resumo 03
2. Introdução 03
2.1. Objetivo 03
2.2. Teoria 03

3. Descrição Experimental 05
3.1. Arranjo Experimental 05
3.2. Procedimento Experimental 06

4. Resultados e Discussão 06

5. Conclusão 12

6. Referências 12

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1. RESUMO

Uma das principais questões discutidas pela sociedade atual é a


sustentabilidade e a forma de se obter o máximo de aproveitamento tecnológico com
o mínimo impacto ambiental. A célula fotovoltaica se encaixa de maneira esplêndida
nessa discussão, ao tratar da obtenção de energia elétrica utilizando energia
luminosa. Ao montar um sistema com uma célula fotovoltaica, resistor e multímetros,
e submeter a célula a presença de uma fonte luminosa, pode-se observar o
surgimento de corrente elétrica e com isso obter a potência máxima de uma célula.
O experimento feito com a utilização de duas fontes luminosas diferentes,
sendo uma a luz ambiente e a outra uma lâmpada incandescente de 250W. Os
melhores resultados foram obtidos com a luz ambiente, onde os gráficos obtidos
eram próximos aos dados esperados. Já com a lâmpada incandescente, um erro
grosseiro de afastamento da lâmpada no meio da tomada de dados, fez com que os
dados apresentassem incoerências com os resultados esperados. Ainda assim foi
possível discutir os erros envolvidos e observar que esse é um experimento muito
bom de ser tratado com os alunos de ensino médio, já que trata das relações entre
potência, tensão e corrente presentes de forma, muitas vezes, abstrata para eles e
uma possibilidade de levantar questões sobre a obtenção de energia elétrica por
métodos alternativos.

2. INTRODUÇÃO

2.1. OBJETIVO
O experimento teve como objetivo determinar experimentalmente a potência
de uma célula fotovoltaica sob a iluminação de uma lâmpada incandescente,
utilizando os valores de tensão e corrente num circuito.

2.2. TEORIA
Atualmente um dos grandes assuntos de alcance mundial, é a questão da
sustentabilidade, e uma grande preocupação, é a questão do consumo de energia.

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Um dos métodos alternativos e que cada vem mais vem ganhando maior
destaque devido a ser um método não poluente são os painéis solares, feitos de um
conjunto de células solares, e é um recurso que transforma a energia solar em
energia elétrica.

Figura 1: Esquema de um painel fotovoltaico

O efeito fotovoltaico foi observado em 1839 pelo físico francês Alexandre


Edmond Becquerel, e inicialmente foi confundido com o efeito fotoelétrico. Diferente
do efeito fotoelétrico, em que ocorre a emissão de elétrons quando um material
(normalmente metálico) é exposto à radiação eletromagnética, o efeito fotovoltaico
ocorre quando uma tensão elétrica surge em um material semicondutor quando este
encontra-se exposto à luz.
Isso ocorre pois os semicondutores têm a banda de valência cheia, e a banda
de condução vazia, porém o band-gap deles é de 1eV, o que implica que, esse
material é isolante à 0ºK, mas conforme a temperatura aumenta, ele passa a
conduzir eletricidade, tornando-se um condutor.

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Figura 2: Band-gap de condutores, semicondutores e isolantes.

A corrente elétrica é produzida quando, ao receber fotos de radiação com


frequências compreendidas dentro do espectro da luz visível, os elétrons da banda
de valência saltam para a banda de condução. Quando o elétron “salta”, deixa um
vazio que é preenchido por outro elétron, por um efeito chamado de recombinação,
o que faz com que o cristal fique eletricamente neutro.
Para que a corrente elétrica possa ser utilizada, perturba-se a rede cristalina
do semicondutor, por um processo chamado de dopagem, o que faz com que o
cristal de silício (que compõe a célula fotovoltaica) fique carregado positivamente ou
negativamente.
Nesse processo, utiliza-se fósforo ou arsênio para que o semicondutor torne-
se do Tipo N, ou seja, carregado negativamente, pois devido à valência (eles têm 5
elétrons na última camada), há um elétron livre. Para que o semicondutor seja do
Tipo P, utiliza-se algum elemento com três elétrons na camada de valência.
A célula solar é formada pela união desses dois semicondutores, que ao
receberem fótons, tem seus elétrons energizados, e ao ligar o sistema
externamente, pode-se utilizar a corrente elétrica que se forma na passagem dos
elétrons.

3. DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL

3.1. ARRANJO EXPERIMENTAL


 Kit para ensaio de painéis fotovoltaicos
 Placa com resistores variáveis

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 Lâmpada incandescente 250W
 Luz ambiente
 Cabos para conexões
 Multímetros digitais

3.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL


Ligou-se o painel, a placa com resistência variável e o amperímetro em série,
e o voltímetro para medir a voltagem do sistema, como mostra a figura 3:

Figura 3: Esquema da montagem do sistema para o estudo da célula fotovoltaica

Os dados foram obtidos utilizando a luz ambiente, anotaram-se os valores


para a corrente e a tensão do sistema.
Em seguida, colocou-se a lâmpada incandescente há, aproximadamente, 30
cm de distância da célula fotovoltaica, e a luz do ambiente foi apagada. Anotaram-se
os valores encontrados para a resistência e a tensão.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Luz Ambiente
Utilizando a relação dada por:

Potência ( W )=Tensão ( V ) × Corrente( A)

6
Pode-se anotar na Tabela 1 os dados obtidos com a iluminação da luz
ambiente, ao variar a resistência.

Tabela 1: Valores obtidos experimentalmente utilizando luz ambiente


Resistência (Ω) Tensão (V) Corrente (μA) Potência (W)
0 0,20 181,2 0,00003624
1 0,18 180,2 0,00003244
10 0,201 190,5 0,00003829
33 0,212 182,3 0,00003864
50 0,214 180,4 0,00003624
100 0,217 177,8 0,00003858
200 0,245 172,3 0,00004138
330 0,256 168,9 0,00004324
400 0,286 162,7 0,00004653
1000 0,434 100,3 0,00004353
∞ 0,726 0,0 0,00000000

Com os dados obtidos pode-se fazer o gráfico de corrente por tensão (Gráfico
1) , da potência pela resistência (Gráfico 2) e potência por tensão (Gráfico 3).
250

200
Corrente (μA)

150

100

50

0
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
Tensão (V)

Gráfico 1: Corrente por Tensão (Iluminação ambiente)

O gráfico esperado era que a corrente se mantivesse constante conforme


houvesse o aumento de tensão, e após um determinado ponto (de tensão máxima) a
corrente começasse a cair.
No gráfico obtido temos a corrente com uma leve tendência a se manter
constante, e após uma determinada tensão (0,286 V), ela começa a cair indo para 0.

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Como a fonte luminosa era ambiente, deve-se levar em consideração as
possíveis sombras que interferiam na absorção pela célula fotovoltaica e a
intensidade que era pouca.
50
45
40
35
Potência (10-6 W)

30
25
20
15
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Resistência (Ω)
Gráfico 2: Potência por Resistência (Iluminação ambiente)
Através da análise do gráfico pode-se observar que apenas para um valor a
célula fotovoltaica apresentou um valor de potência máximo, sendo esse o de
46,53x10-6 W quando a resistência era de 400Ω.
50
45
40
35
Potência (10-6 W)

30
25
20
15
10
5
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Tensão (V)

Gráfico 3: Potência por Tensão (Iluminação ambiente)


O gráfico esperado era o de um crescimento na potência com uma queda da
mesma após atingir o ponto máximo. Analisando o gráfico obtido, pode-se ver que o
resultado é condizente com o esperado, pois como observado no gráfico 2, a
potência máxima foi de 46,53x10-6W quando submetido a tensão de 0,286V.

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Como já discutido, os erros podem ter ocorrido devido a luz utilizada ser a
ambiente, sendo assim, a absorção de luz pela célula fotovoltaica sofria grandes
interferências, devido a sombras formadas durante a coleta de dados.

Lâmpada Incandescente
Utilizando a relação dada por:

Potência ( P ) =Tensão ( V ) ×Corrente (i)

Pode-se anotar na Tabela 2 os dados obtidos com a iluminação da lâmpada


incandescente, ao variar a resistência.

Tabela 2: Valores obtidos experimentalmente utilizando uma lâmpada


incandescente
Resistência (Ω) Tensão (V) Corrente (mA) Potência (W)
0 0,41 26,6 0,011
1 0,53 19,2 0,010
10 0,50 17,4 0,072
33 0,55 16,4 0,090
50 0,88 15,3 0,013
100 1,47 14,7 0,022
200 1,59 10,4 0,016
330 1,84 5,5 0,010
400 1,89 5,1 0,096
1000 1,91 2,4 0,050
∞ 1,91 0 0

Com os dados obtidos pode-se fazer o gráfico de corrente por tensão (Gráfico
4) , da potência pela resistência (Gráfico 5) e potência por tensão (Gráfico 6).

9
30

25

20

Corrente (mA) 15

10

0
0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
Tensão (V)

Gráfico 4: Corrente por Tensão (Lâmpada Incandescente)


O gráfico esperado era que a corrente se mantivesse constante conforme
houvesse o aumento de tensão, e após um determinado ponto (de tensão máxima) a
corrente começasse a cair.
No gráfico obtido temos um início fora do esperado, em que a corrente
começa muito alta e começa a cair, mas após um determinado tempo, a corrente
passa a ter uma tendência a se manter constante, e após uma determinada tensão
(1,47 V), ela começa a cair indo para 0.
A fonte utilizada agora era a lâmpada incandescente, no início do experimento
talvez a lâmpada se encontrasse mais próxima da célula fotovoltaica e por algum
descuido ela acabou sendo afastada do sistema, o que explicaria esse início não
condizente dos dados.

0.12

0.1

0.08
Potência (W)

0.06

0.04

0.02

0
0 200 400 600 800 1000 1200
Resistência (Ω)
Gráfico 5: Potência por Resistência (Lâmpada Incandescente)
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Mais uma vez, pode-se observar o erro nos dados iniciais obtidos. Para
devida análise considera-se do ponto a partir de 330 Ω. Através da análise do
gráfico pode-se observar que apenas para um valor a célula fotovoltaica apresentou
um valor de potência máximo, sendo esse o de 0,096 W quando a resistência era de
400Ω. O gráfico (a partir do ponto considerado) foi condizente com a teoria.

0.12

0.1

0.08
Potência (W)

0.06

0.04

0.02

0
0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2
Tensão (V)

Gráfico 6: Potência por Tensão (Lâmpada Incandescente)

O gráfico esperado era o de um crescimento na potência com uma queda da


mesma após atingir o ponto máximo. Analisando o gráfico obtido, pode-se observar
que o gráfico não foi condizente com o esperado, mas a potência máxima acabou
sendo condizente com a do gráfico 2, sendo ela de 0,096 W quando a tensão foi de
1,89V..
Como já discutido, os erros podem ter ocorrido devido a erro grosseiro, ou
seja, interferência das pessoas no sistema montado, sendo que a lâmpada
incandescente encontrava-se mais próxima do sistema do que depois, quando ela
foi levemente afastada.

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5. CONCLUSÃO

Através deste experimento pode-se calcular a potência de uma célula


fotovoltaica e observar que ela apresenta um valor máximo para uma determinada
tensão e resistência. Também pode-se analisar os gráficos feitos com os valores
encontrados e compará-los com os esperados. A luz ambiente foi a que apresentou
menos erros, sendo seus gráficos muito parecidos com os da teoria; já os gráficos
feitos com os valores obtidos pela lâmpada incandescente não foram tão bons
quanto o experimento anterior, devido a erro grosseiro causado pelo distanciamento
da lâmpada do sistema.
O experimento em si, é excelente para trabalhar com o ensino médio, pois é
de fácil aplicação, didático e os erros envolvidos podem ser discutidos de maneira
simples pelos alunos. Além disso pode-se aprofundar o conhecimento sobre o
funcionamento da célula fotovoltaica e consequentemente discutir sobre o
funcionamento dos painéis solares, além de mostrar que a ciência anda alinhada
com a sociedade, já que esses painéis são um dos modos alternativos para se obter
energia elétrica.

6. REFERÊNCIAS

[1] COMO FUNCIONA A CÉLULA FOTOVOLTAICA. Disponível em:


http://blog.bluesol.com.br/celula-fotovoltaica-guia-completo/. Acesso em 21 de
Setembro de 2017.

[2] CÉLULA FOTOVOLTAICA. Disponível


http://www.cienciaviva.pt/docs/celulafotovoltaica.pdf. Acesso em 21 de Setembro de
2017.

[3] C. Voigt, S. Hoeller, U. Kueter. Fuel Cell Technology for Classroom Instruction –
Basic Principles, Experiments, Work Sheets. First Edition.

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