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FíSIC
CONTEÚDO
INTR ODUÇÃO. 2
SO M . .... 2
PI EZ ELETRI CID ADE E TR ANS DUTORE S 3
CAMP O ULTR A SÔN ICO : FOCO . 4
MEIO ..... 7
PR OC ESSAMENTO DO SINA L. . . . . . . . . . . 10
R SOL UÇÃO
UÇÃO.. . . . . . . . . . . . . . . . . 12
IM AGEM. . . . . . . 16
DOPPLER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 7
lO 25
CO T
TR AS S EM USG. . . . . . . . . . . . 27
DOS IM TRI A E AL
ALGUNS TÓPI COS SO BRE
EFEITO S BI OLÓG ICO S . . . . . . . . . . . . . . . 28
BIBLIO FI 30
GRA A . .....
mente simples e com baixo custo operacional. A partir dos tículas definem o comportamento da onda sonora ao longo
últimos vinte an o s do sé culo XX, o desenvolvimen
desenvolvimentoto tecno- de sua propagação.
lógico transformou esse método em um instrumento pode- A propagação da onda sonora provoca vibrações do
roso de investigação médica dirigida, exigindo treinamento meio material, produzindo deflexões em relação à direção
de propagação do som, com áreas de compressão
constante e uma co nduta participativa do usuário .
Esta modalidad e de diagnóstico por imagem apresenta ção alternadas e periódicas. Estas deflexões podemeser
rarefa-
tan-
to transversais movimentação transversal à direção de pro-
características pr óprias:
pagação da onda) como longitudinais movimento oscilató-
• É um mé todo não-invasivo ou minimamente invasivo. rio na mesma direção da propagação do som). Como na
• Apresenta a anatomia em imagens seccionais, que po- água e nos gases a transmissão da onda sonora aplicada ao
dem ser adquiridas em qualquer orientação espacial. meio ocorre apenas por compressões e rarefações ao longo
• ão possui efeitos nocivos significativos dentro das do plano longitudinal paralelo ao sentido de propagação da
especificações de uso diagnóstico na medicina. onda sonora), os métodos ultra-sonográficos aplicados na
• ão utiliza radiação ionizante. medicina utilizam apenas as ondas longitudinais Fi g. 1-1).
• Possibilita o estudo não-invasivo da hemodinâmica cor- Qualquer som é resultado da propa gação dessas vibra-
poral através do efeito Doppler. ções mecânicas através de um meio material, carregando
• Permite
Permi te a aquisição de imagens dinâmicas, praticamen- energia e não matéria , pois sua mobilidade está dentro dos
te em tempo real, possibilitando o estudo do movimen- limites de ação da lei de Hooke Robert Hooke , matemático
to das estruturas corporais. e astrônomo inglês, 1635-1703):
O métodoultra-sonográfico baseia-se no fenômeno de
ultra-sonográfico
interação de som e tecidos, ou seja, a partir da transmissão F=- kx
de onda sonora pelo meio, observamos as propriedades me-
cânicas dos tecidos . Assim, torna-se necessário o conheci- onde F é a força que é proporcional a um deslocamento x,
mento dos fundamentos físicos e tecnológicos envolvidos dentro de limites discretos em nosso caso, relacionados às
na formação das imagens , do modo pelo qual os sinais obti- forças de atração intermoleculares do meio de propagação),
dos através desta técnica são detectados, caracterizados e e a uma constante k, característica do meio . Assim, quando
analisados corretamente , propiciando uma interpretação as partículas do meio são defletidas pela onda em propaga-
diagnóstica correta. Além disso, o desenvolvimento contí- ção, retornam posteriormente ao seu estado original, trans-
IllIO de novas técnicas, a saber: o mapeamento Doppler, os mitindo somente energia e momento , não havendo resul-
meios de contraste, os sistemas de processamento de ima- tante de movimento de matéria.
gens em 3D , as imagens de harmônicas e a elastometria , exi-
ge um conhecimento ainda mais amplo dos fenômenos físi-
cos, os quais serão discutidos neste capítulo.
SOM
Ecolocalização
O conceito de ecolocalização, localização espacial atra-
vés de ecos gerados por objetos submetidos a um pulso ul-
tra-sônico, é também uma das primeiras expressões da biô-
nica. Os morcegos fazem ecolocalização há milhões de
anos, com refinamentos técnicos proporcionados pela natu- A
reza há morcegos que emitem guinchos com amplitude À
modulada, e outros , com freqüência modulada).
Som
O som é uma vibração mecânica oscilando na faixa audí-
vel pelo ouv ido humano com freqüência entre 16 e 20.000
ciclo por segu n do . O ultra-som são vibrações mecânicas
Fig 1-1 Representação gráfica de uma onda sonora e sua
acima de 20 .000 ciclos por segundo. O som possui proprie-
propagação ao longo do tempo. A ) Áreas
Áreas de com
com pressã
pressãoo e
dade s ondula tórias, à se melhança das ondas eletromagnéti- rarefação do meio causadas pela variação de pressão ao longo da
cas como a luz, e aprese nta efeitos diversos de interação prop agação da
propagação da ond
ond a sonora. B) Representação esq uemática de
com o meio tais como: re fração, reflexão, atenuação, difra- uma onda como uma ·função periódica. À = Comprimento da ond a;
ção, interfe rência e espalha me nt o. = amplitude e t = tempo .
G.JiMtlIINIi- 3
ndas sonoras
Quadro 1-1. Valores de velocidade obtidos para diversos
Os conceitos físicos fundamentais que caracterizam a tecidos*
onda sonora são:
1. Comprimento de onda À : distância entre fenômenos
Meio p kglm 3 m/s) z [kg m 2 • s)]
transdutores PbZiTi0
de chumbo 2 chamados de PZT, sendo que alguns
A velocidade do som nos meios biológicos varia muito: são produzidos com polímeros poliviniliden-
eq uivale a 340 m/s no ar, cerca de 1.200 m/s no líquido e cer- f1uoretos - PVDF) e com compósitos de PZT revestidos de
ca de 5.000 m/s nos sólidos. A variação da velocidade em polím eros passivos. Tais materiais tornam-se piezelétricos
fu nção da freqüência é denominada dispersão e é desprezí- quando são elevados a uma temperatura crítica temperatu-
vel nos sólidos « 196). ra de Cmie) e resfriados enquanto submetidos a uma dife-
Como a maior parte dos elementos constituintes do rença de potencial elétrico . Estes
Estes materiais apresentam uma
corpo humano possui impedâncias acústicas semelhantes temperatura de Curie baixa, razão pela qual não se reco-
exceto o ar e os ossos), os equipamentos de ultra-sonogra- menda a esterilização dos transdutores por aquecimento.
fia são calibrados para uma velocidade padrão de 1,54 x Os cristais de quartzo são empregados apenas para fins
103 m/s Quadro 1-1). específicos, como a confecção de transdutores com fre-
Outros conceitos inerentes ao fenômeno de interação qüência acima de 20 MHz.
som - tecidos também devem ser considerad os: absorção e
considerados: Os elementos piezelétricos podem ser moldados de vá-
impedância acústica. rias formas, podendo ressonar em relação ao seu diâmetro
A absorção é extremamente dependente da freqüência ou à sua espessura. Geralmente são escolhido
escolhidoss ressonado-
e da temperatura do meio : quanto maior a freqüência, mai- res de espessura, sendo que a freqüência base de vibração
o r será a atenuação. dos mesmos será inversamente proporcio nal à sua espessu-
proporcional
A impedância acústica Z) é caracterizada pelo grau de ra. Cada um dos elementos piezel étricos, quando excitado,
di ficuldade ou resistência do meio à condução do feixe so- emite um pulso ultra-sônico que interage com o meio de
lIi ifii·lijt·MMitr,,:Jti·@IWJ
rransmissão e, ocasionalmente , com os pulsos subseqüen- O feixe sonoro possui uma região proximal em que se
te s . A vibração produzida é composta por várias freqüências mantém coerente, possibilitando, assim, a produção de
o u b anda espectral. Apresent a uma freqüência de ressonân- imagens, conhecida como zona de Fresnel (de Augustin
c ia principal (chamada de freqüência central ou freqüência Fresnel, fisico
fisico francê s , 1788-1827 ). Na sua região distai,
nominal) e várias outras freqüências (de valores maiores e denominada zona de Fraunhoffer (de Joseph von Fraunhof-
me nores . fer, físico alemão, 1787-1826), o feixe perde a coerência de
As imagens ultra-sonográficas são formadas por ecos de fase
fase , divergindo em um ângulo <p
curta duração gerados a partir de pulsos breves, emitidos pelo profundidade zona de depende
equipamento atraatravés
vés do transdutor. Os sistemas pulsados de A
cia utilizada da do elemento
e da largura Fresnel piezelétrico
da :freqüên-
piezelétrico
transmissão do feixe sonoro exigem que estes transdutores
res pondam rapidamente aos pulsos elétricos e mecânicos,
pe rmitindo a produção de pulsos muito curtos (cerca de pou-
cos microssegundos). Esta capacidade de resposta rápida é
onde T é o comprimento da zona de Fresnel, D a largura do
obtida através de elementos de baixa impedância e baixo cocoe-
e-
elemento ou grupo de elementos piezelétricos, f a freqüên-
fic iente de acoplamento mecânico. O Quadro 1-2 apresenta
cia utilizada e c a velocidade do som no meio de propaga-
valores de diversos componentes piezelétricos.
ção.
Transdutores Na zona de Fraunhoffer o ângulo p de divergência do
Os transdutores (ou sondas) utilizados em ultra-sono- feixe é inversamente proporcional à freqüência utilizada:
gr afia são montados de maneira a produzir adequadamente
1,2c
o feixe ultra-sônico e receber os ecos gerados pelas diversas se n/ <p = - -
fD
interfaces. Os transdutores setoriais mecânicos possuem
a penas um elemento piezelétrico (encapsulado em um ou seja, quanto maior a freqüência utilizada, menor o ângu-
a mbiente preenchido por óleo), acoplado a um motor res- lo de divergência p e melhor a resolução espacial distaI.
ponsável por um movimento pendular do conjunto, reali- Nos transdutores que não apresentam um sistema de
zando a varredura da região investigada (Fig. 1-2). focalização do feixe ultra-sônico, como aqueles do tipo se-
Atualmente os transdutores são constituídos por con- torial, estas regiões são importantes: ecos gerados por um
j untos compactos de elementos piezelétricos distribuídos refletor localizado na zona de Fresnel estarão chegando à
ao longo da sua superfície, em arranjos de fase, os quais defi
defi-- superficie do transdutor simultaneamente , sob forma de zo-
nem a geometria da imagem formada (Fig. 1-3). Além desses nas de compressão e rarefação, ocasionando uma interfe-
elementos, os transdutores são compostos por: a aparato rência da amplitude do sinal; um refletor situado na zona de
eletrônico (eletrodos para excitação dos elementos piezelé- Fraunhoffer produzirá frentes de onda que chegarão ao
tricos e captação dos pulsos gerados pelos ecos); b uma len- equipamento de maneira mais ampla, produzindo efeitos
te acústica; c material de acoplamento entre a lente e os ele- de compressão e rarefação, alternadamente, com intensida-
mentos piezelétricos (com espessura de 4 e d material de des muito baixas (devido ao fenômeno de atenuação do fei-
a mortecimen
mortecimento to posterior (que absorve as freqüências inde- xe ultra-sônico). Nestes transdutores, a região ideal para
sejáveis eventualmente produzidas, determinando a largura aquisição de imagens é exatamente a da fronteira entre as
da banda espectral do feixe produzido) (Fig. 1-4). duas zonas, denominada zona de transição, que correspon-
de ao foco natural do transdutor. Nesta região os refletores
C MPO ULTRA SÔNICO: FOCO geram ecos que chegam ao transdutor como frentes de
O foco do campo ultra-sônico corresponde à zona de compressão ou rarefação alternadas , porém, ainda, com in-
melhor resolução espacial d e um transdutor e representa a tensidade adequada (F (Fig.
ig. 1-5).
1-5). A reg ião de foco natural pode
região de menor espessura do feixe acústico. ser otimizada através da utilização de lentes acústicas que
Constantes Quartzo
Quar tzo Sulfato de lítio Titanato de bário B Zirconato
Zirconato de chumb o PZT-SA)
G.hMtI liWi
A
Fig 1 2. Transdutor setorial mecânico. A) VisVista
ta externa. 8) Vis
Vista
ta com a retirada do encapsulament o que protege o motor. C) Vista interna da
montag em do elemento piezelétrico
piezelétrico após a reti
retirada
rada da concha protetora e do óleo de imersão com sua lente acústica sobre sua base oscilante.
a) Lente acústica; b plataforma osci lante; c) eixo de rotação; d encapsulamento externo.
A B
D
c dos transdutores e arranjo dos elementos
Fig 1 3. Geometria Fig 1-4. Estrutura interna de um transdutor linear. a Element os
piezelétricos. A) Setorial mecânico. 8) Linear. C) Convexo. piezelétricos; b lente acústica; c acoplamento acústico
acústico;;
D) Setorial eletrônico. d conectores elétric
elétricos;
os; e) amorte cimento; f isolamento.
Fig 1-5. Frentes de onda chegando ao transdut or . A ) Transdutor plano próximo a um gerador de ecos recebe várias frentes de onda
simul aneamente que interferem entre si (8) O mesmo transdutor recebendo ecos da zona de transição recebe idealmente uma úni ca frente
de onda por vez, a umentando a sensibilidade do processo. C) Tran sdutores comlente s ac ústica s permitem receber frentes de onda
idealmente em distâncias mais variadas.
deformarão o feix
feixee de maneira a aproximar ou distanciar o Alguns equipamentos possuem foco fixo, definido pelas
ponto focal natural. Pode-se também moldar o elemento características geométricas do transdutor. Outros apresen-
piezelétrico de tal forma que a sua superfície seja côncava, tam um arranjo de vá rios elementos piezelétricos ao longo
aproximando-se a zona de transição da superfície do mes- de uma dada direção, conhecido como arranjo de fase ( pha-
mo. Deste modo , quando o refletor estiver localizado no sed array ). O disparo seqüencial destes elementos produz
ponto focal do transdutor estará eqi.iidistante de todos os um feixe com frente de onda curva cujo
cujo foco
foco co rresp onde ao
pontos da superfície do transdutor , produzindo ecos que ponto focal do feixe. O equipamento pode proc essa r a focali-
focali-
chegarão simultaneamente ao equipamento. Supondo-se zação controlando o disparo de alguns elementos piezelétri-
que o transdutor tivesse sua superfície plana, o ponto focal cos (foco de emissão) ou por meio do retardo na transmissão
estaria dentro da zona de Fresnel. dos pulsos recebidos (foco
(foco de recepção) Fig. 1-6).
I 1 r1 t 1
> ,
AL -_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ L - _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ ---:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ --
---'
-' B
Fig 1·6. Focali za ção por arranjo de fa
fase.
se. (A) O disparo seq
seqüencial
üencial dos elementos produz um feixe com frente de onda curva; o foco da curva
corresponde ao ponto focal do fe ixe . (8) Retardo na transmissão dos pulsos recebidos, após a recepção dos sinais.
Situações
os tecidos são específicas
responsáveisdepor
inter
interação
ação doecográficas
imagens fei
feixe
xe acústico com
peculia-
I, Ir
T - R - res e por artefatos, destacando-se: reflexão total, reflexão
I, I,
especular, refração, atenuação, reforço acústico posterior
ond e Ie, IIrr e Ir correspon
onde dem à intensidade emitida, transmi-
corr espondem difração e scattering.
tida e refletida.
eflexão total
z= R+ i
8 lilii;hii,
lilii;hii, §I,iri@iKti':J·i,@Ii§h"
eflexão especular
Em algumas situ ções p rte dos ecos provenientes de
uma determin da estrutur lt mente reflexiva sofre nova
reflexão na interfac e proximal entre o equip mento e a
Fig 1-9.
1-9. Reflexão devi do à incidência acima do ângulo limite de
pele ), retorna ndo à fonte refletora original. A partir deste
refração. Nota r a sombra acústica em cunha sobre o baço,
último ponto estes ecos retorn m ao equip mento em tem- produzida pela incidência em ângulo limite na int erface entre a
po prolong do em relação os primeiros, formando imag em gordura perirrenal e o rim; há uma segunda sombra acústica sobre o
especular artefatual, em projeção posterior à superftcie re- rim produzida por arco costal.
fle
fletora
tora Fig.
Fig. 1-10).
Q.hmO'IU1 'j 9
Atenuação dB) =
freqüência MHz) x distância percorrida cm)
I
Atenuação dB) = 10 log -
lo
sucessivas da intensidade do sinal em função da distância posteriores a esta região apresentarão ecos mais intensos
-_ B
Fig. 1-1
1-11.
1. Refraç
Refração.
ão. A) Fenômeno de refração determin ado pelos ve nt res muscula
musculares
res do
dos
s retos abdominais pro duz duplicação da imagem do
tronco celíaco. B) Um discreto deslocamento late
lateral
ral o transdutor faz desaparecer o fenômeno.
10 'ihii'l§I,raMi'iian'@J'§M'
t
A ----- 1
----- 1 B
i 1 14. A) Um sistema de on da contínua produz ecos que são
indistinguíveis uns dos outros, pois podem chegar simultaneamente
ao transduto
transdutor.
r. B) Pu lsos ultra-sônicos de curta duração produzem
i 1· 2. Reforço acústico posterior. Cisto hepático simples.
ecos gerados em profundidades diferentes, permitindo a localização
de sua origem de acordo com o intervalo de tempo entre a emissão
do pulso e a chegada do eco.
que aque la s adjacentes na mesma profundidade. Este fenô-
meno chamado de reforço acúst ic o posterior é observado,
dem de grandeza dos comprimentos de onda utilizados: a meio. Esta codificação espacial não se r ia possível se tivésse-
difração quando as extremidades de uma estrutura inter- mos um sistem a de onda contínua, pois os ecos gerados a
posta no trajeto do feixe acústico assumem o papel de fonte diferentes profundidades retornariam sucessivame nt e ao
sonora, e o espa lham ento ou scattering consiste na refle- equipamento , sem que pudéssemos determinar a profundi-
xão não-direcional do pulso ultra-sônico. Nesta situação, a dade em que se originaram (Fig. 1-14).
reflexão não se dá preferencialmente para uma direção, mas Durante o intervalo entre um pulso e o subseqüente, o
ocorre em ondas esféricas (difr
(difração)
ação),, gera ndo ecos de baixa transdutor opera como receptor dos ecos gerados nas diver-
amplitude que interagem entre si. O padrão textural em sas interfaces ao longo da trajetória do feixe acústico. Cada
tons de cinza de meios sólidos finamente gran ul ados, como pulso dura cerca de um microssegundo /-ls), sendo consti-
o parênquima hepático, é decorrente da difração e do espa- tuído apenas de alguns ciclos, com intervalo entre os pulsos
lhamento dos ecos gerados pelo meio (Fig. 1-13). de cerca de 500 /-ls. Utilizando-se a velocidade média do s om
A_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
B
i 1 13. Scattering . A) Pequenos refletores produzem ecos em diversas direções que se interferem
interferem,, produzindo flutuação da intensidade
Ce s a . B) O aumento da persistência ou a média temporal das intensidades ent re duas imagens subseqüentes reduz a contribuição desta
= ação, homogeneizando a imagem.
üN@d Nlfj
nos tecidos biológicos (1.540 m/ s) observamos que um pulso cada eco corresponde a um ponto brilhante numa tela, inau-
de ultra-som poderá percorrer neste intervalo de tempo 77 cm: gurando a ultra-sonografia na forma que conhecemos hoje.
38,5cm como pulso e a mesma distância como eco. Durante Para a construção de imagens em modo B, cada linha da
este intervalo o transdutor recebe primeiro os ecos g erados imagem corresponde aos ecos gerados por um único pulso
pelas interfaces mais superficiais e sucessivamente os ecos de ultra-som. A informação recebida como eco é convertida
mais profundos, até o limite de 38 cm, para cada linha de ima- em pulsos elétricos pelo transdutor amplificada e processa-
gem. Deste modo são muito importantes a velocidade do da na forma de uma seqüência de pontos brilhantes numa
2
A B c
Fig 1·18. A C ) Representação do conceito de reso lução esp ac ial
dpara
> x 2ospontos
pont os com
pontos são dispersão
são x) separados
discriminados;separados
em 8) sepor
d =uma di stâ nciao d.limite
x obtém-se Se
de resolução espacial;
espacial; em C) se d < x os dois po nt os não são
discriminados pelo equipamento.
13
A B
Fig. 1-19. Freqüên cias maiores permitem pulsos menores e porta nto, me lhor resolu
resolução
ção e
espa
spacial
cial axi
axial.
al. A) Imagem a 3 MHz. B) Imagem a
6 MHz.
3 0,8
A
5 0 4
10 0,3
20 0,2
x
Fig 1-23
1-23.. Apodização - modulação da intensidade dos p
pulso
ulsos
s
elétricos aplicados aos elementos piezelétr
piezelétricos.
icos.
q.nm· IU1lfj 15
Como pudemos observar nas seções anteriores , a reso- transdutor. Neste caso, a informação provenie nt e de cada
lução espacial no plano da imagem axial VS lateral pode ser grupo de el e mentos é processada simultaneamente de mo-
submilimétrica, de acordo com a freqüência e o foco utiliza- do a construir a imagem final com resolução te po ral ade-
do s , o número de elementos piezoel étricos e o número de
piezoelétricos quada.
linhas de composição da imagem. A resolução espacial de Nas situações clínicas do dia-a
dia-a-dia,
-dia, o com ro mi sso en-
elevação, por sua vez, depende de outros fatores tre resolução espacial e temporal é constant er ,l e nt e mani-
caracterização técnica tais com o: espessura do elemento pulado pelo ultra-sonografista, de modo a ob t e r ima
ima ge ns de
piezelétrico na direção da elevação, profundidade da foca li - qualidade diagnóstiC?
zação e presença de e lementos dispersivos que funcionam
como lentes acústicas no trajeto de propagação do feixe.
Resolução de contraste
A elevação é responsável por artefatos significativos
A capacidade do equipamento em discriminar pequenas
quando observamos estruturas menores que a espessura do
variações de amplitude de sinal na forma de ton s de cinza
feixe na região, determinando efeitos de volume parcial,
depende de fatores técnicos tais como: perfil de ergia do
como na tomografia computadorizada. Dois elementos pre-
feixe ultra-sônico, processamento analógico-digital, dyna-
se n tes conjuntamente na mesma posição no plano de inso-
mic range e registro de valores baixos de amplitu:le de sinal.
nação, porém em posições diferentes ao longo do eixo z,
contribuirão simultan ea m ente para o mesmo pixel da
imagem. Deste modo , estruturas císticas de conteúdo ane- Perfil de energia o feixe ultra sônico
cogênico podem aprese ntar ecos artefatuais no seu interior Como já discutimos na seção de resolução espacial, o
decorrentes do efeito de volume parcial com suas paredes. feixe ultra-sônico mostra um lobo principal (que apresenta
Uma situação em que este artefato é particularmente maior concentração de energia acústica) e lobos laterais
importante é durante a punção aspirativa com agulha fina (que determinam uma distribuição mais dispersa de energia
PAAF) pois a presença de lesão muito pequena com trans- ao lon go da área do transdutor . Os lobos laterais são res-
dutor de área de contato larga e focalização inadequada ponsáveis tanto pela redução da resolução espacial lateral
pode fa ls ear a localização da agu lh a no interior da lesão. como pela degradação do contraste da imagem. Assim é
Os equipamentos mais recentes apresentam tecnologias que reflexões de pulsos obtidos nos lobos laterais produ-
que não apenas permitem a redução dos artefatos de eleva- zem codificação espacial inadequada e superposição de
ção e lementos piezelétricos mais finos e sistemas de focali- informação de superficies refletoras.
refletoras. No entanto, se as ima-
zação mais eficientes) como também ut ili zam este efeito gens forem reconstru ídas apenas com os sinais ob t id os no
reconstruídas
para a aquisição de imagens volumétricas (ver seção 3D). lobo principal do feixe teremos uma imagem com boa reso-
lução espacial lateral, porém com pouca contrib ui ção dos
Resolu
Resolução
ção tempora
tem porall ecos de baixa am p litude. Assim, é preferível que os artefatos
gerados pelos lobos laterais sejam minimizados mediante a
Corresponde à capacidade do sistema em produzir o
redução da intensidade dos pulsos elétricos ap li cados aos
maior número de quadros num mesmo intervalo de tempo,
elementos piezelétricos periféricos (apodização). Adiciona l-
permitindo o registro do movimento das estruturas em
mente, a utilização de uma faixa de recepção mais se nsível
estudo com o máximo de fidelidade.
permite que os refletores de baixa am p litude também con-
A resolução temporal é limitada por uma série de fato-
res, alguns deles contornáveis, outros intrínsecos ao méto- tribuam para a representação adequada das estruturas na
imagem, permitindo uma melhor diferenciação entre as
do. Como observamos na seção de formação de imagem, as
diversas ecogenicidades.
linhas de varredura são formadas a partir dos ecos gerados
pelas interfaces ao longo da trajetór ia do feixe
feixe u ltra-sônico.
Como a velocidade do som é estimada em 1540 m/s, para
Processamento analógico digital
uma profundidade de 20 cm, uma linha demora 26/-1s. Assim , Cada grupo de e lementos piezelétricos necessita de um
para uma imagem composta de 256 linhas temos 66 ms, com canal de processamento analógico/digital (NO), capaz de
a freqüência máxima de imagens de 15 quadros/ segundo . converter rapidamente o sinal recebido.
As técnicas de focalização do feixe ultra-sônico deman- A capacidade de conversão NO deve ser no mínimo três
dam um tempo maior que o ideal, sendo que as freqüências a quatro vezes maior que a freqüência utilizada e correspon-
de imagem podem ser ainda menores (6-8 Hz), devido ao der aos valores de amp litude do s in al : os va
va lores de potenci-
processo de focalização. Em situações em que se faz neces- a l dos nais gerados pelos ecos num exame convencional
si
sária uma reso lu ção temporal maior, esta poderá ser obtida à varia de 1 microvolt 1 /-1V a 1 volt, ou seja, varia de um fator
custa da resolução espacial: reduzindo a profundidade da de 1.000.000. Esta gama de distribuição de valores seria
imagem, a densidade de linhas ou a área de insonação na amostrada idealmente por conversores com capacidade de
direção latera l. Outro mecanismo que pode ser utilizado pa- 20 bits (1.048. 576 valores)
valores),, considerados invi
inviáveis
áveis economi -
ra acelerar a aquisição de imagens é o processamento para- camente . Assim, os equipamentos atuais utilizam sistemas
lelo, no qual grupos de e lementos piezelétricos são dispara- de conversão NO de 8 bits (para 256 grupos de elementos
elementos
dos simult aneamente em posições diferentes da trilha do ou 10 bits (para 1.024 gr upos de elementos).
m O'IU1 i 17
8
'N iXii'@'I3iMiriij:tn.M'WJ'
AL -________ _ _______________________ _ _
Fig 1-27 , A) NNum
um vaso de trajetória curva cada ponto do vaso apresentará deslocamento Doppler diferente de acordo com o ângulo formado
en re o ve or de fl
fl u xo e a direção de propagação do feixe ultra -sônico, 8 ) Tronco ce líaco, observando-se as diferenças de cor e matiz
proporcionais à di re ção e velocidade média do fluxo nos vasos
G,ümd lU1lfj 9
O processo de demodulação coerente é realizado da também será único e proporcional à sua velocidade Fig.
seguinte forma : o sinal recebido é multiplicado por outro 1-29).. Nas condições reais, as hemácias são muitas, viajam a
1-29)
sinal de mesma freqüência, porém não modulado. O sinal velocidades diferentes devido às condições reológicas veja
resultante é então processado em um filtro passa-baixas que a seção Hemodinâmica), em vasos elásticos , geralmente
permite isolar apenas a informação de baixa freqüência do com ângulos muito variados. Assim, os ecos recebidos terão
deslocamento Doppler (habitualmente com freqüência 10 3 deslocamentos de freqüência muito variados, amplitudes
vezes menor que a portadora). Porém se realizarmos a de- variadas, que deverão ser anal isada s Fi
Fig.
g. 1
1-30).
-30). Este sinal,
sinal,
modulação desta maneira, perdemos a informação quanto composto por várias freqüências de deslocamento Doppler,
ao sentido do fluxo, e por isso os equipamentos fazem a pode ser decomposto pela análise de Fourier em um espec-
demodulação em duas fases, em paralelo. Primeiramente o tro de freqüências .
sinal de freqüência da onda portadora cot é separado em
duas componentes: um canal processa a informação de Este espectro representa a distribuição de freqüências
Doppler e , portanto , das velocidades das hemácias) num
cosco t, e outro canal processa sen coto O resultado é o mes-
determinado instante t . A informação obtida pela análise de
mo com uma diferença de fase de 90 ° , formando as compo-
Fourier é acumulada ao longo do tempo e apresentada no
nentes de sinal direto I ou co-seno) e o sinal em quadratura
domínio de tempo , como se a informação de distribuição
Q ou seno), permitindo distinguir o sentido do fluxo san-
espectral fosse arrastada ao longo do tempo Fig. 1-31).
guíneo: I para o fluxo aproximando-se do transdutor e Q
Esta última forma de apresentação, ou seja, a evolução tem-
para o sentido contrário. Isto pode ser realizado continua-
poral da distribuição espectral de velocidades corresponde
equipamentoss de Doppler contínuo, porém nos
mente nos equipamento
ao que a literatura médica chama de espectros, e é esta
equipamentos de Doppler pulsado ou mapeamento colori-
informação temporal que será analisada clinicamente para
do, como obtemos apenas amostras discretas, a informação
interpretação hemodinâmica .
é processada espectralmente depois da demodulação.
Eventualmente a informação dos canais direto e em
A informação recebida em forma de deslocamento Dop- quadratura pode sofrer contaminação de informação um
pler de freqüência é então processada de maneira a obter- do outro , devido a processamento inadequado , a ângulo
mos os gráficos de velocidade que interpretamos no uso clí- inapropriado ou ainda a excesso de ganho , causando um
nico. Em uma condição hipotética ideal em que um único artefato
artefato denominado ro ssta/k . O resultado deste artefa-
refletor uma única hemácia) viaja em movimento retilíneo to é uma imagem especular das formas de onda apresenta-
uniforme em direção ao nosso transdutor em ângulo de 0° , da simultaneamente como fluxo anterógrado e retrógrado
o deslocamento de freqüên cia produzido por esta hemácia
freqüência Fig. 1-32).
2 I,il;hii·@·I3Mi+':
I,il;hii·@·I3Mi+': .i·ij
.i·ijI'§M'
I'§M'
oppler pulsado
A Com o objetivo de identificar a localização espacial das
estruturas vasculares foram desenvolvidas técnicas de
mapeamento pulsado ( pulsed wave ) em que pequenos
pulsos ultra-sônicos são emitidos e seus ecos recebidos em
um intervalo muito estreito de tempo chamado comporta
( gate ). em que o equipamento está permeável à recepção
dos sinais. O período inerte do transdutor entre a emissão
do pulso e o início da recepção determina a profundidade
em que a amostra se localiza, e a duração do período de
t recepção determina o tamanho do volume de amostragem
( sample volume ). Deve-se ressaltar que no caso dos siste-
B mas pulsados , a duração do pulso ultra-sônico é diretamen-
te proporcional à confiabilid
confiabilidade
ade da med ida de velocidades.
No entanto os sinais mais longos causarão uma incerteza
maior em relação à localização dos refletores (pior resolu-
ção espacial). Isto ocorre porque a transformada de Fourier
de um pulso longo corresponde a um espectro estreito , e a
transformada de um pulso curto corresponde a um espectro
mais largo, pois a determinação das freqüências ao longo do
pulso é menos precisa (Fig. 1-33).
Como a amostragem é realizada de maneira pulsada,
re
Fig.
fr 1- . Várias
eqüências hemácias a velocidades
de deslocamento dife ntes
Doppler diferente produzem
s A ) e su a ela possui uma freqüência específica de pulsação denomina-
da PRF ( pulse rate frequency ) que especifica o número de
tran sformad a de
de Fourie
Fourie r representa
representa um a distribuição esp
espect
ect ral de
amostras por intervalo de tempo que são tomadas no volu-
freqüência s B) e sua variação
variação ao lo ngo do tempo re presenta a
fo rma de onda de ve locidade.
me de amostragem .
Assim, os sistemas pulsados calculam o valor do deslo-
camento de freqüências a partir de amostras de curta dura-
ção, porém com um espaçamento temporal constante defi-
oppler contínuo
nido pelo PRF quanto maior o PRF maior será o número de
Os primeiros equipamentos utilizavam transdutores de freqüências amostráve is pelo sistema, maior será a variação
onda contínua constituídos de dois elementos., um deles de velocidades detectáveis sem ambigüidades pelo equipa-
emissor e outro receptor. Ainda hoje são utilizados em obs- mento e, portanto , maiores serão as velocidades detecta-
tetrícia na monitoração fetal, em equipamentos de mapea-
mento Doppler em consultórios clínicos e em ecocardiogra-
fia. O grande inconveniente destes sistemas é que a emissão
e a recepção de uma onda contínua não nos permitem reco-
nhecer a profundidade dos refletores, de tal forma que, se
dois vasos são interceptados pelo feixe ultra-sônico, ambos
apresentarão seus sinais superpostos no equipamento.
t
Fig. 1-31. Processam en to de sinal por tran sform ada de F
Four
our ier ao
longo do empo, O gráfico de fo r ma de onda de velocidade
apresentado nos exames de map ea mento dúplex representa a
variação das
das freqüências de deslocament o Dopp le r, po rt nto, das
velocidades, das hemácias ao longo do te mpo . ig_ 1-32. Crosstalk - artefato esp
espectr
ectral em espelho.
Gm MtiI IUiliJ
IUiliJ 21
liasing
é um fenômeno estroboscópico que ocorre tan-
li sin
to nos sistemas pulsados como em sistemas de mapeamen-
to colorido devido às amostragens digitais que ocorrem
B
Fig 1- 4. Artefato de Ganho. Aumentos exagerados do ganho Fig 1-35. Aliasing (A ) Amostragens menores que 2 pontos para
implicam em detecção de fluxo artefatua l A imagem ilustra o cada Cicio podem reproduzir freqüências harmônicas ambíguas.
volume de amostragem fora dos vasos ilíacos, contu do detectando o (B) Efeito do aliasing nas imagens de mapeamento colorido e
fluxo arterial do vaso superficial a ele. amostragem espect
espectral.
ral.
examinador deverá adequar este parâmetro de maneira a ad- melhorar o â ngulo de insonação do vaso , aumentando por-
quirir gráficos de onda sem ambigüidades e com dimensões tanto o módulo do sinal de deslocamento Doppler e redu-
adequadas à aná se em cada leito vascular estudado. zindo o erro de estimativa de ve locidades.
Tamanho da amostra. Determina o intervalo receptivo
do equipamento aos ecos permitindo a análise de volumes
maiores ou menores do vaso a ser estudado. Amostras pe- apeamento colorido de fluxo
quen as necessitam de amplificação maio
maior,
r, enquanto amos- Atualmente a grande maioria dos equipamentos com
tras maiores podem apresentar problemas quanto à resolu- capacidade de análise Doppler possui a habilidade de apre-
ção espacial, podendo detectar fluxos provenientes de mais sentar mapeamentos coloridos de fluxo, que consistem em
de um vaso contidos no mesmo volume. Vasos maiores per- mapas bidimensionais do deslocamento Doppler ao longo
mitem o uso de volumes de amostragem maiores. Vasos me- da imagem apresentada em modo B. Estes mapas consistem
nores requerem amostras menores contudo , quando inves- de uma segunda matriz de dados correspondentes às medi-
tigamos uma região em que não somos capazes de observar das de deslocamento de freqüência que são superpostas à
diretamente os vasos em modo B, podemos utilizar amos- imagem modo B numa região de interesse ( color box ).
tras grandes na tentativa de detectar às cegas algum peque- Existem quatro maneiras d e se produzir estes mapas de
no vaso que permita uma análise adequada da hemodinâmi - cores: técnicas de autocorrelação mapeamento Doppler de
ca da região. amplitude , transformada discreta de Fourier e mapeam e nto
Filtragem. Elimina os ecos de baixa velocidade que po- em domínio de tempo. Os mapeamentos coloridos permi-
dem representar ruídos provenientes da movimentação das tem a análise da presença ou ausência de fluxo, a direção do
partes moles adjacentes aos vasos estudados. Recomenda- flu xo, a velocidade mé di a , o sentido do flux
fluxo
o , presença ou
se a utilização da menor filtragem disponível no equipa- não de turbulência e a evoluçã
evolução o temporal do fluxo.
mento para se evitar o perigo da eliminação de sinais de Sistemas capazes de demonstrar simultaneamente a
vasos com baixas velocidades. imagem modo B em tempo real real , o mapeamento colorido e
Rejeição. Elimina os ecos de baixa amplitude que cor- os gráficos de velocidade do Doppler pulsado são denomi-
respondem a ruídos de fundo causados pelos circuitos de nados tríplex.
amplificação. Recomenda-se também a utilização nos mais
baixos valores para evitar a eliminação dos sinais fracos pro-
venientes de pequenos vasos.
Velocidade de varredura. Determina a velocidade com
que as curvas de velocidade são apresentadas na tela, permi-
gmmkl
gmm kl lliWh
iWh 23
Pulsos muito curtos produzem uma estimativa inexata da PRF = 1/T. Podemos inferir, portanto, qu e os fen ômenos
da velocidade
velocidade dos refletores em movimento
movimen to devido às carac- de l s n também ocorrem no mapeamento colorido de
terísticas das equações de autocorrelação. freqüências . Mult
Multiplicando-se os vetores UO , U ....
iplicando-se .... .Un para
vários pulsos e obtendo-se os valores de Ô<l> , obtemos um
apeamento colorido de freqüênci s por correlação res ultante de amplitude Ri com desloca-
vetor de correlação
utocorrel ção mento de fase
fase médio , denomina
denominado:
do:
)
A redução da resolução
do acrescentamos temporal colorido
o mapeamento também ocorre quan-
às imagens ô<j>
modo B. O processo de mapeamento colorido acaba por que corresponde à velocidade média de fluxo na reglao
consumir um tempo maior para para sua apresentação, reduzin- amostrada. Estas diferenças de velocidade são apresentadas
do também o número de quadros por segundo. O número na forma de cores: fluxos se aproximando do transdutor
de linhas de composição da imagem na área de amostragem repres entada s em vermelho e flu
fluxo
xoss se dis
distanciando
tanciando em azul
colorida e a duração e número de pulsos utilizados em seu ou vice-versa. Existem vários mapeamentos coloridos
mapeamento interferem na velocidade de apresentação das podend o r epresentar as variaç
variações
ões de velocidad
velocidadee como tons
imagens; portanto, quanto melhores os detalhes da imagem de cores variando a saturação, variando de uma cor a outra,
colorida (maior número de pixels ou maior número de pul- outro . A magnitude I R I não é apresentada
ou de um matiz a outro.
sos) mais lenta será a apresentação das imagens. na imagem colorida, mas permite calcular a variância (J2que
Inicialmente desenvolvida no Japão por C. Kasai e A. corresponde ao desvio-padrão das medidas de ô<l>, ou seja,
Namekawa em 1982, ao contrário das técnicas de FFT que das velocidade
velocidadess entre diferentes medidas.
realizam cerca de 64 a 256 amostras por cada período de A funçã
funçãoo de correlação ppode
ode s er repr
represent
esent ada para fu
fun-
n-
medida, o sistema de autocorrelação, como o nome indica, ções contínuas como:
compara a informação de uma linha de amostragem obtida
com um pulso com as informações obtidas no pulso subse-
f
+00
-
diferentes <1>0 , <1>1, <1>2 . As diferenças de fase entre dois pul-
sos sucessivos ô<l> corresponde a uma medida direta da fre- OJ)dOJ
Qüência de deslocamento Doppler:
4 .i ltli·lijI
li·lijI·Iri@i+
·Iri@i+ lIfI ijIlijM
G.úMdI liW+ 25
26
equipamento e seu oftw re para a apresentação de imagens 3D, eliminando distorções na aquisição, exceto, é claro, se o
3D . objeto imageado estiver em movimento. Toda a informação
A renderização é um neologismo que representa a contida no volume de varredura é adquirido, da mesma
maneira pela qual uma superfície é apresentada numa ima- maneira e à mesma velocidade, evitando distorções.
gem 3D num espaço virtual. O conjunto de dados assim adquirido fatia a fatia é pro-
Reconstrução multiplanar consiste na capacidade de cessado de forma a se preencher o espaço entre fatias (Fig.
um equipamento em adquirir imagens num dado eixo do 1-40).
espaço e apresentar esta informação em eixos diferentes do De acordo com as capacidades de pós-processamento
da aquisição. Por exemplo, aquisição de imagens longitu
longitudi-
di- do equipamento o conjunto de dados pode ser manipulado
nais que podem ser processadas para apresentação de ima- para produzir imagens de superfíci
superfície,
e, imagens de transpa-
gens no plano transversal. rência, ima gens seccionais multi planares reconstruídas ou
Segmentação consiste na capacidade do equipamento imagens segmentadas , onde determinadas estruturas po-
em separar os diversos componentes da imagem segundo dem ser subtraídas da apresentação final.
critérios ditados pelo operador, em geral de acordo com a A de s vantagem deste sistema é que o transdutor como
amplitude dos ecos recebidos. um todo é muito volumoso, pois o encapsulamento tem que
Voxel é o nome dado ao volume do corpo amostrado que comportar todo o plano formado pelos elementos piezelé-
corresponde a uma unidade de apresentação pictográfica. tricos, seu amortecimento e a circuitaria de transmissão e
Pixel é o nome da unidade pictográfica da imagem que recepção dos pulsos.
representa um voxel.
Interpolação representa a maneira pela qual o espaço quisição bidimensional com reconstrução
entre duas fatias adjacentes é preenchida por dados sinteti- tridimensional
zados a partir dos dados das fatias adjacentes. Consiste na aquisição de imagens seriadas produzidas
por um transdutor convencional ao longo de uma trajetória
quisição volumétrica direta codificada de mov
mo vimentação. As imagens são sucessivamen-
sucessivamen-
Esta técnica provém da definição de resolução de eleva- te adquiridas e armazenadas constituindo uma série de
ção. Nesta tecnologia , os transdutores são construídos de empilhados quadro a quadro para formar o
dados que são empilhados
maneira a produzir um feixe ultra-sônico de espessura mai- conjunto de dados 3D Fi g. 1-41).
or que a habitual. Isto signifi
significa
ca que qualquer estrutura a ser Há duas maneiras diferentes de se adquirir estas ima-
imageada será apresentada como um volume numa fatia gens: uma consiste na movimentação do transdutor a partir
espessa. A renderizaç ão de superfícies para a apresentação de algum dispositivo mecânico que realize uma trajetória
do aspecto visual da imagem 3D depende do contraste exis- pré-programada. Os primeiros sistemas apresentavam me-
tente entre a estrutura em análise e o meio circunjacente. canismos que, acoplados externamente ao t ransdutor, reali-
Assim a aquisição de imagens adequadas depende da zavam o movimento deste ao longo da trajetória de recons-
presença de uma superfície refletora de alto contraste mer- trução da imagem. Equipamentos mais recentes possuem
gulhada em um meio relativamente aneco gênico . Seu uso é tais dispositivos dentro do encapsulamento do transdutor,
essencialmente limitado à aquisição de imagens obstétricas movimentando todo o conjunto de elementos piezelétricos
e não permite pós-processamento mult multii planar das imagens em seu interior.
ou sua segmentação . Também não apresenta análise de Avanços tecnológicos recentes permitem a realização
medidas lineares ou volumétricas, pois sua aquisição é feita dos mesmos processos de varredura sem a necessidade de
exatamente a partir da imprecisão no eixo de resolução da dispositivos mecânicos: são os chamados :;istemas free-
elevação do transdutor. hand em que a trajetória de varredura é realizada pelo pró-
Um fenômeno semelhante é observável em exames ha-
bituais quando eventualmente estruturas ecogênicas pe-
quenas são circundadas por meios anecogênicos. f
i 1
'i ,] MtIj"iWi' - 7
A ação desta
des tass microbolhas se ba seia no fato de que os
gases apresentam impedância acústica milhares de vezes
maior que o sangue, assim as pequenas bolhas na circulação
aumentam a reflectividade do sangue aQ ultra
ultra-som
-som , aumen-
tando de 20-30 dB a amplitude
amplit ude do eco rec
recebido
ebido . A reflectiv
reflectivi-
i-
dade das bolhas não depende somente de sua constituição,
como também
tamb ém de suas dim
dimensõe
ensõess , de acordo com a fórmu
fórmula:
la:
8 'N"ifJi·l§I·IflMitlij:
'N"ifJi·l§I·IflMitlij: m@li§hil
pulmonar, permitindo o estudo ultra-sonográfico no com- portamento não-linear de ressonância, produzindo reflexões
partimento arterial, com bolhas de cerca de 311m. BY963 ® em freqüências diferentes das originariamente utilizadas
Byc Gulden, Constance, Alemanha ), atualmente em fase de para a formação da imagem. Isto ocorre porque o principal
testes clínic
clínicos,
os, utiliza fosfolipídios do grupo do ácido esteá- componente refletor na bolha é um gás, portanto , compressí-
rico como cobertura e ácido palmítico como estabilizante, vel, assim sendo, as variações de pressão do meio provocadas
com bolhas de 3 ,8 11m. pelo pulso ultra-sônico produzem alteraç ões signi
significat
ficativas
ivas de
Albunex® (Molecular Biosystems, San Diego, Califórnia) seu raio, porém de forma não-linear: uma onda de pressão
utiliza partículas de cerca de 4 11m formadas de um deri vado positiva pode provocar uma redução de 10 do raio da bolha,
da albumina humana , formando esferas rígidas de proteínas enquanto uma segunda onda sucessiva produzir apenas 5
com ar em seu interior. Sono vist® (Schering, Berli Berlim,
m, Alema-
Alema- de redução, assim, o comportamento da bolha é diferente
nha) tem o mesmo princípio, utilizando como revestimento entre as fases de compressão e rarefação do pulso ultra-
um polímero de cianoacrilato biodegradável. sônico, gerando ecos em freqüências diferentes da original,
Dos meios de contraste que usa como fase gasosa com- denominadas harmônicas (múltiplos inteiros, ou seja, 2f, 3f,
postos fluorados, destacam-se os que utilizam perfluorocar- 4 f e assim por diante) como também subarmô nicas (como f/2,
f/2,
bonos e hexafl uoreto de enxof re. Ta Tais
is gases têm uma solubi- f/3 etc.).
lidade muito menor que o ar no sangue, permitindo uma O diâmetro da bolha de contraste é um parâmetro críti-
estabilidade maior na circulação cardíaca e pulmonar. Ima- co para seu bom desempenho pois deve ser pequeno o sufi-
gent US ® (AF0145,
(AF0145, Allian
Alliance
ce P harma ceuti cal, San Dieg o, Cali-
Cali- ciente para atravessar o leito capilar e possuir ressonância
fornia) utiliza perfluorohexano estabilizado com um surfac- dentro da faixa normalmente utilizada para formação de
tante, BR 1® (Bracco
(Bracco,, D iagnos tics, Milão,
Milão, Itália), utiliza hexa- imagens, entre 2 e 12 MHz.
fluoreto de enxofre em suspensão com fosfolipídios, e Em imagens modo B, permite a diferenciaç ão entre teci-
FS069® (Molecular Biosystems, San Diego, Califórnia) con- do e meio de contraste: utilizando-se um filtro passa-altas,
tém microesferas de derivados de albumina preenchidos os ecos recebidos na freqüência fundamental são elimina-
com perfluoropropano . do s , permitindo a reconstrução de imagens apenas através
Um contraste com características curiosas é o Echo- dos ecos de freqüência 2f, ou seja, originários apenas dos
Gen® (Sonus Pharmaceutical, Bothell, Washington), com- compartimentos contendo as bolhas de contraste. Como a
posto por dodecafluoropentano, que é administrado na for- faixa espectral de freqüências de recepção em segunda har-
ma líquida, apresentando uma transiçã o de fase no corpo
transição mônica é mais estreita que a da freqüência fundamental, a
devido ao calor, tornando-se gasoso. resolução espacial axial é reduzida em relação a uma ima-
gem de aquisição direta na mesma freqüência. Para o mape-
Imagem de freqüências harmônicas amento colorido, traz a vantagem de permitir a avaliação de
As micro bolhas gasosas dos meios de contraste ultra- fluxos de baixa velocidade com eliminação do efeito de ruí-
sonográfico possuem uma resposta não-linear de vibração, do de fundo c/utter) produzido pela movimentação das par-
ou seja, refletem os pulsos ultra-sônicos em freqüências di- tes moles. Adquirindo-se apenas os ecos de deslocamento
ferentes da originalmente emitida pelo equipamento, deno- Doppler da segunda harmônica produzidos pelas bolhas de
minadas freqüências harmônicas que permitem uma detec- contraste, são eliminados os ecos de ruído produzidos pela
ção específica dos compartimentos onde as microbolhas mo vime ntação tecidual.
estão presentes.
Uma bolha esfé rica de gás res so na as freqüências carac-
Uma DOSIMETRI E LGUNS TÓPIC
TÓPICOS
OS SO RE
terísticas, dependendo tanto de suas propriedades fisicas EFEITOS IOLÓGICOS
quanto das do meio que a circunda, seu diâmetro sendo crí- A dosimetria em ultra-sonografia tem algumas peculia-
dosimetria
tico. Em geral, bolhas menores ressonam em freqüências ridades que devem estar bem clara
clarass aos usuários do méto-
maiores e bolhas maiores em freqüências mais baixas. Esta do.
relação é descrita pela equação: Potência acústica é definida como o fluxo de energia
através do campo ultra-sônico por unidade de tempo, e é
Io = l/2fl pJ p o 2 / r) medida em watts W).
Intensidade se refere à quantidade de po t ência por uni-
on d e fo é a freqüên cia fun dament al de ressonância, r é o raio dade de área geralmente cm 2). Para equipamentos de feixe
da bolha, y é a constante adiabática de um gás ideal,é a ten-J contínuo, é importante o conhecimento do valor de intensi-
são superficial da bolha, Po pressão ambiente do fluido e Po dade de pico (Isp). Um valor médio ao longo do plano de
a densidade ambiente . Assi
Assim,
m, para uma bolha de 211m a fre- prop agação do feixe pode ser determinado, sendo denomi-
qüência de re ssonância será de 3,5 MHz. Coincidentemente, nado intensidade média espacial (Isa). Em ultra-sonografia,
as bolhas de co ntraste devem ter tamanhos de alguns micrô- utilizamos sistemas pulsados, portanto , o fluxo de energia
metros para passa r pelos capilar
capilares,
es, apresentando freqüências ocorre somente por um pequeno intervalo de tempo, fora
de ressonância em torno de 1-10 MHz. E, em condições habi- do qual não existe fluxo de energia acústica, portanto, os
tuais de formação de imagens as bolhas apresentam um com- valores de vem se r . normalizados para um valor médio de
G.hM I WM 9
B
Fig 1-42. Nódulos esp lênicos. A) ré . B) Após a injeção de meio de cont ra ste ult ra-so nográfico. Observar o gr ande aumen to da
detectabilidade
detectabilidade do flu xo intralesional.
tempo , denominado intensidade espacial de pico em média fase de rarefação produz uma expansão da cavidade com
temporal (Ispta). O valor total de intensidade do pulso é gás e durante a fase de compressão esta cavidade tende a
denominado intensidade espacial média do pulso (Isppa). reduzir seu diâmetro Entretanto isto não ocorre de manei-
Um valor típico de Ispta para imagens modo B é: ra perfeitamente simétrica: durante a fase de rarefação a bo-
lha apresenta uma superfície discretamente maior que na
20 mW/cm- 2 fase de compressão , facilitando a difusão de gases dissolvi-
do s para o interior da cavidade em relação à fase de com-
pressão quando a difusão ocorre em sentido inverso. Com a
e para Dop pler pulsado:
repetição dos ciclos de compressão e rarefação a bolha vai
progress ivamente crescendo até atingir um tamanho crítico
200 mWlcm-2
em que a ressonância é otimizada. Como observamos na se-
ção sobre contrastes ultra-sonográficos, a passagem de um
Os valores de pressão também podem ser significativos.
pulso ultra-sônico através de um meio líquido pode produ-
São medidos em megapascal (Mpa) e podem variar de 0.5-5 zir um fenômeno de ressonância da bolha dependendo de
Mpa em equipamentos de diagnóstico médico. Como vere-
seu diâmetro . Neste momento , a absorção de energia é
mos a seguir, os picos de pressão negativa são importantes , máxima produzindo um crescimento rápido da bolha em
pois podem teoricamente gerar fenômenos de cavitação. um ou poucos ciclos. Quando a cavidade atinge um tama-
Embora a literatura médica apresente grande quantida- nho crítico, ela perde a condição de ressonância, não absor-
de de trabalhos referen tes a prováveis efeitos biológicos vendo mais a energia do campo ultra-sôn
ultra-sônico.
ico. Neste mome n-
decorrentes do uso do ultra-som, não existe nenhuma com- to , a cavidade colapsa liberando instantaneame
instantaneamentente toda a
provação irrefutável de lesões teciduais, citotóxicas ou energia absorvida durante seu crescimento , gerando tem-
ge notóxicas decorrentes do uso do ultra-som dentro das peraturas altíssimas de até 5000 °C e condições de pressão
especificações de uso diagnóstico. de até 500 atmosferas
Entretanto algumas controvérsias persistem e alguns e- Sabemos que fenômenos de cavitação podem ocorrer n
feitos propalados e pouco conhecidos serão abordados nes- v vo nas condições de insonação de uma litotripsia por
ta seção.
ondas de choque Entretanto a possibilidade de tal ocorrên-
cia
cia nas co ndições ultra-sonográficas ainda é controversa. Na
avitação tentativa de se estimar a possibilidade de tal ocorrência,
Grandes variações de pressão podem superar as condi- Apfell e Holland propuseram o índice mecânico MI) , como
ções de integridade do líquido gerando cavidades em seu uma maneira de se estimar a possibilidade da formação de
interior. A quantidade d e energia necessária para tal fenô-
quantidade cavidades em condições ultra-sonográficas. Tal índice é ado-
meno depende das características próprias de cada líquido tado pela FDA, AIUM e NEMA:
e de seu grau de pureza . Entretanto , a presença de peque-
Pr z sp)
nas bolhas no líquido facilitam dramaticamente a ocorrên- MI =
cia de cavidades. Na passagem de um pulso ultra-sônico, a Jfr
30 lIi jmi·W·I3MiK,j:I.r.@MM'
Onde P corresponde ao pico de pressão negativa em 1. TIS Thermal Index Soft Tissue): é relacionado aos ór-
cada posição do eixo de propagação z do feixe ultra-sônico, gãos abdominais, coração e aplicações vasculares pe-
com atenuação estimada in vivo de 0,3 dB/ cm MHz e fc, a fre- riféricas.
qüência central do transdutor utilizado. O colapso da cavi- 2. TIB Thermallndex Bone): relativo ao aquecimento ós-
dade não está diretamente associado à produção de fenô- seo, que tem importância particularmente em exames
menos mecânicos, entretanto, a possibilidade da formação obstétricos.
de radicais li vres altamente reagentes às temperaturas de 3. TIC Thermallndex Cranial): implicado no aquecimen-
colapso existe.daUm
possibilidade
MI abaix
abaixo
formação o de
de 0,7 praticament
praticamente
cavidades mesmo nae descarta
presençaa to encefálico em exames transcranianos.
gradecimento
de uma considerável quantidade de pequenas bolhas que
poderi am eventualmente crescer em cavidades. O auto
autorr agradece à ines
inestimáv
timável
el contribuição do
DI . Walther Yoshiharu Ishikawa na confecção das
belíssimas
belís simas ilustrações des
deste
te capítulo
capítulo..
quecimento
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a-Som : Téc nica e Aplicação. Ri o de janeiro:
índice corresponde a um grupo de tecidos: Qualitymark
Qualityma rk , 1997.
1997.
CONTEÚDO
v UÇÃ O 32
v
INTROD
ECOGENIClDADE 32
V PAREDE ABDOM IN AL 3
V FíG ADO 33
V BAÇO 4
V PÂNCREAS 4
V RINS 42
V ADRENAIS 45
V GRANDES VASOS 48
V VíSCERAS OCAS 48
V REFERÊNCIAS BI BLlOGRÁFICAS 5
A _ a
FíG DO
O fígado é o maior órgão parenquimatoso do corpo Fig 3. Lobo de Riedel.
Riedel. Extensão caudal da margem inferior do
humano, com peso de 1.200-1.600 g no adulto. Está locali- lo direito LD) do fígado seta
o setas),
s), que ult
ultrapa
rapassa
ssa o pólo inferi or do
zado no abdome superior, ocupando o hipocôndrio direito rim direito RD) e apresenta
apresenta bordas finas
finas,, diferenciando -o de uma
mentos triangulares direito e esquerdo. fixado ao fígado na fissura do ligamento venoso e porta he
patis.
reflexões peritoneais formam os recessos subfrênico
As
(entre a face diafragmática do fígado e o diafragma) e o
hepatorrenal (entre o lobo direito hepático e o rim direito).
Embriologia
O fígado desenvolve-se a partir de um divertículo na
porção caudal do intestino anterior, no início da quarta
semana .28 Este divertículo hepático apresenta duas por-
ções: uma caudal (onde se originam o ducto cístico e a vesí-
cula biliar) e outra cefálica, que constitui o primórdio do
fígado.. Esta porção estende-se ventralmente ao mesoderma
fígado
esplâncnico do septo transverso . Da porção caudal do diver-
tículo hepático, saem cordões que se anastomosam em tor-
no dos espaços revestidos por endotélio, formando, assim,
assim,
os primórdios dos sinusóides hepáticos.
As veias vitelínicas formam um plexo no interior do fíga-
do, anastomosando-se com as veias umbilicais.
umbilicais. A veia
veia umbili-
umbili-
Fig 2. Músculo psoas
psoas maior. I magem ultra-sonográfica
longitudinal oblíqua do pso
psoas
as maior setas) e suas relações com os cal direita atrofia-se e à esquerda forma o dueto venoso, que
processos
proce ssos transversos asteriscos) e o rim dire ito RD). Observar a leva sangue oxigenado puro diretamente ao coração. Neste
extensão
extensã o caud
caudal
al do lobo dir eito hepático LD),
LD), caracterizando o lobo estágio do desenvolvimento, 50 do sangue proveniente da
de Riedel . veia umbilical segue pelo dueto venoso, e o restante, pelo
34
'i; i' § 'I3@it'4drle §i il
egmentação hepática
Existem várias metodologias de numeração da segmen-
tação hepática Quadro 2-1 , sendo que a mais utilizada atu-
almente é a baseada nos critérios de Couinaud,8.41 adaptada
por Bismuth. 2 Tal método é descrito de acordo com a di
distri-
stri-
buição e localização das veias hepáticas e ramos por-
tais20.22.29.39,40 Fig. 2-4 . Fig2-4. Segmentação hepática. Desenho esquemático da
segmentação hepática segundo os critérios de Couinaud.
O ftgado divide-se em lobos direito e esquerdo, separa-
dos um do outro pela fissura interlobar principal, que passa as hepáticas estão presentes em número de de três direita,
pelo leito vesicular até a VCI. média e esquerda) e drenam para a VCI, sendo intersegmen-
A fissura intersegmentar direita divide o lobo direito tares e interlobares. Geralmente, as veias hepáticas média e
em segmento
segmentoss anterior
anteri or subdividi
subdividido
do em segmentos ântero- esquerda juntam-se para formar um pequeno tronco
inferior [VI e ântero-superior [VIII[) e posterior
posterio r constituído comum antes de sua drenagem na VCl42 Fig. 2-7 .
pelos segmentos póstero--inferior [VI [ e póstero--superior A análise ultra-sonográfica das veias hepáticas é feita
[VIJ[), enquanto que a fissura intersegmentar esquerda divi- com a angulação cranial
cranial do transdutor.
transd utor. A veia hepática
hepátic a média
de o lobo esquerdo em seg segmen
mentos
tos medi
mediai
ai segmentos
segment os medi- VHM) corre na fissura interlobar principal, separando o seg-
ai superior [IVA[ e mediai inferior [IVB]) e lateral segmentos
segment os mento IV do segmento anterior V e VIII) do lobo direito. A
látero-superior [ [ e látero-inferior [ [ Fig. 2-5 . veia hepática direita VHD) localiza-se na fissura intersegmen-
O lobo
lobo caudado segmento I) é considerado autônomo tar direita
direita e separa o segmento anterior
ante rior V e VIII) do posterior
pois sua vascularização é independente, recebendo vasos VI e VIl). A veia hepática esquerda VHE) corre na fissura
dos ramos direito e esquerdo da veia porta e artéria hepáti- intersegmentar esquerda e divide o lobo esquerdo em seg-
ca, com drenagem venosa diretamente para a Vcr. É separa- mentos mediai lVA e B) e lateral lI e III) Fig. 2-8 .
do do lobo esquerdo pela fissura do ligamento venoso, situ- A veia
veia porta é cober ta por tecido conjuntivo, apresen-
ando-se anteriormente à VCls Fig. 2-6 . Pode apresentar tando-se com paredes hiperecogênicas à ultra-sonografiaJ
uma extensão ântero-inferior, chamada de processo papilar, Seus ramos têm localização intra-segmentar, com exceção
que pode aparecer separado do ftgado em secções ultra- do ramo ascendente esquerdo, sendo que cada ramo seg-
sonográficas
sonográf icas simulando lesões extra-hepáticas. 1 mentar termina no centro de cada segmento. O tronco da
A localização dos segmentos hepáticos é possível atra- veia porta apresenta calibre superior normal de 1,2 cm 3,2,43
vés do conhecimento da anatomia vascular hepática. As vei- variando com o ciclo respiratório, dividindo-se nos ramos
Nomenclatura
c
Fig. 2 -5 Segmentação hepática.
hepática. A ) Imagem ultra·sonográfica trtransv
ansversal
ersal ob
oblíqua
líqua do fígado no nível dos ramos direito e esquerdo da ve ia
porta VP), com uma representação esquemática da segmentação hepática. Veia Veiass cava inferior retro-hepática VCI
VCI),
), he
hepáticas
páticas média +) e
direita *). Observar t mbém a fissura do ligamento venoso FLV), separando o lobo caudado segmento I) do segmento 11
B) e C Representações anatômicas do fígado correlacionadas com as imagens ultra-sonográficas no níve nívell dos ramos portais principais 8 ) e
ligeiramente caudal, no nível da vesícula biliar C . Observar que a vesícul
vesícula
a bilia r VB) se
separa
para os segmentos IV e V Representações anatômicas
diagramadas através do Visib/e Human Project , University o f C%rado Schaa/ a f Medicine).
Fig . 2-6. Lobo caudado. Imagem ultra-sonográfica longitudinal do Fig. 2-7. Veias hepáticas. Imagem ultra-sonográfica transversal
? do na altura dos segme ntos mediai esquerdo IV) e caudado I). oblíqua do fígado demonstrando a confluência das veias hepáticas
- ssu ra do ligamento venoso FLV) separa estes dois segmentos. direi ta VHD), média VHM) e esquerda VHE) na VCI. Notar que as
oservar qu e a veia cava inferior retro-hepática VCI)
VCI) tem trajeto veias hepáticas esquerda e média formam um tronco antes da
DOS erior ao segmento I e desemboca no átrio direito AD). drenagem na VCI.
6
8i1 Ui'i. 4'Id;Ji "i'N ijiW I
B
Fig. 2 8
8.. Segmentação hepática.
hepática. A ) Imagem ultra·sonográfica trans
transversa
versall no nív
nível
el da confluência das veias hepáticas, adquirida ao se obliquar
o transd utor cranialmente. Sã
São
o representados os segmento s visibilizados neste cort e li, IVA, VII e VII
VIII).
I). B) Imagem ecográfica longitudinal
oblíqua dos segmentos posteriores (VI e VII) do lobo direito, obtida com o paciente em decúbito lateral esquerdo e o transdutor posicionado
na linha axilar média. Observar a relação do segmento VI com o rim direito (RD).
que o ramo esquerdo é mais longo e segue anteriormente A divisão da artéria hepática segue os ramos portais e
ao lobo caudado (FIG. 2-5A). O ramo principal direito separa sua diferenciação com os ductos biliares pode ser difícil. 36
os segmentos superiores (VII e VIII) dos inferiores V e VI) no No hil
hilo
o hepático o ducto
duct o biliar comum situa-se lateral e
lobo direito. Com o transdutor na região subxifóide em anteriormente à veia
veia porta e a artéria hepática mediai e
umaa posição oblíqua é poss
um possível
ível visibilizar
visibilizar o ramo esquerdo
esque rdo anteriormente a ela (Fig. 2-10).
da veia porta o seu ramo ascend asc endent
entee e os ramos para os
segmentos 11, 111, IV, O ramo ascendente da veia porta es-
querda corre na fisfissur
suraa intersegmen
inters egmentar assim co-
tar esquerda assim
mo a veia
veia hepát
hepática
ica esque
es querda
rda e a fiss
fissura
ura do ligamento redon-
do separando
separan do o oss segmentos mediai
mediai (IV) do lateral 11 e 111).
(Figs. 2-5A e 2-9). Existem variações da distribuição intra-
hepática portal que podem ser visibilizadas ao ultra-som
37
Ecogenicidade
O fígado apresenta-se homogêneo com ecogenicidade
intermediária,26 padrão ver anteriormente)
anteriormente),, geralmen te iso
ou hiperecogênico em relação ao córtex renal e hipoecogê-
nico em relação ao baço.
Medidas
Existem vários métodos de medidas hepáticas descritas
na literatura; 16 32 com resultados muito variados. Inicial-
mente, a hepatomegalia pode ser sugerida através de sinais
indiretos como as suas extensões abaixo do pólo inferior do
rim direito e à esquerda da linha mediana, atingindo o hipo-
côndrio esquerdo. A medida do volume hepático é um
método complexo e com resultados questionáveis.
Os parâmetros mais aceitos são as medidas diretas:
Medida do lobo esquerdo hepático: diâmetro longitudi-
nal na linha mediana: até 10 cm Fig. 2-12 A .
Medida do lobo direito hepático: diâmetro longitudinal
Fig 2· 11 . Fissura interlobar principal. Imagem ultra-sonográfica na linha hemiclavicular média, adquirindo-se no corte o ra-
transversal oblíqua o fígado desta
destacando-
cando-se
se a fissura
fissura i nterloba r mo principal direito da veia porta: até 15 cm Fig. 2-12 B e C .
principal
princi pal setas) que se apresenta hiperecogênica, separando os Niderau et al.32 realizaram um estudo em uma série de
segmentos IV e V 1.000 pacientes no qual foram estabelecidas medidas longi-
tudinais e ântero-posteriores nas linhas mediana e hemicla-
vicular Quad ro 2-2).
2-2).
A vesícula biliar é utilizada como referência externa
para avaliação da segmentação hepática. O seu leito locali- VEsíCULA E VIAS BILI RES
za-se na fissura interlobar principal, que separa o lobo direi- Vias biliares intra hepáticas
to do esquerdo e, no caso específico da vesícula biliar, o seg-
A bile produzida no fígado é excretada pelo ducto hepá-
mento IV do V Figs. 2-5C e 2-11).
tico comum, formado pela junção de dois ramos que saem
Resumindo, a veia hepática média separa o fígado em do fígado juntamente com a veia porta. No seu trajeto rece-
dois lobos: direito e esquerdo. O direito é dividido pela veia be o ducto cístico responsável pela excreção de bile armaze-
hepática direita em segmentos anterior e posterior. O nada e concentrada na vesícula.
esquerdo é dividido pela veia hepática esquerda em seg- Os ductos biliares intra-hepáticos acompanham os
mentos mediai e lateral. Cada um destes quatro segmentos ramos da artéria e da veia porta, estando todos contidos no
direito anterior, direito posterior, esquerdo mediai e interior do espaço porta, cuja presença de colágeno deter-
esquerdo lateral) são divididos em segmentos superior e mina um padrão ecogênico às suas paredes. Os duetos peri-
inferior por uma linha transversal que passa pelos ramos féricos convergem para o hilo hepático em dois ramos, os
portais direito e esquerdo. Lembrar que o lobo caudado é duetos hepáticos direito e esquerdo. O ducto hepático direi-
uma exceção a esta regra.) Os oito segmentos são, então, to é mais curto e forma-se próximo à porta hepatis pela jun-
enumerados em sentido horário. ção dos ramos segmentares anterior e posterior, enquanto o
dueto hepático esquerdo é mais longo e desenvolve-se na
Relações fissura do ligamento redondo, onde recebe os ramos seg-
O fígado apresenta duas superfícies: a diafragmática e a mentares lateral e mediaI. Estes deixam os lobos correspon-
\ isceraIP A fac
facee dia fragmátic a encontra-se abaixo da conca- dentes do fígado e se unem para formar o dueto hepático
vidade da face inferior do diafragma, e a visceral está em comum, que corre em direção inferior e para a direita, indo
contato com as vísceras do abdome superior. Esta apresenta unir-se com o ducto cístico para formar o dueto colédoco,
impressões dos órgãos com as quais tem contato: porém não é possível diferenciá-los à ultra-sonografia, já
que o ducto cístico não é normalmente visibilizado, sendo
• Lobo esquerdo E): esôfago e parede anterior do estômago.
estômago.
denominados em conjunto como hepatocolédoco.
• Lobos esquerdo e caL/dado : piloro.
VEsíCULA BILIAR
• Infundfbulo da vesfcula biliar VB) e obo direito D): duodeno . Apresenta-se dividida em três porções: o fundo termi-
• Fundo da vesfcula biliar e lobo D: cólon. nando em fundo cego, o corpo e o colo ou infundíbulo, que
liga a vesícula ao ducto cístico; e é orientada obliquamente,
• Lobo D: rim direito (posterior ao peritônio).
sendo o fundo anterior, inferior e para a direita, enquanto o
• Área nua hepática: adrenal direita e VCI. colo posterior, superior e para a esquerda 6 Fig. 2-13).
compõem uma
pode apresen tar linha
pregasúnica. O lúmen é anecogênico,
que eventualmente
event ualmente at
atenuam mas
enuam o feix
feixee ção do duodeno.
curvando-se sobreO colo é a porção
si mesmo comomais estreita
a letra da vesícula,
S, não devendo
de ultra-sonografia, resultando em sombras acústicas ser confundido, quando redundante, com ducto biliar dila-
moderadas que simulam cálculos.1 3 tado 13 Fig. 2-14).
A B
Fig 2·13. Vesícula biliar. Imagens ultra-sonográficas longitudinal (A) e transversal (B) da vesícula biliar (setas).
A parede da vesícula não deve ultrapassar 4 mm de veia porta e à direita da artéria hepática, cruza por trás da pri-
pri-
espessura, sendo mais bem avaliada na parede anterior. É meira porção do duodeno nesta região pode ser caracteriza-
constituída de três camadas: a mucosa, a muscular e a sero- do como colédoco, dada à baixa freqüência de casos onde o
sa. Caso seja a vesícula pouco distendida estas camadas ducto cístico se une ao ducto biliar comum em posição tão
podem ser individualizadas, formando um contorno exter- inferior) e corre em um sulco próximo à borda direita da face
no fortemente ecogênico, um interno pouco ecogênico e posterior da cabeça do pâncreas, entrando a seguir no duo-
uma área anecóica entre esses. deno, porém a sombra acústica ocasionada pelo gás no duo-
deno pode tornar difíc
difícil
il a sua
su a visi
visibil
bilizaç
ização
ão Fig.
Fig. 2-15).
HEP TOCOLÉDOCO Variações nas relações das estruturas da porta hepatis
Recebe esta denominação devido à dificuldade em se podem ocorrer. Tipicamente o hepatocolédoco é ântero-
caracterizar o ducto cístico. Portanto, a porção proximal do lateral e a artéria hepática própria, ântero-medial à veia por-
colédoco aferida pela ultra-sonografia geralmente é indis- ta Fig. 2-10), angulando para a direita à medida que ascen-
tinta do ducto biliar comum. Como se trata de uma estrutu- dem e aproximam-se da porta hepatis Em 85 dos casos a
ra tubular com conteúdo líquido, a sua luz anecogênica artéria hepática direita cursa entre a veia porta e o hepato-
deve contrastar com a sua parede hiperecogênica. colédoco Fig. 2-16) e no restante dos casos anterior ao he-
patocolédoco. 27 Em alguns casos o hepatocolédoco pode
Relações correr anteriormente à artéria hepática própria. Atenção a
O hepatocolédoco corre na borda livre do omento menor essas situações é necessária para a correta identificação de
Fig 2-14. Colo da vesícula biliar redundante. Imagem ecográfica Fig 2- 15. Desembocadura do hepatocolédoco. Imagem
longitudinal da vesícula biliar demonstrando um Infundibulo ultra-sonográfica do hepatocol
hepatocolédoco
édoco distai (set
(seta),
a), em sua
alongado e redundante. desembocadura no duodeno e sua relação com a cabeça pancreática P).