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Laboratório de Fı́sica Experimental II, Relatório No.

3, Abril, 2016
Relatório

Ondas Sonoras
Maria Carolina Sturmer1 , Laura Fernandes da Conceição1 , Lucas Araujo de Freitas1 , Pablo
Felipe1 .

Resumo
O experimento relatado neste documento trata-se da avaliação do comportamento das ondas sono-
ras produzidas por um aparelho gerador de ondas sonoras senoidais. Juntamente deste gerador fora
utilizado um sensor de som conectado para captar as ondas sonoras e transferir os dados para o com-
putador, o qual gerou os gráficos destas ondas. Além disto foi utilizado também um kit de diapasões no
sensor de som, a fim de captar as ondas transmitidas por dois destes ao ser chocado contra o martelo
percursor. Com os gráficos gerados de ambos os experimentos sonoros fora realizados cálculos para
determinar as relações de intensidade e nı́vel sonoro, alem da determinação da frequência de vibração
de um diapasão.
Keywords
Ondas Sonoras — Nı́vel Sonoro — Diapasão
1 Universidade Federal do Paraná - UFPR - Engenharia Ambiental e Sanitária

Sumário 1. Fundamentos Teóricos


Introdução 1 1.1 Ondas Sonoras
As ondas sonoras podem ser genericamente classificadas como
1 Fundamentos Teóricos 1
quaisquer ondas longitudinais em um meio.[1] Contudo tra-
1.1 Ondas Sonoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 taremos apenas das ondas sonoras definidas como ondas se-
1.2 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 noidais, pois ”as ondas sonoras mais simples são ondas senoi-
1.3 Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 dais, as quais possuem valores definidos para a amplitude, a
frequência e o comprimento de onda.”[2]
2 Resultados e Discussões 3
3 Considerações Finais 4 Velocidade do Som De uma forma mais direta, devido a
onda mecânica necessitar de um meio pra se propagar a sua
Referências 4
velocidade acaba dependendo das componentes inerciais e
elásticas do meio, as quais armazenam as energias cinéticas
Introdução e elásticas do movimento, respectivamente.[1] Sendo assim,
escrevemos que:
As ondas mecânicas são abundantes no nosso planeta, isso r
porque elas precisam de um meio material para existir, o que τ
v= (1)
é disponibilizado em grande escala no nosso planeta. µ
Onde τ é trata-se da propriedade elástica e µ da inercial do
De todas as ondas mecânicas da natureza, as mais impor-
meio, mas como o meio de propagação se trata do ar e de
tantes são as ondas sonoras, as quais são ondas longitudinais
uma onda longitudinal deduz se facilmente que a componente
que utilizam o ar, em geral, para se propagarem.[2]
inercial é apenas o peso especı́fico do ar, sendo µ = ρ. Já
a componente elástica está relaciona à quanto o meio muda
São tão importantes assim por estarem presentes em nosso
de volume quando é submetido a uma pressão,[1] tratando-se
cotidiano, em seu uso na comunicação falada, nas músicas p
do módulo de elasticidade volumétrico, dado por B = − δVδ /V .
produzidas pelos instrumentos musicais e em diversos ou-
tros ramos como nos exames de ultrassom realizados por Sendo assim, substituindo estes dados na equação 1 obtêm-se:
profissionais da área de medicina e no sonar dos navios e s
submarinos.[1] B
v= (2)
ρ
O experimento deste documento trabalha com essas ondas lon-
gitudinais denominadas ondas sonoras, as quais estão contidas Sendo essa a velocidade do som em um meio de módulo de
em diversas áreas do nosso dia-a-dia. elasticidade volumétrico B e massa especı́fica ρ.[1][2]
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Ondas Sonoras Progressivas O deslocamento s(x,t) de É notável a diminuição de intensidade de ondas sonoras de
uma onda longitudinal pode ser descrita através de uma função acordo com a distância. através de uma fonte pontual isotrópica,
cosseno: é obtido a seguinte formula para o calculo da intensidade das
ondas sonoras:
s(x,t) = sm cos(kx − ωt) (3)
Ps
Sendo o fator sm a amplitude máxima do deslocamento. Já I= (10)
4πr2
tratando-se da pressão que o ar sofre, este varia de forma
senoidal, e é descrito por: Contudo é muito mais conveniente e usual nos referirmos ao
nı́vel sonoro β , que envolve a intensidade, é definido pela
∆p(x,t) = ∆pm sen(kx − ωt) (4) seguinte equação:
Com a variável pm representando a amplitude da pressão, ou I
seja, o máximo de variação da pressão associada à onda.[1] A β = (10dB) log (11)
I0
relação entre a amplitude da pressão e a amplitude do deslo-
camento é dado pela equação: Sendo a unidade deste nı́vel sonoro o decibel, representado
por dB.
∆pm = (vρω)sm (5)

Interferência A interferência ocorre quando duas ou mais Diapasão Diapasão é um instrumento metálico utilizado
fontes sonoras estão em fase, isto é, emitem ondas com o para auxiliar na afinação de instrumentos musicais e vozes.
mesmo comprimento de onda λ , com o mesmo deslocamento Possui a forma de uma forquilha (letra ”U”) e funciona com
de fase. a vibração sonora. Ao vibrar, o diapasão emite a nota de re-
ferência (lá) para sintonizar o instrumento musical, afinando-
Utilizando um ponto P de referencia entre dois pontos ge- o.
radores de ondas sonoras, têm-se que a diferença de fase φ
depende da diferença de percurso δ L.[1] Relacionando-as e Ele produz um Som Puro, apenas com uma frequência. Mas
levando em consideração que a diferença de fase correspon- dois diapasões, feitos do mesmo material, com a mesma
dente a um comprimento de onda λ é 2π obtemos: forma, mas modificando a separação entre as hastes não.
Eles vibrarão com frequências diferentes: o que tiver me-
φ ∆L ∆L nor separação entre as hastes vibrará mais rapidamente. Da
= =⇒ φ = 2π (6)
2π λ λ mesma forma, se escolhermos outros dois com o mesmo mate-
rial, forma e separação entre as hastes, mas com uma pequena
Quando φ é zero, 2π ou qualquer ou múltiplo deste, é
diferença no comprimento das hastes, o que tem hastes mais
obtida uma interferência construtiva, sendo escrita de forma:
longas vibrará mais lentamente.
φ = m(2π), param = 0, 1, 2, ...
Sua principal funcionalidade é para afinar instrumentos e
Ocorrendo isso quando a razão entre ∆L
corresponde a: vozes através da vibração de um som musical de determinada
λ
altura.
∆L
= 0, 1, 2, ... (7)
λ 1.2 Materiais
Já a interferência destrutiva é quando φ é múltiplo ı́mpar de Para a realização do experimento das ondas sonoras foram
π: utilizados os seguintes materiais:

φ = (2m + 1)π, param = 0, 1, 2, ... 1. Um kit de diapasão com martelo percursor (Figura 01).
∆L
Com isso, a razão entre λ corresponde a: 2. Um sensor sonoro(Figura 02).
DeltaL
= 0.5, 1.5, 2.5, ... (8) 3. Uma interface Capstone(Figura 02).
λ
Intensidade e Nı́vel Sonoro A Intensidade é dada pela 4. Um gerador de ondas senoidais (Figura 03).
equação I = PA , onde é a taxa média por unidade de área
que a energia da onda atravessa a superfı́cie,[1] onde P é a 5. Um alto falante aberto (Figura 03).
taxa de variação de energia e A é a área. Ainda é possı́vel
explicitar a intensidade na seguinte equação: 6. Um notebook com o software Pasco Capstone.
1
I = ρvω 2 s2m (9) 7. Uma régua.
2
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para o segundo experimento, o qual tratava da obtenção da


frequência de dois diapasões.

Ambos os diapasões foram postos rente ao sensor sonoro.


Com um novo gráfico para gravar as frequências dos dois
diapasões simultaneamente, foi iniciado a gravação. Os dia-
pasões são colididos entre si, ambos pela extremidade, dando
inicio a vibração dos dois, os quais são alinhados de frente
ao sensor, que capta ambas as vibrações registradas em um
Figura 1. Kit de diapasão com martelo percursor. Fonte: Os gráfico, encerrando a segunda parte do experimento.
Autores (2016)
Com isso os diapasões são guardados e o alto falante com
o gerador de ondas senoidais são postos de frente ao sensor,
sobre uma régua, como mostra a Figura 04.

Figura 2. Sensor sonoro conectado à interface Capstone.


Fonte: Os Autores (2016)

Figura 4. Todos os aparelhos da ultima série do experimento


devidamente montados. Fonte: Os Autores (2016)

No software é configurado para gerar o gráfico da onda


sonora a ser produzida pelo alto falante aberto. Feito isso é
fixado a frequência de 300,0Hz no gerador de ondas senoidais
e ligado, estando o alto falante a uma distância X do sensor.
Figura 3. Gerador de ondas senoidais conectado ao alto
No software é iniciado a gravação, esperado 25 segundos
falante aberto em cima da régua. Fonte: Os Autores (2016)
para gerar o gráfico da onda sonora, e então é pausado a
gravação e desligado o gerador de ondas. Do gráfico é ano-
1.3 Métodos tado a amplitude máxima.
Os seguintes passos foram seguidos para a realização do ex-
perimento: Depois o gráfico é limpo para descrever um novo gráfico
de onda, com mesma frequência, mas com distância X maior
No inı́cio do experimento, o computador com o software que a anterior. Então os passos da terceira série de experi-
foi conectado à interface capstone, que por sua vez foi co- mentos é realizado novamente. Isto é repetido cinco vezes
nectado ao sensor sonoro. Após isso foi realizado as devidas para obter cinco diferentes amplitudes máximas em diferentes
configurações no software para captar a frequência do dia- distâncias entre o sensor e o alto falante.
pasão.

Foi escolhido o diapasão X e posto próximo ao sensor, logo


após foi iniciado a gravação da frequência no software. Com
isto diapasão é colidido em uma das suas extremidade com o
martelo percursor, vibrando em determinada frequência, cap- 2. Resultados e Discussões
tada pelo software e encerrando este primeiro experimento.
Os experimentos com os diapasões resultaram nos gráficos da
Após ser salva a tela da frequência do diapasão, passou-se Figura 05 e Figura 06, respectivamente:
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Figura 5. Gráfico da frequência produzida pelo diapasão


maior colidido contra o martelo percursor. Fonte: Os Autores
(2016)
Figura 7. Gráfico do nı́vel sonoro em relação a distância
entre os instrumentos. Fonte: Os Autores (2016)

O único dado a aumentar com a distância foi a poten-


cia sonora captada, já esperado por ela ser proporcional a
distância do ponto sonoro ao sensor, como é demonstrado na
explicitação da equação 10, resultando em Ps = I4πr2 .

Mesmo o experimento sofrendo ruı́dos sonoros e algumas


interferências (como mostra os gráficos das figuras 05 e 06),
estes foram mı́nimos, permitindo a realização do experimento
sem maiores perdas de dados e valores.

Figura 6. Gráfico das frequências produzidas pela colisão do 3. Considerações Finais


diapasão maior com o menor. Fonte: Os Autores (2016) O objetivo do experimento foi de avaliar o comportamento de
ondas sonoras. Na parte que envolvia os diapasões, ele pôde
demonstrar como o som reage em um choque, e qual a sua
Analisando os dois gráficos nota-se a diferença na frequência vibração, mostrando com clareza os princı́pios fı́sicos envol-
dos diapasões devido ao seu tamanho e material. vidos, de maneira que a força aplica pelo martelo agisse dire-
tamente nas oscilações de frequência. Em relação a captação
Já com os dados obtidos através da execução da terceira série com a frequência especı́fica do alto falante aberto, foi possı́vel
de experimentos, fora gerado a Tabela 01, com todos os re- observar que quanto maior a distância menor a intensidade e,
sultados desta série, sendo calculado a intensidade através da consequentemente, menor o nı́vel sonoro gerado. Sem mai-
equação 10 e o nı́vel sonoro pela equação 11: ores problemas com interferencias ou ruidos do ambiente, o
experimento demonstrou dados com grande precisão e funda-
mentos, concluindo-se que ele fora satisfatório.

Referências
[1] D. Halliday, R. Resnick, J. Walker, Fundamentos
de fı́sica. volume 1: mecânica, 9a edição, Editora
LTC, Rio de Janeiro, 2013.
[2] H. D. Young, R. A. Freedman, Sears and Zemansky
Tabela 1. Dados obtidos na série de experimentos com o alto
Fı́sica 1, 12a edição, Editora Pearson Addison Wes-
falante em X distância do sensor. Fonte: Os Autores (2016)
ley, São Paulo, 2008.

Analisando a Tabela 1, é notável uma diminuição na in-


tensidade sonora de acordo com o aumento da distância entre
o alto falante e o sensor sonoro. Outro dado que diminui
também é o nı́vel sonoro, para explicitar mais essa relação
fora plotado estes dados no gráfico da Figura 07.

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