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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas

RELATÓRIO DO EXPERIMENTO IV
Fator de atrito em tubo de seção circular

Caroline Marcatti Biazi - 201711100


Giovanna Gotelip - 201810727
Laura Emanuely Saturnino - 201811228
Lorena Gabriela De Bessa - 201810133
Mariana Dindini de Menezes - 201810718

Disciplina: Laboratório de Engenharia Química I


Professor: Marcelo Bacci

Uberaba – MG
2023

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 3
2. OBJETIVOS 4
3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 4
4. METODOLOGIA 4
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5
6. CONCLUSÃO 9
7. REFERÊNCIAS 10

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1. INTRODUÇÃO
De uma maneira geral, a perda de carga pode ser denominada como a
energia que é dissipada pelo fluido para escoar entre dois pontos. Quando um fluido
escoa por uma tubulação o mesmo é influenciado pelas paredes, o que ocasiona
uma dissipação de energia devido ao atrito. Além disso, o fluido que está em
contato com a parede adquire velocidade nula, e desse modo, afetam nas partículas
mais próximas por causa da viscosidade e da turbulência ocasionando também uma
dissipação de energia.
Essa dissipação de energia provoca um abaixamento da pressão total do
fluido ao longo do escoamento que é definida de perda de carga. Existem dois tipos
de perda de carga: localizada e distribuída, e, além disso, temos a perda de carga
total (hT), que é encontrada pelo somatório das perdas localizadas e distribuídas.
A perda de carga localizada (hL) é referente a perda ocasionada pelos
equipamentos, válvulas e acessórios, estes dispositivos aumentam a dificuldade do
fluido escoar provocando variação brusca na velocidade, que consequentemente
ocasionam uma perda de energia ao sistema. Já a perda de carga distribuída (h D) é
referente a perda ocasionada em trechos retos, ou seja, nas tubulações.
Os cálculos para perda de carga vão variar de acordo com o motivo que a
causa e são dependentes de alguns fatores como: o diâmetro do tubo, rugosidsade,
tipo de material da tubulação, propriedades do fluido, velocidade de escoamento,
fator de atrito, comprimento do tubo, ente outros. Além disso, existem algumas
expressões como a de Colebrook ou Haaland e até mesmo de componentes
figurativos como o diagrama de Moody para a obtenção do valor de perda de carga.

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2. OBJETIVOS
O objetivo deste relatório foi encontrar o valor da energia dissipada pelo
fluido, mais conhecida como perda de carga. Para tanto, foi necessário o cálculo da
vazão mássica e do fator de atrito.

3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
Para a realização do experimento foram utilizados dos seguintes equipamentos:
• Bancada experimental contendo: dois tubos de 7,8 e 6,3mm de diâmetro,
manômetro em U, válvulas;
• Balança;
• Trena;
• Baldes;
• Termômetro;
• Cronômetro.

4. METODOLOGIA
Durante o processo experimental, os seguintes passos foram seguidos:
1. Encher o reservatório;
2. Ligar o equipamento;
3. Retirar as bolhas de ar do sistema e medir a temperatura da água;
4. Abrir a válvula do equipamento na vazão desejada;
5. Realizar o procedimento para medição da vazão em triplicada;
6. Posicionar as válvulas referentes ao tubo A para medição do ponto 1 ao 3 e
em seguida do ponto 1 ao 2;
7. Anotar o valor da distância entre os pontos e do delta H;
8. Repetir os passos 6 e 7 para o tubo B:
9. Calcular a densidade da água na temperatura medida através da equação:

(30 − 𝑇)
𝜌á𝑔𝑢𝑎 = 996 + (1)
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10. Calcular a média da vazão mássica para as medidas de A e B;
11. Encontrar na literatura a densidade do mercúrio;
12. Calular ∆𝑝;
∆𝑝 = ℎ𝑔(𝜌𝑚𝑒𝑟𝑐ú𝑟𝑖𝑜 − 𝜌á𝑔𝑢𝑎 ) (2)

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13. Calcular velocidade média de escoamento através da equação 3.
4𝑚̇
𝑣= (3)
𝜋𝜌𝑑 2

14. Calcular perda de carga através da equação 4.

∆𝑣 2 ∆𝑝
𝐻𝑓 = +𝐿+ (4)
2𝑔 𝛾
∆𝑣 2
Considerando o termo constante e 𝛾 = 𝜌𝑔.
2𝑔

15. Calcular fator de atrito através da equação 5.

2𝑔𝑑𝐻𝑓
𝑓= (5)
𝑣2𝐿
16. Cálculo de Reynolds pela equação 6.
𝑑𝑣𝜌
𝑅𝑒 = (6)
µ
𝐾𝑔⁄ 𝐾𝑔⁄
Considerando 𝜌 = 996,6 e µ = 9,407 × 10−4 𝑚. 𝑠 .
𝑚3

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A primeira parte do experimento consiste calcular a vazão mássica pela
relação da mássa de água coletada em determinado tempo. Os dados foram
coletados em duas etapas e ambos em triplicatas. Estes dados obtidos
experimentalmente foram dispostos nas tabelas 1 e 2.

Tabela 1. Dados experimentais da primeira medida.


Tempo [s] Massa de água [kg]
5,04 1,042
5,16 0,983
5,00 0,971
Fonte: Das Autoras, 2023.

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Tabela 2. Dados experimentais da segunda medida.
Tempo [s] Massa de água [kg]
5,11 1,185
5,08 1,240
5,03 1,158
Fonte: Das Autoras, 2023.

A partir destas tabelas, foi calculada a vazão mássica e suas respectivas


médias, mostrado na tabela 3.

Tabela 3. Valores de vazão mássica e suas médias.


Vazão mássica [kg/s] Média
0,2067
Primeira medida 0,1905 0,1971
0,1642
0,2319
Segunda medida 0,2441 0,2354
0,2302
Fonte: Das Autoras, 2023.
A segunda etapa do experimento consiste em calcular o fator de atrito a partir
da queda de pressão em diferentes pontos e utilizando dois tubos de latão com
diferentes diâmetros.
Os dados experimentais foram coletados em duas etapas e ambas em
duplicata para cada tubulação. Estes dados foram dispostos nas tabelas 4 e 5.

Tabela 4. Dados experimentais de queda de pressão na primeira etapa.


Pontos Distância [m] Delta H [m]
Tubo A (7,8 mm) 1a3 1,0 0,105
1a2 0,5 0,065
Tubo B (6,3 mm) 1a2 0,5 0,105
1a3 1,0 0,185
Fonte: Das Autoras, 2023.

Tabela 5. Dados experimentais de queda de pressão na segunda etapa.


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Pontos Distância [m] Delta H [m]
1a3 1,0 0,125
Tubo A (7,8 mm)
1a2 0,5 0,075
1a2 0,5 0,065
Tubo B (6,3 mm)
1a3 1,0 0,240
Fonte: Das Autoras, 2023.
A partir dos dados experimentais obtidos, foi possível efetuar os cálculos de
queda de pressão (ΔP), a equação 4 foi utilizada para efetuar o cálculo de perda de
carga (Hf) cujos resultados foram registrados nas tabelas 6 e 7. Em seguida com a
equação 3 e 4 foram calculadas as velocidades de escoamento no tubo A e B e
força de atrito respectivamente, como descrito nas tabelas 8 e 9.

Tabela 6. Dados calulados de ΔP e perda de carga na primeira etapa.


Pontos ΔP [Pa] Perda de carga Hf [m]
1a3 12909,00 2,32
Tubo A (7,8 mm)
1a2 7991,28 1,32
1a2 12909,00 1,82
Tubo B (6,3 mm)
1a3 22744,43 3,33
Fonte: Das Autoras, 2023.

Tabela 7. Dados calulados de ΔP e perda de carga na segunda etapa.


Pontos ΔP [Pa] Perda de carga Hf [m]
1a3 15367,85 2,57
Tubo A (7,8 mm)
1a2 9220,71 1,44
1a2 7991,28 1,32
Tubo B (6,3 mm)
1a3 29506,28 4,02
Fonte: Das Autoras, 2023.

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Tabela 8. Dados calulados da velocidade de escoamento e do fator de atrito na
primeira etapa.
Pontos Velocidade [m/s] Fator de atrito
1a3 0,020698
Tubo A (7,8 mm) 4,14
1a2 0,023502
1a2 0,007829
Tubo B (6,3 mm) 7,58
1a3 0,007154
Fonte: Das Autoras, 2023.

Tabela 9. Dados calulados da velocidade de escoamento e do fator de atrito na


segunda etapa.
Pontos Velocidade [m/s] Fator de atrito
1a3 0,02294
Tubo A (7,8 mm) 4,14
1a2 0,02574
1a2 0,00567
Tubo B (6,3 mm) 7,58
1a3 0,00864
Fonte: Das Autoras, 2023.

Após encontrados os valores de fator de atrito para o tubo A e tubo B, foi


necessário realizar o cálculo do número de Reynolds visando realizar uma
comparação do valor experimental com o valor de fator de atrito dado pelo Diagrama
de Moody.
Tabela 10. Reynolds calculado para cada tubo.
Re

Tubo A (7,8 mm) 34226,53

Tubo B (6,3 mm) 50598,04

Fonte: Das Autoras, 2023.

O material de ambos os tubos é de latão, dessa forma, foi considerado o valor

7 × 10−6 𝑚 de rugosidade (ε). Logo, ᵋ/d para Tubo A sendo de 0,00089 e para o

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tubo B 0,0011. Os dados foram traçados na Figura 1, com a cor azul para o tubo A e
cor verde para o tubo B.

Figura 1. Diagrama de Moody

Fonte: FERNANDO, A.

Nota-se que os dados de fator de atrito obtidos experimentalmente são


aproximadamente os mesmos que os dados encontrados no diagrama de Moody.
Desta forma, obtivemos um resultado satisfatório de medidas.

6. CONCLUSÃO

Pode-se concluir com êxito o presente relatório visto que os objetivos foram
alcançados com sucesso e os resultados obtiveram coêrencia com o esperado.
Além disso, com os resultados encontrados pode-se analisar a influência que a
velocidade tem na queda de pressão e, consequentemente, na dissipação de
energia do sistema para cada tubo.

Sabe-se que a velocidade encontrada para o tubo B seria maior que a do tubo A
quando comparados a uma mesma vazão mássica, isso se deve pelo diâmetro do
tubo A ser maior que do tubo B, com isso os resultados foram coerentes visto que

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para as medidas de vazão obtiveram-se velocidades nos valores de 4,1 e 7,6 m/s
para os tubos A e B, respectivamente.

Ademais, comparando os valores de dissapação de energia entre os tubos, nota-


se que com o aumento da vazão mássica há também um aumento nos valores de
perda de carga, isso acontece porque com o aumento da vazão mássica há um
aumento na queda de pressão que é diretamente proporcional com a perda de
carga.

Por fim, foi feita uma análise pelo diagrama de Moody e os valores encontrados
foram muito próximos dos valores calculados para o fator de atrito, o que demonstra
mais confiança nos cálculos e maior precisão dos resultados.

7. REFERÊNCIAS
[1] BIRD, R. B.; STEWART, W. E.; LIGHTFOOT, E. N. Fenômenos de Transporte.
Rio de Janeiro: Editora LTC, 2a Edição, 2012.

[2] CASSIOLATO, César. A MEDIÇÃO DE VAZÃO. VIVACE. Disponível em:


https://www.vivaceinstruments.com.br/pt/artigo/a-medicao-de-vazao. Acesso em: 20
jan. 2023.

[3] MAUAD, Frederico Fábio. Perda de carga. Apresentação do Power Point.


Disponível
em:https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5626814/mod_resource/content/2/Aula%
202%20%20%202808.pdf. Acesso em 20 jan. 2023.

[4] PROPEQ. Conheca os medidores de vazão e sua importância no controle de


processos!: O que são medidores de vazão. Projeto e pesquisa em engenhari
quimica, 30 out. 2019. Disponível em: https://propeq.com/medidores-de-
vazao/?gclid=Cj0KCQiAiJSeBhCCARIsAHnAzT8Tqrz-
amoHbDaQBhIxNZiKxPsmr8o1GsfywDh-NLBC3-wCN3eoNYsaAuStEALw_wcB.
Acesso em: 20 jan. 2023.

[5] WHITE, F. M. Mecânica dos Fluidos. Porto Alegre: McGraw-Hill, Bookman,


AMGH Editora Ltda, 6a Edição, 2011.

[6] FERNANDO, A. Español: Diagrama de Moody. Disponível em:


<https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1529156>. Acesso em: 24
jan. 2023.

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