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FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
Dessa forma, a tendência mundial é o uso de aterro sanitário controlado como o meio
preferencial de eliminação de resíduos sólidos urbanos e uma grande parte de resíduos
sólidos industriais. No entanto, a geração de lixiviado em aterros sanitários tornou-se um
assunto de interesse recente, visto que, constitui-se de uma água residuária e gera biogás,
sendo o último um recurso que pode ser utilizado para produção de energia (Di Palma et
al., 2002).
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lixiviado gera perigo para os corpos hídricos bem como demanda a necessidade de
tratamento para atender as normas de descartes em corpos hídricos receptores.
Em resumo, a gestão de resíduos sólidos urbanos constitui hoje uma importante problema
ambiental, econômico e social em todo o mundo, principalmente porque o volume de
resíduos está crescendo mais rápido do que o população mundial. Além disso, como
requisitos ambientais mais rigorosos são continuamente impostos em relação ao solo e as
águas, o tratamento do lixiviado de aterro torna-se um importante preocupação
ambiental. Este trabalho, portanto, enfoca no tratamento de lixiviados de aterro sanitário e
fornece uma comparação e uma avaliação de vários processos de tratamento desse tipo de
água residuária. Novos tratamentos, alternativas e melhorias tecnológicas convencionais
são também destacados e examinados.
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2 - OBJETIVOS
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3 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O método do balanço hídrico global é relativamente simples e por isso foi utilizado com
grande freqüência até o início da década de 1980 para prever as taxas de geração de
lixiviado. Entretanto, quando se compara os resultados de sua aplicação com a vazão
medida em campo, os padrões de geração de lixiviado nem sempre são reproduzidos
adequadamente (Guyonnet et al.,1998).
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3.1.2 – Método do Balanço Hídrico Global combinado com a infiltração na camada de
cobertura e o fluxo de lixiviado através das células do aterro
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parcialmente encerrados e totalmente encerrados, pois considera, de maneira detalhada, a
influência da camada de cobertura final e da vegetação, permitindo diferentes combinações
de solos de cobertura, materiais sintéticos e vegetação. O programa é composto por uma
base de dados climatológicos, parâmetros de solo padrão, para 21 tipos diferentes de solo,
e propriedades de vários materiais sintéticos (Schroeder e Berger, 2007).
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O algoritmo geral do programa MODUELO 2 possui três blocos de inserção de
informação: produção de resíduos, configuração do aterro e dados meteorológicos. Os
dados de entrada são utilizados em dois módulos de cálculo, o hidrológico e o de
biodegradação da matéria orgânica presente nos resíduos. Estes dois módulos são
independentes entre si, sendo facultativa a execução do de biodegradação. No bloco de
produção de resíduos é calculada a evolução anual de resíduos depositados no aterro, sua
composição e características, a partir dos dados de população atendida pelo aterro e sua
taxa de crescimento anual; taxa de crescimento da produção de resíduos; taxa de
segregação para reciclagem; composição dos
resíduos, em classes como papel, papelão, restos de comida, madeira, plásticos, vidro,
metais, etc.; umidade dos resíduos, poder calorífico e densidade da massa aterrada;
biodegradabilidade e composição química dos resíduos.
A configuração do aterro é representada no programa por dois tipos de malha. Uma define
o terreno de fundo e a outra define as células unitárias de resíduos, para fins de cálculo.
Esta malha de cálculo é tridimensional e apresenta dimensões horizontais constantes
definidas pelo usuário, sendo que a definição do tamanho das células determina a precisão
e o tempo de cálculo do modelo. No bloco de configuração do terreno podem ser definidos
seis tipos de células unitárias, como células de terreno; células vazias, aquelas que ainda
não receberam resíduos; células de resíduos; células encerradas; células de preenchimento,
formadas por materiais diferentes dos resíduos, como diques ou aterros de solo; e células
dreno.
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Para o cálculo do balanço hídrico superficial são considerados os fenômenos de
evaporação superficial e subsuperficial, armazenamento superficial, infiltração e
escoamento superficial.
Para as células do tipo resíduo (ou vertedero, como denominadas pelo modelo), que são
compostas dos resíduos sólidos e sua camada de cobertura diária com solo, é considerado o
fenômeno de evaporação. Para o cálculo da evaporação potencial, caso em que se dispõe
de registro meteorológico básico, com precipitação e temperaturas diárias máxima e
mínima, utilizam-se as equações de Hargreaves, sendo que o modelo traz valores padrão
para a radiação solar média diária e para o número de horas diárias de sol, de acordo com a
latitude e o mês. Para o caso de se dispor de dados meteorológicos completos, com número
de horas diárias de insolação, temperatura média diária, umidade relativa do ar média
diária e velocidade média diária do vento, a equação de Penman é empregada. O volume
de água disponível para a evaporação subsuperficial pode ainda ser limitado a uma
porcentagem da capacidade de campo do resíduo.
As células do tipo encerradas (ou vertedero sellado) são constituídas pelos resíduos e sua
camada de cobertura final, sobre a qual geralmente existe alguma espécie de vegetação.
Para estas células o fenômeno de evapotranspiração também estimado de acordo com a
informação disponível. Quando se dispõe apenas de dados como precipitação e
temperaturas diárias máxima e mínima, é aplicada a relação empírica definida por Shaw.
No MODUELO 2 o escoamento superficial pode também ser definido pelo usuário como
“conectado” à rede de drenagem de lixiviado, para os casos em que a operação não é
realizada adequadamente e os drenos estejam expostos. a condutividade hidráulica
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equivalente, sendo consideradas a espessura e a condutividade hidráulica dos materiais
envolvidos. Para o cálculo da infiltração, por sua vez, o modelo utiliza a equação de
Horton.
A variação da condutividade hidráulica dos resíduos com a sobrecarga, por sua vez, é
determinada de acordo com as Equações desenvolvidas por Demirekler e colaboradores.
Para determinar o fluxo horizontal no interior do maciço, as condições iniciais são dadas
pelos valores de altura de saturação calculados pelo modelo de fluxo vertical e seu valores
médios para cada célula. As condições de contorno são definidas para áreas em que o
resíduo está em contato com o ar, sendo o fluxo livre, e para as células apoiadas sobre a
impermeabilização de fundo, cujo fluxo normal à superfície de contato é nulo.
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Os dois fatores que caracterizam um efluente líquido são a vazão e a sua composição. A
vazão de lixiviado está intimamente ligada à precipitação, ao escoamento superficial e a
infiltração ou de água subterrânea ou do percolada através do aterro. As mantas de
impermeabilização (capas impermeáveis, requisitos de revestimento como argila,
geotêxteis e / ou plásticos) são primordiais para controlar quantidade de água que entra na
ponta e assim, para reduzir a ameaça poluição. O clima também tem uma grande influência
no lixiviado porque afeta a entrada de precipitação e perdas por evaporação. Já a
composição de lixiviados depende a natureza do próprio lixo, que por sua vez, influenciará
na quantidade de água presente nos resíduos e em sua compactação. A produção de
lixiviado é geralmente maior sempre que os resíduos são menos compactados, de tal forma
que a compactação reduz a taxa de filtração (Lena et al., 1988).
Além dos fatores citados acima, existem outros que também afetam a qualidade de tais
lixiviados, como: idade, precipitação, variação sazonal do tempo, tipo de resíduo e
composição (dependendo do padrão de vida do população circundante, estrutura da
ponta). Em particular, o composição de lixiviados de aterros varia muito, dependendo da
idade do aterro (Baig et al., 1999). Em aterros jovens, contendo grandes quantidades de
matéria orgânica biodegradáveis, uma rápida fermentação anaeróbica ocorre, resultando
em ácidos graxos voláteis como principal produtos de fermentação (Welander et al., 1997).
A fermentação ácida é reforçada por uma alta teor de umidade ou teor de água nos resíduos
sólidos, este fase inicial da vida de aterro é chamada de fase acidogênica, e leva à
liberação de grandes quantidades de ácidos graxos voláteis livre, geralmente, 95% do
conteúdo orgânico (Wang et al., 1993; Harsem et al., 1983). Com o amadurecimento do
aterro, ocorre a fase metanogênica. Microrganismos metanogênicos desenvolver nos
resíduos, e os ácidos graxos voláteis são convertidos em biogás. A fração orgânica no
lixiviado é dominada por compostos recalcitrantes (não-biodegradáveis), como húmicos
substâncias, por exemplo (Chian et al., 1976).
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A composição do lixiviado de diferentes aterros sanitários, como relatado na literatura,
mostram uma grande variação. Dados mostram que a idade do aterro e, portanto, o grau de
estabilização dos resíduos sólidos tem um efeito significativo nas características do
lixiviado. Com poucas exceções, o pH dos lixiviados encontra-se no intervalo 5,8-8,5, que
é devido à atividade biológica. Também é importante notar que a maioria do nitrogênio
Kjeldahl total é composto por amônia, que pode variar de 0,2 a 13.000 mg/L. A relação
entre DBO/DQO, de 0,70 a 0,04, diminui rapidamente com o envelhecimento dos aterros
(Chian et al., 1976). Isto é devido ao lançamento de grandes moléculas orgânicas
recalcitrantes, consequentemente, o lixiviado antigo é caracterizado por sua baixa relação
entre DBO/DQO e amônia bastante elevado.
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3.3 – TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DE LIXIVIADO COM SEUS
ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
Esses processos serão introduzidos e discutidos nas seções abaixo, com particular atenção
nos processos de tratamento combinado, como resposta às questões técnicas e redução de
poluentes as taxas exigidas.
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Os tratamentos biológicos são úteis para tratar o lixiviado com grandes quantidades de
substâncias orgânicas. A eficácia do tratamento diminui com o aumento da idade do aterro,
uma vez que a biodegradabilidade da matéria orgânica reduz com o tempo e o lixiviado do
aterro está se estabilizando. O tratamento biológico pode ser dividido em aeróbico e
anaeróbico:
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tratamento pode ser adequado para reduzir a concentração destes dois componentes (El-
Gohary e Kamel, 2016).
Uma das formas mais simples de tratamento no local de lixiviados de aterro são as lagoas
aeradas (ou lagoas de estabilização) onde o tratamento ocorre por oxidação biológica. No
entanto, se o método da lagoa aerada for adotado como tratamento de lixiviado em larga
escala, os tempos de detenção hidráulica precisam ser totalmente avaliados, uma vez que,
podem ser significativos na eficiência do processo. A remoção de DQO pode variar entre
1% e 95%, já que maiores eficiências de redução da DQO podem estar associadas a
lixiviados mais jovens, que detêm menor DQO. A nitrificação representa 63% da remoção
de amônio, mas uma parte significativa (37%) do amónio não pode ser explicado pela
nitrificação (Mehmood et al.¸2009).
Wetlands
Wetlands para tratamento de águas residuárias envolvem o uso de sistemas que são
projetados e construídos a fim de assimilar processos naturais. De fato, esses sistemas são
projetados para imitar sistemas de terras úmidas, utilizando plantas de zonas úmidas, solo e
microrganismos associados a esse habitat e capazes de remover contaminantes de águas
residuárias (Kivaisi, 2001). No geral, estudos sobre esse tipo de tratamento concluíram que
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esta prática pode oferecer um ambiente economicamente aceitável e com eficácia aceitável
(Jones et al., 2006). O extenso sistema radicular da plantas daninhas fornece uma grande
área de superfície para os microrganismos anexarem-se, aumentando o potencial para a
decomposição de matéria orgânica. Nitrogênio e fósforo são removidos através da
absorção pelas plantas, enquanto a amônia é removida através da volatilização e
nitrificação/desnitrificação (Kivaisi, 2001).
Apesar de seu potencial, o uso de Wetlands em larga escala em países desenvolvidos não
foi extensivamente aplicado devido ao fraco desempenho no inverno, já que para as
Wetlands a sua temperatura de crescimento ótima varia entre 20 ºC e 30 ºC (Kivaisi, 2001).
As Wetlands foram desenvolvidas como um sistema piloto integrado para aterros sanitários
antigos, alcançando eficiências de remoção aceitáveis, provando que o lixiviado pode ser
tratado desse modo com eficácia (Akinbile et al., 2012). Por exemplo, Bulc
(2006) introduziu um Wetlands composto por três leitos interligados, dois com fluxo
vertical e um com fluxo horizontal, cobrindo 311 m² com uma carga hidráulica
intermitente de 0,5 cm/d, preenchida com meios de areia e plantas. As eficiências de
remoção foram: DQO 50%, DBO 5 59%, nitrogênio amoniacal 51%, fósforo total 53%,
sulfetos 49%, cloretos 35% e Fe 84%, com efeitos negativos para nitrato e sulfatos.
Nas regiões tropicais, as Wetlands alcançam não apenas a remoção eficaz de poluentes,
mas também diminui a quantidade de lixiviado gerado, em termos de volume, reduzindo a
poluição ambiental e impedindo a dispersão incontrolável de lixiviado sem tratamento
(Ogata, 2015). Assim, o potencial para a aplicação da tecnologia nos países em
desenvolvimento é enorme, uma vez que, a maioria das cidades emergentes em todo o
mundo têm climas tropicais e subtropicais que são propícios para maior atividade biológica
e eficiência desse processo. Além disso, tropical e regiões subtropicais são conhecidos por
sustentar uma rica diversidade de biota que pode ser usada em zonas úmidas, garantindo
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um melhor desempenho do sistema de Wetlands. Embora a terra possa ser um fator
limitante, em áreas urbanas, as Wetlands são potencialmente bem adaptadas a
comunidades como em torno de escolas, hospitais, hotéis e áreas rurais (Kivaisi, 2001).
Lodos Ativados
Os reatores aerados são tratamentos aeróbicos, baseados no uso de aeração contínua com
população bacteriana grande e pré-adaptada (lodo ativado). Lodo ativado é a mistura de
microrganismos que são adaptados devido seu confinamento dentro de reatores, que
permite a degradação de compostos poluentes. Para alcançar remoção biológica de
nitrogênio, é necessário introduzir uma etapa de desnitrificação.
Portanto, técnicas alternativas devem ser desenvolvidas para permitir remoções mais
eficientes da DQO e nitrogênio, a fim de poupar gastos econômicos e consumo de energia.
Um biorreator de leito rotativo é um reator de crescimento fixo que oferece uma tecnologia
alternativa ao convencional processo de lodo ativado. Uma unidade de biorreator de leito
rotativo consiste tipicamente de uma série de grandes placas planas ou discos corrugados
que são montados em um eixo horizontal comum e são parciais ou totalmente submergidos
em águas residuárias (Cortez et al., 2008). O eixo gira continuamente por um motor
mecânico. O acionamento do ar e um biofilme são estabelecidos em toda a área da
superfície do disco, que metaboliza a materiais orgânicos contidos nas águas
residuárias. Nesse processo aeróbio, a rotação do disco promove transferência de oxigênio
e mantém a biomassa em condições aeróbicas, proporcionando também turbulência ao
superfície, permitindo a remoção de excesso de sólidos do disco. O desempenho do
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processo depende de vários parâmetros de projeto, como velocidade de rotação, taxas de
carga orgânica e hidráulica, tempo de retenção hidráulica, quantidade média de discos,
temperatura, características de biofilme e da própria água residuária, níveis de oxigênio,
recirculação de efluentes e sólidos, alimentação por etapas e submergência média (Cortez
et al., 2008).
Assim, o biorreator de leito rotativo sozinho não é adequado para tratar lixiviado de aterro
e deve ser associado a outros métodos como sistemas anaeróbicos biológicos (Castillo,
2007) ou tecnologias físico-químicas. Além disso, os biorreatores de leito rotativo têm
problemas operacionais, como a dificuldade na manutenção de uma espessura apropriada
de biofilme que pode originar condições adversas (Cortez et al., 2008).
Os reatores em batelada sequenciais são sistemas habilitados para tratar águas residuárias
ou lixiviados de aterro dentro do mesmo tanque. Os sistemas de operação utilizados em
condições aeróbicas compreendem quatro etapas: alimentação; arejamento; assentamento e
descarga (Liu et al., 2005).
De acordo com Aluko et al. (2013) o tratamento de lixiviado por esse processo permite
alcançar taxas de remoção tais como: DQO, 76%, Fósfoto total 23%, amônia 64,83%,
sólidos suspensos 62,28%, DBO5 84,06%, cloreto de 26,31%, juntamente com a remoção
de metais como cádmio, ferro e zinco (> 60%).
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Os filtros de leite fixo consistem em um leito fixo de material granular, onde a água
residuária flui e gera um biofilme superficial. Geralmente as condições aeróbicas são
mantidas pelo fluxo de ar forçado através do leito ou por convecção. Existem numerosos
tipos de materiais de enchimento, que contribuem para a remoção de poluentes de
diferentes maneiras, que podem ser materiais reutilizados como: plástico, madeira ou
borracha de pneus (Mondal et al., 2007; Hossain, 2016).
Os filtros de leite fixo não podem ser aplicados no tratamento de efluentes com alta
concentração de matéria orgânica, como lixiviados de aterros jovens, devido às inevitáveis
obstruções causadas pela biomassa e grandes quantidades de frações de materiais que
podem diminuir a carreira de filtração. Portanto, os filtros de leite fixo podem ser usados
apenas para o tratamento biológico de lixiviados velhos.
Como sugerido por outros estudos, a remoção de DQO por filtros de leite fixo pode
alcançar cerca de 49%, fósforo de 56% e a remoção de amônia cerca de 59,50%,
juntamente com reduções significativas de sólidos suspensos (73,17%), turbidez (71,96%)
e DBO 76,69%. No entanto, a concentração de nitrato aumenta devido à processo de
nitrificação (Aluko e Sridhar, 2013). Vale salientar que em condições específicas, a
remoção de amônio atinge 90% e pode ser usado como uma boa opção para remoção de
amônia (Jokela et al., 2002).
O biorreator de leito móvel é um biofiltro que combina uma superfície específica alta sem
a possibilidade de entupimento. Nesso reator, o biofilme está crescendo em transportadores
que circulam dentro do tanque para maximizar o proteger o biofilme da abrasão (Hem,
1994). Os suportes podem ter diferentes formas e tamanhos dependendo da aplicação. Eles
podem ocupar diferentes volumes no reator, de 30% a 60%, dependendo da quantidade de
biomassa necessária. Uma vez que o reator geralmente consiste nos estágios de oxidação,
nitrificação e desnitrificação, é projetado para ser particularmente eficaz para a remoção de
nitrogênio, fósforo e DQO. A eficiência na remoção de nitrogênio em lixiviados poderia
atingir valores em torno de 90%, mas apenas 20% para DQO (Welander, 1998).
Melhorando condições de operação, o processo permite a remoção de 85% a 90% da
amônia e de 60% a 81% da DQO contido no lixiviado do aterro (Loukidou e Zouboulis,
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2001). Além disso, a introdução de condições anaeróbios após a anaeróbia permite a
remoção de DQO entre 92% e 95%, enquanto a amônia atinge 97%, tornando o processo
atraente e promissor para aplicar no tratamento de águas residuárias altamente
concentradas (Chen et al., 2008).
Biorreatores de leito fluidizado são inicialmente leitos fixos de materiais sólidos trazidos
para um estado fluidizado por um fluxo ascendente de gás ou líquido quando a vazão do
fluido excede um certo valor limite. Com um aumento da vazão, o leito começa a se
expandir uniformemente, atingindo a condição fluidizada (Werther et al., 2014).
O leito fluidizado pode ser feito por diferentes materiais, como pedras (Patel e Nakhla,
2006) ou partículas de enxofre (Christianson et al., 2015), mas o mais comum é areia. Os
leitos de areia fluidizada são uma tecnologia eficiente, relativamente compacta e
competitiva para remover os resíduos dissolvidos das águas residuárias. Uma camada de
areia fluidizada é aproximadamente um reator de fluxo linear onde o biofilme cresce ao
redor de grãos de areia individuais, diminuindo a densidade das partículas, fazendo com
que as partículas migrem para o topo do biofiltro e aumentando a expansão total do leito do
biofiltro. A biomassa microbiana que cresce ativamente geralmente requer
monitoramento. Tamanhos menores de areia (tamanho efetivo de 0,13 a 0,25 mm)
permitem a fixação de mais biofilme, mas requerem maior controle para evitar que o leito
de areia transborde na saída do biofiltro (Chowdhury et al., 2010).
Os biorreatores de leito fluidizado com leitos anóxico e aeróbico são implementados para
tratar águas residuárias municipais, empregando brita como meio de transporte para a
remoção simultânea de carbono, nitrogênio e fósforo. Este tratamento foi demonstrado
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com sucesso para remover 95% dos SST, 93% da DQO, 97% de amônio e amônia , 78%
de nitrogênio total e 79% de fósforo total, com concentrações efluentes baixas quanto 4–6,
18–20, 0,35–0,7, 5,8–6,5, 7,5–8,3 e 0,7 mg / L, respectivamente (Patel et al., 2006).
Taxas de eficiência de remoção, tanto para o lixiviado velho como para o jovem, mudam
em função da membrana tipo, que pode ser um MBR de placa plana ou um MBR de fibra
oca: fósforo , remoção de DBO e DQO as taxas são semelhantes e atingem 87% a 81%,
92% a 93% e 71% a 68%, respectivamente para cada tipo de membrana a ser
empregada.. Apesar disso, o membrana de placa plana alcançou taxas de remoção de
nitrogênio e amônio totais significativamente maiores quando comparado com as taxas
para a membrana de fibra oca: 61,2% vs. 49,4% para nitrogênio total e 63,4% contra
47,8% para o amônio (Hashisho et al, 2016).
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lixiviado com MBR, aplicando uma temperatura ligeiramente acima de 45 ◦ C, é adequado
para a remoção de DQO e DBO, especialmente no caso em que o lixiviado a ser tratado
possui alta concentração de matéria orgânica. No entanto, este sistema não é eficiente para
a remoção de nitrogênio, e como resultado, o pré-tratamento adequado das águas
residuárias é frequentemente considerado como um procedimento necessário, sendo o
processo de coagulação/floculação como uma opção recente e viável relevante para
MBRs (Gkotsis et al., 2016).
Além disso, verificou-se que a incrustação da membrana é mais grave a pH 5,5, seguida de
pH 8,5, enquanto incrustações a pH 6,5 e 7,5 foram menos severas (Sanguanpak et al.,
2015), identificando a tecnologia MBR como uma opção que merece atenção para o
tratamento de lixiviados. Apesar disso, a MBR produz menos lodo do que um sistema de
biomassa suspensa, além de ser uma solução mais compacta. A estrutura com alta
concentração de biomassa, produz um efluente de alta qualidade, é uma tecnologia versátil
que pode tratar lixiviados de aterros velhos e jovens e é eficaz na remoção de
micropoluentes orgânicos (Ahmed e Lan, 2012).
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filtro do efluente, mas é usado para fornecer o oxigênio necessário para o tratamento de
águas residuárias sem qualquer formação de bolhas, superando assim a restrição de
suprimento de oxigênio (Pankhania et al., 1994; Semmens et al., 2003).
MABR para tratamento de lixiviados de aterros sanitários pode atingir 80% –99% de
nitrificação com transferência de oxigênio em taxas tão altas quanto 35 g O 2/m².dia (Syron
et al., 2015). Quando a taxa de DQO/N afluente é 5 ou superior, as eficiências de remoção
de DQO, amônia e nitrogênio total atingem 83,7%, 93,1% e 84,6%, respectivamente (Lin
et al., 2016).
Os resultados sugerem que a tecnologia MABR oferece uma boa opção para o tratamento
efetivo do lixiviado; no entanto, é usado principalmente para águas residuárias urbanas
com uma alta concentração de DBO e baixa quantidades poluentes.
Dos vários processos, o processo SHARON parece ser uma maneira prática de tratar o
aterro
lixiviado para reduzir substancialmente a concentração de amônio, atingindo 90% -98% de
remoção de amônio. Isto pode ser conseguido enquanto as operações são realizadas a uma
temperatura elevada e pH adequado (Khin e Annachatre, 2004).
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O processo requer relativamente pouco investimento inicial porque um simples reator de
tanque de mistura completa de dimensões modestas sem retenção de lodo é suficiente. O
processo não produz produtos químicos e tem uma produção relativamente baixa de lodo
biológico. Comparado com a nitrificação tradicional e desnitrificação via nitrato, o
processo SHARON exige 25% menos energia de aeração e 40% menos carbono
adicionado (Khin e Annachatre, 2004).
Reatores UASB
A turbulência natural causada pelo fluxo afluente e a produção de biogás fornece um bom
contato de água residuária com a biomassa nos UASBs, portanto, cargas orgânicas mais
altas podem ser aplicadas em sistemas UASB. Portanto, menos volume e espaço do reator
são necessários, enquanto ao mesmo tempo, energia é produzida como um biogás que pode
ser explorado.
Várias configurações podem ser imaginadas para uma estação de tratamento de águas
residuárias incluindo um reator UASB; em qualquer caso, eles devem incluir telas para
material grosso e leitos de secagem para o lodo. No entanto, o efluente dos reatores UASB
geralmente precisa de tratamento adicional para remover matéria orgânica remanescente,
nutrientes e patógenos. Esse pós-tratamento pode ser realizado em sistemas aeróbicos
convencionais, como tanques de estabilização, reatores de lodos ativados e outros
(Seghezzo et al., 1998).
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O reator UASB normalmente opera em temperaturas entre 20 ºC e 35 ºC, atingindo cerca
de remoção de 70% de DQO, e atingindo 80% a temperatura de cerca de 35 ºC. Por
exemplo, os lixiviados do aterro afluente em UASBs com um tempo de detenção hidráulica
de 1,5 dias, uma carga orgânica de 6,73 kg COD / m 3 -dia e com uma temperatura de
operação de 35 ºC pode ser tratada e obter eficiências de remoção de DQO total, DQO
solúvel, sólidos totais, sólidos voláteis, fósforo total, nitrogênio amoniacal de 42,2%,
58,1%, 45,3%, 68,2%, 44,3%, 47,8%, respectivamente (Lin et al., 2000). Em temperaturas
mais baixas, como 13–14 ºC, 50% –55% DQO e 72% DBO remoções foram obtidos com
taxas de carga orgânica de 1,4-2 kg COD / m 3 -dia, enquanto que 75% DQO e até 95%
DBO de remoções foram realizáveis a temperaturas de 20 ºC com 4 kg de cargas
orgânicas COD / m3 dias (Kettunen e Rintala, 1998). A principal desvantagem deste
tratamento é a alta sensibilidade a substâncias tóxicas e remoção limitada de amônio (Sun
et al., 2010). Portanto, a aplicação do UASB para o tratamento de lixiviado de aterros
sanitários não é comum.
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Filtro anaeróbico (AF) é um reator biológico de leito fixo usado principalmente para
tratamento de efluentes de indústrias alimentícias. Utiliza um leito submerso de meios
embalados, como pedaços de plástico de policloreto de vinila (PVC), vidro e barro
cozido. Os meios comerciais para uso em AF estão disponíveis na forma de preenchimento
solto ou blocos modulares fabricados a partir de folhas de plástico corrugado. O reator
embalado com disco com uma textura de superfície aberta exibiu 78% de eficiência de
remoção de DQO, provavelmente devido a sua maior retenção de biofilme fixado (Show e
Tay, 1999). A biomassa é agrupada em três partes principais: biofilme na parte inferior, é a
maior quantia; biofilme no topo, que tem a maior atividade metanogênica específica; e
biomassa não ligada. As bactérias permanecem no filtro, proporcionando um longo tempo
de retenção celular, mesmo embora o tempo de detenção hidráulica seja muito mais
curto. Compostos orgânicos solúveis nas águas residuárias afluentes passam em estreita
proximidade com a biomassa e difundem-se nas superfícies dos sólidos ligados ou
granulados. Aqui eles são convertidos em intermediários e para produtos finais,
especificamente metano e dióxido de carbono (Gourari e Achkari-Begdouri, 1997 ).
Conforme introduzido por alguns pesquisadores (Abbas et al., 2009), a capacidade dos
filtros anaeróbicos para reduzir a DQO no lixiviado de um aterro parcialmente estabilizado
(COD 3750 mg / L; DBO / COD = 0,3) e de um aterro relativamente novo aterro sanitário
(COD 14.000 mg / L; DBO / COD = 0,7) foi demonstrado por Henry et al. (1987), onde
remoções de DQO (90%) em carregamentos orgânicos entre 1 e 2 kg COD m 3 / d foram
alcançados em temperatura ambiente (21–25 ◦C) com tempos de detenção hidráulica de
24–96 h sem qualquer injeção suplementar de fósforo.
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temperatura ambiente, e é menos sensível a mudanças moderadas no pH ou temperatura,
tornando AF extremamente útil para o tratamento de efluentes sazonais, como o lixiviado
de aterros (Gourari, S.; Achkari-Begdouri, 1997). Mesmo assim, ele deve ser associado a
outras soluções de tratamento, pois seus rendimentos de remoção devem ser melhorados
para tratamento de água residuária.
Anammox é uma nova tecnologia desenvolvida nos últimos anos que tem uma potencial
vantagem técnica e eficiência econômica para a remoção de nitrogênio do lixiviado de
aterros sanitários quando comparado processos biológicos de remoção de nitrogênio (Khin
e Annachhatre, 2004). O processo Anammox ocorre na natureza tanto a baixo como a altas
temperaturas e salinidades. Bactéria Anammox converte amônio e nitrito em nitrogênio
gasoso usando CO2 como fonte de carbono para o crescimento enquanto que o nitrito
necessária para o seu crescimento pode ser fornecido por bactérias aeróbias oxidantes de
amônio (Kartal et al., 2010).
Portanto, os sistemas Anammox são influenciados por fatores como nitrito afluente e
concentração de matéria orgânica que precisam ser otimizadas. De fato, Anammox é uma
bactéria autotrófica de crescimento lento (alimentado por CO2) e se a matéria orgânica
estiver presente, as bactérias heterotróficas (alimentadas por compostos orgânicos) podem
crescer mais rapidamente, competindo com o Anammox, que é superada no processo. De
fato, as concentrações de matéria orgânica afleunte devem ser mantida abaixo de 800
mg/L, o que facilita o uso do Anammox (Miao et al., 2015).
26
uma camada de bio-transportador na parte superior, concentrações afluentes totais de
amônia de 500 mgN/L e 1000 mgN/L. As remoções nitrogênio total obtidas foram de
93% ± 1% e 81% ± 1,2% a taxas de carga de ozônio de 4,3 kgTN/m³.d e 8,3 kgTN/m³.d,
respectivamente, enquanto a remoção de DQO variou de 14% a 46% (Nhat et al., 2014).
Antes da descarga, uma etapa adicional de refino de efluentes usando tratamentos físico-
químicos, como precipitação química, adsorção de carvão ativado e troca iônica, podem
ser realizadas no local (Kurniawan et al., 2006). Os tratamentos físico-químicos são
múltiplos e cada um deles contribui diferentemente para o tratamento de lixiviado. Por
exemplo, a troca iônica, a adsorção e a filtração por membrana são as mais frequentes
estudados para o tratamento de águas residuárias com metais pesados (Fu e Wang,
2011). As soluções mais importantes são relatadas nesta seção.
Floculação-coagulação
27
A floculação é um tratamento tipicamente aplicado para melhorar a capacidade de um
processo de tratamento de remover sólidos coloidais e não-sedimentáveis (como
surfactantes, metais pesados, ácidos graxos e ácidos húmicos).
A floculação pode ser introduzida, combinando compostos coagulantes, tais como pré-
tratamento antes do MBR, a fim de evitar problemas de sujeira (Marañón, 2008). Com
efeito, é frequentemente utilizado como pré-tratamento de tratamento biológico ou osmose
reversa, ou como pós-tratamento com funções de limpeza final de lixiviado. Os principais
coagulantes são sulfato ferroso, sulfato ferroso, cloreto férrico (Amokrane et al., 1997).
Para determinar o melhor coagulante e/ou floculante, outro fator importante deve ser ser
considerado, é a produção de lodo. Segundo Assou et al. (Assou et al., 2014), o mais
adequado coagulante é FeCl 3 na concentração de 3000 mg/L com uma produção de lodo
de 700 ml/L.
28
Segundo outros estudos, a adição de coagulantes férricos ou de alumínio em lixiviados
frescos resultou em uma redução de 25% a 38% dos valores de DQO, enquanto percentuais
maiores foram obtidos para os lixiviados parcialmente estabilizados e a redução
correspondente excedeu 75% o valor quando o pH foi ajustado para 10. No entanto, a
remoção quase completa da cor foi obtida em todos casos (Tatsi et al., 2003). Portanto, o
lixiviado antigo é mais adequado para processos de pré-tratamento da coagulação. No que
diz respeito à carga orgânica de lixiviado, este tratamento não parece estar em condições
de por si só produzir resultados capazes de alcançar taxas de remoção significativas. No
entanto, um coagulante como cloreto férrico permite remover a cor em tendência
semelhante à DQO, turbidez e SS, sugerindo que pode ser um forma viável de gerenciar
problemas de lixiviados (Aziz et al., 2007).
29
• Alta pressão transmembrana: 50–60 bar necessária para vencer a pressão de
osmose; significa que quantidades elevadas de energia são necessárias;
Air Stripping
30
eficiência com o aumento dos tempos de retenção e temperaturas. Conforme relatado por
alguns pesquisadores (Renou et al., 2008) uma remoção de amónio de cerca de 89% a pH
11 e a uma temperatura de 20 ºC durante 24 h de tratamento pode ser conseguida
(Marttinen et al., 2002), enquanto 85% (Ozturk et al., 2003) e 99,5% (Silva et al., 2004) de
remoção de amônio pode ser alcançado com 17h e 120h de tratamento,
respectivamente. Consequentemente, este processo requer geralmente um nível elevado de
tempo de detenção hidráulica e valores de pH.
31
ambiental quanto econômico. O processamento e a transformação desses resíduos em CA
serviria como uma base para eliminar os problemas que envolvem o descarte de resíduos
orgânicos e a gestão de restos de alimentos, fornecendo um produto final de valor, que
contribui para a água e para o tratamento de águas residuárias que poderia potencialmente
expandir o mercado de carbono (Shehzad et al., 2015).
Precipitação Química
32
filtração; portanto, a água tratada é então decantada e adequadamente descarregada ou
reutilizado. Os processos convencionais de precipitação química incluem a precipitação de
hidróxido e precipitação de sulfeto com uma eficiência de remoção de metais pesados em
torno de 92% -100% (Fu e Wang, 2011).
A remoção de metais pesados de soluções aquosas tem sido tradicionalmente realizada por
precipitação por sua simplicidade e baixo custo de capital. No entanto, a precipitação
química é geralmente adaptada para tratar águas residuárias de alta concentração contendo
íons de metais pesados e é ineficaz a uma concentração de íons metálicos baixa. Além
disso, a precipitação química não produz uma grande quantidade de lodo que requer um
tratamento dificultoso (Fu e Wang, 2011).
Troca iônica
A troca iônica é um intercâmbio reversível de íons entre as fases sólida e líquida, capaz de
remover efetivamente íons e matéria orgânica dissolvida da água e águas residuárias
(Kurniawan et al., 2006). As resinas de troca iônica são meios poliméricos, unidos por
ligações covalentes, com grupos funcionais ativos. Estes grupos funcionais estão
relacionados a íons móveis que podem ser trocados com um íon da mesma carga dissolvida
dentro do composto líquido (Collivignarelli et al., 2009), tornando a troca iônica bem
33
estabelecida e como uma tecnologia ecologicamente correta com oportunidades de
recuperação de metal (Janin et al., 2009).
De acordo com outras revisões, a fim de garantir quantidades mais eficientes de remoção
de poluentes, o lixiviado deve ser submetido a tratamentos biológicos e sistemas de pré-
tratamento adequados antes do troca, como a remoção de sólidos suspensos. Em qualquer
caso, a troca iônica não é economicamente atraente devido ao seu alto custo
operacional. Além disso, este método é adequado apenas para remoção de metais e amônia,
tornando a troca iônica uma escolha tecnológica pouco atraente para o tratamento de
lixiviados nos países (Gao et al, 2015; Abbas et al., 2009; Kurniawan et al., 2006 ).
34
A oxidação química visa a mineralização dos contaminantes em dióxido de carbono, água
e
inorgânicos ou, pelo menos, na sua transformação em produtos inofensivos (Andreozzi et
al., 1999). Os principais oxidantes utilizados para o tratamento dos lixiviados, cloro,
permanganato de potássio e hidrocloreto de cálcio (Amokrane et al., 1997). Nos últimos
anos, tem havido um crescente interesse pelos processos de oxidação avançada (POA) com
a combinação de agentes oxidantes fortes, como ozônio e peróxido de hidrogênio,
juntamente com radiação ultravioleta (UV) ou ultra-som (US). De fato, as três técnicas de
POA mais aplicadas são O3/H2O2, H2O2/UV e O3/UV (Andreozzi et al., 1999). Muitos
processos são baseados na reação direta do oxidante com os contaminantes enquanto POA
é caracterizada pela geração de radicais OH como espécies reativas capazes de oxidar
orgânicos halogenados e melhorar a biodegradabilidade de poluentes orgânicos
recalcitrantes (Gao et al., 2015).
Numerosos estudos mostraram que a remoção de DQO obtida por ozonização é 50% –70%
(Haapea et al., 2002) e muitos desses estudos aplicaram o processo como tratamento
terciário antes de descarregar o efluente tratado em esgoto ou água superficial. Usando
O3/H2O2 como agentes oxidantes foram relatadas eficiências de remoção de matéria
orgânica em torno de 90% (Wable et al, 1993; Schulte et al., 1995), enquanto com uma
combinação de persulfato e peróxido de hidrogênio, sob condições operacionais
otimizadas, 81% de remoção de DQO e 83% de remoção de NH 4 -N foram obtidas (Hilles
et al., 2016). Além disso, De Morais e Zamora (De Morais e Zamora, 2005) demonstraram
que o tratamento com UV/H2O2 e foto-Fenton permite o carbono orgânico total ser
removido eficientemente em tempos de reação inferiores a 60 min com 97% e remoção de
89% de COT e 56% e 58% de remoção de DQO, respectivamente, fato que confirma a
grande capacidade de degradação de ambos os processos fotoquímicos.
Uma aplicação adequada de POAs para tratamentos de lixiviação deve levar em conta que
eles fazem uso de reagentes caros como o H2O2 e/ou O3 e, portanto, é óbvio que a sua
aplicação deve não substituir, sempre que possível, os tratamentos mais econômicos, como
a degradação biológica (Andreozzi et al., 1999).
35
De fato, uma redução significativa no custo total do tratamento de lixiviado poderia ser
obtida combinando POAs com um processo biológico (Oller et al., 2011). Além disso,
somente os resíduos com conteúdo DQO relativamente pequeno ( ≤ 5,0 g / L) pode ser
adequadamente tratada com estas técnicas, uma vez que o conteúdo de DQO consume
grandes quantidades desses reagentes caros (Andreozzi et al., 1999). Devido a esses
fatores, os inconvenientes dos POA são: a alta demanda de energia elétrica e altos custos,
bem como o sistema de controle que é necessário para permitir que o tratamento atue
adequadamente.
Processo Fenton
Entre vários POAs, o reagente Fenton (H2O2/Fe2+) é um dos métodos mais eficazes de
oxidação de poluentes orgânicos (Barbusinski, 2005). A mistura Fenton foi usada (sozinha
ou em combinação com outros tratamentos) como um processo químico para o tratamento
de uma vasta gama de águas residuárias. É um sistema com base na geração de radicais
livres oxidantes muito reativos, especialmente radicais hidroxila, que tem um potencial de
oxidação mais forte que o ozônio. A eficiência deste processo depende de vários variáveis
como temperatura, pH, peróxido de hidrogênio, concentração de íons ferrosos e tempo de
tratamento. A oxidação química utilizando o reagente Fenton, sob condições ótimas, tem
se mostrado como uma alternativa viável à destruição oxidativa de poluentes orgânicos em
misturas de resíduos químicos, com uma remoção de até 78%-89% (Benatti et al.,
2012). No entanto, metais resíduos dos processos com Fenton apresentam grande potencial
contaminação ambiental, e requerem um sistema de administração e controle de sua
disposição (Benatti et al., 2012).
A reação de Fenton iniciada por Fe 2+ e H2O2 e a reação tipo Fenton iniciada por Fe 3+ e
H2O2 são utilizados para o tratamento de lixiviados, uma vez que, podem remover
significativamente recalcitrantes, compostos tóxicos e aumentar a biodegradabilidade dos
lixiviados, uma vez que, a relação DBO/DQO do lixiviado pode aumentar de 0,2 até 0,5
(Lopez et al., 2004). Foi demonstrado que o reagente Fenton é capaz de destruir compostos
em águas residuárias, como fenóis e herbicidas.
Alguns estudos afirmaram que, pelos processos Fenton, as eficiências de remoção de DQO
variam de 45% a 85%, com uma eficiência de descoloração de até 92%, enquanto a pouca
36
amônia é reduzida (Lopez et al., 2004). Ótimos valores de pH foram reportados para
processos convencionais, foto e eletro-Fenton para tratamento de lixiviados de aterro no
intervalo entre 2,0 e 4,5. A remoção de DQO aumenta com a elevação da temperatura,
embora temperaturas muito elevadas podem causar significativa decomposição ineficiente
de H2O2 (Deng e Englehardt, 2006).
Silva et al. (2016), projetou com sucesso uma planta foto-Fenton para o tratamento de
lixiviados de aterro considerando o uso combinado de luz solar, através da tecnologia de
CPCs (coletores oarabólicos compostos) e radiação artificial (lâmpadas UV). Lopez et al.
(2004) identificaram que a DQO poderia ser removida pelo pré-tratamento Fenton em
cerca de 60% do valor inicial (10.540 mg / L) enquanto Gotvajn et al. (2011) sugeriu que a
oxidação Fenton não é uma opção de tratamento único capaz de substituir o tratamento
biológico existente, uma vez que, a remoção de DQO (80%) foi obtida em 5 min, mas a
biodegradabilidade aumentou, expressa como relação DBO/DQO (0,27-0,78), e alguns
outros parâmetros (DBO 5 , concentração de amônio e azoto) foram afetados pela
temperatura mais elevada do processo (20-49 ºC).
Fotocatálise
37
hidróxidos. Estas reações são de grande importância em processos de degradação oxidativa
devido à alta concentração de H2O e hidróxidos adsorvidos na superfície da partícula.
38
mecanismo de transferência de encargos, a fim de tornar esta tecnologia mais rentável e
comercializado.
Processos Eletroquímicos
Eletrocoagulação
39
do eletrodo, levando consumo de energia adicional. NaCl é o eletrólito mais comum usado
para aumentar a condutividade. O lixiviado de aterro geralmente tem altos valores de
condutividade e a adição de um eletrólito não é requerido. A remoção de DQO permanece,
em média, na faixa de 40% a 70%, enquanto para o nitrogênio a remoção é de 10% a 25%.
Eletro-Oxidação (OE)
•A oxidação direta permite que as partículas poluentes troquem elétrons diretamente com o
ânodo superfície. Este método não parece ser eficaz na degradação de material orgânico;
apesar disso, promove a formação de agentes oxidantes muito poderosos que são usados
para oxidação indireta;
• OE indireto ocorre quando compostos com alto teor de cloro estão concentrados no
lixiviado. O cloro ativo é oxidado pelo anodo produtor de hipoclorito, que tem uma forte
oxidação efeito em relação aos compostos orgânicos. Esta reação é particularmente
adequada para solução salina lixiviados, onde muitos poluentes são removidos, como o
amônio, e com a presença de íons metálicos (Ag + , Fe 3+ , Co 3+ , Ni 2+ ).
40
energia. Esses eletrodos são, portanto, considerados adequados para o tratamento de
lixiviados de aterro quanto às suas propriedades: uma superfície inerte com baixa adsorção
propriedades e excelente estabilidade à corrosão, mesmo em condições ácidas. BDD de
alta qualidade eletrodos com excelente deposição de propriedades eletroquímicas em
substratos de nióbio (Nb) pelo método de deposição de vapor químico de filamento
(HFCVD) é uma técnica eficaz para o tratamento de lixiviado de aterro, uma vez que,
87,5% de DQO e 74,06% de remoção de NH 4 -N foram obtidas após 6 h de tratamento,
com consumo de energia de 223,2 kWh · m −3 . O TDC é confirmado como o mais
estudado, seguido pelo Ti / PbO 2 , Ti / RuO 2 -IrO 2 e grafite. No entanto, a eficácia do
tratamento, como para a CE, depende da material do eletrodo, tensão, densidade de
corrente e pH.
41
3.3.3 – Combinação de Processos Físico-Químicos e Biológicos
A tecnologia de membrana, como a osmose reversa, foi notada como uma tecnologia de
tratamento viável para cumprir com concentrações de liberação restritas, conforme relatado
por avaliações mais antigas, no entanto, incrustações e requisitos de alta energia são
barreiras eficazes que precisam ser superadas, especificamente para os países em
desenvolvimento. Além disso, métodos como separação por membranas e adsortivos só
transferem o poluente de um fluxo para outro, mudando a questão ambiental para outro
setor.
42
DQO. Chen et al. (2008) investigaram o desempenho de um MBBR com um arranjo
anaeróbico-aeróbico para tratar lixiviado de aterro, a remoção simultânea de DQO e
amônio alcançou uma eficiência de 91%.
Liang e Liu (2008) propuseram um reator de nitração parcial (PNR), uma oxidação
anaeróbica de amônio (Anammox) e dois sistemas subterrâneos de infiltração do solo com
eficiências médias de remoção de 97% de NH 4 -N, 87% TN e 89% DQO obtidas. Hasar et
al. (2009) introduziu uma configuração de tratamento consistindo em remoção de amônia,
coagulação / floculação, MBR A/An (Aeróbico/Anaeróbico) e osmose reversa, em que o
lixiviado poderia ser usado mesmo para todas as aplicações de reutilização no condições
porque o valor DQO final diminuiu para menos de 4 mg / L.
Xie et al. (2014) introduziu a integração da separação por membranas com um bioreactor
anaeróbico formam um biorreator de membrana anaeróbico (AnMBR), resultando em uma
eficiência estável de remoção de 62,2% ± 1,8% quando o reator é alimentado com
lixiviado bruto com 13.000 ± 750 mg / L de DQO. Liu et al. (2015) realizou um processo
inovador de tratamento combinado de air stripping, Fenton, SBR e coagulação,
encontrando altas taxas de remoção de COD e NH 4 -N de 92,8% e 98%,
respectivamente. Amaral et al. (2015) sugeriu uma configuração de tratamento de lixiviado
de aterro consistindo de uma associação de air stripping, MBR e uma membrana de NF
(nanofiltração) que demonstrou excelente desempenho, especialmente no que remoção de
DQO (80% –96%), amônia (85% –95%), cor (98% –99,9%) e fósforo (78% –99,8%).
Ao longo dos últimos anos outros tratamentos combinados foram introduzidos, alcançando
altas taxas de remoção de poluentes e boas eficiências de tratamento, permitindo que os
desenvolvedores de projetos implementem opções tecnológicas adequado para problemas
específicos de gerenciamento de liberação de aterros sanitários.
Embora no Brasil não existam leis específicas em nível nacional que controlem o descarte
de lixiviados de aterros de resíduos, no sentido de reduzir a poluição de corpos hídricos, a
USEPA estabeleceu limites para lançamentos dos lixiviados de aterros de resíduos e
43
padrões de pré-tratamento para descarga desses efluentes em sistemas públicos de
tratamento de esgotos (USEPA, 2000). Em 2000, a USEPA estimava que 756 aterros de
resíduos não-perigosos descartavam suas águas residuárias em sistemas públicos de
tratamento de esgotos (USEPA, 2000).
No início da década de 1990, Tchobanoglous et al. (1993) relatam que, em locais onde o
aterro de resíduos está localizado próximo a um sistema coletor de águas residuárias, o
lixiviado pode ser encaminhado para tratamento em ETE. Os autores ponderam que a
adoção de pré-tratamentos pode ser necessária, em alguns casos, para reduzir a carga
orgânica antes do lançamento do lixiviado na rede coletora.
McBean et al. (1995) também apresentam o tratamento combinado com esgoto doméstico
como uma forma bastante utilizada para se tratar lixiviados de aterros de resíduos sólidos,
e reforçam a ideia de que a relação volumétrica entre o lixiviado e o esgoto não deve
ultrapassar 2% para evitar problemas no tratamento.
44
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